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Ciça Camargo -

Luciano             Muito bem, mais um LíderCast e agora virou praxe, contando como é que essa figura chegou até mim. Isso aqui é um contato, é um prospect para parceria de negócios que entra em contato, como é que é, vamos conversar, uma hora dessas tentamos nos falar várias vezes por e-mail, deu um monte de rolo no e-mail até que enfim a gente chegou aqui para fazer um almoço de negócios e eu vi a chance de conversar com mais um empreendedor brasileiro, um daqueles caras que escolhe passar o inferno na terra: empreender no Brasil. Tem três perguntas aqui que são fundamentais, você não pode errar essas três, o resto pode errar à vontade, presta atenção: seu nome, sua idade e o que é que você faz?

Ricardo             Olha essas três perguntas complexas. Meu nome é Ricardo Camps, eu tenho 29 anos e a terceira pergunta, o que eu faço?

Luciano             O que você faz?

Ricardo             Trabalho com audiolivro, a gente tem uma loja, um aplicativo de audiolivro, que você pode escutar quantos livros você quiser, on the go, levando para o lugar, na academia, no carro, no trânsito, simplesmente baixa o aplicativo e escuta o áudio.

Luciano             Como é que é o nome?

Ricardo             Tocalivros.

Luciano             Tocalivros. Estou aqui então diante da figura que inventou essa loucura chamada Tocalivros, eu vou sondar um pouquinho aqui para a gente chegar nessa história do Tocalivros. Mas será na metade do programa, antes de chegar lá eu vou dar uma especulada com você aqui. Você nasceu aonde?

Ricardo             Aqui em São Paulo.

Luciano             Paulista mesmo?

Ricardo             Paulista paulistano.

Luciano             Sotaque de onde? Da Moóca, de onde? Do Tatuapé?

Ricardo             Sotaque quase Osasco, talvez o final ali, atrás da USP, Jaguaré, é por ali.

Luciano             Pedacinho bom ali. Seu pai e sua mãe faziam o quê?

Ricardo             Meu pai é engenheiro, minha mãe psicóloga, então cada um em uma área diferente.

Luciano             Seu pai trabalhava por conta própria ou era…

Ricardo             Por conta própria.

Luciano             Conta própria, era empreendedor

Ricardo             Empreendedor.

Luciano             Você cresceu vendo um modelo de empreendedor na tua família.

Ricardo             Exato. Bem próximo aí da família, sempre buscando, fazendo coisa, buscando negócio.

Luciano             O que você queria ser quando crescesse, quando era molequinho?

Ricardo             Olha, eu não fazia a mínima ideia, eu simplesmente estava mais preocupado em fazer as coisas da escola, depois sair, depois… até quando era para escolher o que eu ia fazer no vestibular, eu simplesmente falei olha, vou terminar primeiro o colégio, aí depois eu vejo o que eu faço, não me preocupei com vestibular, não, quando passar depois eu faço um pouco de cursinho e eu entro realmente numa faculdade, então como eu não tinha essa visão, eu fui para fazer administração, então… Dizem que administração é quem não sabe o que quer fazer da vida.

Luciano             Na verdade eu tenho uma tese interessante, quando o pessoal pergunta para mim, ah meu filho adora comunicação, meu filho adora… eu falo o seguinte, bota teu filho para fazer administração, depois que ele tirar o diploma de administrador, aí você faz uma pós no que ele  quer fazer, porque você com o diploma de administrador na mão, você aprendeu a falar a língua dos bandidos. Você fala igual ao controler, você fala igual ao cara do financeiro, você fala igual ao administrador, você fala a língua dos caras para quem você vai trabalhar e aí você faz uma pós naquilo que ah, adoro propaganda, faça uma pós em propaganda,  mas com o diploma na mão de administrador que é o grande coringa e na verdade o que falta para o Brasil, nós estamos nessa pindaíba aqui porque não tem administrador tomando conta desse país aqui, mas e aí, essa escolha de administrador pintou… papai deu uma dica para você, pintou de onde isso?

Ricardo             Nada, realmente eu sabia que eu não queria fazer medicina, eu sabia que eu não ia para a engenharia, a família inteira foi para o lado de engenharia, eu vi a administração como um coringa que se eu quisesse depois me especializar fosse até mesmo em medicina, ou fosse em comunicação, qualquer outra área, aí eu fazia um outro estudo que fosse mais especializado, a administração é tão genérica que eu consigo trabalhar em qualquer área e depois me especializar de acordo com a necessidade e realmente valeu a pena.

Luciano             Isso que eu ia te perguntar, você chegou lá então, entra garotão na universidade, que idade você tinha lá? 19 anos, 18?

Ricardo             18 anos.

Luciano             18 anos na universidade, sentou naquele banco, começou a ouvir aquela história dos professores e caiu a ficha, puta, é aqui mesmo que eu quero ficar ou não era nada do que eu queria?

Ricardo             Olha, foi quase uma extensão aí do colégio, então fiz a faculdade, enquanto estava… tinha aulas boas, aulas interessantes, aulas que para mim não serviam muita coisa, naquelas aulas que eu achava que não servia para muita coisa eu brinquei bastante na bolsa, deu para me divertir com parte de Bovespa, até rentabilizar um pouco ali tudo o que eu já vinha acumulando aí desde empreendedorismo, porque eu acho que quando era menor, antes mesmo de começar a faculdade a gente fazia potes de geleia e vendia, fazia ovo de páscoa e vendia, isso com sete, oito anos, depois então…

Luciano             Já tinha o bichinho do empreendedorismo ali dentro.

Ricardo             …  já tinha toda essa linha que era realmente de pegar mesada, a gente comprava todo o material para fazer ovo de páscoa e aí depois vendia, vendia para a vó, vendia para a tia, vendia para a amiga, vendia para todo mundo e aí no final daquela seção de páscoa ali, vinte anos atrás, para um garoto de oito, dez anos, duzentos reais é uma puta grana, é um dinheirão e a gente pegava esse dinheirão e falava para o meu pai tó, coloca no banco, aí a gente guardava e foi acumulando assim, de pouquinho em pouquinho.

Luciano             E aí, quando você está chegando no final da universidade, prestes a ter o teu diploma na  mão, você já tinha em mente qual era o caminho que você ia seguir, você já tinha parado para pensar quando me formar eu vou ser X, o que era o X?

Ricardo             Olha, quando eu estava terminando a faculdade eu falei que quando eu me formar eu vou fazer um mochilão, aí eu fiz o mochilão, fiquei seis meses fora…

Luciano             Que ano era isso?

Ricardo             Isso foi em 2006, segundo semestre de 2006. Metade. E aí terminei a faculdade, não estava em nenhuma empresa específica, fiz realmente o mochilão, terminei a faculdade com gosto…

Luciano             Para onde você foi no mochilão?

Ricardo             … eu fui para a Europa, rodei ali a Europa, passei dois, três meses, fui para a October Fest, deu para tomar bastante cerveja, deu para se divertir ali, me diverti em todo o leste europeu, desci, fui para a Itália,  tinha uns amigos na Itália, na Alemanha, então deu para aproveitar bastante, depois com meu vô eu fui para o Butão, então deu para ter uma outra viagem lá na Ásia e depois desses três, quatro meses ali, realmente de viagem e tudo, aí eu voltei e falei bom, estou aqui de volta.

Luciano             Agora é a hora. Agora eu vou cair na realidade e agora eu vou ter que fazer…

Ricardo             E aí, eu sempre quis montar alguma coisa, mas sempre diz, antes de você montar alguma coisa com o seu dinheiro, com as suas coisas, você…. acabei de sair cru, é melhor aprender a trabalhar em outros lugares do que se ferrar com seu próprio dinheiro. Descobre como trabalhar em outras empresas que aí especificamente ter essa dinâmica, ela vale muito para que não comece com alguma coisa que ainda não conhece, não tem essa vivência. Então eu fui para a parte de trainee, entrei em trainee na Kremer, que ela traz produtos hospitalares, ataduras, então fiquei ali dois, três anos na Kremer, foi uma experiência muito boa e nesse meio tempo, desde quando eu saí da faculdade até realmente pedir as contas no trabalho, eu vim escutando muito audiolivro. Aqui no Brasil não tinha nada, então eu escutava tudo em inglês e era incrível, porque no primeiro ano eu não lia nada, eu lia um livro por ano e quando eu comecei a escutar audiolivro, no primeiro ano que eu comecei a escutar, eu  escutei vinte e dois livros no ano, aí no outro ano eu escutei mais trinta livros, então depois de três, quatro anos eu já tinha escutado mais de cem títulos voltados para negócio, falando sobre liderança, sobre tendência de toda a parte de socialnomics, que toda a economia de todas as redes sociais, dentro de como essa economia digital, ela estava em tendência e dois, três anos escutando audiolivro em inglês e olhando aqui para o Brasil, que lindo, o que tem de audiolivro? Nada, por que não tem nada aqui de audiolivro e aí realmente a gente começou a aprofundar, pedi as contas, meu irmão veio junto, a gente tocou.

