O que a Kim Kardashian e o System of a Down têm em comum?
Raiam Santos -A resposta curta é que ambos têm suas origens na Armênia e cresceram em Los Angeles.
Se quiser a resposta longa, fica por aqui porque o post é grande….
LOS ANGELES LAKERS
Semana passada, eu viajei a trabalho para Los Angeles e desenrolei um ingresso para assistir o Los Angeles Lakers jogar contra o Phoenix Suns pela temporada regular da NBA.
O Los Angeles Lakers é disparado o pior time da NBA e, mesmo assim, os ingressos para assistir o Lakers no Staples Center são os mais caros de toda a liga.
Por quê?
Por que o Kobe Bryant se aposenta no mês que vem e os fãs de basquete ao redor do mundo estão correndo atrás de uma última oportunidade de ver o cara jogar ao vivo.
Kobe é o Michael Jordan da minha geração.
Comecei a acompanhar NBA em 1998, justamente quando saiu o jogo de Nintendo 64 Kobe Bryant’s NBA Courtside.
Já até falei no post Preto Vítima, Eu Não que o Kobe Bryant foi uma das minhas maiores inspirações para meter o pé do Brasil e fugir de casa quando eu tinha 14 anos.
Se você ficar com preguiça de ler o outro post, eu me espelhava nos negros americanos porque o único “exemplo de sucesso” da minha cor que eu via na TV brasileira era o Jacaré do É O Tchan.
Meu pai adotivo é um cara super bem-conectado na Califórnia e nossos ingressos eram para a área VIP Centurion Suite, um dos vários boxes chiques no terceiro andar da arena.
PRIMEIRA CLASSE
Já falei várias vezes aqui no MundoRaiam e também no meu primeiro best-seller Hackeando Tudo que eu me amarro no conteúdo do palestrante motivacional americano Eric Thomas.
Tive a oportunidade de palestrar ao lado dele no evento Success Series na Michigan State University em novembro do ano passado. Depois eu coloco o vídeo lá no canal.
Em um de seus TGIM’s (programa semanal do YouTube, Thank God It’s Monday), ele contou sobre a internacionalização da sua carreira de palestrante e sobre o que ele faz quando viaja de primeira classe.
Antes de explodir no YouTube, Thomas só rodava igrejas, escolas e faculdades do midwest americano. Hoje ele lota estádios em vários países de língua inglesa como Inglaterra, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e até o Egito.
Ele diz que quando você voa de primeira classe, você tem um mega dilema: dormir no conforto ou ficar acordado para usufruir dos benefícios de voar na parte da frente do avião.
Na visão do Eric Thomas, o melhor benefício de viajar de primeira classe é o networking!
Segundo ele, as pessoas que têm bala na agulha para viajar em primeira classe de vôo internacional sabem mais do que ninguém a importância do relacionamento interpessoal.
O que ele faz? Ele puxa assunto com todo mundo que tá perto dele.
Até falei isso naquele post sobre minha visita a Universidade de Stanford em outubro do ano passado. É impressionante como as pessoas que eu conheci do MBA da Graduate School of Management eram abertos e gente-boas.
Por quê?
No item 4 do “MBA da Ousadia”, eu escrevi o seguinte:
“Na hora do almoço, desce para o Arbuckle Dining Hall começa a puxar assunto com as pessoas. Notei que os MBAs são extremamente abertos e amistosos. Não é por menos: nego paga o MBA para conhecer gente foda!”
Aí eu conectei os pontinhos da minha experiência em Stanford com aquela palestra do Eric Thomas sobre a primeira classe.
Ainda não viajo de Primeira Classe mas aquela noite no Centurion Suite do Staples Center era algo bem próximo daquilo.
HACK #62
O hack #62 do meu livro Hackeando Tudo: 90 Hábitos Para Mudar o Rumo de Uma Geração diz o seguinte:
“Ajude uma pessoa por dia”
Um pouco antes do jogo começar, veio um cara com naipe de mexicano sentar na bancada perto da gente.
