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Continuando a série de programas que trata de democracia, censura e liberdade de expressão, vamos ver se entendemos o que vem a ser tolerância e respeito? Afinal, liberdade de expressão significa poder falar o que quiser pra quem quiser? Ou há limites? E quando impomos limites estamos censurando? Dá pra tolerar tudo ou tolerância tem limite? Pois é… Esse assunto ainda vai dominar outros programas. Na trilha sonora a alegria de Tom Zé, Rildo Hora, Renato Braz, Trio Madeira Brasil, Quarteto Novo, Lenine, Humberto Gessinger e Duca Leindecker. Apresentação de Luciano Pires.

[showhide title=”Ler o roteiro completo do programa” template=”rounded-box” changetitle=”Fechar o roteiro” closeonclick=true]

Bom dia, boa tarde, boa noite! Num programa anterior começamos a falar sobre DEMOCRACIA E CENSURA e eu disse que estava apenas começando a abordar o tema. Pois é, hoje vamos continuar na trilha pra ver se entendemos, no contexto da censura, o que vem a ser tolerância e respeito. Afinal, liberdade de expressão significa poder falar o que quiser pra quem quiser? Ou há limites? E esses limites caracterizam censura?

Pra começar, uma frase do filósofo e político anglo-irlandês Edmund Burke:

Há um limite a partir do qual a tolerância deixa de ser virtude.

E o exemplar de meu livro NÓIS… QUI INVERTEMO AS COISA desta semana vai para…para…. atenção, Rafael Andrade, que comentou o programa DEMOCRACIA E CENSURA assim:

“Sugestivo o tema. Acompanho o Café há um certo tempo, mas até o momento, não havia me manifestado ainda, aliás, gostei do novo visual, vocês sempre impressionando, como se não bastasse os podcasts.

Mas então, sou estudante, tenho 20 anos, e acredito que esse tema (Democracia e Censura) seja crucial para nos abrir os olhos. Mas, me senti na necessidade de ter que abrir seus olhos para o que você também caiu no discurso Luciano, quando falou de tolerância. Mas tudo bem, isso é normal, eu também um dia caí, mas pensei, pensei, pensei sobre a questão, e postei um texto no meu blog um dia desses que falava justamente sobre isso, mas, lhe adianto, odeio a tolerância.

Para isso, dá uma olhada no blog, http://pensarfazmudar.blog.com/, no texto Por Uma Vida Sem Tolerância. E também não vou mentir, adoraria ganhar uma edição de seu livro, rsrs. Tenha um bom dia e sucesso com o nosso Café.”

O Rafael foi um dos apressados que comentou o programa sem esperar pela continuação. Mas ainda bem que ele fez isso: rendeu conteúdo para este programa. O Rafael fez aquilo que todo mundo deveria fazer: expressou sua opinião. E por causa disso ganhou um livro. E você aí, hein?

Bem, vamos começar definindo as coisas? Olha só: tolerância, do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física.

Do ponto de vista da sociedade, a tolerância define a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar, noutra pessoa ou grupo social, uma atitude diferente das que são a norma no seu próprio grupo.

Numa concepção moderna é também a atitude pessoal e comunitária diante de valores diferentes daqueles adotados pelo grupo ao qual se pertença.

Resumindo: tolerância é o grau de aceitação de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física.

O grau de tolerância, tanto dos indivíduos como da sociedade, é mutável. Não posso dizer que ele evolui na concepção de que evolução é uma melhoria, mas posso dizer que ele se adapta aos tempos.

500 anos atrás era tolerável punir um criminoso com a fogueira. 200 anos atrás era tolerável ter um escravo. Quando eu era garoto era tolerável caçar passarinhos… 30 anos atrás era intolerável um casamento gay. 20 anos atrás era intolerável um beijo homossexual nas novelas. 100 anos atrás era intolerável ver uma mulher votando. 40 anos atrás era intolerável ver uma mulher de shortinho no shopping.

E a tolerância também muda conforme a sociedade. Entre os índios é tolerável andar nu. No Brasil é tolerável dizer a uma amiga que ela está gostosa. Nos EUA dá cadeia. Em alguns países do Oriente Médio é tolerável cortar fora a mão de ladrões. E assim vai…

Quando discutimos o conceito de democracia é impossível não abordar o conceito de tolerância. A democracia é o exercício da tolerância de conviver com pessoas que pensam diferente da gente, o que nos coloca diante da perspectiva da tolerância como virtude.

Mas como disse Edmund Burke na frase com a qual abri o programa, há um limite a partir do qual a tolerância deixa de ser virtude. Limites… sempre eles.

Bem, vamos ver se tolerância é mesmo virtude?

Segundo um senhor grego chamado Aristóteles, a virtude deve ficar no meio, pois o excesso de uma coisa pode transformá-la em outra.