Luciano             Essa cultura do audiolivro nunca pegou no Brasil, é um negócio interessante. Exu sou um pouco mais velho que você, quase 40 anos, 40 não, eu sou…. você está com 29, eu sou então 32 anos mais velho que você, só isso e eu peguei o audiolivro da época em que você comprava, vinha uma pastinha com fica cassete, você pegava aquela fita cassete, punha ali, ouvia, era um pandemônio para ouvir, primeiro que não  tinha como carregar aquilo para lá e para cá, então você punha e sentava na frente do aparelho e ficava ouvindo em casa…

Ricardo             Você pegou a parte bem inicial.

Luciano             … eu peguei o começo do começo, para ser bem sacana, eu já cheguei a pegar audiolivro em disco, era muito raro, muito raro, mas o pessoal lançou e lançou inclusive tem a  série do disquinho, que eram disquinhos coloridos para a molecada, aquilo era maravilhoso, era uma qualidade fenomenal, que eram histórias para criança dos disquinhos coloridos.

Ricardo             Coleção Disquinho é…

Luciano             Aquilo é maravilhoso, até hoje você escuta aquilo, a qualidade daquilo é imortal.

Ricardo             A pergunta é aonde foi parar essa coleção disquinho, ela sumiu, desapareceu do radar.

Luciano             Pois é e era um negócio absolutamente genial, se você está ouvindo a gente aí, não sabe do que nós estamos falando, seu pai, sua mãe sabem, seu avô sabe, que eram os disquinhos pequenos que já tinha um lance que era colorido, então enquanto os adultos estavam botando um disco preto, feio, a molecada estava com disco vermelho, disco verde, disco azul e ouvia aquela histórias maravilhosas que era uma ambientação fantástica, aquilo fez a cabeça de muita gente.

Ricardo             É verdade.

Luciano             Mas depois com o tempo eu fui ouvindo outros, aí conforme eu fui crescendo, fui procurando alternativas e no Brasil nunca colou, primeiro porque era caro, a tecnologia complicada, segundo era caro, depois quando a coisa melhorou um pouco mais, a gente podia andar com discman e tudo mais, o pessoal começou a lançar. Do cartucho virou CD, mas continuava sendo um saco o CD e eu sei que culturalmente a coisa não pegou, de algum tempo para cá é que eu comecei a ouvir que o pessoal realmente está partindo para ouvir porque ficou muito mais fácil hoje em dia o aplicativo não tem mais…. eu ouço no meu celular, a coisa ficou muito boa. Mas você enxergou esse potencial do mercado quando essa tecnologia estava começando a…. você está falando de 2008.

Ricardo             A gente está falando aí faz quatro, cinco anos, 2010, eu comecei a escutar em 2010, até um pouquinho antes, ali 2009, 9, 10 que é o início da parte de aplicativo também nos EUA, que era 2007, que começou essa linha de aplicativos

Luciano             Ia começar uma transição então, o que era o CD passaria a ser um aplicativo, era o momento da transição e aí você olhou para isso e falou pô, isso dá negócio.

Ricardo             É eu vi, acho que para mim, me encantei muito pela facilidade de eu estar lendo um livro por ano, para passar para vinte e dois livros por ano com a facilidade do trânsito de São Paulo, porque eu ia para a faculdade e voltava, ia para o trabalho e voltava, era uma hora para ir, uma hora para voltar que eu escutava um livro em uma semana, em uma semana escutar um livro que eu ia ler, demorar um mês para ler? E era um conteúdo que ia me ajudar profissionalmente, me ajuda profissionalmente, me ajuda na parte até mesmo interpessoal de conhecer e ter esse desenvolvimento, conteúdo, até mesmo um livro que é o “Crime e Castigo”, é fenomenal e o narrador era espetacular, era um narrador só que ele fazia múltiplas vozes, mas era uma narração fora de série.

Luciano             Eu vou querer explorar isso aqui mais com você, antes disso eu quero uma provocação com você. Ler é diferente de ouvir, uma coisa é você trazer conteúdo para dentro de você lendo, outra coisa é ouvindo e outra coisa diferente ainda é assistindo, então é evidente que na leitura, pô, eu consigo voltar, eu leio o parágrafo duas, três vezes, eu sublinho, parece que tem um processo ali de interação com aquela texto que me aprece que ele torna a aquisição do conhecimento mais… é mais fácil reter o conhecimento do que ouvindo, porque ouvindo passou o texto, deixa eu voltar e botar, por isso que os leitores hoje tem volte quinze segundos, volte trinta segundos, ah pera isso aí. Você se deu bem com essa transição? Você quando ouviu falou esse é o caminho?

Ricardo             Eu vou ser bem sincero, a primeira vez que eu escutei, até ia comprar, falei não, vou comprar o livro físico, comprei numa promoção para pegar o áudio, falei não, o áudio eu vou colocar porque é prático, ainda era em inglês, mas eu não tinha… assim super tranquilo a questão de retenção de conteúdo, até puxando essa questão dessa provocação, eu jogaria para todo mundo que está escutando agora, você que escuta o podcast, você não retém nada daquilo que você escuta? Você retém esse material ou esse material você consegue replicar e comentar e conversar sobre ele? É muito próximo de uma conversa de um almoço…

Luciano             Eu vou te dar o testemunho aqui, eu como podcaster, a quantidade de gente que me escreve ou que fala com a gente, diz o seguinte, ouvi de novo o programa e ouvi outra vez, é a quinta vez que eu escuto o programa, eu não concebo o cara lendo pela quinta vez o texto, entendeu? Me parece que ao ler o texto a primeira, a segunda vez, ele já reteve, no ouvir, cada ouvida que ele dá ele pega um negócio diferente, um lance diferente ou alguma coisa, então me parece que é mais rico e tem coisas que a leitura não tem, mas de novo, são duas  coisas totalmente distintas, eu não consigo fazer um ou outro, na minha cabeça tem momentos que é um, tem momento que é outro e você faz a tua escolha.

Ricardo             No texto, é engraçado, aí vai um pouco da experiência de cada um, eu já tive a experiência de ler um texto e de repente eu me toco que eu passei cinco, seis páginas e eu não sei que diabos que eu li, porque simplesmente eu perdi a concentração, minha mente viajou, foi lá para o outro lado do mundo e eu voltei, eu vi que passaram-se cinco páginas, eu preciso voltar na leitura porque eu simplesmente perdi essa concentração. O áudio, ele é mais fácil de escutar porque a gente está acostumado a escutar no dia a dia e conseguir ter o mínimo de concentração necessária para ter aquela retenção e numa leitura, a gente precisa realmente sentar, apaga a luz, apaga tudo, eu vou sentar aqui, vou ler e vou concentrar, então o esforço necessário para ter uma retenção  na leitura, eu acredito que pode ser maior, enquanto no áudio você consegue fazer isso em múltiplas coisas e aí sim volta, a pessoa que escutou cinco vezes, ou ela quer ter o mínimo detalhe da informação, ou porque realmente passou um detalhe, porque no áudio, se você precisar de algum detalhe, algum número, é difícil de lembrar tudo isso, mas em compensação você consegue ter aquela visão macro, consegue saber de onde veio a fonte e não precisa ter aquela mesma concentração que num livro você poderia estar dirigindo, ou correndo e processando aquela informação, escutando, como  uma conversa, é muito mais um diálogo.

Luciano             É, eu diria que é uma questão de você definir o método. Outro dia eu entrevistei aqui o Raian Santos, o Raian é uma figuraça e o Raian escreveu um artigo “como li 220 livros no ano passado”…

Ricardo             247 livros, eu lembro do artigo dele.

Luciano             … esse é o número dele, aí você vê, o que esse louco fez? Ele ouviu 247, aí imediatamente vem na minha cabeça uma coisa que eu fazia quando era moleque, eu morava em São Paulo, eu ia para o centro da cidade no domingo e assistia três filmes em seguida, entrava no cinema, via três filmes, depois eu ia almoçar, ou ia fazer não sei o quê, ia ler um jornal, qualquer coisa assim. Quando eu chegava em casa a noite, eu não sabia mais se o Schwarzenegger tinha batido no Stalone, se o alien tinha mordido, eu tinha misturado os três filmes e virava uma zona, porque o que aconteceu? Virou uma bagunça aquilo lá. Tem um limite que a cabeça da gente suporta, você não consegue enfiar 247 livros para dentro da cabeça, tem que ser muito doido, que nem é o Raian, o Raian deve ser um autista nesse momento, aquele cara que entra numa frequência tal que ele consegue… aliás, ainda escuta avançado, escuta com a rotação adiantada, quer dizer, a cabeça tem que estar… é um buraco negro para assimilar isso tudo aí. De qualquer forma, eu volto àquela história, parece que essa cultura está mudando agora, parece que aquela cultura que não existia agora está existindo, boa parte dela se dá ao fato de a tecnologia estar disponível, então hoje qualquer pessoa que tenha um telefone celular, um smartphone na mão tem acesso a um audiolivro. Outra coisa, o custo caiu barbaridade, então antigamente tenho que comprar juma caixinha com três CD’s, era um pandemônio e agora não, agora está tudo ao alcance da tua mão até com assinatura e tudo mais.  Mas, vamos falar um pouquinho do teu modelo de negócio, então quando você olhou para isso aí você falou isso pode dar negócio no Brasil, imagino que a primeira coisa que você fez foi: deixa eu ver o que é que tem e aí? O que você achou?