Havíamos chegado cedo e pegamos os melhores lugares do Centurion Suite.
O mexicano estava com sua filhinha de 7 anos e só tinha uma cadeira ali do nosso lado.
Pensei em fazer uma boa ação e doar minha cadeira para que ele ficasse ao lado de sua filhinha mas avistei um banquinho livre do outro lado da área VIP.
Fui lá e catei o banquinho para ele sentar do lado de sua filhinha.
Naquela sexta-feira, eu tinha passado o dia inteiro sozinho e isolado no escritório e não havia feito uma boa ação para absolutamente ninguém.
Mission: accomplished!
Pior que eu nem estava pensando no networking nem nada.
Era só um daqueles hábitos automáticos que não posso dormir sem completá-los (tipo o caderno de gratidão, as flexões, os 5km e aquelas outras paradas do livro).
Acabou que o cara não era mexicano…o nome dele era Steve e ele era armênio!
LOS ANGELES: CIDADE SEGREGADA
Quem cresceu jogando GTA no Playstation sabe muito bem que Los Angeles (aka San Andreas) é uma cidade extremamente dividida.
O engraçado é que o turista brasileiro que vai pra lá acaba nem percebendo essa segregação racial e geográfica.
Afinal, ele só anda no círculo Hollywood – Universal Studios – Beverly Hills – Santa Monica- Venice Beach – Malibu – Disneyland.
Eu me considero um local de Los Angeles… e vou explicar isso mais a fundo no meu próximo livro Imigrante Ilegal: O Lado Negro do Sonho Americano.
Martelaram na minha cabeça que, por causa da minha aparência, tem certos lugares que não é muito seguro para eu andar sozinho.
Por causa desse trauma, eu tenho a cidade bem mapeada por bairros:
Imigrantes mexicanos moram em East Los Angeles.
Os afro-americanos moram em Watts, Compton e South Central.
Os judeus moram em Fairfax.
Os japoneses moram em Mid-Wilshere.
Os coreanos moram em Bunker Hill.
Os chineses moram em Chinatown.
Os filipinos moram mais pros lados do San Fernando Valley.
Os homossexuais moram em West Hollywood.
Os iranianos moram pros lados de Bel-Air e Beverly Hills.
Os brancos moram em Orange County ou mais pros lados da praia.
O filme Crash de 2004 retrata muito bem a segregação geográfica na cidade de Los Angeles.
Apesar do filme falar sobre racismo, eu acredito que essa segregação de Los Angeles é bem pacífica hoje em dia. Um respeita o limite do outro e são raras as altercações.
A verdade é que o negócio já foi muito pior. Depois pesquisa no YouTube as LA Riots de 1992 para você ver o que é uma guerra racial urbana.
Uma das coisas que mais me chamavam a atenção nas partes da minha infância e adolescência que eu morei no sul da Califórnia era uma simples placa verde na Freeway 101 entre o centro de Los Angeles e o bairro de Hollywood: LITTLE ARMENIA.
LITTLE ARMENIA
O Steve do Staples Center tinha chegado nos Estados Unidos como refugiado durante os anos 1970.
Falei no meu segundo livro Turismo Ousadia: Como Conquistar o Mundo Ainda Jovem que eu tenho meio que um “livrinho mental” para construir rapport com pessoas de cada nacionalidade do mundo.
Pergunto de que país a pessoa vem e já tenho uma carta na manga para puxar assunto sobre algo pontual sobre aquele país e fazer a pessoa se identificar comigo automaticamente.
Minha lista de contatos tem gente de mais de 100 países e grande parte disso tem a ver com esse hack do “livrinho mental”.
Quando falam a palavra Armênia, o que vem na sua cabeça?
Pra mim, são duas paradas:
A banda System of a Down e a gostosa da Kim Kardashian.
Sabe como reconhecer um armênio? Dá uma olhada no sobrenome da pessoa!
Pega as pessoas com “ian” ou “yan” no sobrenome, 90% de chances de terem origens lá na Armênia.
