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Luciano Pires -

Cara, que doideira é essa onda Bolsonaro que, se você elogia, apanha, se critica apanha, se fica em cima do muro, também apanha? E que quebra a perna de especialistas, institutos de pesquisas, jornalistas, políticos e cientistas sociais, hein? De onde vem isso? E por que agora?

Posso entrar?

Amigo, amiga, não importa quem seja, bom dia, boa tarde, boa noite, este é o Café Brasil e eu sou o Luciano Pires.

Antes de começar o show, um recado: a transcrição deste programa você encontra em portalcafebrasil.com.br/634.

E o meu e-book Me engana que eu gosto vai pra dois ouvintes. Primeiro o Gabriel.

“Olá Luciano, Lalá, Ciça, bom dia. boa tarde, boa noite. Aqui é o Gabriel. Eu acompanho vocês desde 2015, mais ou menos. E Luciano, eu estou gravando essa mensagem aqui pra te parabenizar pelo texto que você postou nas redes sociais, pelo áudio que você também colocou no Cafezinho, falando esse texto, né? 

Eu estou saindo da minha zona eleitoral agora, eu acabei de votar, gosto muito de votar, gosto muito de exercer a minha cidadania através do voto, fico empolgado, fico entusiasmado no dia, fico ansioso pelo resultado das eleições e saindo de lá lembrei do Café Brasil, lembrei do seu texto, do seu podcast, do Cafezinho a respeito do seu voto no Jair Bolsonaro, achei que foi de muita coragem, agradeço, você compartilhar a sua opinião com a gente, né? Todos os  seus seguidores… a sua opinião é muito importante pra todos os seus seguidores, tenho certeza, e gostaria de dizer que eu discordo de 70% do que você escreveu no texto, né?

Essa história de terraplanagem, que o Bolsonaro vai preparar o terreno, que pra combater um orc tem que ser outro orc, isso eu não acho que é assim. Eu acho que pra combater orcs tem que ser um cara muito bem preparado, com grande equilíbrio emocional, um bom administrador, um bom gestor de pessoas. O Bolsonaro não tem 10% disso, na minha opinião. Mas, respeito muito a  sua posição. Passando um carro agora de som com música de campanha eleitoral, acontece…. repeito muito a sua posição, entendo o seu voto nele, entendo a sua ojeriza do PT ao pessoal desse partido, que eu já votei e já me decepcionei muito, né? Eu tenho 35 anos, com 18 votei no Lula, votei nos candidatos do PT com grande esperança e o que aconteceu foi um grande esquema de corrupção, vários né? Vários escândalos de corrupção e não confio mais nesse pessoal.

Meu voto foi do Amoedo, eu acho que ele é o cara mais preparado que tem, pelos resultados que ele apresenta na vida privada dele, na vida profissional dele, no setor privado, acho que ele é o cara mais preparado. Votei no Geraldo Rufino também, que é um conhecido seu, que já foi no LíderCast, acho que são pessoas que tem muito a agregar pra passar uma visão empreendedora pras pessoas e tirar esse vitimismo generalizado que acontece,né? Principalmente de quem não tá votando no Bolsonaro, com essa campanha EleNão, eu entendo a revolta das pessoas, mas acho que essa campanha também ajudou a dar mais força e mais visibilidade pro Bolsonaro que se ganhar eu vou apoiar e vou torcer pra que ele faça um bom governo, né? Ao contrário do que muita gente vai fazer por aí. 

Então é isso.  Muito obrigado pelo seu trabalho, um abraço, boa eleição a todos.”

E depois vem o Domingos…

“Olá Luciano. Vim aqui pra comentar o último Cafezinho que tu falou que ia votar no Bolsonaro. Mas, antes de tudo deixa eu me apresentar. Sou o Domingos, sou professor de artes orientais, publicitário de formação acadêmica, né? Marqueteiro de especialização e apesar de tudo isso, a conjuntura do país me jogou pra poder transformar o meu hobby na minha atuação profissional. Isso é importante pra poder contextualizar o fato que o Brasil tá hoje como tu realmente disse, tá…. não só tá levando, como levou Bolsonaro agora pro segundo turno, com mais de 45% do público.