Ricardo             Olha, aqui no Brasil eu via muita coisa em CD, tinha, a gente fala nossa cultura, que estava lá em Curitiba, tinha a universidade falada, o Girotto que ele tinha audiolivro que era uma outra loja que vende tudo em CD, livro falante, todos eles parceiros nossos, alguns acabaram saindo um pouco do mercado, mas o mercado brasileiro tinha dois aspectos: Primeiro, faltava conteúdo porque os principais título de mercado e realmente que estavam na lista da Veja, dos mais vendidos, eles não estavam, não tinha esses títulos para conseguir comprar e aquilo que tinha, eu não ia comprar o CD para colocar no carro porque eu acho que até tinha a parte de CD no carro, mas eu não tinha essa paciência para fazer isso, não tinha o CD player que é a facilidade de poder estar andando na rua, voltando de um lugar para o outro e depois outro aspecto, o meu computador ele não tem mais o drive de CD, mesmo que me dessem o livro, um audiolivro para escutar em CD, ou até mesmo uma música, eu não ia ter onde enfiar esse CD, então esse foi o estágio do mercado que a gente encontrou quando a gente decidiu falar vamos fazer e aí entra toda a tendência de tecnologia que estava entrando aí  que é o início dos aplicativos, em 2010, então a gente viu todo o potencial e a escalabilidade que traz o modelo de montar toda a  produção e você não ter essa linha de distribuição do CD que hoje ela  é muito custosa, porque eu tenho essa linha física de distribuição e entra num modelo mais distribuído via digital, então todo esse benefício a gente juntou para falar ok, aqui tem uma lacuna de  mercado que nos EUA é um mercado que cresce 60% ao ano, ano passado acho que foi 54%, uma coisa nessa cifra…

Luciano             O mercado de audiolivro?

Ricardo             … de audiolivro e aqui no Brasil é um mercado que na época era inexistente, agora nós estamos realmente montando todo esse mercado junto com todos os parceiros editoriais.

Luciano             Próximo passo, pai, dá uma graninha aí para eu começar a fazer um treco aqui? Como é que foi?

Ricardo             Primeiro passo foi, eu já acumulei todo o capital que eu tinha nesse tempo, quem veio junto comigo foi o Marcelo, que é meu irmão, então falei vamos tocar isso aqui, vamos fazer, ele também escutava muito audiolivro, a gente ia trocando os títulos, conversando, discutindo, cada título que a gente lia, escutava, no caso, a gente se discutia, perguntava, o que um achava, o que o outro achava, realmente todo o conceito, a gente ia juntando esse conceito e a gente via o quanto que isso agregou para a gente e aí a gente juntou nosso capital, vamos fazer, aí a gente achou que era o suficiente, aí deu problema, deu problema com  fornecedor, problema com isso e depois foi pai, dá uma ajuda aqui, vamos fazer e aí até realmente conseguir entrar e estabilizar aí a empresa e conseguir rodar ela, é um…

Luciano             Mas eu imagino que vocês quando pararam para começar a pensar, vocês devem ter colocado na mesa ali alguns pontos a decidir que é o seguinte, tem uma questão tecnológica que é como distribuir esse material, tem uma segunda questão tecnológica que é mais fácil de resolver que é a indústria da coisa, como gravar, como etc e tal que isso na verdade já se fazia há muito tempo, você ia continuar fazendo num modelinho um pouco novo, mas não era desbravar nada, gravar um audiolivro, entrar com um cara no estúdio, sentar, gravar e pegar isso aqui gravado já se fazia, era só dar uma penteada nisso, mais um nó tecnológico de onde guardar, como subir para algum lugar, como fazer um cara pagar e o cara não mandar para todo mundo, vocês foram buscar isso em algum lugar? Você foi para os EUA ver o que tinha lá e trazer para cá? O que vocês fizeram?

Ricardo             Olha, uma boa sorte nossa nesse processo inteiro é o Marcelo, ele trabalhou muito na parte, na SAP, então ele já tinha um conhecimento técnico ali de tecnologia, nós como quando criança a gente programava em html por diversão, eu cheguei a programar em calculadora, programei alguns sites, então a gente já tinha um conhecimento mínimo na parte de tecnologia, então sempre com uma mente muito perspicaz de como de criar as coisas, então a gente buscou quais eram as metodologias que tinham fora, até mesmo antes disso, a gente achou que o nosso business era vender audiolivro, a gente tentou terceirizar a área de tecnologia e quando a gente tentou terceirizar, foi para uma empresa de e-commerce que ela montava, te entrega o e-commerce pronto, olha só, achei fantástico, meu business não é tecnologia, meu business é audiolivro, é editorial, para quê? Não funcionou, deu pau, quase foi para o jurídico. Aí depois a gente entrou para um lado de software, que é com aquela Software House, primeiro agência e depois uma software house para desenvolver o software on demmand, para quê? Na agência não funcionou porque todo… a gente sabia exatamente o que a gente queria, mas a gente só não queria colocar a mão na massa do desenvolvimento e aí na agência não deu certo, na Software House foi para o pau, foi para o jurídico, deu zona até que a gente depois de um ano e pouco patinando nessa área tecnológica, a gente falou assim para tudo, para tudo, a gente trouxe equipe interna, internalizou tudo. Vai ser assim, vai ser assado, banco de dados é assim, tecnologia tem que ser essa, vai ser assim, tem que ter um sistema de criptografia e segurança. Ah como é que faz criptografia e segurança? Não sei, vamos pesquisar, aí busca todos os modelos que tem, player que tem, analisa, tem criptografia de áudio, criptografia de vídeo, criptografia de imagem, não, junta, atrás disso a gente criou a nossa criptografia, porque todos os sistemas de criptografia já pré prontos, eles eram ou muito custosos, ou eles eram abertos, então a gente criou o nosso sistema de DRM que…

Luciano             Só uma dica aqui, você que está ouvindo a gente falar aqui, quando pinta esse papo aqui na história a gente dá uma brecada, então o DRM é um sisteminha que o nego tem lá para impedir que todo mundo copie a mande tudo para todo mundo, pirateamento em geral, então ele bota um sisteminha ali qualquer que proíbe que esse arquivo seja copiado, é isso aí? É por aí, não é?

Ricardo             … é isso mesmo, basicamente tem um arquivo de áudio que está dentro do aplicativo, você entra lá no seu Android e fala ah, achei o arquivo, vou mandar por WhatsApp, não vai tocar, simplesmente você vai dar dois cliques em cima, ele não vai funcionar, vai falar erro, arquivo corrompido, arquivo não funcionante, vai dar pau. Então essa é a segurança de que o editor quando colocar o conteúdo na plataforma, ele sabe que ninguém vai ficar mandando por WhatsApp aquele conteúdo que a gente produziu, quem quiser ter acesso, ele tem que entrar via o serviço, que era um dos riscos que o Brasil, ele tem um dos maiores índices de pirataria, até eu acho engraçado falar isso e agora a segunda coisa é a pirataria eu acho que é um efeito, é uma curva, onde no eixo X você tem a falta de tempo, o tempo, cada pessoa tem e no outro é o quanto você paga, então o preço, então você sabe que se aumentar a pirataria conforme você tem tempo livre, se você não tem tempo livre, você paga por aquilo, então…

Luciano             E aumenta também conforme o valor que é cobrado pelo bem. Então quando o cara vem aqui e lança o DVD, acaba de sair o blue ray do filme, deixa eu ver um que está indo agora, do filme “It”, a coisa saiu o blue rey, você vai lá e o cara vai querer, 150 reais o blue ray, os caras vão lá no pirata e compra isso aí por 20 reais e vão consumir de montão, porque não tem como sustentar 150 reais aquele blue ray, quando o cara consegue baixar o preço, custa 40, opa, eu prefiro comprar o original por 40 do que um bandido por 20. Sabe que essa questão é uma questão que me…

Ricardo             Mas isso vai depender muito do tempo, porque o alto executivo vai passar na loja eu vou pagar 200, 150 reais, eu vou dar enquanto o outro que tem tempo livre fala não, eu vou sair daqui, vou pegar um busão, vou até o outro lado, vou falar com o chinês, vou pagar 40 conto, vou voltar…

Luciano             Se não funcionar eu volto lá, ele troca para mim…

Ricardo             … exato, então o nível de tempo que tem para dispêndio para a pirataria, você tem que ter muito tempo livre para fazer isso.