Eu explico: o excesso de humildade pode transformar-se em orgulho. O excesso de liberdade pode transformar-se em licenciosidade. O excesso de tolerância pode transformar-se no conformismo do sujeito que aceita tudo, seja por ignorância, comodismo, interesse ou fé. Um sujeito que não acredita que se possa chegar perto da verdade e portanto aceita as coisas como são, já que “sempre foi assim”.

Isso não é tolerância, é burrice.

Mas o maior perigo é quando “tolerância” transforma-se num rótulo politicamente correto, em ferramenta de manipulação social. Tudo que abominamos é sermos considerados “intolerantes”, você já percebeu? Isso é feio, é mau, é “de direita”, sabe como é? Aquele sujeito horroroso de uniforme militar, bigodinho e cacetete que te coloca num campo de concentração se você não concordar com ele?

Pois é… Quando a tolerância se transforma numa bandeira, passa a ter efeito contrário.

Estúpido rapaz

Rebeca do Mato:Rapaz, rapaz, rapaz
Estúpido rapaz,
Da mulher, mulher, mulher,
Deixa de pegar no pé.
A saber, saber, saber
Em que planeta irá você,
Com tão pouco troco no bolso,
Açúcar sugar nesse doce-de-coco.
Se você vem numa boa
Pode vir,
Também não tô à-toa.
Eu te boto no colo,
Te dou pão e mingau.
Mas se você vem de cacete,
Pode vir
Que eu vou de pedra e pau.
Eu sei que é
Perder meu tempo
Agir assim;
É prolongar
Inimizade velha que dói.
Se a mulher
Deixar de
Confiar em mim
Eu vou parar
Onde não dá pra parar.

Rararraaa… você ouviu ESTÚPIDO RAPAZ. Quem é que faz uma loucura dessas? Ora, só pode ser o Tom Zé, não é?

Olha só, já que estamos falando em respeito, que tal um clássico?

Você vai ouvir ao fundo RESPEITA JANUÁRIO, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, aqui com Rildo Hora…

Mas veja bem: tolerância faz todo o sentido quando a relacionamos com uma outra palavrinha que anda meio fora de moda: o respeito.

Aliás, não é raro a confusão entre tolerância e respeito. Dizem que foi Voltaire quem disse que “Não concordo com nada do que você diz mas defenderei até o morte seu direito de dizê-lo”. Perfeito!

Uma forma direta e objetiva de explicitar o respeito que devemos ter para com os semelhantes. E existem outras frases legais, como “não faça para os outros aquilo que você não quer que façam para você”. Perfeito. Na raiz dessas afirmações está o que convencionamos chamar de respeito.

Não admito ser discriminado pela cor de minha pele, logo não discriminarei ninguém pela cor de sua pele. Não admito ser discriminado por minhas preferências sexuais, logo não discriminarei ninguém por suas preferências sexuais. Serei tolerante com as pessoas que pensam diferente de mim, pois as respeito como seres humanos. Não é bonito isso?

Uma sociedade onde todos se comportassem assim seria perfeita.Mas infelizmente essa sociedade não existe.

Respeita Januário

Quando eu voltei lá no sertão
Eu quis mangar de Januário
Com meu fole prateado
Só de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinho
Como nêgo empareado
Mas antes de fazer bonito de passagem por Granito
Foram logo me dizendo:
“De Itaboca à Rancharia, de Salgueiro à Bodocó, Januário é o maior!”
E foi aí que me falou meio zangado o véi Jacó:
Luíz respeita Januário
Luíz respeita Januário
Luíz, tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso
E com ele ninguém vai, Luíz
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!
Eita com seiscentos milhões, mas já se viu!
Dispois que esse fi de Januário vortô do sul
Tem sido um arvorosso da peste lá pra banda do Novo Exu
Todo mundo vai ver o diabo do nego
Eu também fui, mas não gostei
O nego tá muito mudificado
Nem parece aquele mulequim que saiu daqui em 1930
Era malero, bochudo, cabeça-de-papagaio, zambeta, feeei pa peste!
Qual o quê!
O nêgo agora tá gordo que parece um major!
É uma casemiralascada!
Um dinheiro danado!
Enricou! Tá rico!
Pelos cálculos que eu fiz,
ele deve possuir pra mais de 10 ontos de réis!
Safonona grande danada 120 baixos!
É muito baixo!
Eu nem sei pra que tanto baixo!
Porque arreparando bem ele só toca em 2.
Januário não!
O fole de Januário tem 8 baixos, mas ele toca em todos 8
Sabe de uma coisa? Luiz tá com muito cartaz!
É um cartaz da peste!
Mas ele precisa respeitar os 8 baixos do pai dele
E é por isso que eu canto assim!
“Luí” respeita Januário
“Luí” respeita Januário
“Luí”, tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso
Nem com ele ninguém vai, “Luí”
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!

