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Luciano Pires -

O programa da semana trata de uma das coisas que mais fazemos em nossas vidas: tomar decisões. Escolher. Mas tem gente que tem uma dificuldade imensa para fazer escolhas. Prefere deixar que outras as façam por eles. Só que existem alguns que já entenderam que podem tirar vantagem dessa “indecisão” e fazem de tudo para criar dificuldades e vender facilidades. Especialmente se estão em cargos de mando. Dois textos, um de Mia Couto e outro de Ricardo Jordão Magalhães, ajudarão a gente a refletir sobre esse tema. Na trilha sonora, aquela festa: Vanusa, o The Three Degrees, Daniel Barenboim, Vicente Barreto e… Janis Joplin. Apresentação de Luciano Pires.

[showhide title=”Ler o roteiro completo do programa” template=”rounded-box” changetitle=”Fechar o roteiro” closeonclick=true]

Bom dia, boa tarde, boa noite. Uma das coisas que mais fazemos em nossas vidas é tomar decisões. Escolher. Mas tem gente que tem uma dificuldade imensa para fazer escolhas. Prefere deixar que outras as façam por eles.

Escolhas. Esse é o tema do programa de hoje, que começa com uma frase do escritor norte americano Tennessee Williams.

Há uma hora de partida mesmo quando não há lugar certo para ir.

E o exemplar da semana do meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA vai para o Hudson Ferreira Leite, que comentou o programa  SAINDO DA INÉRCIA assim:

“Saudações, Luciano Pires.

Tanta coisa pra dizer que não consigo imaginar uma forma mais decente de começar esse comentário (o primeiro destinado a um dos vários podcast que ouço), que fico meio tímido de fazê-lo (tantas outras vezes o tentei e fui vencido por uma autocrítica paralisante (um subterfúgio para minha inércia), que pensei em contar uma história de como chegamos (eu e minha preguiça) até aqui.

Conheci o seu programa no segundo semestre de 2009, algum tempo depois de ser apresentado, por um irmão, a essa fascinante, e viciante, mídia que é o podcast, através do nerdcast. Logo depois de escutar todos os episódios daquele, me vi numa espécie de crise de abstinência e procurei por outros que pudessem suprir meu vazio (coisa entre 45´ e 60´ dentro de um ônibus rumo ao trabalho), no entanto o seu programa não passou de uma página não atrativa que eu logo descartei (sequer cheguei ouvir um episódio).

Foi apenas no início de 2011, quando já enfrentava uma desmotivação profissional que beirava a depressão (no trabalho, durante as reuniões, eufazia questão de frisar que estava numa obstinada missão por me tornar uma peça totalmente inútil dentro da empresa), que finalmente ouvi um de seus programas.

Sou bacharel em ciências da computação pela UFPI desde fevereiro de 2003, analista de sistemas pelo SERPRO desde setembro de 2005, casado com uma pedagoga, fã de Rubem Alves desde dezembro de 2006 e pai de uma linda princesa desde junho de 2008, mas o que eu mais sou é INERTE desde sempre.

Talvez por isso eu tenha me identificado tanto com esse programa (não que outros tenham me tocado menos, como os sobre espiritualidade, educação, racismo, politicamente correto, etc). Parece ter pisado nos meus calos, mexido nos meus brios. Digo isso pois eu praticamente já escutei todos os seus programas (até aqueles que não constam do feed que eu assino), e todas a vezes que consigo me lembrar você sempre instiga os ouvintes a darem uma contribuição mínima, um mísero comentário, e só agora assumi o compromisso pessoal de fazê-lo.

Naquela nublada tarde de 24 de novembro de 2011, saindo do trabalho, liguei meu “mp3” justo no programa Saindo da inércia, e ao final senti uma inquietude tão grande que só estou conseguindo acalmar minha mente e minha alma nesse exato momento enquanto redijo estas prolixas “mal traçadas linhas” (02:20am de 25 de novembro de 2011, levantei para fazê-lo pois não conseguia dormir com a mesma preguiça e tranquilidade que tantas outras vezes me venceram, ainda que provavelmente não vá publicar agora).

Sei que minhas idéias parecem desconexas, mas se isso ainda não ficou claro, gostaria de evidenciar que isso é um desabafo, uma confidência que eu tentava esconder até do cara do espelho e que espero, sinceramente, que ele me perdoe, por tantas vezes ter tentado me advertir sobre minha condição, e eu, tantas vezes o ter ignorado, como se ele não fosse uma parte de mim.

