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Luciano Pires -

Você que pertence ao agronegócio ou está interessado nele, precisa conhecer a Terra Desenvolvimento.

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A Vida é Bela (originalmente La Vita è Bella) é um filme italiano de 1997 dirigido e estrelado por Roberto Benigni. A obra é uma mistura de comédia e drama, contando uma história profundamente tocante que se passa durante a Segunda Guerra Mundial.

O filme segue Guido Orefice, um judeu italiano otimista e divertido, que se muda para a cidade de Arezzo. Ele se apaixona por uma mulher chamada Dora e, após um romance encantador, eles se casam e têm um filho, Giosuè. A vida deles é feliz até que, com a ascensão do fascismo, a família é levada para um campo de concentração.

Para proteger seu filho da dura realidade da guerra e do holocausto, Guido usa sua imaginação e humor para transformar a experiência em um grande jogo. Ele convence Giosuè de que estão participando de uma competição e que o primeiro prêmio será um tanque de verdade. Enquanto a brutalidade do campo se desenrola ao seu redor, Guido faz de tudo para manter a inocência do filho.

Guido mente para seu filho, para protege-lo dos horrores da guerra.  “A verdade é que você mente todo dia.” Essa frase pode parecer exagerada, mas eu convido você a refletir sobre suas próprias rotinas. Comece com as pequenas mentirinhas que contamos a nós mesmos ao olhar no espelho pela manhã. E vá até as interações sociais nas quais nos sentimos obrigados a dizer coisas que não sentimos de verdade.

Pois é, a mentira é uma parte intrínseca da experiência humana. E quando mergulhamos no mundo da política então, hein?

Esse tema é recorrente no Café Brasil, não é? Talvez porque seja fundamental para entender a vida em sociedade.

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?

“Fala Luciano. Bom dia, boa tarde, boa noite, Rafael Rodriguez aqui de Santos, mais uma vez, pra trazer um feedback aqui sobre o teu e-mail corrente, a lista das Iscas Intelectuais.

Esse é um produto que a gente acaba não falando muito aqui, mas…cara, eu tinha alguns aqui pra ver, eu fico guardando pra ver meio que de uma vez, eles são bem rapidinhos e sempre trazem algum insight legal e eu vi o número 198, onde você traz a canção Song for you que estava sendo cantada naquela apresentação em comemoração aos setenta anos do Willie Nelson, que o Ray Charles canta pra ele.

Cara, que porrada ver a cara do Willie Nelson recebendo aquela homenagem e sabendo do que estava passando por trás e você vê ali dois caras super experientes que tem super sucesso, a reverência, a gratidão e o talento dos caras, né bicho? Que coisa legal de ver mesmo. Fez meu dia aqui, como o americano diria, ‘make my day’. Obrigado, obrigado por mais uma vez você trazer este tipo de conteúdo de graça pra gente poder aproveitar.

É por isso que eu pago o Premium, cara! Obrigado mais uma vez, Luciano. Grande abraço e vida longa a toda a produção do Café Brasil Editorial. Um abraço.”

Grande Rafael, bem-vindo, cara! Que legal, você falar das Iscas Intelectuais. Pra quem não sabe, todo mundo que se cadastra gratuitamente no mundocafebrasil.com, recebe semanalmente e-mails nossos. Um desses e-mails é o Isca Intelectual, um e-mail curto onde um conteúdo que sai do padrão é entregue. Normalmente é uma história, um vídeo, uma canção, uma curiosidade, sobre a qual eu faço algum comentário e conecto com uma Isca. O Rafael fala de uma lindíssima, que mostra Willie Nelson ouvindo seu amigo de 30 anos Ray Charles, cantando para ele. É emocionante, cara. Quem recebeu essa Isca sabe do que se trata. Obrigado pela lembrança, Rafael!

