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Café Brasil 672 – A mão invisível do mercado

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Luciano Pires -

Você certamente já ouviu falar de livre mercado, aquele lugar mágico onde as trocas voluntárias e as leis de oferta e procura são a base da economia, não é? A característica mais importante é a ausência da coerção nas transações. Você não faz nada obrigado. O que acontece é por livre e espontânea vontade, sem a mão peluda do estado.

E um dia alguém disse que o mercado tinha uma mão invisível…

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires.

Posso entrar?

Toda vez que eu dou um passo
Sibá

Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Eu vivo no mundo com medo, do mundo me atropelar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Que o mundo por ser redondo, tem por destino embolar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Desde quando o mundo é mundo, nunca pensou de parar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
E tem hora que até me canso de ver o mundo rodar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Quando eu vou dormir eu rezo pro mundo me acalentar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
De manhã escuto o mundo gritando pra me acordar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Ouço o mundo me dizendo: corra pra me acompanhar!
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Se eu correr e ir atrás do mundo vou gastar meu calcanhar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Eu procurei o fim do mundo porém não pude alcançar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Também não vivo pensando de ver o mundo acabar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
Nem vou gastar meu juízo querendo o mundo explicar
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar
E quando um deixa o mundo tem trinta querendo entrar (mas na minha vaga não!)
Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar

Essa é a Rhaissa Bittar, com TODA VEZ QUE EU DOU UM PASSO, canção de Sibá, que está em seu terceiro disco, JOÃO, meu, tem cada pérola…

O conceito da “mão invisível do mercado” nos foi apresentada pelo economista, filósofo e autor escocês Adam Smith, em seu livro “A teoria moral dos sentimentos”, de 1759. E foi usado novamente em seu outro livro “A Riqueza das nações”, publicado em 1776.

Lalá, bota aí uma música de dinheiro pra gente ouvir o que Adam Smith escreveu, por favor.

“Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento anual da sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele garante em não ter intenção de promover o interesse público, nem sabe o quanto o promove. Ao preferir dar sustento mais à atividade doméstica que à exterior, ele tem em vista apenas sua própria segurança; e, ao dirigir essa atividade de maneira que sua produção seja de maior valor possível, ele tem em vista apenas seu próprio lucro, e neste caso, como em muitos outros, ele é guiado por uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte de sua intenção. E o fato de este fim não fazer parte de sua intenção nem sempre é o pior para a sociedade. Ao buscar seu próprio interesse, frequentemente ele promove o da sociedade de maneira mais eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo.”

O conceito da mão invisível prega que a economia pode funcionar muito bem num cenário de livre mercado onde todos trabalham por seus próprios interesses. Adam Smith explicou que uma economia funcionaria muito bem se o governo deixasse que o povo fizesse livremente as transações entre si, os interesses de cada indivíduo fariam com que eles competissem entre si, conduzindo o mercado como uma espécie de mão invisível.

A teoria da mão invisível envolve o conceito do “laissez-faire”, expressão francesa que significa literalmente “deixai fazer, deixai ir, deixai passar”. O laissez-faire simboliza o liberalismo econômico, na versão mais pura de capitalismo de que num cenário de livre mercado onde não existem regulações ou restrições impostas pelo governo, se alguém cobra mais barato, as pessoas vão escolher comprar desse alguém. Assim você sempre se verá compelido a cobrar menos ou oferecer algo melhor que seu competidor. Sempre que uma quantidade suficiente de gente tiver uma demanda, o mercado correrá para supri-la. E todo mundo ficará feliz.

A mão invisível do mercado e o laissez-faire é contestada por muita gente, especialmente os seguidores do economista inglês John Maynard Keynes, que pregava que em momentos de recessão e crises, apenas a intervenção governamental, com aumento dos gastos estatais, pode resolver. Para Keynes, o mercado por si só é incapaz de equilibrar a economia. É preciso intervenção da mão peluda do governo.

E o mundo vive há tempos a luta da mão invisível com a mão peluda.

Cara, esse tema é fascinante…

Mim quer tocar
Roger Rocha Moreira

Dinhero!; Dinhero!; Dinhero!; Dinhero!;

Mim quer tocar
Mim gosta ganhar dinheiro (dinhero!)
Me want to play
Me love to get the money (the money!)

Mim é brasileiro
Mim gosta banana (banana!)
Mas mim também quer votar
Mim também quer ser bacana (bacana!)

Mim quer tocar
Mim gosta ganhar dinhero (dinhero!)
Me want to play
Me love to get the money (the money!)

Mim gosta tanto tocar
Mim é batuquero (conhero!)
Mas mim precisa ganhar
Mim gosta ganhar dinhero (dinhero!)

Mim quer tocar
Mim gosta ganhar dinhero (dinhero!)
Me want to play
Me love to get the money (the money!)

The money! money!
Dinhero! dinhero!
Money! money!
Dinhero! dinhero!
Money! money!
Dinhero! dinhero!
Hei nheero! inheerooo!…

Dinhero! dinhero!
Dinhero! dinhero!

Mim quer tocar
Mim gosta ganhar dinhero (dinhero!)
Me want to play
Me love to get the money (the money!)

