Café Brasil 943 – A arte de pedir desculpas
Luciano Pires -Você que acompanha o Café Brasil sabe que estamos passando por um período de intensa polarização política e deve ter ficado preocupado como eu fiquei, com a privação de liberdade. De repente, eu me vi impedido de seguir alguns canais que passaram a ser censurados por motivos políticos. Além disso eu queria acessar séries e filmes dos Estados Unidos e Europa que ainda não estão disponíveis aqui no Brasil.
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Desculpas não são apenas convenções sociais formais. São um ritual significativo que mostra respeito e empatia pela pessoa prejudicada. Além disso, são uma maneira de identificar um comportamento que pode prejudicar a relação se não for notado. A desculpa tem o poder de desarmar a raiva dos outros e de prevenir mal-entendidos em outras ocasiões. Uma desculpa não pode apagar ações ruins do passado, mas se feita de forma sincera e eficaz, ela pode apagar os efeitos ruins dessas ações.
A desculpa é vital para a saúde mental e física. Estudos mostram que pedir desculpas tem um impacto positivo no corpo. Uma desculpa afeta realmente as funções corporais da pessoa que a recebe.
Elaborar a desculpa perfeita é uma habilidade. Desde assumir explicitamente seus erros até demonstrar empatia genuína, esses elementos essenciais transformam um simples “desculpe” em uma ferramenta poderosa para cura e reconciliação. Hoje vamos falar sobre a arte de pedir desculpas.
Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?
“Olá Luciano. Bom dia, boa tarde, boa noite. Eu sou o Carlos Alexandre, te escuto de Santa Maria. Sou seu ouvinte entusiasmado desde 2016 quanto eu tomei contato aí com seu brilhante conteúdo, cara!
Hoje, escutando ali o podcast do Questão de tempo do Café Brasil, eu finalmente tive inspiração de romper a inércia e te mandar um áudio. Até mesmo pra dar o meu testemunho, que tem a ver um pouco com o assunto tratado no podcast de hoje.
Foi justamente no dia 04 de setembro de 2023, portanto há um ano eu escolhi da minha antiga profissão, após ter recebido um diagnóstico de Burnout e aí eu escolhi me tratar. E com isso, eu rompi, rompi convenções, rompi cultura e assumi o controle da minha vida.
Lembro várias vezes você citou a sua situação como executivo de uma multinacional, que aquilo já não lhe trazia mais o mesmo sentido do que o caminho, na época incerto, que você escolheu, de produzir conteúdo e de inspirar pessoas. Confesso que baseei minha decisão também nisso. Você me inspirou também.
Bom, o processo não foi fácil, senti muito a dor do abandono, uma vez que eu já não seguia os ditames e também por não ter mais o valor como eu tinha e a recuperação incerta, então as pessoas já não se aproximavam mais de mim como antes. Inclusive alguns ditos amigos próximos.
Mas isso também fez parte do processo de recuperação, porque durante esse período eu passei a olhar pra mim, internamente, e foi muito importante, além dos tratamentos médicos, umas aulas de filosofia da Nova Acrópole, que eu frequentei e também o seu conteúdo inspirador. E aqui eu vou citar um específico, foi aquele podsumário Da força a força. Então ele foi essencial na minha recuperação.
E além disso, eu gostaria de, publicamente, agradecer também a um grande amigo o Renato que também é um grande ouvinte e admirador do seu trabalho, com quem ali eu tenho sempre boas conversas, discutindo ali a sua produção.
Então, é isso aí, meu amigo. Tomei a minha pancada, mas segui do meu jeito, como diz o podsumário de hoje.
Muito obrigado mais uma vez. Continue nos inspirando com seu conteúdo inspirador.
Um forte abraço e até breve.”
Esse foi o grande Carlos Geovani, num comentário daqueles que nos salvam o dia, viu? Aliás, a semana. Não, o mês. Muito obrigado, meu caro, é sensacional saber da sua jornada de recuperação e imaginar que de alguma forma meu trabalho tem alguma participação nisso. Bola pra frente, meu amigo. Muito obrigado por permanecer aqui conosco, viu?
O comentário do ouvinte agora é patrocinado pela Livraria Café Brasil, e o Carlos ganhará um exemplar de meu 11º Livro, que foi lançado recentemente, o Mínimo Sobre o Medo. Um livrinho para ser lido em menos de uma hora. Está à venda na livrariacafebrasil, onde colocamos mais de 15 mil títulos muito especiais. livrariacafebrasil.com.br.
Agora é o momento do episódio onde eu faço um chamado para que os ouvintes que gostam do Café Brasil tornem-se assinantes.