O que faz pensar que provavelmente ele vai ser eleito, não por causa do seu voto, mas a população está pedindo e eu realmente fico preocupado. Não pela questão administrativa, mas o meu medo do Bolsonaro na política é que ele causa o efeito Trump. O efeito que pessoas misóginas, machistas e com tantos outros ismos comecem se sentir à vontade pra tratar mal os outros que não merecem. E isso eu acho que pode fuder, desculpe o linguajar, tudo que a gente tem até agora. Administrativamente, eu não tenho problema com o Bolsonaro, porque se ele fizer bem, fizer errado, cara! A gente é brasileiro, a gente se vira. A gente se mexe. 

Meu pai, cresceu no período da ditadura e saiu do interior do Pará, foi trabalhar em São Paulo, foi trabalhar viajando o Brasil inteiro. E eu estou falando de um cara que não tem nem o ensino fundamental completo. O cara se virou, cresceu, criou três filhos, fez os três se formarem, os três são cabeças, sabe, funcionam bem.

Isso faz me remeter, cara! Minha preocupação não é o que o Bolsonaro pode fazer ou não fazer dentro do palácio, mas o empoderamento que ele pode dar ao pessoal que está fora dele. Que é que tu acha disso aí?”

Olha…primeiro vou responder pro Gabriel: meu caro! É um prazer receber um comentário educado de quem discorda da minha opinião. É assim, na diferença de opiniões que a sociedade evolui, e você trouxe em primeiro plano o que mais importa: o respeito. Obrigado. Agora você vai ter de escolher de novo..

E o Domingos: meu caro, Domingos, se a eleição de Bolsonaro abrir as catacumbas e de lá do fundo começarem a sair os intolerantes, cabe a cada um de nós combater esses caras. A intolerância, do meu lado, pelo menos, não vinga, cara. Eu vou pra cima. Independente do presidente. E uma coisa à qual não posso me furtar… se o Presidente que a gente elege é o cara que define os bichos que vão sair das catacumbas, o que é que saiu de lá nos últimos 13 anos, hein?

Ah, Luciano, um erro justifica o outro? Não. O que quero dizer é o seguinte: com Bolsonaro ou com Haddad, a vida vai continuar. E eu continuarei batendo naquilo e naqueles que representarem uma ameaça para a sociedade na qual eu quero viver.

Muito bem. O Gabriel e o Domingos também receberão um KIT DKT, recheado de produtos PRUDENCE, como géis lubrificantes e preservativos masculinos.

Olha! Você já sabe que boa parte dos resultados da DKT são revertidos para ações sociais de combate às doenças sexualmente transmissíveis e ao controle da natalidade, não é? Pois agora estamos fazendo mais. Agora, para cada produto PRUDENCE que você adquirir, a DKT  vai doar um produto igual para uma organização social com a qual ela mantém acordo. você tem que fazer assim: mande uma foto com os produtos que você adquiriu para nosso whatsapp 11 96429 4746 e aguarde uma resposta com informações sobre a entrega dos produtos. Assim, cada vez que você comprar um produto Prudence, estará contribuindo ainda mais para salvar vidas. facebook.com/dktbrasil.

Vamos lá então!

Luciano – Lalá, na hora do amor, você escolhe quem?

Lalá – Não interessa. O que interessa é usar Prudence!

Hora de falar do Café Brasil Premium, a nossa “Netflix do Conhecimento”, continua na missão de ajudar as pessoas a ampliar seus repertórios … Olha cara! é o seguinte: você escuta Café Brasil há tanto tempo, você gosta tanto do conteúdo, você pode até não concordar, mas adora o estímulo intelectual que eu faço a você? Então é o seguinte, bicho. Vem conhecer o Café Brasil Premium. é ali que eu coloquei conteúdos voltados para o seu crescimento pessoal e profissional, de um jeito que não tem por aí não, cara! Eu uso o caos pra estimular o pensamento. Oferecendo conteúdo de alta qualidade, numa espécie de MLA – Master Life Administration. Duvida? Então acesse bit.ly/CafeDeGraca e você vai experimentar o Premium por um mês, sem pagar.

