Videocast Nakata T2 01
Luciano Pires -Quem é você, durante a crise econômica?
A pergunta é mais uma provocação do que uma questão reflexiva: afinal de contas, como você tem reagido aos ecos da mais recente crise no País?
Eu pergunto isso porque, se você puxar pela memória e pela própria história do Brasil, verá que o brasileiro e as crises são paralelos de uma mesma trajetória.
E quer saber? Nós saímos cada vez mais fortalecidos delas. Está no nosso DNA, praticamente.
Eu, por exemplo: corintiano desde o berço, só vi o Corinthians campeão depois de mais de 20 anos.
Além disso, o Brasil não estava nos seus melhores momentos quando eu nasci, em 1956, com o país em Estado de Sítio. E veja que beleza a sequência:
- Renúncia de Jânio Quadros (1961);
- Golpe Civil-Militar de 1964;
- Repercussões da Guerra Fria (que durou até a queda do Muro de Berlim, em 1989);
- Crise do Petróleo (1973);
- Congresso fechado pelo presidente Geisel (1977);
- Diretas Já (1984).
- Democracia no Brasil (1985).
Veja quantas coisas enfrentamos, em quase 30 anos, desde 1956!
Acha pouco? Pois, de 1980 a 1994 tivemos uma inflação crônica, que chegou a 80% ao mês! Passamos, também, por 1 confisco monetário, 2 recessões, 2 colapsos cambiais, 5 planos econômicos diferentes, 6 moedas (e 1 quase moeda), 11 ministros da economia, 14 presidentes do banco central e 1 impeachment presidencial.
Mas não se sinta desanimado. É engraçado levantar essas questões porque percebemos que, mesmo diante de tantas, mas tantas adversidades, nós nos erguemos e nos reerguemos.
Daí o meu interesse em saber quem é você, durante a crise econômica. Sabe por quê?
“Coisas ruins acontecem. É a forma como reajo a elas que define meu caráter e a qualidade de minha vida”.
Walter Anderson
Porque a frase acima define bem a capacidade do brasileiro de enfrentar as dificuldades. Mas isso não significa que devemos esperar pelo fim da crise, muito pelo contrário! Devemos seguir a nossa natureza humana.
Você já deve ter ouvido falar na cidade japonesa de Hiroshima, que foi devastada por uma bomba atômica norte-americana em 1945, e por um tufão no mesmo ano.
Sabia que a população local havia sido reduzida a pouco mais de 100 mil habitantes após o ataque atômico? E que, atualmente, a cidade é um importante polo industrial e conta com pouco mais de 2 milhões de habitantes em sua região metropolitana? Você acha que a solução encontrada foi esperar a crise passar?
O que eu quero dizer é: não importa o nome da crise, suas consequências e como ela nos confronta todos os dias. Importa o que faremos com o que a crise tem feito conosco.
Em momentos de crise, temos que nos recolher, é claro. Mas para nos fortalecer!
A sugestão é seguir alguns passos:
- Não permita que suas emoções tomem conta de você, elas o impedem de agir racionalmente.
- Não leve tudo para o lado pessoal, fique calmo e não se transforme numa pessoa defensiva que só pensa em justificar seus pensamentos e ações.
- Mantenha uma atitude mental positiva, é ela que ajudará você a sair do caos e vencer a negatividade.
- Cuidado com o medo, ele torna você vulnerável, traz o pânico, congela mentalmente e faz perder o foco. O medo é necessário para nos manter vivos, mas é ruim quando paralisa.
- Responda com decisão. Procure ter convicção em seus atos, isso gera confiança, autoridade e, especialmente, a sensação de que você não perdeu o controle.
Tempos de crise são a hora de arrumar a casa, reduzir os gastos, compreender o momento e planejar as etapas seguintes. Pois, se você estiver pronto para o que vier a seguir, você se erguerá no fim do dia — e ainda mais forte do que estava antes da crise bater à porta.
O Brasil e o mundo já passaram por coisas terríveis. E aqui estamos. A pergunta é: como você vai reagir, a partir de agora, com a crise que assola o País?
A resposta é a nossa própria história. Um dia de cada vez, planejando sempre o dia seguinte.