Até breve (pois pretendo me fazer presente em muitos outros programas), e obrigado por não desistir de pessoas como eu.”

Grande Hudson, que bom que nosso cafezinho serviu pra te chacoalhar. Espero que você tenha aproveitado o empurrão para dar uma virada de mesa! E começou bem, compartilhando conosco, e acabou ganhando um livro! E você aí, hein, ô inerte? Vai escrever?

Então, quando coloquei no ar o programa, SAINDO DA INÉRCIA, eu dizia que “quando nascemos nosso destino é ser miserável, ignorante, passar fome, ser infeliz, viver sem nenhum propósito, ser inerte. É a nossa luta no dia a dia que nos garante escapar dessas armadilhas. Estudamos para escapar da ignorância. Trabalhamos para poder comer, morar, cuidar da saúde.  Mas o fantasma da inércia nos persegue todo o tempo.”

É só piscar que você se vê preso numa espécie de roda viva, ocupando seu tempo para repetir hoje o que você fez ontem…

Existem vários fatores que colocam as pessoas nessa armadilha de girar em torno de si mesmas, sem sair do lugar, sem progredir. Pode ser por ignorância, por vergonha, excesso de humildade, baixa-estima, medo ou até mesmo a velha e boa preguiça. Seja qual for o motivo, o resultado é um só, negativo: a indecisão.

Cara, como é difícil lidar com gente indecisa! Eu fico doente. Gente indecisa rouba meu precioso tempo de vida!

O que? Você faz parte da turma de indecisos? Ah, meu, tem que ver isso…

Maybe

Maybe…
Oh, if I could pray, and I try, dear,
You might come back home, home to me.
Maybe
Whoa, if I could ever hold your little hand
Ooh, you might understand.
Maybe, maybe, maybe, maybe… yeah
Maybe, maybe, maybe, maybe, maybe, dear,
I guess I might have done something wrong,
Honey, I’d be glad to admit it
Ooh, come on home to me!
Honey, maybe, maybe, maybe, maybe… yeah
Well, I know that it just doesn’t ever seem to matter, babe,
Ooh, honey, when I go out or what I’m trying to do,
Can’t you see I’m still left here
And I’m holding on in needing you
Please, please, please, please,
Oh, won’t you reconsider, babe,
Now come on, I said come back,
Won’t you come back to me!
Maybe, dear, oh maybe, maybe, maybe,
Let me help you show me how.
Honey, maybe, maybe, maybe, maybe,
Maybe, maybe, maybe, yeah,
Maybe, maybe, maybe, yeah.
Ooh!

Talvez

Talvez…
Oh, se eu pudesse orar, e tentar, meu bem
Você voltaria para casa, para casa para mim.

Talvez
Whoa, se eu tivesse segurado a sua mão
Ooh, você entenderia.
Talvez, talvez, talvez, talvez… yeah

Talvez, talvez, talvez, talvez, talvez, meu bem,
Acho que eu tenha feito algo errado
Querido, eu ficaria satisfeita em admitir isso
Ooh, Venha para casa, para mim!
Querido, talvez, talvez, talvez, talvez… yeah

Bem, eu sei que nunca parecerá ter importância, babe
Oh, Querido, Quando eu saio ou tento sair
Você não percebe que eu ainda estou abandonada aqui?
E que estou presa a essa necessidade de precisar de você?

Por favor, por favor, por favor,
Você não irá reconsiderar nada? , babe,
Agora venha, eu disse para você voltar
Você não irá voltar para mim!

Talvez, meu bem, Oh, talvez, talvez, talvez,
Deixe-me me ajudá-lo a me fazer entender
Querido, talvez, talvez, talvez,
Talvez, talvez, talvez, talvez,
Talvez, talvez, talvez, sim.
Ooh!

Hummmmm… que tal, hein? Janis Joplin no Café Brasil? Pois é…essa aqui é MAYBE, um dos clássicos que Janis gravou e que você deve estar estranhando. O que é que Janis Joplin tá fazendo no Café Brasil? Você vai entender já já…

Então, mas tem um tipo de gente indecisa especial, sabe? Gente que tem a indecisão como método, que percebe que é possível tirar vantagens quando as decisões não acontecem. E sempre é gente que tem algum poder.

