Helena Meirelles
Luciano Pires -Aprendeu a tocar viola e violão sozinha, por volta dos oito anos de idade, na Fazenda Jararaca, onde vivia, ouvindo viola tocada pelos convidados nas reuniões musicais promovidas pelo avô, que era paraguaio. Seu tio Paterno Leôncio, reconhecido violeiro, foi seu grande inspirador.
Quando menina, fazia cordas de viola com a linha de carretel que pegava da mãe e reproduzia sons guardados na cabeça. Sua primeira música em família aconteceu aos oito anos, quando desafiou o tio e pediu para tocar uma música. O tio ameaçou uma surra se ela fizesse feio. Helena deixou o tio estarrecido com a sua apresentação.
Enfrentando a oposição dos pais que não a queriam tocando viola, na opinião deles, atividade que não era para mulher, teve que fugir de casa sem aprender a ler nem escrever.
Foi casada três vezes, a primeira, aos dezesete anos, separando-se com dois filhos. Aos 21, casou-se pela segunda vez, ficando 32 anos desaparecida da família.
Teve onze filhos paridos sem auxílio algum, com uso apenas dos ensinamentos que teve dos índios caiapós, com quem conviveu na infância, seus parentes por parte da mãe. Morou em zonas de prostíbulos. Foi lavadeira, parteira e benzedeira. Durante longo período tocou em bordéis.Tocou de graça em bares e festas de fazendas, sempre enfrentando forte preconceito por ser mulher.
Aos 80 anos, casada há 40 com seu terceiro marido, Constantino Machado, violonista que a acompanhava em suas gravações e apresentações, vivia no Pantanal com ele e um de seus filhos. Faleceu aos 81 anos, de complicações decorrentes de uma pneumonia, em setembro de 2005, após duas semanas de internação na Santa Casa de Campo Grande, MS.
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Helena Meirelles
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