Todo mundo conhece a Kim Kardash-IAN.
Agora se liga no lineup do System of a Down:
Serj Tank-IAN
Daron Malak-IAN
Shavo Odadj-IAN
John Dolma-YAN
Quem joga FIFA no Playstation com certeza conhece o Henrikh Mkhitar-YAN do Borussia Dortmund.
O pessoal que curte futebol americano tá ligado quem é Steve Sarkis-IAN.
Senti que ele não era o tipo do cara que jogava FIFA e muito menos assistia Keeping Up With the Kardashians então resolvi puxar a brasa para a sardinha do System of Down.
Bingo: rapport construído!
SYSTEM OF A DOWN
System of a Down é uma banda pica das galáxias.
E vou te falar: eles são uma das minhas maiores influências como escritor.
Como assim?
As músicas deles sempre começam lentas, tranquilas e vão subindo de intensidade até virar um metal pesadasso de maluco…. e depois voltam à tranquilidade… e depois voltam ao estrondo.
Quer uma prova? Escuta Toxicity, Chop Suey e I-E-A-I-O.
Não sei se você já percebeu mas meu terceiro livro Wall Street foi todo escrito com essa “técnica-System of a Down”.
Contei pro Steve que me amarrava em System of a Down desde muleque e falei sobre o show que eles fizeram de graça para centenas de milhares de pessoas na praça principal da capital Yerevan na Armênia para lembrar os 100 anos do genocídio.
O cara quase chorou.
Primeiro porque o vocalista do SOAD Serj Tankian é um de seus melhores amigos.
Os dois têm a mesma idade, cresceram no mesmo bairro armênio e estudaram na mesma escola a vida inteira. Papo reto de que ele mandou um Whatsapp pro Serj bem na hora.
Que mundo pequeno da porra!
Quer dizer… nem tão pequeno.
Como eu falei ali em cima, todas essas etnias são bem concentradas em certas partes da cidade então todo mundo conhece todo mundo.
Não ficaria surpreso se o tal cara também conhecesse algum tio ou tia das irmãs Kardashian.
Segundo porque o tal do genocídio de 1915 é algo que deixa as novas gerações de armênios muito sensíveis até hoje.
Foi aí que começou uma verdadeira aula de história ali mesmo na área VIP do Staples Center.
KOBE BRYANT, SEU VIADINHO
Vale lembrar que a principal razão pela qual eu fui assistir o jogo RESOLVEU NÃO JOGAR.
Sim, Kobe Bryant deu um migué e não entrou em quadra. FDP!
Ele tem feito muito isso ultimamente e saiu até um artigo no New York Times criticando essa postura do cara: Want to See Kobe Play One Last Time? Don’t Go To LA! .
O artigo fala que tem gente de tudo quanto é lugar do mundo gastando milhares de dólares em ingressos e passagens para LA só para vê-lo jogar por uma última vez… e ele só tem jogado quando o Lakers está na estrada para se despedir das torcidas dos outros times.
Sim, o Lakers é um time horroroso, o jogo estava uma merda e eu meio que desisti de prestar atenção na quadra para aprender um pouquinho sobre a história e, principalmente, sobre o mindset dos armênios.
Vou resumir a parada: a Armênia era parte da Turquia do ano 1045 até a Primeira Guerra Mundial.
Qual a principal diferença entre os armênios e os turcos?
Simples: os armênios gostam de um cara chamado Jesus Cristo… e os turcos do profeta Muhammad.
Resultado? O império era turco então eles trataram de matar 1 milhão de armênios.
Aí beleza… os armênios que sobraram fugiram do território turco-otomano e se espalharam pelo mundo.
Desses fugitivos, os que mais se deram bem foram os que se assentaram em Los Angeles.
Já que tinha armênio espalhado por tudo quanto é lugar do mundo mas ninguém se dava bem, o que eles decidiram? Vamo todo mundo pra Los Angeles… pelo menos lá eu tenho um primo distante.