O comentário do ouvinte agora é patrocinado pela Livraria Café Brasil, e o Rafael ganhará um exemplar de meu 11º. Livro, que foi lançado recentemente, o Mínimo Sobre o Medo. Um livrinho para ser lido em menos de uma hora. Está à venda na livrariacafebrasil, onde colocamos mais de 15 mil títulos muito especiais. livrariacafebrasil.com.br.

Neste momento do episódio eu sempre faço um chamado pra que ouvintes que gostam do Café Brasil tornem-se assinantes.

Tem que chamar, cara, senão a turma não vem, né? Você que está aí acostumado a ouvir o Café Brasil, gosta, curte, acha que ele imprime algum valor na tua vida, cara: para de só ouvir, para de só dizer que é legal, para de só mandar um tapinha nas costas, um OK.

Cara: entra no barco, bicho! Vem pra dentro. Torne-se um assinante. Você com quinze reais por mês…o que você faz com quinze reais num mês, cara!

Você vai ajudar a gente aqui a continuar mantendo essa produção aqui de alto nível. Aliás, este ano aqui eu elenquei a relação de programas publicados neste ano aqui. Este ano tá uma pegada, cara. Uma porrada atrás da outra, conteúdo que você não acha de graça por aí, não, na internet, viu?

Então, vem pra dentro. Se você acha que dá pra assinar o Café Brasil, não se acanhe. Dê uma parada aí, acesse canalcafebrasil.com.br. canalcafebrasil.com.br, torne-se um assinante. A gente espera.

Mentiras, mentiras… vamos começar pela primeira mentira que dizemos ao acordar: a que fazemos a nós mesmos ao nos olharmos no espelho. Essa reflexão matinal muitas vezes revela uma dissonância entre quem somos e quem desejamos ser. Uma jovem pode olhar para seu reflexo e afirmar: “Hoje eu vou ser incrível!”, mesmo que, por dentro, sinta insegurança. Essa mentira pode ser vista como uma forma de autoafirmação, uma maneira de se preparar para o dia. Mas em muitos casos, esse autoengano pode se transformar em um ciclo vicioso de insatisfação, levando a um conflito interno.

Esse tema também é explorado em diversas narrativas da cultura pop. Por exemplo, em Cisne Negro, no filme Cisne Negro. A protagonista Nina Sayers, interpretada pela Natalie Portman, enfrenta a pressão de se encaixar em um ideal de perfeição, mentindo para si mesma sobre sua capacidade de ser a dançarina perfeita. Sua jornada a leva a um colapso emocional, questionando os limites do autoengano e da verdade.

Você está ouvindo ao fundo O Lago dos Cisnes, que é a trilha de um balé em quatro atos composto por Pyotr Ilyich Tchaikovsky, cuja estreia ocorreu em 1877 no Teatro Bolshoi, em Moscou. A obra é uma das mais famosas e icônicas do repertório clássico e continua a ser amplamente apresentada em todo o mundo. Mesmo que você não goste de música clássica cara , O Lago dos Cisnes faz parte de sua vida.

Há uma relação entre O Lago dos Cisnes e o tema das mentiras, você sabia? No balé, a protagonista Odette é transformada em um cisne devido a uma maldição, representando a luta entre sua verdadeira essência e a imagem que os outros têm dela. Essa dualidade reflete como muitas vezes nos apresentamos de uma maneira que não corresponde ao que realmente somos. Da mesma forma que Odette deve lutar contra essa identidade imposta, nós frequentemente criamos “personas” para lidar com as expectativas sociais, levando a mentiras, tanto para nós quanto para os outros.

O príncipe Siegfried, por sua vez, é enganado pela aparição de Odile, que se disfarça de Odette. Essa trama de engano e confusão é semelhante à forma como as mentiras podem distorcer a realidade nas interações humanas. Assim como Siegfried acaba fazendo escolhas trágicas com base em informações enganosas, as mentiras que contamos podem levar a consequências indesejadas em nossas vidas.