Luciano             Esse é um caminho, essa questão da pirataria me chama a atenção bastante porque eu lancei um projeto de assinatura do Café Brasil Premium há um tempo atrás e essa foi uma questão que surgiu, como é que você vai travar essas coisas? Porque travar? Porque os caras vão entrar, o que impede um cara de entrar? Primeiro, o cara tem que fazer assinatura e passar o código dele para o outro cara…

Ricardo             Não impede nada…

Luciano             … bom, falei meu modelo é o Netflix, o que impede que você pegue a sua assinatura do Netflix e dê para a tua tia e a tua tia vá assistir também, usando a tua entrada, dizendo que foi você que entrou. Bom, nada impede. Eu falei então eu tenho que botar na cabeça o seguinte, eu não posso gerenciar o meu negócio com base nos piratas que vão estar lá porque o público que vem consumir o tipo de conteúdo que eu faço não é um público de pirateiro, é um público que vem com consciência, então eu falei eu vou por um apelo, digamos assim, mais emocional, eu falo você está ouvindo um negócio que está servindo para você, você achou que ele é muito legal, ele tem um valor embutido, se você pegar esse negócio que você comprou e der para todo mundo, você não vai estar remunerando eu que suei sangue para fazer, então por favor, na hora de dar de presente para alguém, eu não estou te impedindo, se quiser dar eu não tenho como proibir, agora, lembre-se que a hora que você der, você deixou de remunerar alguém que está penando para fazer isso aqui e você devia estar remunerando para ter mais esse conteúdo aqui e botei na cabeça, eu não posso gerenciar meu negócio pela exceção, mas é assim, eu não posso. Eu tenho mil assinantes e talvez tenha dez fazendo sacanagem, eu vou estar focado nos novecentos e noventa e não nos dez da sacanagem e aí isso abre um caminho que você se despreocupa com uma porrada de coisa que acaba te liberando para fazer a coisa crescer. Mas vamos continuar lá, então eu estou impressionado, quer dizer, vocês criaram do zero essa plataforma?

Ricardo             Do zero, tudo, tudo, até, você falando essa parte de tem dez pessoas que elas vão compartilhar a senha, nessa linha a gente tem uma gestão de quantos acessos simultâneos cada conta tem, como o Netflix, então eu consigo gerenciar, ah olha que interessante, essa conta tem trezentos dispositivos diferentes, opa, alguma coisa errada tem, como é que você vai ter trezentos celulares, tem quatro, cinco vai, dez se está usando na família inteira, a gente até entende, mas trezentos? Opa, aí dá para entrar em contato, nunca teve um caso desse ainda, mas essa gestão, ela é importante fazer e tudo isso do zero, realmente, literalmente  abre o bloco de notas, aquele TXT que ninguém usa no computador, ou usa só para uma coisa simples ou outra, abre aquele arquivo e começa a escrever do zero.

Luciano             Como e que vocês fizeram? Isso demanda tempo, demanda um tempão, vocês estavam dedicados a esse projeto? Esse era o negócio de vocês?

Ricardo             É, era dedicado.

Luciano             Vocês viviam de quê?

Ricardo             Ah isso aí…. a sorte é: eu estava na casa dos  meus pais, então casa, comida e roupa lavada a gente tinha…

Luciano             Papai e mamãe garantiram.

Ricardo             … papai e mamãe garantiram, bom. Não saia de final de semana, não saía de casa porque segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo a gente estava programando, a gente estava conversando, fazendo coisa, durante o horário comercial era um contato com as editoras para trazer o conteúdo, a noite era um lado de buscar tecnologia, saber como fazer, como ir e realmente desenvolver a plataforma, a gente pegou toda essa área, pegou uma salinha junto, que o meu pai trabalha, a gente pegou ali uma sala, juntou as pessoas para programação, o Marcelo programava, ele montou toda a lógica do sistema, eu ia atrás do conteúdo, como é que ia ser a divulgação disso, editorial, junto com isso o Clayton, hoje ele também faz parte, está junto com a gente na empresa e ele é um ponto essencial ali de toda a produção que eu acho que entra na segunda etapa, saindo de  tecnologia e de produção é…

Luciano             Para editoria, linha editorial mesmo.

Ricardo             … é a linha de estúdio, porque a gente também achava que era simples estúdio, não tem problema, enfia no estúdio e narra, está feito. Não, tem toda parte de direção, tem toda edição do conteúdo que muitas vezes, para realmente ter um material muito bem feito, demanda um trabalho muito especializado, então…

Luciano             Eu sei…

Ricardo             … e gasta tempo, gasta tempo e não é nem só o tempo,  tem toda uma direção por trás e essa direção, ela tem um viés também da língua portuguesa no Brasil, porque é muito diferente de um livro em inglês que é uma língua super monótona, você coloca em inglês é tudo a mesma coisa, agora o português, ele tem tantas variações, ele tem tanta coisa que um “que” ele pode ser um “que”, um “hã”, toda variação sonora, ela traz uma vida que se o narrador simplesmente ler de uma forma contínua, monótona, ele destrói o texto inteiro, então…

Luciano             E aquela coisa nenhum leitor vai pegar um livro a vai falar assim não vou ler porque eu não gostei da letra, uma letra, a letra é Times New Roman, não tem erro, aí dá para você pegar e falar puta, a voz desse cara está complicada, que voz ruim, que voz esganiçada, que jeito de ler, isso tudo tem uma implicação grande, sem contar outra coisa, pô como é que a leitura de “Grande Sertão Veredas” em audiolivro?

Ricardo             Aí olha, se entrar nessa linha aí tem que deixar…

Luciano             Meu Deus, estou com pena, pegar olha, tem um parágrafo aqui que tem vinte e cinco linhas antes do ponto final, como é que você lê um treco desse? Mas tudo bem, não vou entrar nesse detalhe aí, eu quero antes voltar, volta atrás, então vocês estão lá trabalhando para montar o negócio, etc e tal e quem é que foi fazer contato com as editoras para começar a buscar conteúdo?

Ricardo             Então, com as editoras é engraçado…

Luciano             Só uma coisa, antes de entrar, deixa eu só completar, porque você faz a resposta de uma vez só: estava claro para vocês que vocês estavam no meio de um processo, quer dizer, você não produzia conteúdo, você distribuiu conteúdo, logo eu tenho que encontrar, eu tenho um cliente de um lado, que são os caras de quem eu vou buscar conteúdo, meus fornecedores, para poder entregar para os outros caras, quer dizer, você não ia ter uma fabriquinha de fabricar conteúdo, você ia produzir o conteúdo que alguém ia te entregar e esses caras eram as editoras, um dia você pega uma editora, chega lá, bate na porta e fala muito prazer, eu sou o famoso quem?

Ricardo             Olá, tudo bem, eu sou… Com a editora, essa fabriquinha, a gente é uma fábrica de áudio, então a gente não tinha um editorial e realmente era para pegar o conteúdo que está pronto, transformar ele em áudio e disponibilizar para venda e o nosso modelo era muito simples. Até foi engraçado, a primeira editora que a gente entrou em contato foi,  a gente não conhecia nada do mercado editorial, eu vim do lado de saúde, que era a Kremer, o Marcelo veio da parte de tecnologia e produtos naturais, então varejão total, medicina, marketing e vamos falar de livros, porra qual é… me conta que editora que tem aí? Eu ouvi falar que tem uma tal de Companhia das Letras, aí falei tá bom, então pega o telefone aí, liga. A gente ligou, ai começou o contato, por favor, eu poderia falar com quem? Com a pessoa do digital. Aí me atendeu lá, foi uma reunião super direta, tranquila, a gente marcou a reunião e ele falou assim ah está bom, você manda uma proposta. Lógico, manda a proposta. Aí a gente escreveu no tablet: criar proposta comercial, porque eu não tinha nada. A gente simplesmente conversava, falava daquilo que a gente tinha criado de modelo de negócio que a gente acreditava para o Brasil, vendo modelos nos EUA, Europa, o que já tinha por ali, mas foi realmente uma criação nossa de modelo de negócio do que a gente via que seria interessante para todo mundo no mercado, então tanto que o modelo de negócios nosso, ele não tem nos EUA, ele não tem na Europa, agora que a gente tem já uma visão mais ampla de como funciona conteúdo internacional que a gente vem conversando com as editoras fora, o modelo de negócio deles é muito diferente daquilo que a gente tem hoje com as editoras, então é engraçado, de sair… a gente fala ah, que editora que tem? Cia. Das Letras hoje eu sei, é uma das maiores editoras do Brasil, ela tem super referência e foi a primeira editora que a gente bateu na porta e foi conversar, por quê? Porque eu não sabia quem era a Cia. Das Letras, hoje se eu falar uma coisa dessa no mercado editorial o pessoal vai me matar de entrar numa linha dessa, mas há quatro, cinco anos saindo de um mercado de saúde e olhando para o mercado editorial, existe uma curva de aprendizado.

