A internet mudou tudo. Ela acabou com os intermediários, seja em comunicação, política ou qualquer outro campo. Num mundo onde não precisamos mais de intermediários ninguém sofre tanto quanto os jornais, partidos políticos e sindicatos. As próprias organizações políticas estão perdendo força, com os cidadãos agindo por conta própria. A relação entre a imprensa e a política não é novidade, mas agora tudo é instantâneo, global e a capacidade de transmitir informações é enorme, o que dá um poder incrível a alguns influenciadores e jornalistas independentes que já têm audiência maior do que grandes redes de comunicação.
Há tempos eu digo que saímos da Sociedade da Informação para entrar na Sociedade das Narrativas. Nela, não ganha quem conta a melhor história. Ganha quem conta melhor qualquer história. Percebeu a sutileza? Contar a melhor história contra contar melhor qualquer história?
Robert Proctor, historiador da ciência da Universidade de Stanford, começou a se aprofundar nas práticas das empresas de tabaco, que gastaram bilhões obscurecendo o conhecimento sobre os efeitos do tabagismo na saúde dos fumantes. Essa busca levou Proctor a criar uma palavra para o estudo da propagação deliberada da ignorância: agnotologia.
Agnotologia vem de “agnosis”, a palavra grega neoclássica para ignorância ou “não saber”, e “ontologia”, o ramo da metafísica que trata da natureza do ser.
No início de suas carreiras, Daniel Khanenman e Amos Tversky trabalharam em diferentes ramos da psicologia: Kahneman estudou a visão, enquanto Tversky estudou a tomada de decisão. Em seus estudos, eles mostraram que, em ambos os domínios, os seres humanos dificilmente se comportam como se fossem estatísticos treinados ou intuitivos. Em vez disso, seus julgamentos e decisões se desviam dos modelos econômicos idealizados. As coisas não são como são, mas como as pessoas acham que são.
Quem me acompanha conhece o conceito do Broken Windows (Janelas Quebradas), que apresentei no Cafezinho 68. Pequenos desleixos levam a desleixos maiores. Pequenos crimes levam a crimes maiores. Pequenas sacanagens levam a sacanagens maiores. Faz parte do espírito humano.
Deixei o título em inglês por causa do “Windows”, que logo nos remete à internet. Quero falar das janelas quebradas da internet
“O que cria um influencer é a quantidade de idioters” é a frase de uma das mais novas camisetas da loja Café Brasil. O quer dizer isso? Que um youtuber falando merda para 2 milhões de seguidores, só sobrevive porque tem 2 milhões dando-lhe ouvidos. A culpa não é do Youtuber, que está entregando aquilo que seu público quer. E o mesmo vale para a música, literatura, cinema, jornalismo…
Obrigado a você que tem prestigiado meu cafezinho. Aqui é um esforço diário para não falar merda. Não porque eu seja melhor que os outros. É porque eu respeito profundamente a sua inteligência.
Ser ou não ser… O termo “ser” é um verbo que desempenha um papel fundamental na linguagem e na filosofia. Ele é usado para indicar a existência, identidade e características de entidades, sejam elas objetos físicos, seres vivos, conceitos abstratos ou estados. “Ser” também pode ser usado para expressar a natureza, estado ou condição de algo.
Mas nos dias de hoje, parece que deixamos para trás o “ser humano”, em benefício do “ser artificial”, em todos os âmbitos do termo “artificial”.
Você também tem um cantinho de leitura onde seus livros reinam? E está cansado das prateleiras de livrarias cheias de bestsellers que não trazem nada de substancial? Biografias de adolescentes de 40 anos, reflexões de influencers saídos das fraldas, motivação barata, fórmulas mágicas de gurus de araque, temas requentados com rótulos marqueteiros e mais uma porção de bobagens.
Procura um lugar onde os livros são escolhidos com cuidado e dedicação?
Então aceite as boas-vindas à Livraria Café Brasil, um santuário literário que vai além do convencional!
Como palestrante, aprendi que não são apenas as palavras que usamos quando falamos, é a maneira como as usamos que cria a magia do grande palestrante. As palavras têm poder, que cresce ainda mais dependendo de quem as pronuncia.
O comercial da VW que mostra Elis Regina fazendo um dueto com sua filha Maria Rita está viralizando e emocionando muita gente. É a IA, que ainda está em seus primeiros passos, mostrando a que vem. Logo mais você poderá entrar numa espécie de Netflix e assistir a TopGun com você no lugar o Tom Cruise ou da da Kelly McGilles. E vai ficar perfeito. É uma maravilha. Pois é. Mas…
Temos um viés negativo, que faz a gente dar mais peso às experiências e notícias ruins do que às boas. E além do viés negativo, temos um viés de atenção. Damos mais atenção às coisas negativas do que às positivas. Se você passou por uma avaliação de performance, por exemplo, e teve 95% de feedbacks positivos, perderá o sono por causa dos 5% negativos.