Esse chamado deu resultado, cara, muita gente tem vindo, ajudando a gente aqui a ampliar a nossa base de assinantes e ajudar a financiar a produção deste conteúdo aqui que é um conteúdo livre, independente, focado em coisa que presta, não focado em entretenimento por entretenimento, em baixaria, sem rabo preso. Estamos aqui nóis e nóis. Nóis por nóis.
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O episódio de hoje foi inspirado num texto chamado “Como Pedir Desculpas – Aprenda como dominar um pedido de desculpas sincero usando três ingredientes-chave: menção explícita, assumir a responsabilidade e empatia.”
O autor é Guy Kawasaki, autor, palestrante, e empresário americano, amplamente conhecido por seu papel como evangelista de marketing e inovação.
O deputado Paul Sherrell, republicano de Sparta, fez a sugestão durante uma reunião do Comitê de Justiça Criminal enquanto se discutia uma emenda ao projeto de lei que permitiria a execução por pelotão de fuzilamento como método de execução no Tennessee. Ele disse assim:
“Eu estava me perguntando, poderia acrescentar uma emenda que incluísse enforcamento em uma árvore, também?”
A reação de repúdio da sociedade foi imediata, e Paul pediu desculpas dizendo assim:
“Minhas declarações exageradas tinham a intenção de expressar minha crença de que para os crimes mais cruéis e hediondos, uma sociedade justa requer a pena de morte correspondente. Embora a família da vítima não possa ser restaurada quando uma execução é realizada, uma punição menor diminui o valor que atribuímos à proteção da vida. Minha intenção era expressar meu apoio às famílias que frequentemente aguardam décadas por justiça. Peço desculpas sinceras a qualquer pessoa que possa ter se sentido ofendida ou magoada.”
Lisa Leopold, professora adjunta no Middlebury Institute of International Studies analisou a desculpa do deputado. Lisa deu a essa desculpa uma nota D–, explicando que a maior parte da desculpa soa como uma justificativa para sua sugestão, visto que ele usou “intenção” e “intencionado” duas vezes na declaração.
Não há absolutamente nenhum arrependimento. Chamar seus comentários de “exagerados” dificilmente captura o quão ofensivos eles são. As palavras “peço desculpas sinceras” são apropriadas, mas ele não pede desculpas pela transgressão, e sim pelos sentimentos (potenciais) de quem ficou chocado.
Há até uma sugestão de que não há vítimas com o uso de uma linguagem evasiva em “qualquer pessoa que possa ter se sentido ofendida ou magoada”. A justificativa para a transgressão, a falta de arrependimento, a sugestão de que pode não haver vítimas, a suavização da gravidade da ofensa, e a desculpa emitida apenas pelo possível ferimento (em vez da ofensa) tornam essa desculpa bastante terrível.
Resumindo: saber pedir desculpas de forma eficaz é importante em todos os tipos de relacionamento. A desculpa que ele colocou como exemplo, foi mais uma justificativa do que um arrependimento verdadeiro, pois o desculpante focou em explicar suas intenções e pediu desculpas pelos sentimentos dos outros, e não pela sua fala ofensiva. Ficou clara a falta de arrependimento e a tentativa de minimizar a ofensa.
Guy Kawasaki continua com os Três Ingredientes-Chave de uma Boa Desculpa.
Desculpas são mais do que apenas palavras; elas são uma maneira de mostrar responsabilidade, empatia e um compromisso de corrigir as coisas.
De acordo com Lisa, uma boa desculpa tem três componentes essenciais:
Primeiro: Deve haver uma menção explícita da desculpa. Para que um pedido de desculpas seja claro e não deixe margem para mal-entendidos, é essencial que a pessoa use uma linguagem direta, como “Sinto muito” ou “Peço desculpas”. Frases vagas ou rodeios podem fazer com que a desculpa pareça insincera ou pouco comprometida. Quando se expressa de forma clara, a mensagem não é diluída, e o ouvinte entende que a pessoa está reconhecendo o erro. A omissão dessa menção explícita pode fazer parecer que o pedido de desculpas está “passando por cima” do erro, sem realmente encarar o que aconteceu.
Você quer um exemplo interessante? Em 2021, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez um comentário sobre a situação da pandemia, minimizando a gravidade do vírus, dizendo, naquele seu rompante de ogro: “E daí? Não sou coveiro.” Depois de críticas intensas, ele tentou amenizar o impacto da fala, mas não fez um pedido de desculpas claro. Um exemplo de uma menção explícita eficaz teria sido algo como: “Sinto muito pela insensibilidade da minha fala. De forma alguma eu quis minimizar o sofrimento das famílias afetadas pela pandemia.” Isso mostraria um reconhecimento direto do erro, que não foi feito. Pensando bem, como estamos falando de política, mesmo que ele tivesse reconhecido, de nada adiantaria. Mas o exemplo continua válido.