Odette vive um conflito interno entre seu verdadeiro eu e a imagem que precisa projetar para se livrar da maldição. Essa luta é análoga ao que discutimos sobre as mentiras que contamos a nós mesmos para enfrentar o mundo. Muitas vezes, acreditamos em nossas próprias mentiras, criando um ciclo vicioso de autoengano.

No desfecho trágico do balé, a busca pela verdade e a libertação se tornam centrais. A narrativa de O Lago dos Cisnes enfatiza que a verdade é fundamental para a liberdade. Averdade é fundamental para a liberdade. Isso se relaciona diretamente com a ideia de que, embora as mentiras possam proporcionar conforto momentâneo, a verdadeira paz e autenticidade vêm da honestidade, tanto consigo mesmo quanto com os outros.

Viu só, cara? O Lago dos Cisnes serve como uma metáfora poderosa para as questões que discutimos sobre mentiras: a luta interna entre a verdade e o engano, as consequências do engano e a importância de abraçar nossa verdadeira identidade. Através da arte, somos convidados a refletir sobre nossas próprias verdades e mentiras, buscando sempre um equilíbrio entre os dois.

Cara! Você sabia tudo isso sobre o Lago dos Cisnes, hein? Eu aposto que não. Agora com essa informação você pode arrasar lá na mesa do boteco!

Então, à medida que o dia avança, as mentiras começam a se acumular. Ao cumprimentar o porteiro com um “obrigado” automático, podemos estar apenas cumprindo uma norma social, sem realmente sentir gratidão. Essa cortesia superficial é uma maneira de manter a paz e a harmonia nas interações diárias, mas também levanta a questão: até que ponto estamos dispostos a sacrificar a autenticidade em nome da convivência, hein?

O universo dos jogos também reflete essa dinâmica. Em The Sims, por exemplo, os jogadores têm a opção de construir relacionamentos que muitas vezes dependem de pequenas mentiras e manipulações para manter a harmonia entre os personagens. Essa simulação de vida nos faz refletir sobre como construímos nossas relações na vida real e até que ponto essas interações são genuínas.

Mentir pode parecer uma solução prática em algumas situações. Um irmão pode mentir sobre o paradeiro de sua irmã para proteger a sua segurança. O dilema moral surge: a mentira, nesse caso, pode ser vista como um ato de compaixão. Essa questão é amplamente debatida na ética, onde se contrapõem perspectivas como a de Kant, que defende que mentir é sempre moralmente errado, à visão utilitarista, que avalia a moralidade das ações com base nas consequências.

Um exemplo clássico da cultura pop que ilustra essa tensão é o filme A Vida é Bela, em que o pai usa mentiras e enganos para proteger seu filho dos horrores da guerra. Ele cria uma realidade alternativa que, embora baseada em mentiras, serve para preservar a inocência da criança. Essa narrativa nos leva a questionar até que ponto as mentiras podem ser justificadas quando o objetivo é proteger aqueles que amamos.

A filosofia de Kant estabelece que mentir é moralmente errado porque corrompe nossa capacidade de agir de maneira racional e livre. Quando mentimos, não apenas prejudicamos nossa própria dignidade, mas também a liberdade dos outros de tomar decisões informadas. Essa visão ética é poderosa, mas não é a única

A ética da virtude, por outro lado, foca no desenvolvimento do caráter. A honestidade é uma virtude que muitos consideram essencial, e mentir pode ser visto como um desvio dessa virtude. No entanto, mesmo essa perspectiva pode enfrentar desafios, especialmente em situações onde mentiras “altruístas” parecem ser a melhor opção.