Meu, como o Lenine é bom…

O mais instigante nisso é que respeito, como já disse o filósofo prussiano Kant, é um sentimento que vem da vontade. Não é algo animal, intuitivo ou independente da vontade. Exercemos respeito quando temos a vontade de respeitar, sacou? Respeito é um conceito da razão.

Mas veja só, existe o respeito imposto pelo medo: tenho que respeitar meu chefe ou ele me bota na rua. Tenho que respeitar o guarda ou ele me multa. Respeito o ladrão ou ele me mata. Posso dizer também que tolero meu chefe, tolero o guarda, tolero o ladrão, não posso? Posso. Mas na primeira chance, meto o pé na bunda deles… Não é essa a tolerância que nos interessa.

Voltando a Aristóteles, ele disse que o respeito é uma virtude que nunca pode pecar por excesso, porque quanto mais respeito se tem mais se ama. Não é o máximo? Mas ele também disse que a tolerância é uma virtude que se obriga ao meio termo porque, em excesso, resulta em indiferença, e, em falta, traz o sabor da intolerância.

Viu só? Tolerância em excesso é indiferença… Tá começando a entender este Brasil do novo milênio? Respeitar o próximo é não lhe ser indiferente. Respeitar as leis é não lhes ser indiferente. Respeitar seu pais é não lhe ser indiferente. E daí? Você se importa?

O Que Me Importa

O que me importa
Seu carinho agora
Se é muito tarde
Para amar você…
O que me importa
Se você me adora
Se já não há razão
Prá lhe querer…
O que me importa
Ver você sofrer assim
Se quando eu lhe quis
Você nem mesmo soube dar
Amor!…
O que me importa
Ver você chorando
Se tantas vezes
Eu chorei também…
O que me importa
Sua voz chamando
Se prá você jamais
Eu fui alguém…
O que me importa
Essa tristeza em seu olhar
Se o meu olhar tem mais
Tristezas prá chorar
Que o seu!…
O que me importa
Ver você tão triste
Se triste fui
E você nem ligou…
O que me importa
Seu carinho agora
Se para mim
A vida terminou
Terminou! oh! oh! oh!
Terminou! oh! oh! oh!
Oh! oh! oh!…

Oba… que tal mais um clássico? O QUE ME IMPORTA, do maranhense José Ribamar Cury Heluy, que estourou primeiro em 1973 na voz de Tim Maia e de novo em 2000 com Marisa Monte. Aqui você ouve a delicada interpretação de Renato Braz, com arranjo e violão de Dori Caymmi.

Bem , mas dizer que uma coisa é intolerável não será uma demonstração de intolerância? Ser tolerante é tolerar tudo?

É claro que não, se quisermos que tolerância seja uma virtude. Não é possível tolerar o assassinato, por exemplo. A violação. A tortura… Mas e se um assassinato ou a tortura servir para salvar a vida de milhares? É possível tolerá-los? Que dilema, não é? Afinal, onde está o limite?

Voltamos de novo àquela questão que eu adoro: quem é o juiz? Quem define até onde se pode tolerar? Fernando Collor de Mello caiu por causa de um Fiat Elba, lembram-se? Hoje isso é motivo de piada. Será que a sociedade brasileira ficou mais tolerante?

Olha só, você está ouvindo, AGUENTA SEU FULGENCIO, de Lourenço Lamartine e Jacob do Bandolim com o Trio Madeira Brasil. Uma delícia…

Quando a verdade é conhecida com alguma certeza, fixar os limites da tolerância fica muito mais simples. Não podemos tolerar um médico que – reconhecendo um erro durante uma cirurgia – recuse-se a repará-lo. Não podemos tolerar um engenheiro que, reconhecendo um erro de cálculo num projeto, recuse-se a corrigi-lo. Reconhecer a verdade é, portanto, o primeiro passo para o exercício da tolerância como virtude.

Agora atenção: quando Rafinha Bastos fez aquela piada infeliz sobre mulher feia que deveria agradecer pelo estupro, ele estava defendendo o estupro? Qual é a verdade? É claro que não estava. Portanto sob o ponto de vista legal, é possível tolerar a piada do Rafinha. Mas teve gente querendo processá-lo, não teve?

Intolerantes por ignorância – consciente ou inconsciente – da verdade, será?

Analisando a piada do Rafinha sob o ponto de vista moral, a coisa muda de figura. É feio tirar sarro de mulher feia, pô. Isso é preconceito. Não se faz. Por isso não tolero a piada do Rafinha. E ai faço o quê? Boto ele na cadeia? Dou-lhe uma garrafada na cabeça? Bem, eu prefiro não rir da piada, sabe como é? E continuo respeitando o cara como um profissional. Não preciso gostar dele, das idéias dele, das piadas dele. Mas respeito e tolero o direito dele dar sua opinião e quando não gosto, não compro o produto dele, não dou audiência para o programa dele, não vou segui-lo no twitter, sacou? Eu dou-lhe o pior castigo para um humorista: a indiferença.