E foi assim que se construiu a riquíssima colônia armênia na Califórnia.
SANGUE EMPREENDEDOR
Mindset dos armênios? Vou te falar que, em 10 anos de Estados Unidos, eu não conheci um armênio pobre!
É impressionante como os bairros armênios de Little Armenia, Glendale e Burbank são lugares bem tops e que os caras são mega-empreendedores!
Pega o exemplo do meu novo amigo: ele começou com uma oficina mecânica e hoje é dono de dezenas de lojas de pneu espalhadas pelo sul da Califórnia. Multi multi milionário.
A própria Kim Kardashian é um mega exemplo de empreendedorismo.
Cara, em 2005 quando eu mudei pros EUA ela era só uma atriz pornô que fez uma sex tape com o cantor Ray J.
(Vou até abrir um parêntese para dizer que é um pornôzinho bom pra caramba, por sinal… um dos melhores que já assisti hehe).
Ela alavancou a atenção que recebeu na época, virou celebridade e construiu um mega império com seu nome.
Desde 2005, ela nunca parou de ganhar dinheiro.
Isso sim é empreendedorismo!
Acabei de pesquisar na Forbes e o patrimônio da Kim Kardashian está avaliado em apenas 85 milhões de dólares… e o grande divisor de águas foi aquele vídeo pornô com o negão.
Me empolguei.
Quer ver outra característica dos armênios? Eles são muito ligados ao seu clã familiar.
Kim Kardashian ficou rica e virou celebridade. O que aconteceu depois? Ela levantou a família dela inteira junto!
E isso me faz voltar ao assunto principal desse humilde post que tá dando voltas e voltas: por que os imigrantes armênios se deram tão bem nos Estados Unidos?
O PACOTE TRIPLO
Já escrevi algo nessa linha aqui no blog quando analisei as origens do mindset empreendedor do povo judeu no post Startup Nation: Por que Israel é o país mais foda do mundo (e eu não sou judeu)
O caso do armênio é bem parecido com o do judeu: eles apanharam por séculos e séculos, nunca tiveram porra nenhuma e sempre foram mal-recebidos por onde passaram.
Israel é um estado judeu no meio de um monte de muçulmano.
Armênia é um lugar cristão no meio de um monte de muçulmano.
Qual a solução? BE SO GOOD THEY CAN’T IGNORE YOU!
Essa semana, eu li o livro TRIPLE PACKAGE: HOW THREE UNLIKELY TRAITS EXPLAIN THE RISE AND FALL OF CULTURAL GROUPS IN AMERICA.
O livro é tão foda que me fez lembrar do meu amigo armênio do Staples Center, do livro Startup Nation e da minha própria história como imigrante nos Estados Unidos.
Triple Package mistura sociologia com psicologia e prova porque certos grupos étnicos têm mais sucesso do que os outros nos Estados Unidos.
Por que os cubanos têm mais dinheiro que os mexicanos?
Por que os negros nigerianos têm mais dinheiro que os afro-americanos?
Por que os mórmons têm mais dinheiro que os católicos e evangélicos?
Por que os judeus mandam e desmandam em Nova York?
Por que os chineses tomaram conta das principais universidades dos Estados Unidos?
Por que os CEOs indianos que se deram bem nos Estados Unidos são todos do mesmo grupo étnico?
A autora estudou a história da diáspora desses grupos e levantou 3 características que todos tinham em comum.
O engraçado é que ela não citou os imigrantes armênios mas a história que o meu amigo do Staples Center me contou tem MUITO a ver com os argumentos do livro:
1- SENSO DE SUPERIORIDADE
Sabe aquela parada de que os judeus se auto-denominam o “povo escolhido”?
Todos os grupos estudados no livro têm um sentimento desse.
Os ebos nigerianos são conhecidos como a tribo mais empreendedora da África Ocidental.
Os brahmanis indianos são tidos como sábios dentro da cultura deles lá.
Os chineses também se julgam mais intelectuais que os povos do ocidente.