Um exemplo dessa complexidade pode ser encontrado na série Lie to Me, que explora a capacidade de detectar mentiras através da leitura de expressões faciais e linguagem corporal. Os personagens frequentemente se encontram em situações em que a verdade e a mentira se entrelaçam, levantando questões sobre moralidade e ética em situações cotidianas

Em um mundo saturado de informações e marketing, as mentiras se tornam uma ferramenta poderosa. O marketing muitas vezes depende de exageros e promessas vazias, criando uma realidade que pode não ser verdadeira. A frase “a publicidade é a arte de mentir honestamente” resume bem essa dinâmica. Em filmes como O Lobo de Wall Street, essa relação entre marketing e mentira é dramatizada, mostrando como a manipulação da verdade pode levar a um sucesso avassalador, mas também a consequências devastadoras.

Além disso, vivemos em uma era em que a “verdade alternativa” e a desinformação se tornaram comuns, desafiando nossa capacidade de discernir o que é verdadeiro. A série Black Mirror examina esses temas com profundidade, mostrando como a tecnologia pode ser manipulada para criar narrativas distorcidas, levando a consequências trágicas.

As mentiras podem ter consequências imprevisíveis, gerando desconfiança e cinismo em nossas relações. Quando as mentiras se tornam comuns, a base da confiança é corroída, afetando não apenas as interações pessoais, mas também as estruturas sociais mais amplas. O desafio reside em encontrar um equilíbrio entre a necessidade de manter a paz e a busca pela autenticidade.

É fundamental reconhecer que, enquanto as mentiras podem ser necessárias em certas situações, elas devem ser manejadas com cuidado. As palavras de Nietzsche, que afirmam que “as convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras”, ecoam aqui, alertando-nos para o poder das crenças infundadas e a necessidade de permanecer críticos em relação às nossas percepções. Vou falar mais sobre isso no conteúdo extra para assinantes.

A verdade sobre mentir é complexa e multifacetada. Embora muitas vezes vejamos a mentira como uma solução fácil, suas repercussões podem ser profundas e duradouras. Através da cultura pop, encontramos reflexões e exemplos que nos ajudam a entender melhor as nuances desse comportamento humano. No final, a chave pode estar em aprender a equilibrar a verdade e a mentira, utilizando-as de maneira a respeitar a dignidade dos outros, enquanto buscamos ser autênticos em nossas vidas. Cada um de nós, mentindo diariamente, deve aprender a ligar os pontinhos e a saber a que horas é mais adequado falar a verdade ou usar uma mentira, mesmo que inocente. A busca pela verdade é um caminho repleto de desafios, mas essencial para a construção de relações saudáveis e significativas.

Agora é hora de falar sobre onde você pode aproveitar plenamente pra discutir esses temas pesados, como o tema da mentira necessária: é lá na minha Mentoria MLA – Master Life Administration, um programa de treinamento contínuo onde a gente reúne pessoas interessadas em conversar sobre temas voltados ao crescimento pessoal e profissional. Cara, é um grupo de primeira numa troca de conhecimento para melhorar a capacidade de comparar e avaliar as diferentes versões da realidade que são servidas pra gente todo dia. No MLA a gente tem um círculo de honra e confiança entre pessoas que buscam o bem comum.

Temos vagas disponíveis, se você se interessa em estar comigo, ou conosco, acesse mundocafebrasil.com e clique no link sobre o MLA para saber mais.

E se você é assinante do Café Brasil agora vem o conteúdo extra. Farei uma reflexão sobre a afirmação de Nietzsche de que “as convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras”. Se você não é assinante, vamos para a parte final do episódio.