Olha só, pra complicar, uma mesma proposição que, de um ponto de vista científico, não depende da tolerância, pode depender dela de um ponto de vista moral, filosófico, ou religioso. A eterna discussão sobre a teoria da evolução de Darwin ou a questão da legalização do aborto, por exemplo. De um lado a ciência, de outro a religião e as questões morais. E no meio os que pregam uma síntese. Tá pensando que é fácil?

Aproveitando o embalo vamos aí ao fundo com SÍNTESE, de Heraldo do Monte, interpretada pelo Quarteto Novo, uma banda de música instrumental formada em 1966 por uns carinhas aí, uns tais de Theo de Barros, Heraldo do Monte, Airto Moreira e Hermeto Paschoal…

Então. Se podemos tolerar o padre que pede o dízimo, podemos tolerar o pastor que vende uma vaga no céu em rede nacional de televisão?

Se devemos tolerar a opção homossexual, devemos tolerar tentativas de imposição de um modo de vida ou um gosto particular de uma minoria sobre uma maioria?

Se toleramos o guardinha que aceita uma propina para evitar uma multa, devemos tolerar o político que desvia milhões da merenda escolar?

Tolerar tudo, de forma universal, significa tolerar inclusive as vítimas, sacou? Os miseráveis, os violados, os roubados, os mortos… E isso é intolerável! Tolerar o sofrimento dos outros, a injustiça e o horror do qual não somos vítimas é egoísmo, é indiferença.

Então vamos lá: democracia é tolerar conviver com quem pensa diferente da gente.  É respeitar o direito dos outros. Mas também é não tolerar em excesso, pois como definiu o filósofo austríaco Karl Popper naquilo que ele chamou de “o paradoxo da tolerância”: “Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo com os intolerantes, e não defendermos a sociedade tolerante contra os seus assaltos, os tolerantes serão aniquilados e com eles a tolerância.”

Uma tolerância infinita seria o fim da tolerância. Sacou?

No fim das contas o critério é político: uma democracia que proíbe os não democratas, é uma democracia condenada. Mas uma democracia que permite tudo, renunciando a usar a força para defender as leis e a constituição, também está condenada.

É Karl Popper quem diz: “Não quero com isto dizer que seja sempre necessário impedir a expressão de teorias intolerantes. Enquanto fosse possível contrariá-las à força de argumentos lógicos e contê-las com a ajuda da opinião pública, seria um erro proibi-las. Mas é necessário reivindicar o direito de fazê-lo, mesmo à força, caso se torne necessário, porque pode muito bem acontecer que os defensores destas teorias se recusem a qualquer discussão lógica e respondam aos argumentos pela violência. Haveria então que considerar que, ao fazê-lo, eles se colocam fora da lei e que a incitação à intolerância é tão criminosa como, por exemplo, a incitação ao assassínio.”

Democracia não é fraqueza. Tolerância não é passividade.

Ufa! Quanta informação, não é mesmo? Pois é, este é o Café Brasil, botando palha no palheiro, lenha na fogueira, água na geladeira e minhoca na sua cabeça. O que eu penso sobre esse tema da tolerância é o seguinte: eu respeito todo mundo. Mas não tolero burrice, estupidez e preguiça.

Vamos continuar nessa batida, viu? Intercalando programas leves com outros mais profundos ou polêmicos. E esse tema aqui, não terminou. Vem mais ai. É assim a vida da gente não é? Mas se você não gostar, por favor, ao menos tolere…

Somos quem podemos ser

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração
A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum
A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

E é assim, ao som de SOMOS QUEM PODEMOS SER com a dupla POUCA VOGAL formada por Humberto Gessinger, vocalista e baixista do Engenheiros do Hawai e Duca Leindecker, vocalista e guitarrista da banda Cidadão Quem, que o Café Brasil que tratou de respeito e tolerância vai saindo de levinho.

Com o tolerante Lalá Moreira na técnica, a intolerante Ciça Camargo na produção e eu, esta vítima do sistema Luciano Pires, na direção e apresentação.

Estiveram conosco o ouvinte Rafael Andrade, Tom Zé, Rildo Hora, Renato Braz, Trio Madeira Brasil, Pouca Vogal, o Quarteto Novo, Lenine e o Humberto Gessinger e o Duca Leindecker .

Este é o Café Brasil, um programinha que tem como intenção mudar o Brasil. Só isso, viu? Anda com a gente que você se garante, sabia? Acesse www.portalcafebrasil.com.br e vamo que vamo.

E para terminar, uma frase do professor e escritor italiano Umberto Eco:

Para ser tolerante, é preciso fixar os limites do intolerável.

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