Pois trago para abrilhantar o programa um texto de Mia Couto, biólogo e escritor moçambicano. O título é sugestivo: O maybe man, o homem talvez… Ele fala de Moçambique, mas eu acho que já vi esse filme antes…

O texto de Mia Couto diz assim.

Existe o “Yes man”. Todos sabem quem é e o mal que causa. Mas existe o maybe man. E poucos sabem quem é. Menos ainda sabem o impacto desta espécie na vida nacional. Apresento aqui essa criatura que todos, no final, reconhecerão como familiar.

O  maybe man vive do “talvez”. Em português, dever-se-ia chamar de “talvezeiro”. Devia tomar decisões. Não toma. Simplesmente, toma indecisões. A decisão é um risco. E obriga a agir. Um “talvez” não tem implicação nenhuma, é um híbrido entre o nada e o vazio.

A diferença entre o Yes man e o maybe man não está apenas no “yes”. É que o “may be” é, ao mesmo tempo, um “may be not”. Enquanto o Yes man aposta na bajulação de um chefe, o maybe man não aposta em nada nem em ninguém. Enquanto o primeiro suja a língua numa bota, o outro engraxa tudo que seja bota superior.

Sem chegar a ser chave para nada, o maybe man ocupa lugares chave no estado. Foi-lhe dito para ser do partido. Ele aceitou por conveniência. Mas o maybe man não é exatamente do partido no Poder. O seu partido é o poder. Assim, ele veste e despe cores políticas conforme as marés. Porque o que ele é não vem da alma. Vem da aparência. A mesma mão que hoje levanta uma bandeira, levantará outra amanhã. E venderá as duas bandeiras, depois de amanhã. Afinal, a sua ideologia tem um só nome: o negócio. Como não tem muito para negociar, como já se vendeu terra e ar, ele vende-se a si mesmo. E vende-se em parcelas. Cada parcela chama-se “comissão”. Há quem lhe chame de “luvas”. Os mais pequenos chamam-lhe de “gasosa”. Vivemos uma nação muito gaseificada.

Governar não é, como muitos pensam, tomar conta dos interesses de uma nação. Governar é, para o maybe man, uma oportunidade de negócios. De “business”, como convém hoje, dizer. Curiosamente, o “talvezeiro” é um veemente crítico da corrupção. Mas apenas, quando beneficia os outros. A que lhe cai no colo é legítima, patriótica e enquadra-se no combate contra a pobreza.

Mas a corrupção, em Moçambique, tem uma dificuldade: o corruptor não sabe exatamente a quem subornar. Devia haver um manual, com organograma orientador. Ou como se diz em workshopês: os guidelines.

Para evitar que o suborno seja improdutivo. Afinal, o maybe man é mais cauteloso que o andar do camaleão: aguarda pela opinião do chefe, mais ainda pela opinião do chefe do chefe. Sem luz verde vinda dos céus, não há luz nem verde para ninguém.

Talvez

Sabe gente,
É duro encontrar
o rapaz com quem se sonha
E quando se perde
uma coisa boa
A gente se sente
Como quem vai morrer
Eu sei, eu sei…
Porque aconteceu comigo
Vocês sabem…
As vezes,
nós dizemos coisas tolas
Sem pensar no que
vai acontecer
Eu disse ao rapaz
mais bacana do mundo:
“Despareça!
Não preciso de você!”
Ele ficou frio,
E com o olhar triste falou:
“Se é assim
que você quer,
Eu vou.”
E foi mesmo!
Ah! Eu não vou deixar
ninguém mandar na minha vida
E por isso fui má e perdi…
E disse comigo mesma:
“Não vou me matar
para me prender a um rapaz
Mas, me enganei”
Oh! Querido perdoe
todas as coisas tolas
que eu disse
De manhã,
ouvi sua voz atrás de mim
Ah! Aquela voz
que parecia que
a tanto tempo não ouvia
Virei-me, era ele
Oh! Estava tão lindo
Eu sei que não
poderia acontecer,
mas, mas eu não pude resistir
Eu tinha que tomar
uma atitude
E tinha que ser naquela hora
Tomei suas mãos
Olhei dentro de seus olhos
e disse, e disse:

CANTANDO:
Maybe…
Se eu pedir e você voltar
Eu não erro mais
Maybe! Maybe! Maybe! Maybe!
Por pedir e tanto rezar
Você vá, vá ficar
Oh! Maybe!
Hau! Hau!
Maybe! Maybe! Maybe! Maybe!
Se meus lábios você beijar
Eu não vá, vá chorar
Maybe!
Oh! Maybe! Maybe!
Maybe! Maybe!
Se eu jurar que não ligo mais
Nós teremos paz
Oh!Oh!… Maybe!
Hau! Hau! Maybe!
Ih! Heeeeh! Maybe!
Maa…ybe!!!