Cry Me A River
Arthur Hamilton

Now you say you’re lonely
You cry the whole night thorough
Well, you can cry me a river, cry me a river
I cried a river over you

Now you say you’re sorry
For bein’ so untrue
Well, you can cry me a river, cry me a river
I cried a river over you

You drove me, nearly drove me out of my head
While you never shed a tear
Remember, I remember all that you said
Told me love was too plebeian
Told me you were through with me and

Now you say you love me
Well, just to prove you do
Come on and cry me a river, cry me a river
I cried a river over you

Chore-me um rio

Agora você diz que está solitário
Você chora a noite inteira
Bem, você pode chorar-me um rio, chorar-me um rio
Eu chorei um rio sobre você

Agora você diz que sente muito
Por ter sido tão falso
Bem, você pode chorar-me um rio, chorar-me um rio
Eu chorei um rio sobre você

Você me levou, quase me levou à loucura
E você sequer derramou uma lágrima
Lembre-se, lembre-se de tudo que você disse
Disse-me que o amor era plebeu demais
Disse-me que estava cansado de mim

Agora você diz que me ama
Bem, para provar que sim
Venha e chore-me um rio, chore-me um rio
Eu chorei um rio sobre você

Uauuuu…. Você está ouvindo Cry Me A River, composição de Arthur Hamilton publicada originalmente em 1953. Aqui na voz da diva Julie London. A canção expressa a dor e a mágoa que surgem quando alguém descobre que a verdade foi escondida. O protagonista sente que não vale a pena chorar pelo outro, enfatizando o impacto emocional profundo que as mentiras causaram.

Muito bem. Mas e quando falamos de política? Vou usar o pensamento de Hannah Arendt, que não era apenas uma pensadora famosa, mas também desafiava ideias comuns, especialmente sobre a relação entre a verdade e política.

Em seu ensaio de 1967, “Truth and Politics”, “Verdade e Política”, Arendt faz duas afirmações que são super relevantes hoje, já que estamos preocupados com a verdade na política. A primeira é que a política e a verdade nunca estiveram realmente alinhadas, o que desafia uma crença básica da democracia. A segunda é que a falta de verdade na política pode não ser tão ruim assim, o que é ainda mais provocativo.

Uma diferença importante que a gente tem que entender é entre “verdade” e “veracidade”. A verdade é sobre precisão e fatos, enquanto veracidade tem a ver com moralidade e sinceridade.

Cara, isso é muito importante, então vou explicar melhor: a verdade se refere a fatos objetivos que podem ser verificados. Por exemplo, a afirmação de que “a água ferve a cem graus Celsius ao nível do mar” é uma verdade.

Já a veracidade está relacionada à honestidade de quem fala. Ser veraz significa comunicar com sinceridade, mas isso não garante que a informação seja verdadeira. Ou seja, comunicar com honestidade não significa que a informação é correta. Um político, por exemplo, pode compartilhar informações erradas sem querer, acreditando sinceramente que está fazendo a coisa certa, mas ainda assim está espalhando desinformação.

Um exemplo claro disso é durante as eleições, cara. Muitas notícias falsas circulam, principalmente sobre candidatos e suas propostas. Algumas dessas informações, como vídeos ou imagens manipuladas, são amplamente compartilhadas para descreditar adversários políticos.

Sobre a verdade: as alegações feitas em algumas dessas notícias não são baseadas em fatos reais e podem ser facilmente desmentidas com uma simples verificação.

Sobre a veracidade: muitos dos apoiadores que compartilham essas notícias falsas acreditam de verdade que estão defendendo seu candidato ou a verdade sobre o adversário. Eles podem estar sinceros em suas intenções, mas isso não impede que espalhem informações erradas.

Esse cenário mostra que a sinceridade e a veracidade não é a mesma coisa que a precisão, a verdade. A falta de compromisso com a verdade, mesmo entre pessoas bem-intencionadas, pode criar um ambiente político confuso e prejudicial, onde a desinformação é usada como uma ferramenta de manipulação. É isso que temos visto, especialmente com a ajuda de uma imprensa comprometida com lados.

Entender a diferença entre a verdade e a veracidade é crucial, porque isso impacta como vemos as virtudes políticas. Um líder deve ser tanto veraz quanto comprometido com a verdade. A falta desse compromisso pode criar um ambiente político cheio de desinformação, onde a sinceridade é apenas uma máscara para manipulação. De novo: a sinceridade é apenas uma máscara para manipulação.

