Quer mudar o mundo? Fale com seu chefe.
Adalberto Piotto - Olhar Brasileiro -O escândalo da Volkswagen, acusada de usar a tecnologia em seus carros para fraudar os números reais das emissões de poluentes, é só a pequena parte revelada de um mundo corporativo carcomido pela falácia dos “valores” morais, do ego do marketing da pretensa responsabilidade social, da falsa gentileza entre parceiros e do lucro a qualquer custo proveniente do desavergonhado acordo entre chefes vorazes e funcionários comprometidos apenas com seus empregos.
Quantos subordinados, os reais executores, silenciaram-se para levar ou preservar alguma vantagem?
Quantos mais fazem o mesmo em outras atividades de outras empresas?
Qual a diferença do ponto de vista da honestidade entre o chefe mal intencionado e o funcionário que aceita executar o malfeito?
Qual a diferença entre o empregado que aceita ser desonesto porque pode perder o emprego e o empresário acusado da operação Lava Jato, por exemplo, que disse que topou pagar corrupção no esquema da Petrobras para não perder a empreitada?
Não há diferença! Nenhuma. Valores éticos não têm preço.
Por isso, nesse cenário corporativo, as exceções são poucas.
Menos do que você imagina e do que os discursos inflamados, sorrisos e tapinhas nas costas fazem prever.
Afinal, pra essa gente, a ética, a transparência, o meio ambiente e o futuro coletivo podem esperar.
Pra mudar o mundo, comece falando com seu chefe.
E com sua própria consciência.