Luciano             Em alguns momentos a ignorância é uma bênção, porque se você soubesse o que era, você falava nem vou chegar lá, nem vou, como não sabia o que era, lá vou eu, meto as caras e acaba que…

Ricardo             E era engraçado, a gente subindo de elevador para a reunião, a gente olhava o cartãozinho, pois bem, eu sou o Tocalivros, eu represento a Tocalivros, então sempre era estranho, você acabou de pedir as contas, você estava com o DNA da empresa de antes, você nunca fez uma reunião, apresentando o seu serviço e você está indo lá e você precisa ter toda a confiança, você precisa mostrar que você sabe do seu negócio, você precisa mostrar como que você é o cara que manja de audiolivro, depois de quatro, cinco anos, cinco bienais que a gente já passou, o que a gente conhece hoje de audiolivro, de mercado editorial é enorme e vastamente maior do que eu conhecia na primeira semana que a gente foi fazer essa reunião. Mas, ainda assim, é um caminho inteiro de criação da empresa e da identidade da marca que hoje até é engraçado, você passa na bienal você reconhece, o pessoal reconhece, sabe quem é você, aonde é que está indo, mas para chegar nisso tem todo um trabalho.

Luciano             Qual foi o primeiro audiolivro de vocês?

Ricardo             “Poder do pensamento positivo”, esse é…

Luciano             Editora?

Ricardo             … é do Grupo Pensamento.

Luciano             Grupo Pensamento.

Ricardo             … Grupo Pensamento.

Luciano             Vocês foram para uma reunião lá também, mostraram material e o cara fala legal, vou fazer.

Ricardo             Legal, vamos assinar, vamos fazer.

Luciano             E aí?

Ricardo             E aí a gente saiu feliz e contente, primeiro contrato assinado e aí entra o lado, legal, conseguimos, fizemos o contrato, como que produz um audiolivro? Vamos por partes. Antes o problema era conseguir convencer a editora de que nós somos um bom parceiro, em segundo lugar é legal, eu tenho isso aqui, vãos buscar um estúdio, vamos ver como é que funciona a produção disso, como é que faz…

Luciano             Vocês nem levaram um modelinho para o cara ver?

Ricardo             … não, modelinho?

Luciano             Vocês não tinham com vocês, escuta isso aqui, olha aqui o que a gente faz.

Ricardo             … não, que modelinho nada…

Luciano             Não levaram nada?

Ricardo             … não, nada, o que eu tinha: uma folha A4,  um cartaz A4, com a página olha, o meu site vai ser assim viu?

Luciano             Era uma ideia

Ricardo             Era só uma ideia, eu não tinha nada, eu vendia vento. Eu mostrei o cartaz, olha só, o seu produto vai estar aqui, está vendo essa imagenzinha aqui? É onde eu vou colocar o seu produto, sabe onde é que você vai escutar? Então, imagina um aplicativo, ele vai ouvir no celular.

Luciano             Tudo que não tem, e o cara tinha que olhar para a tua cara e falar vou acreditar nesses moleques.

Ricardo             Exato. E a gente vendia assim, porque antes de produzir qualquer coisa, antes de montar o aplicativo, vou gastar uma puta grana para montar o aplicativo, para montar o site, para montar tudo isso, meu, eu não vou gastar nada até eu conseguir fechar algum contrato que me mostre que realmente a editora topa o modelo de negócio.

Luciano             Quantas visitas você fez antes de emplacar o primeiro?

Ricardo             Puta não sei. Eu sei que a gente…

Luciano             Cinco, seis, dez, quinze?

Ricardo             A gente começou na primeira bienal, se não me engano foi a primeira bienal do Rio, faz uns cinco anos, que agora é Rio… então.. ou será que foi São Paulo? Agora… acho que foi de São Paulo, primeira bienal de São Paulo, foi aqui e a gente foi para a bienal, a gente não conhecia nada, simplesmente a gente listou todas as editoras que tinham em dois dias a gente rodou as cinquenta, setenta editoras e a gente conversou com todo mundo, então foi… não conhecia editora, então não importava se era uma editora com stand de quatro metros quadrados ou se era uma editora com stand de duzentos metros quadrados. Eu conversei com todas, então, apresentando o modelo, falando, a gente montou material, levava tudo para entender e vender o modelo e realmente saber qual que era, então se você me falar quantas que eu bati na porta, olha, foram todas as editoras que estavam na bienal ali de  2013, quatorze, quinze, dezesseis, dezessete, é isso aí, todas de 2013.

Luciano             E aí você emplaca uma, que atributo tem esse cara da editora lá, como é  o nome da editora que fez o primeiro livro?

Ricardo             Grupo Pensamento.

Luciano             Que atributo tem um cara do Grupo Pensamento para olhar para vocês e falar eu vou acreditar nesses moleques, é um visionário que está de olho no futuro ou é um cara que olha e fala assim quer saber de uma coisa? Não tenho nada a perder, deixa fazer que eu quero ver. O que era?

Ricardo             Eu acho que a conversa fluiu muito bem nessa reunião e a gente sempre foi muito claro da proposta de como é que funciona, do que a gente estava fazendo. Olha, vai demorar, será assim e é lógico, eles começaram com um piloto com dois títulos, olha, está aqui, dois primeiros títulos e isso foi o suficiente para gerar corpo para que a gente pudesse até conversar com outras editoras, falar assim olha, já fechei com aquela editora, você fala assim e a maior do mercado? Não, mas é uma editora grande? É uma editora muito relevante, o Grupo Pensamento tem quatro selos, ela tem uma produção editorial e tem títulos fenomenais, então ela deu um gás muito bom aí para a gente nesse início valeu bastante para saber que realmente, a gente estava no caminho certo, que esse era o modelo certo que a gente estava indo, que ele se encaixava com o que a gente tem aqui no Brasil.

Luciano             E aí vem a encrenca da produção, agora tem que fazer.

Ricardo             Agora tem que tanto de produzir, nesse processo que a gente fechou  com eles, estava dando problema na parte de criação do site, já estava quase um ano ali querendo ver como é que fazia, deu problema, voltou, atrasou e depois para entrar e produzir e eu lembro o primeiro estúdio que a gente quis fazer uma gravação, era em cima de uma borracharia, imagina só o cara marretando o pneu do carro e em cima tinha um estúdio, não deu muito certo lá, a gente teve que trocar. Teve outros que eram um estúdio que até o Marcelo falou assim, meu Deus, acho que eu vim para o ramo errado, porque o narrador, ele ficou acho que para ler uma página ele deve ter demorado meia hora, ele ficou lá, porque pá,  ele ficava acho que lendo a mesma palavra umas quinze vezes, porque a pa, pala, palavra… porque ele queria a entonação certa, o não sei o que lá certo e aí o Marcelo falou assim meu Deus, eu estou torturando esse cara para fazer um negócio desse, ele está demorando sei lá, vai demorar quantas horas, para fazer quatro páginas. Demorou uma hora e meia, é impossível fazer um negócio desse, imagina só colocar isso em alta escala, não funciona, então foi um processo grande aí de criação e nessa linha ali o Clayton, por ter mais de dez anos de  experiência com a área de teatro, com toda essa… teatro, com ator, ele realmente é um ponto chave que trouxe a expertise de como lidar com esse profissional, como trabalhar com ele, porque realmente o problema não era a questão de produção do audiolivro, mas o problema era aquela pessoa em si que tinha um certo preciosismo em excesso e ele realmente, precisa de uma fluência maior e foi um aprendizado mesmo ao longo do primeiro ano de como criar um livro, como produzir esse livro, de entender todas as técnicas de produção e testar, criar as nossas técnicas de produção, hoje como a gente produz um audiolivro, é muito diferente de uma  produção como era feita no Brasil, então a gente criou uma técnica nossa de produção, onde é possível realmente essa técnica ela é desde direção do conteúdo, acho que tem muito papel do Clayton nessa linha de trazer um conteúdo para que ele fique em alta qualidade e a gente consiga ter uma entrega boa e rápida, porque precisa ter essa dinamicidade pra produção e fábrica de conteúdo.

Luciano             E é uma coisa, um livro que dura cinco horas, ele tem no mínimo cinco horas de locução, você não consegue fazer em trinta minutos o que vai dar cinco horas, então não é um jornal que você escreve, é complicado, porque se eu tenho cinco horas de locução, considerando que eu sou o maior locutor da história da humanidade, eu não erro nada, eu sento e leio cinco horas, eu tenho um livro com cinco horas…

Ricardo             Eu quero esse locutor, onde é que tem? Eu quero, pode trazer todos para mim.