Os próprios cubanos de Miami não gostam de se misturar com os outros grupos hispânicos dos Estados Unidos por uma simples diferença: eles não imigraram para lá em busca do sonho americano.
Os cubanos chegaram em Miami nos anos 1950 e 1960 como exilados do comunismo de Fidel Castro. Eram famílias como os Goizueta (Coca Cola) e Bacardí (rum) que já faziam parte da aristocracia cubana, perderam tudo com os comunistas e reconstruíram tudo de novo nos EUA.
É exatamente por isso que eles não gostam de ser classificados no mesmo grupo que o pessoal da América Central que entrou nos Estados Unidos com o coyote pelo deserto do Arizona ou cruzou o Rio Grande no Texas.
O armênio que sentou do meu lado não demonstrou ser marrento mas ele fez questão de dizer que o povo armênio é muito mais empreendedor e resiliente que os “average americans”.
E por se sentirem assim, eles andam em bandos… sempre moram um perto do outro e não se misturam muito com outros grupos étnicos (a atração das irmãs Kardashian por melaninas-acentuadas é uma exceção a regra).
Boom! Matamos a primeira.
2- SENSO DE INFERIORIDADE
Ué, Raiam? Você não acabou de falar em senso de superioridade?
Também achei estranho no livro mas, segundo a autora, um não exclui o outro.
Falei ali em cima que os armênios apanharam por quase um milênio dos turcos, né?
Aí os turcos meteram o pé na Primeira Guerra Mundial e os armênios ficaram finalmente livres.
Só que alegria de pobre dura pouco: três anos depois veio a União Soviética e anexou a Armênia pro lado vermelho da força.
E pô, todo mundo sabe que o poder da União Soviética era bem centralizado em Moscou.
Nego tava pouco se fudendo para os lugares da periferia, especialmente onde não tinha nem gás nem petróleo.
Só em 1991 que os armênios realmente tiveram autonomia e viraram um país com a própria identidade… mas tiveram que construir tudo do zero. Toda a grana ficou em Moscou na mão dos oligarcas russos, né?
Aí vamos para o segundo elemento do Triple Package: a insegurança!
Esses imigrantes que se sentem superiores mas apanham SÃO INSEGUROS PRA CACETE E ESTÃO SEMPRE QUERENDO SE PROVAR… tanto para si mesmos quanto para o mundo.
Segundo a autora, esse insegurança acaba sendo positiva porque desperta um senso de trabalho duro dentro de cada um deles.
De novo meu mantra favorito: BE SO GOOD THEY CAN’T IGNORE YOU!
3- CAPACIDADE DE RESISTIR A IMPULSOS
Segundo a autora, esses grupos étnicos estudados no livro Triple Package são campeões do mundo em resistir as tentações.
O Steve do Staples Center me contou que as famílias armênias fazem de tudo para que seus filhos não sucumbam ao “average” americano.
O que o average americano faz?
Completa 18 anos.
Sai de casa.
Se endivida pra caramba para bancar uma universidade meia bomba.
Passa 4 anos usando drogas e frequentando festas de fraternidade.
Depois que se formam com um diploma inútil de humanas, vão trabalhar no Starbucks para pagar os student loans.
Daí ficam com fluxo de caixa zero ou negativo.
Mesmo assim, eles alugam apartamento que não podem pagar e se endividam cada vez mais.
E o armênio?
O armênio segura seu filho dentro de casa.
O cara vai estudar, vai trabalhar mas ele não cai nas tentações do americano… e tem que estar na igreja todo domingo de manhã com a família. Resultado? Zero fun on Saturday nights.
De acordo com Steve, o filho armênio só sai de casa quando estiver milionário!
Enquanto não estiver milionário, os pais fazem de tudo para que o filho tenha o mínimo de gastos possíveis para que ele possa pegar seu próprio dinheiro e reinvestir no seu negócio.
Nossa, que profundo! E o pior é que eles conseguem, hein?!
DÁ PRA TIRAR ALGUMA COISA DOS ARMÊNIOS?