De novo: bit.ly/CafeDeGraca.

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Conteúdo extra-forte.

Os dias que antecederam as eleições de 2018 foram intensos, especialmente na reta final. Eu já havia participado de sete eleições presidenciais e nunca vi uma disputa como esta. Ânimos acirrados, clima de eles contra nós, mídias sociais, fake News, quebra de hegemonia… é uma festa, bicho!

E numa conversa com amigos, me pediram uma opinião sobre o que estava acontecendo. Eu dei. Eu disse que é uma colheita. Estamos colhendo o que foi plantado nos últimos 30 anos… Em meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA, que lancei em 2009, eu já me dizia desconfiado que o investimento no “nós contra eles” ia dar merda. Aquilo não podia acabar bem, e o que se viu foi apenas a consequência de um processo de desestruturação da sociedade. Se você ouviu o Café Brasil 629 – Gramsci e os cadernos do cárcere, entenda este programa aqui, como uma continuação.

Na sequência da explicação, eu disse que achava que o povo, as pessoas comuns, estavam de saco cheio da agenda progreçista. Com cê cedilha. Um papo chatíssimo, que relativizou tudo, que destruiu o belo, valorizou o feio, acusou quem se esforça, investiu numa agenda da inveja… Ninguém mais suporta aquela visão de mundo, cara,  Rede Globo que, em nome de defender liberdades, as tolhe. Durante 30 anos foi nos prometido o céu e nunca foi entregue. As pessoas cansaram.

E a ruptura aconteceu em 2018, deixando atônitos todos aqueles que pensavam que ainda tinham algum poder de influência. Nenhum jornalista pode mais abrir a boca sem ser contestado, nenhuma notícia mentirosa sobrevive por mais que alguns segundos, nenhuma reputação ilibada resiste a uma investigação nos arquivos da internet. E, principalmente, nenhuma argumentação resiste apenas por ser usada por um doutor.

Acabou a era dos bacanas.

No calor da hora, publiquei no final de setembro um post anunciando que mudaria meu voto, de João Amoêdo para Jair Bolsonaro. Foi um auê, cara…

Não vou gastar tempo aqui explicando os motivos, quem quiser acesse o roteiro deste programa no portalcafebrasil.com.br. Os links  para os posts estarão lá, inclusive o podcast Cafezinho 112 no qual eu declinei o meu voto.

Cafezinho 112 – Como decidi meu voto

<iframe src=”https://www.facebook.com/plugins/post.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fluciano.pires%2Fposts%2F1149428275211379&width=500″ width=”500″ height=”241″ style=”border:none;overflow:hidden” scrolling=”no” frameborder=”0″ allowTransparency=”true” allow=”encrypted-media”></iframe>

O primeiro post que fiz anunciando a mudança do voto teve 19 mil curtidas, 3 mil comentários e 11 mil e quinhentos compartilhamentos, cara.

Tomei porrada, recebi…. foi legal que 80% do que veio foi gente me apoiando, dizendo: que legal, até quem não votou no mesmo candidato que eu entendeu, respeitou, mas 20% vieram com o pé no peito com aquela gritaria, com xingamento, bom: tudo aquilo que você já conhece, né?

Olha! Eu estava imerso nessas reflexões quando me deparei com um artigo na Infomoney, escrito por Alan Ghani e Alexandre Pacheco. Alan é Economista, PhD em Finanças e Professor de Pós Graduação no Insper, FIA e SaintPaul; e Alexandre é Advogado, Professor de Direito Empresarial e Tributário da Fundação Getúlio Vargas, da FIA, do Mackenzie e Doutorando/Mestre em Direito pela PUC. Não são dois manés, tá bom?

https://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/7661233/ascensao-de-bolsonaro-o-cansaco-das-ideologias-e-o-desejo-de-retorno-ao-senso-comum

O artigo chama-se: “Ascensão de Bolsonaro: o cansaço das ideologias e o desejo de retorno ao senso comum.”