Tá pensando o quê? Essa é a Vanusa, cara, cantando TALVEZ, a versão tupiniquim para o MAYBE de Janis Joplin! Mas peraí… Vanusa canta uma versão baseada em outra gravação, a do grupo The Three Degrees, lançada em 1970. Aliás, o arranjo da Vanusa é igualzinho… quer ver?

Então. Voltando ao texto do Mia Couto.

O maybe man entendeu mal a máxima cristã de “amar o próximo”. Porque ele ama o seguinte. Isto é, ama o governo e o governante que vêm a seguir. Na senda de comércio de oportunidades, ele já vendeu a mesma oportunidade ao sul-africano. Depois, vendeu-a ao português, ao indiano. E está agora a vender ao chinês, que ele imagina ser o “próximo”.

É por isso que, para a lógica do “talvezeiro” é trágico que surjam decisões. Porque elas matam o terreno do eterno adiamento onde prospera o nosso indecidido personagem.

O maybe man descobriu uma área mais rentável que a especulação financeira: a área do não deixar fazer. Ou numa parábola mais recente: o não deixar. Há investimento à vista? Ele complica até deixar de haver. Há projeto no fundo do túnel? Ele escurece o final do túnel. Um pedido de uso de terra, ele argumenta que se perdeu a papelada. Numa palavra, o maybe man atua como polícia de trânsito corrupto: em nome da lei, assalta o cidadão.

Eis a sua filosofia: a melhor maneira de fazer política é estar fora da política. Melhor ainda: é ser político sem política nenhuma. Nessa fluidez se afirma a sua competência: ele e sai dos princípios, esquece o que disse ontem, rasga o juramento do passado. E a lei e o plano servem, quando confirmam os seus interesses. E os do chefe. E, à cautela, os do chefe do chefe.

O maybe man aprendeu a prudência de não dizer nada, não pensar nada e, sobretudo, não contrariar os poderosos. Agradar ao dirigente: esse é o principal currículo. Afinal, o maybe man não tem ideia sobre nada: ele pensa com a cabeça do chefe, fala por via do discurso do chefe. E assim o nosso amigo se acha apto para tudo. Podem nomeá-lo para qualquer área: agricultura, pescas, exército, saúde.

Ele está à vontade em tudo, com esse conforto que apenas a ignorância absoluta pode conferir.

Apresentei, sem necessidade o maybe man. Porque todos já sabíamos quem era. O nosso estado está cheio deles, do topo à base. Podíamos falar de uma elevada densidade humana. Na realidade, porém, essa densidade não existe. Porque dentro do maybe man não há ninguém. O que significa que estamos pagando salários a fantasmas. Uma fortuna bem real paga mensalmente a fantasmas. Nenhum país, mesmo rico, deitaria assim tanto dinheiro para o vazio.

O maybe man é utilíssimo no país do talvez e na economia do faz-de-conta. Para um país a sério não serve.

Puxa, mas que coisa é Moçambique, não? Cheia de  maybe man! Ainda bem que aqui no Brasil não tem disso, né?

E então, que tal trazer uma provocação do meu amigo Ricardo Jordão Magalhães, lá do Biz Revolution? O nome é A extinção é a fonte da vida!

Legal, né? Bem, vamos ao texto do Ricardo Jordão.

Ao fundo ouviremos BRAZILIAN RHAPSODY… ué, tem também, né? Essa é do compositor argentino Bebu Silvetti, aqui apresentada pelo também argentino Daniel Barenboim.

Hoje você está ai sentado confortavelmente na cadeira da sua sala, porque há alguns milhões de anos atrás, um cometa E.T. bateu na terra e dizimou por completo a raça dominante na época, os dinossauros. A extinção gerou vida!