Acabo de lançar meu décimo livro. É o quinto como autor independente, sem contar mais três lançados por editoras, mas cujo controle eu assumi. Ser um autor independente é emocionante, mas também é cheio de desafios.
O caso Escola Base, ocorrido em 1994, é um marco da irresponsabilidade da imprensa na divulgação do que hoje é chamado de “fake news”. O Brasil foi tomado durante semanas por uma sucessão de notícias que apontavam abusos de crianças em idade pré-escolar, numa pequena escola de São Paulo. O caso virou escândalo nacional e com o tempo, provou-se que os denunciados eram inocentes. Mas o estrago estava feito.
Mais de 20 anos atrás, tomei a decisão de ser orgulhosamente um independente. Com minhas plataformas próprias, usando redes sociais para fazer marketing exclusivamente. Sem depender delas, sem ficar na sombra de uma grande marca, sem depender da estrutura de um terceiro para sobreviver.
Qual a responsabilidade da audiência na revolução das mídias? Só recevber conteúdo ou fazer parte do processo de produção e distribuição?
Quatro táticas se destacam nas guerras após o advento das redes sociais. São a “Abordagem 4D”: descartar, distorcer, distrair e desanimar.
Nas sociedades democráticas, os meios de comunicação de massa são a força motriz da opinião pública. Fontes de mídia como Internet, jornais, noticiários, etc., desempenham papéis significativos na formação de nossa compreensão e percepção sobre os eventos ocorridos em nossas vidas diárias. E os profissionais da mídia sabem disso, usando algumas ferramentas que fazem a nossa cabeça. Neste vídeo, quero falar de três delas.
Na dinâmica mais antiga, os movimentos sociais exigiam formadores de opinião, o que tornava difícil ouvir as vozes mais baixas da multidão. Hoje tudo mudou.
Quem me acompanha há algum tempo sabe que os assinantes dos diversos planos do Café Brasil, trocam ideias em grupos fechados no Telegram. Entre eles, o grupo da Confraria, que é febril. É normal ter 200, 300 mensagens num dia, tratando dos temas mais diversos. E como ali é um microcosmo “controlado”, não acontecem as baixarias das áreas de comentários das redes sociais, que parecem mais fábricas de malucos.
O mundo está polarizado, parece dividido em dois, não é? É, parece. Mas não é assim. Existem alguns extremos gritando feito loucos e, no meio, milhões de pessoas tentando descobrir qual é a melhor escolha. Mas a gritaria nos extremos é tamanha que achamos que elas são maioria. Não são. São minorias, mas têm acesso à mídia, à cultura, aos canais de comunicação que batem em você o dia inteiro, influenciando suas decisões.
A produção de Merdades, hoje fake news, que se torna cada vez mais sofisticada, trazendo para nós uma responsabilidade gigantesca de filtrar, selecionar e consumir informação que seja pertinente, transparente e verdadeira. Não é fácil.
Existe um princípio econômico chamado Lei de Gresham, atribuída a Sir Thomas Gresham, conselheiro da Rainha Isabel I de Inglaterra, que afirmou em 1558 que “a moeda má expulsa a moeda boa”.
TikTok está aos poucos estragando todas as plataformas digitais. O Twitter criou recentemente uma timeline baseada em vídeos curtos. O Instagram mudou completamente a proposta inicial para vídeos curtos e stories em vídeos.
Esse é o preço da liberdade: conviver com gente com quem não concordamos. Ouvir os maiores absurdos. Assistir gente ignorante, maldosa e até mesmo canalha, pintando e bordando na internet.
Você se importa? Então entre no jogo com algo além de um “muito bem!”.
Jovens impetuosos. Alguns com esqueletos no armário, sem casca grossa, sem manha, sem experiência política, achando que, no grito, levam o que querem. Pois é.
O ato de compartilhar é um ato de generosidade. Não é um favor que você faz para quem originou o post, mas para as outras pessoas que vão acessá-lo. E isso implica numa tremenda responsabilidade.
A cultura é boa porque influencia diretamente a forma como nosso cérebro processa a informação.
A baixa cultura faz crescer a bunda, melhorar o gingado, ficar com alguém e se divertir um bocado, o que é muuuuuito bom. Mas é pouco.