Em segundo vem a assunção da ofensa, de assumir claramente a ofensa. Assumir responsabilidade completa pelo erro é um dos elementos mais importantes de um pedido de desculpas eficaz. Isso significa não tentar justificar ou minimizar o que aconteceu e nem culpar outros fatores, como o contexto, o momento ou até mesmo outras pessoas. Quando alguém tenta justificar suas ações ao pedir desculpas, a pessoa ofendida pode sentir que o pedido é vazio ou que não há um reconhecimento real do dano causado. Um pedido de desculpas verdadeiro precisa demonstrar que quem errou está ciente de suas ações e disposto a arcar com as consequências.
Em 2014, durante as eleições, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez um comentário controverso, sugerindo que o eleitorado do Partido dos Trabalhadores (PT) era composto por pessoas menos informadas ou dependentes de benefícios sociais. Bem, isso é verdade para a maioria do eleitorado do PT, mas a declaração foi percebida como ofensiva por muitos. Ao invés de assumir total responsabilidade pela fala, FHC tentou justificar dizendo que suas palavras foram tiradas de contexto. Uma assunção direta da ofensa seria algo como: “Reconheço que meu comentário foi inadequado e mal colocado. Lamento ter ferido qualquer pessoa que se sentiu desvalorizada pelo que eu disse.” Isso mostraria que ele está assumindo a responsabilidade pelo erro, sem desviar o foco. Mas, de novo, trata-se do mundo da política…
Em terceiro, vem a expressão de empatia. Além de admitir o erro, é fundamental demonstrar que se entende o impacto emocional ou psicológico que esse erro causou na outra pessoa. Isso significa reconhecer que o que foi feito gerou dor, desconforto ou algum tipo de prejuízo. Ao mostrar empatia, o pedido de desculpas se torna mais humano e genuíno, já que a pessoa não está apenas pedindo desculpas pelo ato em si, mas também pelo sofrimento que causou. Empatia cria uma conexão emocional e demonstra que quem pede desculpas está se colocando no lugar da outra pessoa, entendendo seus sentimentos.
Em 2019, o então ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse assim:
“O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”.
A fala causou indignação e ele se desculpou dizendo assim:
“Amo o Brasil e o nosso povo, de forma incondicional, desde a minha chegada aqui, em 1979 e, especialmente, desde a minha naturalização como brasileiro, em 1997. A entrevista à revista Veja colocou palavras minhas fora de contexto. Peço desculpas a quem tiver se sentido ofendido.”
Mas essa desculpa foi considerada vaga. Um pedido de desculpas mais empático teria sido assim: “Compreendo que minhas palavras ofenderam o orgulho e a dignidade dos brasileiros. Peço desculpas sinceras por ter causado qualquer desconforto ou sentimento de menosprezo. Sei que isso não reflete a realidade e lamento profundamente.” Isso teria demonstrado uma compreensão do impacto emocional de suas palavras, além de mostrar empatia.
Menção explícita da desculpa, assumir a ofensa feita e manifestar empatia. Juntos, esses três pontos formam a base de um pedido de desculpas eficaz e autêntico, mostrando que a pessoa não apenas reconhece seu erro, mas também se importa genuinamente com o impacto que ele teve sobre os outros.
Mas, afinal, por que pedir desculpas é difícil, hein?
Muitas pessoas acham difícil se desculpar porque veem isso como um sinal de fraqueza. Mas pesquisas mostram que líderes que pedem desculpas são julgados mais favoravelmente do que aqueles que não o fazem. Admitir erros na verdade aumenta sua credibilidade e mostra força de caráter.
Compreender os aspectos psicológicos das desculpas pode nos ajudar a elaborar desculpas mais eficazes. Pesquisas mostram que desculpas podem:
– Reduzir a raiva e aumentar a empatia na pessoa que recebe a desculpa.
– Restaurar a confiança e reparar relacionamentos danificados.
– Promover o perdão e a cura.
Quando nos desculpamos sinceramente, ativamos a parte do cérebro associada à empatia e ao processamento emocional no destinatário, tornando-o mais propenso a responder positivamente.
Em 2018, numa loja da Starbucks na FIladélfia, dois homens negros estavam esperando por um amigo sem comprar nada, o que levou o gerente do local a chamar a polícia. Os dois foram presos, o que gerou grande indignação pública e protestos contra racismo e discriminação racial.