Luciano             … aí você vai botar um Zé para ouvir as cinco horas, já são dez horas e aí você vai editar, vamos botar um editar…. mais cinco horas, então já estamos em vinte horas, já tem trinta, quarenta, sei lá onde vai parar isso, quer dizer, tem realmente um processo industrial, que é bastante complexo e que faz toda a diferença. Então, quem está acostumado ouvir audiolivro saca o que é ouvir, por exemplo, eu não ouvi o de vocês ainda, eu vou pegar o último que eu ouvi há muito tempo atrás, foi a biografia do Tim Maia, gravada pelo Nelson Mota, que é fabuloso, até porque ele imita o Tim Maia direitinho, então é um cara contando o livro que ele escreveu, eu escrevi esse livro, eu vou ler o meu texto, e quando eu descrever o negócio que está acontecendo eu assumo o personagem que está falando, aquilo é uma aula, você escuta aquilo e fala é uma delícia, só faltou as músicas que ele não podia usar por direito autoral, mas se tivesse a música, era uma festa, vira uma coisa fantástica, então realmente é muito rico o trabalho a ser feito com audiolivro, mas e aí, vocês lançam o primeiro e lança mesmo, como gente grande? Lançamento, aqui está, nasceu o primeiro, como é que foi aquele momento em que você aperta o botão enter, põe a tecla enter, está no ar.

Ricardo             O problema não foi nem o aperta enter, está no ar, quando a gente lançou a plataforma, a gente lançou dentro de uma plataforma tipo e-commerce, tradicional, então a gente ainda não tinha a nossa loja atual e ela era cheia de problema, só que a gente…

Luciano             Era de um terceiro?

Ricardo             … era aquele Magento, uma plataforma de mercado open sort, falei não, nós somos um e-commerce, aquela mentalidade, nós somos um e-commerce, eu vou pegar aquilo que já está pronto, já é consolidado e a gente vai utilizar. Isso que depois a gente jogou tudo fora e recomeçou, então no lançamento a gente olhou e falou não, vai lançar no dia 11 de novembro de 2014, ótimo. E aí a gente chamou, chamou assessoria de imprensa tudo, tudo programado e lógico, então a gente falou com a assessoria, então dia 11 tem que entrar no ar, porque já estava certo com imprensa, já estava certo, ia ser todo o estardalhaço, isso daí devia ser segunda ou terça feira, para quê? Sexta feira, três dias antes do lançamento a agência, ela vira fala para mim, o software houser vira e fala então, não vou entregar, a loja não vai para o ar. Falei como assim a loja não vai para o ar? Eu estou com tudo pronto, está tudo aqui, estou com assessoria de imprensa marcada, já está tudo marcado e você me fala que a loja não vai para o ar? Não, não vai. Falei como que com toda a comunicação de marketing, de divulgação e tudo e o cara fala não vai,  não vai dar, vocês são loucos,  a gente conversou com eles para fazer, pegar o final de semana, os caras varando noite e aí lançou a loja para quê? Lançou a loja, entrou na Exame e aí entraram lá uma porrada de gente no site, o site caiu, caiu umas três vezes o site, foi  uma desgraça, o primeiro lançamento, ele entrou, saiu, entrou saiu, a gente derrubou umas três vezes o servidor até entrar nos eixos, então…

Luciano             Você se descobriu lidando com os caras do TI.

Ricardo             Porra, é…

Luciano             Eles ficam loucos, tem uma tese que eu vou te ensinar a tese aqui, a medida de tempo do cara do TI não é igual a nossa. Pessoas normais não medem o tempo, então uma semana dita pelo cara de TI, quando ele chegar para você e falar assim: vai levar uma semana, tem um fator multiplicativo, você pega a semana do cara  de TI não dura sete dias, ela dura quinze, dezoito, vinte e cinco, entendeu? É o jogo dele, então quando ele fala, quanto tempo é? Três semanas. Maravilha, deve dar um mês e meio, é por aí que vai, eles ficam loucos. Mas é até uma injustiça porque a gente sabe o tamanho de encrenca que tem, quando você começa a montar um projeto, lidar com esse projeto de TI é igualzinho a reformar uma casa, é igualzinho. Falei isso para a minha filha outro dia e ela pai, não consigo entender, falei é igual reformar uma casa, você resolve que vai fazer uma janela aqui e a hora que você quebra a parede tinha um cano, ninguém lembrou do cano e aí vai ter que mexer no cano e aí a janela que estava pronta, chega o cara que vai mexer no cano ele quebra a janela de novo, você tem que fazer outra vez, e aí uma rachadura não sei onde, vão aparecendo coisas no meio do caminho que você não tem como lidar com isso tudo aí, então é complicado, imaginar um projeto baseado em TI, com data de lançamento e ainda do zero, não é que você copiou alguma coisa, você saiu e botou. Mas e aí, quando é que foi que vocês olharam para falar esse negócio dá negócio, dá para cair de cabeça porque vai rolar?

Ricardo             Olha, a gente desde o começo assim, a gente já caiu de cabeça faz mais de três anos, desde quando entrou, desde quando a loja entrou no ar a gente já estava full time, acho que isso também vai um pouco, isso é o risco que a gente podia tomar pela nossa condição, então a gente estava morando em casa, não tinha nenhum vínculo com nada, até mesmo com 27, 26 anos, o Marcelo com os seus quase 30, 29, então a gente estava logo com uma experiência profissional com todo uma bagagem profissional que ainda, que já era interessante, mas se eu ficasse dois, três, quatro anos montando a empresa e, assim, vamos supor, deu problema, deu merda aqui, não funcionou, então está bom, então depois eu posso voltar para o mercado de trabalho, mas se é para fazer, então vamos de cabeça, acelera, vai com tudo, nem que seja para bater na parede, que seja para sair voando, então essa é a filosofia que a gente entrou, então já que é para fazer direito, vamos fazer direito, sai daqui, vamos tocar o mais rápido possível porque ou vai, ou racha, então acho que entrou um pouco nessa filosofia de ao invés de ficar no chove e não molha, aquele meio morno que não vai nem para cá nem para lá, falei vamos tocar para a frente porque precisa conversar com editora, precisa fechar a parte de tecnologia, tem um monte de coisa que precisa fazer que só ser part time não funciona.

Luciano             Vou falar um pouquinho de empreendedorismo. Vocês, os moleques sonhadores, sentados imaginando, voando, já estou em Júpiter, estou em Netuno, e se for assim, é uma festa fazer isso aí e aí você vai executar. Qual foi o aquele atributo ou aquele acontecimento, aquele processo ou sei lá o quê que quando vocês trombaram com ele vocês falaram eu não tinha a menor ideia que ia ser um rolo desse tamanho, eu achava que era tão mais fácil fazer, onde é que vocês trombaram que deu essa…?

Ricardo             Olha acho que isso daí foi quase todo dia, mês em mês tinha uma coisa dessa, desde tecnologia, que a gente achava que era muito mais simples, todo mundo falava ah legal, tecnologia está tudo pronto, não, que pronto nada, está tudo pronto para quem já tem, você que vai começar a sua empresa, não tem tudo pronto, porque geralmente a gente quer uma coisa inovadora que não tem no mercado, então lógico que você não vai achar aquele negócio pronto, porque se não já teria alguém fazendo, então a gente tem a especificidade do e-commerce, mas a gente vende audiolivro, produto digital e produto digital não é e-commerce, ele não tem frente, então todas as lojas que são de prateleira, elas têm frete, então você precisa fazer todas as customizações para aquilo, então desde produção, desde conteúdo, de tudo o que tem, olhando para trás, se eu soubesse o nível de complexidade que era montar a empresa, acho que eu teria feito de formas muito diferentes, muito diferentes.

Luciano             Por exemplo?

Ricardo             Ah, acho que o lançamento, já entraria, já teria internalizado tudo, hoje a gente faz tudo interno, a gente não terceiriza nada, toda a produção de tecnologia é dentro de casa, toda a produção de estúdio é dentro, a gente tem alguns parceiros que são externos, mas tem todo um cuidado com eles, até mesmo por questão de como que a gente já sabe como é que funciona. Mas o serviço, o nível de serviço no Brasil, pela nossa experiência, é muito ruim, a experiência realmente de nível de serviço de entrega, de promessa e entrega. Então quando a gente tem isso daí dentro do nosso controle, isso é uma coisa que avançou muito mais, de bater no peito e falar assim: eu sei fazer, eu vou fazer isso aqui e quem sabe fazer melhor? Falo assim, eu não sei quem sabe fazer melhor, mas eu sei fazer muito bem, mesmo que eu não saiba eu vou pesquisar, eu vou descobrir, eu vou achar qual que é o conceito para conseguir trazer isso para dentro e eu acho que é essa atitude de buscar aprender e realmente querer entender a fundo é o que fez a gente crescer, porque enquanto a gente tinha medo e olhava para fora não, isso daqui já está feito, já está consolidado, vamos pegar uma coisa pronta, olha, só deu problema. Quando a gente virou e falou assim vamos descer até o nível de detalhe, como é que faz? La fora eles fazem do jeito X, ah eles fazem assim? Por quê? Tem como fazer melhor? Por que eles fazem assim? Por que não fazem assado? Por que eles colocam microfone dessa forma e não embaixo, em cima, não á direita, do lado? Esse questionamento que fez com que as coisas conseguissem aprimorar, por que eu vou usar esse banco de dados, não o outro? Por que vai ser um banco de dados sequencial, não sequencial? Por que vai ser um banco de dados do Facebook? Vai ser um mais QL? Por que eu uso um deles? Acho que esse questionamento de busca e de decisão rápida é o que fez a empresa rodar mais rápido possível e…

Luciano             Vocês estão com quantos títulos hoje?