Vesti a porra da carapuça.
Tanto o livro quanto a história da família do armênio do Staples Center clicaram um monte de parada da minha vida pessoal:
1) complexo de superioridade
Nasci com o QI muito acima da média e isso me deixou marrento e arrogante desde criança porque sempre fui o melhor aluno de todas as escolas que eu passei dos 4 aos 17 anos de idade.
No meu caso, o senso de superioridade não vem de cultura, religião e nem de linhagem familiar que nem os judeus e os brahmanis.
2) complexo de inferioridade
Apesar de ser marrento e me sentir mais inteligente que os outros, me senti inferior a vida toda pelo fato de ter nascido negro (depois vai lá ler o post Preto Vítima Eu Não).
Minha própria família dizia que, por ter nascido dessa cor, eu tinha que ser 2 vezes melhor que todo mundo.
Esse complexo também me pegou quando imigrei pros Estados Unidos (por ser ilegal) e quando eu entrei na University of Pennsylvania (por ser bolsista/pobre).
3) resistência a impulsos
Essa tem muito a ver com a disciplina do livro Hackeando Tudo.
Eu fui um cara que resisti a impulsos a vida toda. Para você ter um idéia, eu fui a apenas UMA festa durante meus 3 anos de ensino médio.
Estava tão focado no futebol americano e em passar numa universidade da Ivy League que bloqueava todo e qualquer tipo de distração, especialmente as drogas, o álcool e a putaria.
A única época que eu despiroquei foi exatamente quando aconteceu minha maior queda (leia meu novo best-seller Wall Street – O Livro Proibido).
Mas o maior tapa na cara de todos do exemplo do armênio foi com certeza o fator família.
Mudei para São Paulo no início do ano mas fui rapidamente “comprado” de volta para o Rio. Apareceu uma oportunidade irrecusável e decidi abandonar temporariamente os irmãos da Mansão Alpha.
Ok, hora de procurar apartamento no Rio…
Ao invés de alugar um apartamento na Zona Sul que nem eu fazia em 2015, eu decidi voltar para a casa dos meus pais!
Sim, sou o mesmo Raiam que morou sozinho desde os 15 anos de idade.
Sou o mesmo Raiam que escreveu esse post e esse post condenando todos os jovens preguiçosos da minha idade que nunca saíram de casa para botar o pé no mundo e passaram 25 anos mamando nas tetas de mamãe e papai.
Sou o mesmo Raiam que sempre teve um péssimo relacionamento com os pais e chegou a passar 2 anos inteiros sem conversar com eles.
O que o armênio do Staples Center me ensinou? Controlar impulsos!
Eu passo metade do mês viajando pra São Paulo e para o exterior.
Adivinha qual seria a principal razão de alugar apartamento na Zona Sul e morar sozinho? Sim, ter um cafofo para impressionar a mulherada!
Ué mas e aquele terceiro elemento do Triple Package de resistir às tentações?
Catapleiiiiii! Princípio #1 do businesss: transformar passivos em ativos.
Além de fortalecer os laços familiares que, por várias razões, foram bem fracos ao longo da minha vida, agora eu pego aqueles 5 mil reais que eu gastaria com aluguel, condomínio, luz, água, gás e alimentação (passivos) e invisto na empresa (ativos).
Alguém aí já leu Pai Rico Pai Pobre de Robert Kiyosaki?
Graças a Deus, a estratégia está dando super certo e acho que só vou sair de casa quando estiver milionário… que nem os filhos dos armênios de Los Angeles.
Esse dia está cada vez mais perto…. e pode anotar que vou “mandar um Kim Kardashian”.
Não, não vou gravar vídeo pornô nenhum para ficar famoso.
Mandar um Kim Kardashian para mim significa ficar rico e levantar o resto da família junto.
E aí? O que você achou do PACOTE TRIPLO? Adicionaria alguma coisa?
Curtiu o post? Ficaria muito feliz se tu se inscrevesse lá na minha lista de emails. Tamo junto!