Kevin Johnson, o então CEO da Starbucks, rapidamente emitiu uma declaração pública assumindo total responsabilidade pelo ocorrido, mesmo não estando diretamente envolvido. Ele disse assim: “Esses dois homens não mereciam o que aconteceu, e nós somos responsáveis – eu sou responsável.” A desculpa foi considerada eficaz por usar a linguagem na primeira pessoa, demonstrando empatia e assumindo responsabilidade pela empresa.
Além disso, a Starbucks tomou medidas práticas em resposta ao incidente, incluindo o fechamento temporário de mais de 8.000 lojas nos EUA para realizar treinamentos contra preconceitos raciais com seus funcionários, reforçando o compromisso com a mudança após o ocorrido. Esse é um exemplo impactante de um pedido genuíno e eficaz de desculpas.
Afinal, as pessoas julgarão você por suas ações, não apenas por suas palavras. Se você acha que pode se safar de qualquer coisa só porque é bom em pedir desculpas, as pessoas eventualmente verão através da fachada.
Uma desculpa verdadeiramente eficaz não termina com as palavras “sinto muito”.
Considere seguir com:
Um plano para como você evitará situações semelhantes no futuro
Uma oferta para compensar ou corrigir a situação
Um pedido de feedback sobre como você pode melhorar
Isso mostra que sua desculpa é mais do que apenas palavras – é um compromisso com a mudança e a melhoria.
Desculpe o auê
Rita Lee
Roberto de Carvalho
Desculpe o auê
Eu não queria magoar você
Foi ciúme, sim
Fiz greve de fome, guerrilhas, motim
Perdi a cabeça, esqueça
Desculpe o auê
Eu não queria magoar você
Foi ciúme, sim
Fiz greve de fome, guerrilhas, motim
Perdi a cabeça, esqueça
Da próxima vez eu me mando
Que se dane meu jeito inseguro
Nosso amor vale tanto
Por você vou roubar os anéis de Saturno
Olha que som legal… esse é o Stephano Motta, cantor e compositor nascido na cidade de São Gabriel (RS) com Desculpe o auê, o grande sucesso da Rita Lee.
A música popular é onde se acham os melhores pedidos de desculpas, não é?
Agora é hora de falar sobre onde você pode aproveitar plenamente seu tempo de vida: na minha Mentoria MLA – Master Life Administration, um programa de treinamento contínuo onde a gente reúne pessoas interessadas em conversar sobre temas voltados ao crescimento pessoal e profissional. Uma troca de conhecimento para melhorar nossa capacidade de comparar e avaliar as diferentes versões da realidade que nos são servidas todos os dias. Por exemplo, lá a gente discute sobre a arte de pedir desculpas.
No MLA formamos um círculo de honra e confiança entre pessoas que buscam o bem comum. Um círculo de conspiradores.
Temos vagas disponíveis, se você se interessa em estar comigo, acesse mundocafebrasil.com e clique no link para saber mais.
E se você é assinante do Café Brasil agora vem o conteúdo extra. Vou explorar em mais detalhes o que Lisa Leopold, professora adjunta no Middlebury Institute of International Studies, especializada em linguística aplicada e comunicação intercultural, explica sobre os três elementos essenciais da desculpa.
Se você não é assinante, vamos para a parte final do episódio.
Uma ideia da psicologia que tenta explicar como entendemos e explicamos o motivo das coisas que acontecem ao nosso redor é a teoria da atribuição. É ela que usamos para tentar descobrir por que alguém agiu de uma certa maneira ou por que algo aconteceu.
A teoria da atribuição afeta diretamente as desculpas que damos, já que ela define como justificamos o que fazemos e o que os outros fazem. Quando fazemos algo que não parece legal, começamos a pensar se a culpa é nossa (tipo, por causa da nossa personalidade) ou se foi por causa de algo que estava acontecendo ao nosso redor.
Existem dois tipos de explicações que costumamos dar:
- Atribuição Interna (ou Disposicional): Aqui, a gente acredita que o comportamento de alguém tem a ver com a própria pessoa, como sua personalidade ou jeito de ser. Por exemplo, se um amigo esquece de te ligar no seu aniversário, você pode pensar que ele é uma pessoa meio esquecida ou distraída. Isso é atribuir o que ele fez a uma característica dele.