Isso parece familiar pra você? Pois é…

Valorizar a veracidade e buscar a verdade são essenciais para uma comunicação ética e responsável, especialmente na política.

Então, ficou claro, hein? Podemos ser sinceros e ainda assim espalhar desinformação, ou podemos acidentalmente dizer a verdade sem querer. Essa diferença é importante, porque muda como percebemos o que é uma virtude política.

Hannah Arendt sugere que verdade e política estão em conflito, mas essa relação pode variar dependendo do contexto. A conexão entre verdade e política mudou ao longo do tempo, dependendo de quem está no poder e das circunstâncias do momento.

Na era moderna, nossa compreensão da verdade em democracias foi moldada pelo Iluminismo do século XVIII. Figuras como Rousseau e Thomas Paine defendiam que a política republicana deveria valorizar a transparência e a precisão, ao contrário do segredo e da desinformação comuns nas monarquias. Eles acreditavam que a verdade deveria surgir de um consenso e não de uma única autoridade. Isso nos leva a pensar que o que é considerado verdade sempre foi e sempre será disputado.

É importante não cair na armadilha de achar que a situação atual é completamente nova ou, por outro lado, que nada mudou. O que estamos vendo hoje é uma névoa intelectual densa, onde várias narrativas competem pela atenção. Nesse ambiente, fica muito difícil identificar uma única “verdade”. Isso gera uma forma de política identitária que distorce nossas percepções da realidade.

Hannah Arendt alertou que mentir demais pode ser perigoso, pois pode levar ao totalitarismo, onde a verdade se torna irrelevante e as pessoas se isolam em suas vidas privadas. Por outro lado, um foco excessivo na verdade também pode ser opressivo. Isso aconteceu durante o período de Terror da Revolução Francesa, onde a verdade se tornou uma arma contra a diversidade de opiniões.

Eu gosto tanto de você
Lulu Santos

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar subentendido
Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer

Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Cara, eu gosto demais do Lulu Santos, sabe? Essa aí é Apenas Mais Uma de Amor.

Nessa canção a ideia de “prefiro esconder” reflete a prática de não revelar a verdade sobre os próprios sentimentos. Muitas vezes, as pessoas ocultam suas verdadeiras emoções por medo de serem vulneráveis ou por não quererem enfrentar as consequências da honestidade. Isso se conecta diretamente à mentira, pois implica que a pessoa está se enganando ou enganando os outros ao não ser franca sobre aquilo que sente.

Lulu é craque na música pop, e aborda temas importantes para a vida em sociedade.

Cara… A Vida É Bela, O Lago Dos Cisnes, Hannah Arendt, Julie London, Lulu… Onde mais, você encontra uma salada dessa, hein? No Café Brasil, cara!

Então estamos assim: vivemos em um momento desafiador, onde a falta de uma verdade consensual não é só uma questão de desinformação, mas também uma crise de entendimento. Temos de repensar como lidamos com a verdade e a política para nos adequarmos à complexidade do mundo moderno. O mais preocupante é a dificuldade em imaginar novos modelos que possam nos guiar nesse cenário confuso. A reflexão crítica sobre a verdade e a política, como proposta por Hannah Arendt, é mais necessária do que nunca.

Reitero aqui meu convite: para de dar desculpas aí cara, junte-se aos conspiradores do Café Brasil. Acesse canalcafebrasil.com.br. Escolha um plano e pule para o barco.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.

De onde veio este programa tem muito mais. E se você gosta do podcast, imagine só ele na forma de uma palestra ao vivo. E eu já tenho mais de mil e duzentas no currículo. Conheça os temas que eu abordo no mundocafebrasil.com.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. Você corre o risco de ganhar um livro, cara. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Pra terminar, uma frase de Hannah Arendt:

“Em uma sociedade totalitária, a verdade não é apenas omitida; é atacada.”