Pronto… Alan e Alexandre resumiram tudo aquilo que eu pensava. Vamos ao artigo.

Lalá. Tá bom, já fez a gracinha com o tema do Darth Vader aí ao fundo, vai… bota um negócio mais leve aí, por favor, vai?

Game of Thrones, Lalá? A Ciça tá mandando fazer a trilha. Vamos lá então, vai! Falar daquele texto da Ascensão de Bolsonaro. O texto diz assim, ó:

Nos últimos dias, empresários, investidores, autônomos, empregados de empresas e aposentados fizeram um movimento forte em direção ao candidato Jair Bolsonaro.

O que poderia explicar um eleitorado tão pouco homogêneo estar fazendo esse movimento espontâneo e desarticulado, hein? Uma resposta óbvia está sendo dada: o antipetismo. Faz sentido, e isso não é pouca coisa, mas acreditamos que há um elemento adicional nessa migração de votos: o cansaço geral que as pessoas estão sentindo a respeito das “ideologias”, e que resulta no desejo desesperado de retorno ao “senso comum”.

Vamos chamar de “ideologia” qualquer conjunto de ideias estruturadas por intelectuais, que tem como propósito alterar o comportamento das pessoas e da sociedade. Alguns intelectuais acreditam que a sociedade não caminha naturalmente, espontaneamente para um futuro melhor, e se dedicam a criar, com base exclusiva na razão, modos de alterar o modo de pensar e de agir das pessoas.

São exemplos de ideologias barra-pesada o Comunismo, o Socialismo e o Nazismo. É exemplo da  ideologia mais leve a Social Democracia. São ideologias porque as sociedades não convergem naturalmente para essas ideias, sendo necessário o uso do Estado para implantá-las à força.

Há exemplos históricos de revoluções criadas por intelectuais com base em ideologias, que resultaram em violência, assassinatos em série, destruição e fome: Revolução Francesa, Revolução Russa, Revolução Chinesa, Revolução Cubana. Todas elas têm traços comuns: seguem as cartilhas de intelectuais que defendem ideias de aumento do poder do Estado, o que se alcança destruindo liberdades individuais, a família, a religião, as associações civis, o ensino livre e as manifestações culturais espontâneas.

Essa é uma característica dos movimentos intelectuais: o desprezo pelas pessoas comuns, pela inclinação natural das pessoas em se organizar em família, em ter a sua religião, em se organizar naturalmente em clubes e de seguir tradições. Particularmente, os intelectuais desprezam as lições aprendidas com nossos antepassados (bisavós, avós, pais, tios), porque sabem da força que esse conhecimento, fundado no senso comum, tem sobre as crenças das pessoas.

As ideias dos intelectuais, então, normalmente concentram o inverso desses valores fundados no senso comum: o conhecimento fora do mundo acadêmico para eles é desprezível. Acreditam, os intelectuais, que não existe cultura fora do meio universitário e dos livros, de forma que, se você não tem nível superior, nem é gente.

Daí vem a cartilha intelectual: ateísmo militante, com agressões habituais a católicos e evangélicos; agressões à ideia de família, que chamam negativamente de “patriarcado”; desprezo pelos times de futebol, que no seu entender são o “ópio do povo”; desejo de alteração de preferências das pessoas, controlando o uso de carro e o fumo de cigarros, impondo a linguagem do politicamente correto e até mesmo controlando piadas, ditados populares e literatura tradicional; imposição de práticas (…) como aborto, liberação de drogas, educação sexual para crianças e eliminação de símbolos religiosos em espaços públicos.

Esses intelectuais a que nos referimos concentram-se, hoje, nas universidades públicas. Influenciam fortemente a imprensa e classe artística – a chamada “classe falante”. Não é por outra razão que vemos ideologia para todos os lados. Nas universidades, nos livros, nas músicas, nos jornais, nas revistas. Em todo lugar.