Baixa cultura é aquela que me faz bater o pé, mexer a bunda, gargalhar, sentir asco ou atração física, usar meus sentidos animais sem grandes preocupações intelectuais. E intelectualmente que me deixa exatamente onde estou.
O Mínimo Divisor Comum é instrumento de mediocrização.
‘Suspender a descrença’ é aceitar temporariamente como verossímeis eventos ou personagens que normalmente seriam vistos como incríveis.
A mentira está institucionalizada, em horário nobre e na cara dura.
Dias 26, 27 e 28 de abril vai acontecer o DESAFIO AS MÍDIAS E EU. Venha!
Cada um entende como pode, e infantilizar o debate só piora a situação.
No Chapeuzinho Vermelho 4.0, tá cheio de lobo se fingindo de menininha pra comer a vovó.
Tudo o que é possível de ser tornado coletivo em grande escala, traz o sagrado dentro de si.
Sem um propósito, a saída é aguardar a morte suave chegar.
Uma homenagem aos que não se entregaram ao medo que paralisa, e tiveram a coragem de assumir riscos mesmo com informações fragmentadas ou incompletas.
Acesse mlacafebrasil/camp e vamos levar esse cinturão pra casa.
Cada um de nós, consumidores dos produtos culturais, tem a força para revolucionar o mercado.
Esta semana lançamos a 16ª temporada do Lídercast, um bate papo com gente que faz acontecer.
Como funciona uma cadeia de eventos que pode provocar pânico .
Quando chega uma notícia bombástica, eu só me pronuncio depois de 48 horas.
É exatamente como um pintor, um escultor, um músico escrevendo uma partitura.
O livro Cafezinho pode ser encontrado em minha loja virtual no lucianopires.com.br/loja
Não se engane, viu? Esses donos da verdade só são donos da própria ignorância.
Nos 14 anos em que produzimos podcasts, esta talvez seja a maior mudança dos podcasts da família Café Brasil. Obrigado a você que continua conosco.
Se você tem acesso a informações que outras pessoas não têm, compartilhe!
Estamos assistindo a uma revolução na mídia, meus caros. Uma que não tem retorno.
Se você vê algum valor em nosso trabalho, acesse Confraria.cafe e faça sua assinatura.
Não coloque a distribuição do seu trabalho nas mãos das grandes corporações. De nenhuma.
Lá se vão nove anos. De lá para cá, foram dezenas de milhões de downloads e um trabalho insano abrindo caminhos para o podcast no Brasil.
Uma pandemia nos fez acordar para valores fundamentais soterrados pela baixaria.
Sobre o hábito de compartilhar aquilo que vale a pena.
Democracia é a liberdade de dizer “não”, mesmo que você esteja em minoria.
Um podcast brasileiro reinando na terra dos gringos!
Basta uma olhada nos jornais televisivos diários para perceber o inferno no qual estamos vivendo.
Vida em sociedade implica no exercício diário da política, da negociação, da concessão. Mas tenho minhas dúvidas…
Quem mostra a você o ato, conclui a intenção e sonega a circunstância, não está querendo informar.
“Food for fish”- Comida Pra peixe – é uma expressão que os norte-americanos usam quando se referem a ações usadas para distrair a atenção de outras pessoas que podem prejudicar um projeto ou evento.
Gostou? Compartilhe! Só assim, fazendo a nossa parte, criando e compartilhando conteúdo pertinente, podemos nos livrar da ditadura da baixaria, do irrelevante, do medíocre.
O que é que aconteceu com o carnaval? Meus amigos da Panela Produtora lançaram no disco É Carnaval uma música que explica.
Ninguém precisa pensar, é só desligar o cérebro e deixar que os instintos comandem.
Edição especial do Cafezinho, retirada do Podcast Café Brasil 275 Bohemian Rhapsody, comemorando o lançamento do filme homônimo. Um tributo ao Queen e a Freddie Mercury.
A imprensa pode muito. Mas não pode tudo.
Conte até dez antes de compartilhar uma merdade
Fake News são como ervas daninhas, não se combate apenas aparando. Tem de arrancar pela raiz.
É impossível escapar deles. Mas ao menos você será um otário consciente.
Liberdade. Essa é a palavra que uso para definir podcasts.
O povo quer personalidade, opinião consistente e gente capaz de exercer humildade, coragem e prudência.
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Num cafezinho anterior falei sobre a importância de fazer críticas. E neste dou algumas dicas.
Saber avaliar as críticas é fundamental, mas saber fazê-las, é essencial.