Ricardo             Hoje a gente tem mais de mil títulos.

Luciano             Em quanto tempo isso?

Ricardo             Ah ai tem…

Luciano             Desde o lançamento do primeiro título.

Ricardo             … é a gente lançou a loja com setenta audiolivros…

Luciano             Ah ela saiu do zero para setenta?

Ricardo             … é, ela saiu zero para setenta.

Luciano             Ah eu achei que você já tinham botado primeiro um, testar e tudo, não, com setenta?

Ricardo             Foi com setenta porque já tinha alguns audiolivro que a gente trouxe porque eles eram de parceiros que já tinham CD, então a gente compilou tudo isso, lançou a loja com setenta, a maioria clássicos, também por essa linha e agora a gente já passou aí dos mil, muita coisa de produção própria, tem coisa de produção de terceiros, mas cada vez mais com uma produção maior.

Luciano             Nesse momento aqui que vocês já, digamos, vocês já dominaram a parte industrial, já sabe como é que faz, já dominaram a parte tecnológica, evidente que tudo isso tem coisa para melhorar e é questão da gente ir andando, mas você já tem o domínio da coisa, qual é o desafio hoje nesse mercado que você está? Porque o mercado editorial brasileiro é um… eu não consigo achar um palavrão suficientemente ofensivo para dizer o que é o mercado editorial brasileiro, eu estou nele há muito tempo lá e realmente é complicado, é um desenho tão maluco que quem menos ganha é o autor, o cara que cria a obra é o cara que não ganha nada e no final das contas é uma…. e o livro sai caro lá na ponta, quer dizer, não vende porque é caro, é caro porque não vende e o autor ganha uma merreca lá na ponta, é um negócio, é tudo complicado. Quando você fala que pega esse mercado que essa é a realidade e põe mais um agravante dele que é áudio, quer dizer, já não é o sisteminha que funciona, tudo aquilo, é outra coisa, é outra história. Você é tratado como pelas editoras lá, você é um canal põe lá, se der deu, ou vocês veem num crescimento que dá para o cara olhar e falar meu, esse negócio tem um potencial gigantesco para explodir, não vai demorar muito.

Ricardo             Acho que cada editora, ela tem uma posição diferente, o mercado editorial quando a gente começou a falar sobre audiolivro todo mundo falou assim não, esse negócio não funciona, por quê? Porque já tentaram fazer e não deu certo, acho que essa foi a primeira conversa e a gente olhando, a gente olhava e falava assim porra, mas é um negócio tão bom, escuta no celular aqui direto, é uma maravilha, por que não funciona isso? Você é louco? Você já experimentou isso? Ah não, nunca experimentei. Como é que era? Era em CD. Era em CD, era em fita K7, o que a gente propõe é uma coisa muito diferente, então o primeiro passo é ah, não sei, acho que não funciona, acho que era muito próximo daquilo que era do e-book, cheguei a conversar até com algumas pessoas do e-book, falei assim é, sair do físico, do papel para o e-book. Foi um passo enorme e talvez acho que para o áudio tenha sido mais fácil, porque o e-book, ele é um produto digital, então sair do físico para o digital, o conceito é muito diferente. Agora sair do digital para um digital em áudio, tá, até que vai, só que é um pouco mais o formato que precisa entender, digital já estava mais consolidado, então teve uma parte realmente de editoras que entraram ah está bom, vamos testar, vamos conhecer, outras falaram espero o mercado crescer para a gente poder depois ver se entra. Acho que os interesses de cada editora, eles eram muito variados, até hoje que eu vejo que as editoras estão com muito mais vontade de estar nessa linha editorial e eles sabem que tem capital, eles não sabem quanto e como, mas isso é uma coisa que ela é super, vamos dizer, para o mercado editorial é pequeno porque a gente tem aí no Brasil, não devem passar mais de dois mil títulos em português, em CD, em download streaming, então é um catálogo que ele ainda é muito pequeno para o ouvinte, então se você quer buscar todos os títulos você não vai ter o mesmo market place que a gente tem de livro físico, então são temas, por exemplo, o que a gente trabalha bastante é na parte de desenvolvimento pessoal, business, business light on, é alguém que já tem um conhecimento, ele quer aprimorar dentro da área de liderança, dentro da área de gestão, ele queira saber alguma coisa entre pessoas, acho que esse é um viés que a gente vem trabalhando bastante.

Luciano             Qual é o critério para você escolher um livro para virar audiolivro?

Ricardo             Olha, entra desde a lista de mais vendidos que a gente analisa, até mesmo a leitura do título, se o texto ele é bom para entrar em áudio, se ele pode ser  falado, porque tem textos que é muito técnico e as palavras são mais complexas e para colocar isso em áudio a gente acha que não é o timing ainda do público brasileiro.

Luciano             A iniciativa é de vocês ou é da editora?

Ricardo             Da escolha do título?

Luciano             É, de botar um livro, transformar em audiolivro, é vocês que tomam a iniciativa e falam esse aqui dá, alo leia, me dá esse livro para o audiolivro? Ou são eles que vem e falam olha eu tenho aqui que tem que virar audiolivro?l

Ricardo             Nada, nada, se eu fosse esperar eles quererem a demanda, eu ia ficar esperando a vida inteira.

Luciano             Você tem que ir atrás?

Ricardo             Eu vou atrás de todos os títulos que eu quero, a gente bate na editora e fala assim, vamos trabalhar, vamos fazer, é assim que funciona e esse trabalho editorial, ele é nosso. A gente criou essa demanda da editora de que editora, você precisa fazer audiolivro, olha só esse mercado que tem, vamos trabalhar juntos e aí é um trabalho que tem editora que já venho conversando há mais de três anos, a gente vem negociando, conversa, olha só, eu tenho editora mais rápida para fechar, a gente fechou logo no começo, e até mesmo por estar há três anos no mercado você já conhece todo mundo, você já bate na porta, como é  que vai, olha só, essas são as mudanças, são as novidades, o que está andando, quando vão fazer? Não sei, mais um pouquinho, estou conversando com fulano de tal, agora não porque eu estou passando por um processo de reestruturação do meu estoque, aí varia, cada caso é um caso.

Luciano             Quando você pega um livro para transformar em audiolivro, não importa se é Moby Dick, se é A divina Comédia, não importa qual é o livro, você vai mexer nele, ele tem necessariamente que ser mexido, eu duvido que você pegue um livro aí, ele vai ao ar 100% igual ao que ele era, não dá, você vai ter que mexer alguma coisa, não é? Como é que você faz quando você mexe isso aí, tem um…

Ricardo             Adaptação?

Luciano             … é, tem essa adaptação, tem um sistema de aprovação, o autor tem que…. o livro do Paulo Coelho que eu vou fazer, o Paulo Coelho tem que ler ou tem que ouvir para ver se ele aceita a adaptação que foi feita ou isso não acontece?

Ricardo             Não, a gente entra, a gente trabalha muito com o texto original, o que tem de mudança, este livro, este audiolivro ou a parte de capítulo, tem capítulo 1, a gente tem um pouco mais de sonoridade que é mais indicativo do formato, só realmente se tem algum título que tem algum exercício, alguma tabela que ele é essencial, aí a gente conversa com a editora, fala assim olha, aqui a gente tem que fazer esse ajuste porque se não, não vai fazer sentido, ou a gente vai ter que dar uma adaptada, mas grande parte do material não precisa de adaptação, você já consegue colocar na íntegra, ou são alguns jogos de edição que a gente consegue incluir e  evitar qualquer problema.

Luciano             Eu sou aqui um usuário de celular, estou no busão ouvindo Mc Serginho enquanto eu vou para o trabalho e alguém me contou que existe audiolivro, eu gostaria de começar, o que eu tenho que fazer?

Ricardo             Olha, você provavelmente deve estar ou com Android ou com sua Apple, entra na Playstore ou na Applestore, baixa o aplicativo, busca lá Tocalivros, pode colocar tudo junto, Tocalivros, uma palavra só e você vai encontrar nosso aplicativo, só fazer o cadastro, tem alguns áudios gratuitos, se você quiser estar escutando o LíderCast, eu recomendo, vou trazer aqui, tem um cupom que é 30 dias, então você pode entrar no nosso site, cupom.tocalivros.com, fazer o cadastro e colocar 30 dias e você vai ter 30 dias para escutar de todos os conteúdos da Tocalivros, aí você pode experimentar, ver como é que é, aí escuta, leva para o ônibus, vai para onde você quiser e tenha essa experiência, muito próximo do podcast.

Luciano             O que me impede de pegar esses 30 dias, baixar tudo o que você tem lá e ficar com ele para mim e não fechar depois a assinatura.

Ricardo             Ah depois de 30 dias todos os áudios somem da sua conta.

Luciano             Ah, então não é propriedade minha, eles vão expirar.