Na classe política, poucos se atrevem a defender publicamente o Comunismo, e até mesmo uma versão mais leve de ideologia de esquerda, o Socialismo. Mas a classe política brasileira quase que inteira é influenciada pelas ideologias, preferindo uma versão mais leve: a Social Democracia. Nesse balaio da Social Democracia podemos colocar quase toda a classe política do Brasil que tem representação do Congresso Nacional hoje: PMDB, PSDB, PT, DEM, REDE…

Nos Estados Unidos há forte consciência desse movimento ideológico destrutivo causado pela classe falante. Alguns movimentos conservadores colocam-se contrariamente a ele, defendendo o valor que o “senso comum” de uma pessoa que nem mesmo passou pela faculdade é capaz de cultivar, e que é possível ter vida fora dos meios universitários.

A eleição de Donald Trump retratou esse movimento. Tirando os exageros retóricos e as ofensas que ele usa habitualmente, o racional dele é prático. Ele despreza a ideologia não por opção política, mas porque ele despreza tudo aquilo que não funciona. Por trás do seu racional, está a busca por resultados práticos e por ganhos reais, valendo-se do senso comum.

Todas as soluções difíceis que as ideologias e os intelectuais defendem, ele deixa de lado. E isso atinge fortemente a classe falante. Como defensor do senso comum, ele se opõe naturalmente contra toda a intelectualidade, a imprensa, os artistas e a classe política, quase que totalmente alinhadas com Hillary Clinton e com o Partido Democrata, que nada mais é que uma espécie de mistura de PSDB, PT e PSOL que tem 50% do eleitorado americano.

O mal que a alta cultura está provocando no Brasil é fenômeno já muito bem documentado. Certamente, o livro “O Imbecil Coletivo”, de Olavo de Carvalho, recentemente reeditado pela Editora Record, foi o primeiro grande alarme que se deu a respeito, já na década de 90, mas essa ideia, aparentemente, ainda não está clara na cabeça do povo. Outra obra de Carvalho que mostra a influência de ideologias na destruição da cultura, dos valores e das instituições é “O Mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”. Recentemente, o antropólogo Flávio Gordon, no seu livro “Corrupção da Inteligência” mostra que a chegada e a permanência do PT no poder (2002 a 2016) não seria possível sem a influência das ideologias de Gramsci e Marcuse, – filósofos marxistas – na academia. Para Gordon, os jornalistas, num processo mimético, compram as ideias dos intelectuais e espalham o tóxico ideológico por toda a sociedade

No Brasil, a ascensão dos votos em Bolsonaro aparenta ter o mesmo sentido do que foi visto nos Estados Unidos, apesar da maioria da população que faz parte desse movimento espontâneo e desarticulado por aqui ainda não ter claro na sua cabeça esse sentido, de revolta contra as ideologias que desprezam o senso comum. Mas é isso o que está por traz desse movimento de migração de votos para o Bolsonaro. E eventualmente ele seja mais forte no interior, fora dos grandes centros urbanos onde estão concentradas as universidades públicas, que dominam o discurso da classe falante.

O que a maioria das pessoas quer é trabalhar, pagar suas contas, cuidar da sua família, ter sua religião respeitada, cultivar a memória que tem do seu passado e repetir o que o vovô, a vovó, a mamãe e o papai fizeram e ensinaram a fazer. A maioria das pessoas não quer mais ser violentada por universidades públicas, jornais, revistas e programas de televisão com ideias malucas.

É isso o que Bolsonaro representa, além do antipetismo, quando fala da família, das universidades públicas, da imprensa, de Deus. O retorno, que as pessoas querem desesperadamente, ao senso comum.