- Atribuição Externa (ou Situacional): Nesse caso, achamos que o comportamento de alguém foi por causa de coisas que aconteceram ao redor, e não pela personalidade da pessoa. Tipo, se o amigo esqueceu de te ligar, talvez você pense que ele estava muito ocupado ou algo inesperado aconteceu. Isso seria atribuir a culpa às circunstâncias e não ao jeito dele.
Entendeu? Ou houve a disposição para praticar a ação ou a situação ou contexto impuseram aquele comportamento.
Por exemplo, se você esquece de fazer uma lição importante da escola, pode acabar inventando uma desculpa. Se você usa uma atribuição externa, pode dizer algo como “Tive muita coisa para fazer” ou então “Meu computador quebrou”. Com isso, você joga a culpa em coisas que não estavam no seu controle, para parecer que a falha não foi sua.
Por outro lado, se achar que o erro foi por sua causa, como por falta de organização, você pode se sentir mais culpado. Mas mesmo assim, pode tentar diminuir a culpa dizendo algo tipo “Eu sou normalmente organizado, mas dessa vez aconteceu muita coisa de uma vez só”. Nesse caso, você está tentando mostrar que o erro foi uma exceção.
A teoria da atribuição também tem a ver com o “consenso”, que é olhar como outras pessoas agem em situações parecidas. Se muitas pessoas fazem a mesma coisa, tendemos a achar que o comportamento foi causado pela situação, e não pela personalidade da pessoa (isso é o consenso alto). Mas se só algumas pessoas agem assim, a gente acaba achando que é uma característica pessoal (consenso baixo).
Em resumo, a teoria da atribuição age sobre as desculpas que criamos ao nos ajudar a decidir se vamos culpar a situação ou a nós mesmos por nossos erros. E, quando usamos as desculpas para minimizar a responsabilidade pessoal, estamos aplicando essa teoria para manter uma autoimagem positiva e evitar o sentimento de culpa.
We can work it out
John Lennon
Paul McCartney
Try to see it my way
Do I have to keep on talking till I can’t go on
While you see it your way
Run the risk of knowing
that our love may soon be gone
We can work it out
We can work it out
Think of what you’re saying
You can get it wrong
And still you think that it’s all right
Think of what I’m saying
We can work it out
and get it straight or say goodnight
We can work it out
We can work it out
Life is very short
and there’s no time
for fussing and fighting,my friend
I have always thought
that it’s a crime
So I will ask you once again
Try to see it my way
Only time will tell if I am right or I am wrong
While you see it your way
There’s a chance that we might fall apart
Before too long
We can work it out…
Nós podemos dar um jeito
Tente ver do meu modo
Tenho que continuar falando até não poder mais?
Enquanto você vê do seu modo,
Corre o risco de saber
Que nosso amor pode logo acabar
Nós podemos dar um jeito
Nós podemos dar um jeito
Pense no que está dizendo
Você pode interpretar mal,
E ainda acha que está tudo certo
Pense no que estou dizendo
Nós podemos dar um jeito
E acertá-lo ou dizer boa noite
Nós podemos dar um jeito
Nós podemos dar um jeito
A vida é muito curta
e não há tempo
Para implicância e brigas, meu amigo
Sempre pensei que
Isso é um crime,
Assim pedirei a você novamente
Tente ver do meu modo
Somente o tempo dirá se estou certo ou errado
Enquanto você vê do seu modo,
Há uma chance que possamos nos separar
Antes que seja tarde
Podemosw dar um jeito
E é assim então, ao som de Stevie Wonder com We can work it out, de Lennon e McCartney, que embora não seja um pedido de desculpas direto, fala sobre resolver diferenças e encontrar maneiras de superar problemas, que vamos saindo reflexivos…
Tá entendido então? Pedir desculpas não é apenas dizer as palavras certas; não é jogar a culpa nos outros; é demonstrar remorso genuíno e um compromisso com a mudança. Seguindo essas diretrizes, você pode tornar suas desculpas mais eficazes e significativas. Lembre-se, uma desculpa bem dada pode transformar uma situação negativa em uma oportunidade de crescimento e fortalecimento dos relacionamentos.
Reitero aqui meu convite, cara: para de dar desculpas, junte-se aos conspiradores do Café Brasil. Acesse canalcafebrasil.com.br. Escolha seu plano e venha para o barco.
O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.
De onde veio este programa tem muito mais. E se você gosta do podcast, imagine uma palestra ao vivo. E eu já tenho mais de mil e duzentas no currículo. Conheça os temas que eu abordo em mundocafebrasil.com.
Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.
Para encerrar, uma frase atribuída tanto ao ator norte americano James Woods como a Jordan Peterson:
“Nunca peça desculpas para uma multidão sedenta de sangue”