Ricardo             Ele vai expirar, então depois de 30 dias, ah baixei tudo, parabéns, você tem muita memória no seu celular, mas depois ele vai, a partir do trigésimo primeiro dia tudo expira, tudo some e aí você não consegue mais ter acesso, a não ser que você compre aquele conteúdo ou faça assinatura.

Luciano             Você vai consumir meu plano de dados?

Ricardo             O seu plano de dados, recomendo você baixar no Wi-Fi aí ele fica no seu celular, aí não gasta seu plano de dados, você pode escutar off-line, leva para viagem, onde você está viajando nem tem plano de dados, você pode escutar lá no interior de São Paulo, interior do Brasil, desde que você baixe em casa, no trabalho, está voltando do trabalho, baixa os áudios que você quer e leva embora e vai escutando.

Luciano             Não tem conversão, não tem nada, eu simplesmente baixei, apertei um botãozinho ele começa a tocar.

Ricardo             Você baixou, você tem a sua biblioteca, escolhe, play, você pode acelerar a velocidade, eu quero mais rápido, mais devagar, avançar 30 segundos, voltar, escolhe o capítulo, á vontade.

Luciano             Posso mandar para alguém?

Ricardo             Olha, você pode mandar, compartilhar o qual livro que você está escutando, aí ele vai receber o link,  aí ele vai poder acessar e entrar na loja, se ele quiser vai poder também comprar o livro, fazer assinatura, fica à vontade para compartilhar.

Luciano             Que interessante. Quais são os planos agora, vocês estão indo para quê? Vai ficar focado na questão de audiolivro ou você tem projeto para ir para vídeo, usar essas plataformas malucas que estão aí de sound clouds a youtubes da vida, como é que é? Como é que vocês estão vendo isso?

Ricardo             Olha, se você entrar no nosso Youtube, já deve ter quase 20 mil assinantes, tem muito material, a gente libera, no aplicativo a gente libera aí até 10% de todos os audiolivro para você escutar gratuito, tem uma mostra longa e uma mostra curta de três, dois, três minutos, você pode só degustar rápido e guardar e no Youtube também, então no Youtube dá para acompanhar desde o nosso canal que é o Bom de Orelha, que é junto com o Clayton, ele que faz todo o quadro explicando porque vale a pena escutar cada livro, dentro de todo esse editorial que a gente faz com a parte de tocanews com as notícias rápidas do que tem dentro do mercado de áudio, então acho que é muito mais um canal de comunicação, outros mercados acho que a gente está bem focado em áudio,  então a nossa tecnologia aí é realmente áudio e a gente traz conteúdo cada vez mais para que você possa escutar isso onde você estiver, então está na academia vai escutar, está em casa.

Luciano             Pessoal de escola, a parte educacional, entrou em contato com vocês de alguma forma para incorporar esse teu material no conteúdo de estudante?

Ricardo             Olha, para escola tem uma área muito grande que dá para incluir, desde aprendizado, é uma ferramenta muito utilizada fora como uma solução para dislexia, no fundo é mais para facilitar, porque o disléxico ele tem uma dificuldade na identificação das palavras e quanto e como que isso vai para fonema, então é muito mais simples para quem é disléxico e tem alguma dificuldade de aprendizado, para escutar esse conteúdo e muitas vezes escutar e ler ao mesmo tempo, isso ajuda no processo de identificação das palavras com o fonema correto, então para colocar o aluno e fazer ele entrar dentro desse mundo mágico da literatura é uma isca muito boa de trazer, colocar um livro, por exemplo, esse que você falou do Tim Maia, ou de repente pegar um livro que nós fizemos que é do Monteiro Lobato, “Reinações de Narizinho”, que tem toda, cada personagem tem uma música, tem todo um trabalho de som 3D, onde você escuta do lado esquerdo, escuta do lado direito…

Luciano             Isso é uma radionovela.

Ricardo             É uma radionovela voltada para o Monteiro Lobato com “Reinações de Narizinho”, então colocar isso em sala de aula, ah você tem que ler o “Reinações de Narizinho”, ah eu não quero, eu quero isso aqui, puxa, coloca lá dez minutos durante a aula, gente, atividade diferente…

Luciano             Espera um pouquinho que o pessoal ficou curioso, vou soltar um pedacinho aqui, espera aí.

Trecho da história.

Luciano             É genial, para quem, como eu, quase que foi alfabetizado om Monteiro Lobato, chega a dar lágrimas nos olhos.

Ricardo             É, acho que essa graça que tem de toda essa narração que são três atores que estão fazendo todas as vozes, essa brincadeira que tem, toda a musicalidade, ela traz uma vida para o livro, então o áudio, ele traz muito mais do que só o texto, ele traz uma vivência, traz uma emoção…

Luciano             E essa parte musical vocês também estão fazendo por vocês, tem compositor…

Ricardo             Composição nossa.

Luciano             … você está ouvindo a gente aí, você pensou que audiolivro era um mané lendo um livro na frente de um microfone, é muito mais que isso, desde a parte da adaptação de texto, passando por esse cuidado de ter três locutores que na verdade são atores, porque estão ali fazendo o seu papel, quer dizer, a musicalidade, tudo isso aí, traz uma riqueza que é muito diferente de sentar e simplesmente ler um livro, de novo, como eu falei lá no começo, eu não acho que uma coisa substitua a outra, são duas plataformas totalmente distintas e você  abraça aquela que for melhor para você, evidentemente que a grande vantagem do audiolivro e aqui fala com você um podcaster com treze anos de podcast nas costas,  é que você ouve aonde você estiver, fazendo o que você estiver fazendo, quer dizer, não e obriga a botar a tua atenção toda ali, você pode lavar prato ouvindo audiolivro, levou o cachorro para fazer cocô ouvindo audiolivro, andar de bike, dirigir um automóvel ouvindo um audiolivro, aliás dirigir automóvel diz que não pode, que você está com fone de ouvido, ou então você põe lá alto desvia a sua atenção…

Ricardo             Mas se você falar que desvia a atenção, até o rádio desvia a atenção, então tem que desligar o rádio. Coloca no bluetooth e vai tocando, é a mesma coisa que se você estiver conversando com alguém, é um bate papo.

Luciano             Escuta, vamos botar podcast ai?

Ricardo             Vamos colocar podcast.

Luciano             Vamos botar, você já começou ser apresentado a todo esse público podcastal brasileiro que vai adorar poder, já está acostumado, já é um grande usuário do sistema, não falta nada para pular para os livros. Vamos conversar.

Ricardo             Vamos, vamos conversar, eu vou entrar aí no detalhe realmente com toda a equipe, já está no cronograma aqui de desenvolvimento, mas eu vou ver se a gente adianta um pouco aí para a gente poder incluir e aí ter toda a facilidade que a gente fala do aplicativo que é você tem um livro de dez horas, parou na quarta hora, quatro horas e trinta e dois minutos e dez segundos, ele sempre volta do mesmo ponto, então tem esse marcador de páginas que no podcast parou na meia hora, ele lembra onde é que está e continua.

Luciano             Em breve, LíderCast no Tocalivros. Me dá as dicas aí, quem quiser então conhecer, entrar em contato com vocês, mídia social, como é que é, como é que eu acho você? Tem um site, como é que eu acho?

Ricardo             Olha, só entrar no site tocalivros.com, entra lá tem toda a comunicação, se quiser mandar um e-mail para a gente, é contato@tocalivros.com, se quiser mandar e-mail para mim direto, é ricardo@tocalivros.com, tem os telefones também lá do escritório, é bem simples assim, não tem nenhuma burocracia, liga, pergunta, a gente atende, fala, com o maior prazer a gente bate um papo, se quiser conhecer tem o vaucher, eu posso depois te passar, deixar o link com você, como é que faz, a gente dá uma olhada.

Luciano             Grande cara, Ricardo, obrigado pelo bate papo aí, eu desconheci, não vou dizer que é tudo, mas é quase tudo de como estava funcionando, achei fascinante, especialmente vocês saírem do zero, parabéns, criar um empreendimento desse aqui no Brasil não é fácil não e faço votos que isso aí arrebente, porque quem sabe o que é o bichinho do áudio, quando o bichinho do áudio pica a gente, não tem como escapar, então não adianta trazer Youtube, não pega, o áudio é uma coisa mágica e que leva a gente a tratar a imaginação de uma forma que nenhuma outra mídia faz, então é por isso que eu tenho tanto carinho por essa questão, é a minha praia é essa aqui e acho muito legal estar aqui com você ouvindo essa história, seja bem vindo a esse mundo e arrebente, por favor.

Ricardo             Eu que agradeço por todo o bate papo, estou totalmente em linha com o que você fala. O áudio, ele é uma tendência no mundo inteiro, já vi outras empresas na China falando de áudio, como tendência porque ele te dá toda essa facilidade de estar indo de um lado para o outro, indo para o trabalho, voltando e ele traz muita informação de um modo simples, é muito prático e é uma área muito gostosa de trabalhar.

Luciano             Maravilha. Obrigado. Um abraço.

Ricardo             Obrigado. Um abraço.

 

                                                                                   Transcrição: Mari Camargo