
Café Brasil Curto 02 – A FORMATURA
Luciano Pires -Formatura da minha filha, num grande teatro em São Paulo, chega o momento mais importante da cerimônia: o juramento. Um aluno displicentemente lê o juramento inteirinho de uma vez só e olha para a turma, esperando que repitam. Todos caem na risada, gritos e bagunça. O coordenador pede que ele leia frase a frase, o que acontece num clima de risos e esculhambação. O sub-reitor então diz severamente: “Este juramento é um compromisso ético com a carreira e o futuro de cada um de vocês! Por favor, levem a sério este que é um dos momentos mais importantes em suas vidas.”
Deu para ouvir o silêncio de perplexidade, mas também um início de vaia, que acabou não se confirmando.
Depois fomos comemorar numa pizzaria. Eu era o mais velho à mesa. Alguém lembrou a fala do sub-reitor: “Onde já se viu? Estávamos em festa e aquele cara não tinha nada que ir lá dar aquela dura! Absurdo!” Eu disse que ele estava certo, que aquele momento era importante e que a zona da molecada apenas indicava que não estavam nem aí com compromissos. Só queriam saber da festa.
Quase fui expulso da pizzaria. Como era família, não fui chamado de “conservador”, “coxinha”,”fascista” e “preconceituoso”.
Aí vem o progressista com seu relativismo: “O que é bom pra você pode ser ruim pra mim”. E assim o juramento tanto pode ser um valor moral que merece reverência e respeito, quanto babaquice de gente velha, que têm de ser ridicularizada. Escolha.
A facilidade com que descartamos valores morais, basicamente por ignorância, apenas reforça a crença de que eles podem ser substituídos por objetos. E isso destrói qualquer compreensão sobre o que é bom e o que é ruim.
Quem vive seus valores agoniza diante de escolhas morais. Os que deixam esses valores apenas pairarem sobre suas vidas, nem percebem que essas escolhas precisam ser feitas. E isso explica o Brasil de hoje.
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