Putz… que porrada, né? Vou perder mais uns 100 ouvintes depois desse programa aqui… Mas fazer o quê, hein cara? Ficar quieto? Não, né? Você ouviu: retorno ao senso comum… algo que vai às raízes do pensamento conservador. Não o conservador que a caricatura dos progreçistas com cê cedilha costuma pregar, mas aquele conservadorismo que eu comentei lá no podcast sobre Gramsci: aquela gente que está preocupada com a família, com seu deus e com a propriedade. Gente comum, como foram seus pais e avós. Gente que é diariamente ofendida, ameaçada, ridicularizada por quem promete um mundo impossível.

Bom meu! Essa gente está de saco cheio, e o resultado está aí.

Uso então um post de Carlos Nepomuceno pra gente entender em 10 pontos o que aconteceu com o Brasil e o que ainda virá:

1- Chegou a Internet;

2- As pessoas passaram a se informar, interagir e se articular de forma mais autônoma;

3- As organizações que estabeleceram antiga relação de poder com o cidadão e ou o consumidor, antes da internet, precisam se reinventar, principalmente a classe política;

4- Os valores estruturantes da sociedade que passaram a ser relegados a segundo plano voltaram ao centro do debate, principalmente a honestidade;

5- O PT mostrou exatamente o que é: seita radical, marxista, que dizia uma coisa na televisão e fazia outra nos bastidores, com projeto de poder monárquico socialista, que foi descoberto pela Lava Jato. Traiu a nação;

6- Como a toda ação vem a reação, o brasileiro resolveu reagir: 2013, Impeachment, Prisão do Lula, renovação parcial em 2016 e total em 2018;

7- Se estabelece de forma clara: república versus monarquias mafiosas, entre as quais se inclui o PT e aliados  como Maluf, Sarney, Renan, entre outros;

8- Não existe ponto de chegada, mas processo de vigilância constante. Não existe bandido de estimação e nem salvador da pátria, apenas representantes que tem que cumprir o que prometeram;

9- Não existe direito sem responsabilidade e nem responsabilidade sem direito;

10- O que esperar deste novo Brasil? Apenas consolidar o fundamental da república liberal: “todos são iguais perante à lei”. O resto é consequência disso.

Mudança de estação
Paulo Leminsky

Gente bonita tá me vindo
A tentação
De lhes mostrar
Mudança de estação
O rio tá raso
Estrela fraca, sem razão
Vai ver, vai ver
É mudança de estação
Vai ver, vai
É noite de São João

Eu quis saber aonde fica
O coração
E acabei com uma
Estranha sensação
Vai ver, vai ver
É mudança de estação
Vai ver, vai
É noite de São João

Gente bonita olha só
Quem vem chegando
Alguém sorrindo
Alguém chorando
E a multidão
Vai ver, vai ver
É mudança de estação
Vai ver, vai
É noite de São João
Vai ver

É assim, ao som de MUDANÇA DE ESTAÇÃO, com A Cor do Som, grupo composto dos músicos que acompanhavam Moraes Moreira após a sua saída dos Novos Baianos, que vamos saindo…meio desnorteados, cara.

Olha, gravei este programa entre o primeiro e o segundo turno, sem saber quem ganhou as eleições, mas isso não importa. O que fica dessa eleição é tudo que aprendemos sobre a manipulação de informações, a canalhice de alguns, a ingenuidade de outros e, especialmente, a necessidade de enriquecer nossos repertórios para nos protegermos dos que querem nos defender.

Que Deus ajude o Brasil.

Estiveram conosco os ouvintes Gabriel e Domingos, Alan Ghani, Alexandre Pacheco, Carlos Nepomuceno e A Cor do Som.

Com o ressabiado Lalá Moreira na técnica, a desesperada Ciça Camargo na produção e eu, o esperançoso Luciano Pires na direção e apresentação.

Este é o Café Brasil. De onde veio este programa tem muito mais, especialmente para quem assina o cafebrasilpremium.com.br.

Gostou do conteúdo do Café brasil? Já pensou ele ao vivo em sua empresa? Fica tranquilo. Eu não falo muito de política não, viu? Acesse lucianopires.com.br e conheça minhas palestras. Quem assiste não esquece!

Para o resumo deste programa, acesse portalcafebrasil.com.br/634.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Pra terminar, bem…