Do holocausto da segunda guerra, nasceu o estado de Israel. Da ditadura brasileira, nasceu a liberdade de expressão. Do governo do Collor, abriu-se as portas para o mundo. Do governo do Lula, explode um país revolucionário.

Confie na sua intuição. Papelada demais faz mal à saúde e à floresta amazônica. Corte o papo furado e as métricas das métricas das métricas. Corte a estupidez de querer controlar tudo, saber de tudo, analisar tudo, antes de tomar qualquer decisão. Corte a estupidez pela raiz, corte aquele que disser, “Pára tudo! Pára tudo! Eu preciso de três semanas para analisar essa idéia”, porque no fundo, o cidadão que diz uma besteira como essa, vai analisar TUDO na última hora do último dia das três semanas de prazo que ele inventou.

Confie na sua Intuição. Reduza o número de relatórios, CANCELE o sem números de customizações de sistemas para descobrir qual é a cor da cueca que o cliente número 19 usa às segundas-feiras.

Corte a estupidez pela raiz. Comece por você.

O ser humano produtivo não é aquele que trabalha mais, mas aquele que toma mais decisões. Quantas decisões você vai tomar hoje? Quantas decisões você vai deixar prá lá para ver como fica? Quantas coisas você ainda vai insistir em dizer que não é você quem decide?

Decida limpar a sua mesa, decida dar um “delete” nos e-mails que você nunca vai ler, decida dizer para o seu chefe que ele não tá com nada e que você tem uma sugestão para melhorar as coisas, DECIDA TOMAR UMA DECISÃO QUE VAI MACHUCAR VOCÊ NO CURTO PRAZO.

Você é um péssimo líder, quando você não toma uma decisão sobre as coisas ruins que acontecem na empresa, que todos sabem que acontecem, mas por falta de dados, você enterra a sua intuição de querer revolucionar as coisas.

Você é um péssimo marketeiro, quando você não toma uma decisão de eliminar produtos, eliminar campanhas, eliminar canais de distribuição e extinguir slogans, que todos sabem que são realmente ruins, mas por falta de dados, você enterra a sua intuição.

Você é um péssimo funcionário, quando você enterra a sua intuição por imaginar que não tem experiência suficiente, não tem patente o suficiente, não tem liberdade o suficiente, para tomar uma decisão de AGIR para mudar as coisas.

Quando a gente não sabe o que é bom para nós, tomar uma paulada na cabeça nos ensina o que é ruim para nós. Sujeite-se a paulada, ela vai te colocar no caminho certo, naquele que é melhor para você, naquele que você não tem coragem para DECIDIR por você mesmo.

Ufa… e você aí? Vai decidir ou ficar em cima do muro?

Talvez você

Vento que move a cortina
Me lembra você
Luz de abajur
E lá fora talvez luar
Silêncio de amadurecer
A fruta solta no ar
Nenhum trim… ou trem ou som
Que ouse soar
O tempo parado, perdido, incolor
Ocupa o desvão desse qualquer lugar
Como se o que é de fato, não há
De é melhor
Ficar só
Não sei
Talvez
Sair
E alguém
Me achar
Talvez
Você

E é assim, ao som de TALVEZ VOCÊ, de e com o sempre agradável Vicente Barreto em parceria com Chico César, que o Café Brasil que não quer ficar em cima do muro vai saindo de mansinho.

As mudanças machucam, mas a indecisão mata. Ainda que ninguém irá sair vivo deste planeta, como é que você prefere viver, hein?

Meu, cuidado com o homem talvez! Alguns são bem sacanas, sabe?

Com o decidido Lalá Moreira na técnica, a indecisa Ciça Camargo na produção e eu, que não sei se vou ou se fico, Luciano Pires na direção e apresentação.

Estiveram conosco o ouvinte Hudson Ferreira Leite, Ricardo Jordão Magalhães, Vanusa, o The Three Degrees, Daniel Barenboim, Vicente Barreto e… Janis Joplin… Tamos podendo!

Este é o Café Brasil, um programa ouvido por gente que está a fim de fazer acontecer, que não engole o homem talvez e que é formadora de opinião. Você não está aqui com a gente? Pô, decide logo, ô. www.portalcafebrasil.com.br.

Pra terminar, uma frase de um anônimo:

Eu costumava ser indeciso, mas agora não estou tão certo disso…

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