Cafezinho 54 – Smart Talk
Luciano Pires -Jeffrey Pfeffer e Bob Sutton publicaram em 1999 na revista Harvard Business Review, o artigo The trap of Smart Talk”, que pode ser traduzido como “A armadilha do papo esperto”. Num trecho, eles dizem assim:
“Descobrimos que um tipo muito particular de conversa é um traiçoeiro inibidor da ação nas organizações: o ‘papo esperto’. Os elementos do papo esperto incluem soar pomposamente confiante, articulado e eloquente; ter informações e ideias interessantes e possuir um bom vocabulário. Mas o papo esperto tende a ter outros componentes menos benignos: primeiro, foca no negativo, e segundo, é desnecessariamente complicado ou abstrato (ou ambos). Em outras palavras, as pessoas se apegam ao papo esperto para fazer jorrar críticas e complexidades. Infelizmente, esse tipo de papo tem uma capacidade inquietante de reprimir a ação em seu caminho. É por isso que o chamamos da ‘armadilha do papo esperto’.”
1999. De lá pra cá vimos o crescimento espetacular da indústria do papo esperto, com especialistas, executivos, consultores, coaches, palestrantes e os tais “empreendedores de palco”. Gente que fala bem, mas fica na retórica.
A definição clássica do termo “retórica” é a arte de usar uma linguagem para comunicar de forma eficaz e persuasiva. Isso é bom. Pode inspirar as pessoas a agir! Mas também pode causar destruição, quando é apenas veículo para fórmulas que se dizem infalíveis. Se o papo esperto é recebido sem a preocupação do quando, onde, por que, quais outras técnicas ou soluções estão disponíveis para serem combinadas ou modificadas para atender a seus interesses, aí temos um problema. A bela retórica só ajuda o dono dela. O dono do papo esperto.
Voltarei a esse tema.
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