The money! money!
Dinhero! dinhero!
Money! money!
Dinhero! dinhero!
Money! money!
Dinhero! dinhero!
Hei nheero! inheerooo!…

Rararara… Lá vem o Ultraje a Rigor com MIM QUER TOCAR. É um clássico…

Uma biografia de Adam Smith chamada “Father of Economics”, de Jesse Normam, traz alguma luz à discussão.

Adam Smith viveu no século 18, um tempo em que os mercados eram absurdamente regulados pelo estado, pela igreja, corporações e outras entidades. Smith dizia que se essas interferências fossem removidas o mercado floresceria com mais rapidez e prosperidade.

Smith viveu uma crise bancária na Escócia, que terminou com o colapso do Ayr Bak , em 1772. A crise destruiu o sistema bancário escocês, provocando consequências muito parecidas com algumas crises recentes que vivemos, inclusive a responsabilidade da mão peluda das regulações.  Mas Smith não pregava que o mercado deveria existir com nenhuma regulação.

A ideia de mercado de Smith não era aquela de construções matemáticas funcionando de forma independente e produzindo riqueza, mas a de uma instituição social e cultural, mediada por valores, normas, tradições e práticas. A ideia de livre mercado de Adam Smith é sustentada, portanto, por valores morais.

E tem na confiança sua âncora.

Quem estuda economia comportamental deve estar arrepiado agora…

Walter Williams é professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros. Um texto dele cabe aqui como uma luva. O nome é “Se você é contra a economia de mercado, você nunca viveu fora dela”.

Uma das mais desafiadoras e importantes tarefas de um professor de economia é ensinar aos alunos o quão pouco nós sabemos sobre o mundo.

Meu grande amigo e colega, o doutor Thomas Sowell, costuma dizer que “É necessário ter um conhecimento considerável para se dar conta de quão grande é a sua própria ignorância”.

Já o economista austríaco, e ganhador do prêmio Nobel, Friedrich August von Hayek alertou: “A curiosa tarefa da economia é demonstrar aos homens o quão pouco eles realmente sabem sobre aquilo que eles imaginam poder planejar”.

O fato de que somos extremamente ignorantes sobre como o mundo funciona é algo ignorado pelas elites políticas e progressistas que juram saber o que é melhor para nós mesmos e que, por isso, querem controlar nossas vidas.

Vejamos alguns exemplos que, embora rotineiros e triviais, mostram toda a complexidade do mundo. É. Mas antes disso, vamos escutar um ouvinte?

“Bom dia, boa tarde, boa noite. Olá Luciano.  Me chamo Saulo, falo do Juazeiro do Norte e há muito temo eu estou adiando essa mensagem, mas agora, eu resolvi enviar.

Você tem me acompanhado por grandes fases na minha vida. Eu já cresci ouvindo o podcast, já arrisquei ouvindo o podcast, já dei um passo atrás graças ao que aprendi com o podcast. Eu estou numa nova fase da minha vida, uma daquelas fases de ruptura, que deixa você sempre preocupado Agora eu sou pai e em meio a esse mundo, eu sempre fico me perguntando, falando com a minha esposa como é que a gente vai preparar o nosso filho pro que está por vir. O futuro é totalmente imprevisível nessa sociedade dinâmica que a gente está passando. E aí, isso está martelando na minha cabeça e hoje eu estava ouvindo o seu programa… aqui é o meu filho, esse é o João Vítor, que está ouvindo agora também. Estou começando cedo com ele.

Então, ouvindo o teu programa eu parei pra pensar que a gente tem que imaginar tanta coisa, sei lá, se ele vai ser advogado como eu, médico como a mãe, vai ser astronauta…. mas, a gente não para pra pensar que ninguém sabe o que vai ser no futuro. Então, a gente tem que colocar ele pra ser original. Eu não posso traçar o futuro pra ele, eu tenho que deixar ele preparado pra como o futuro for.

E ouvindo o teu programa, eu lembrei do… eu não vou saber exatamente como ele fala, mas o Harari, no livro Sapiens, já no finalzinho, ele vai dizer que tudo que ele imagina pro futuro no livro, pode não acontecer. E cita, como por exemplo, a internet, já que no auge da guerra fria, a gente imaginou que o mundo ia acabar, que monstros iam surgir, imaginou também que tudo ia continuar do mesmo jeito, mas ninguém imaginou que nós seríamos dominados por celulares e que todo mundo iria viver em função do iPad.

Então hoje, eu tive mais essa iluminação, graças ao Café Brasil que é: eu tenho que ensinar o João Vítor a ser original. A saber lidar, da forma dele, com tudo que está por vir. Porque eu nunca vou conseguir preveer isso por ele, nem ele vai conseguir prever isso.

Forte abraço, agradeço imensamente mais esse ensinamento”.

Saúde, João Vítor! Que delícia de mensagem, Saulo! E com o João Vitor participando cara. Que delícia. Olha, meu caro, você fala de liberdade num mundo de infinitas possibilidades, onde ninguém sabe de nada, no máximo podemos estimar algumas coisas e entrar de cabeça. E exercitar nossa liberdade de escolha, que é a alma deste programa aqui ó. Muito obrigado, um beijão aí pro João Vítor.

Muito bem. O Saulo receberá um KIT DKT, recheado de produtos PRUDENCE, como géis lubrificantes e preservativos masculinos. Eu não sei se ele tem planos para uma irmãzinha para o João Vítor, mas no kit tem coisas pra ajudar qualquer que seja a escolha dele  Basta enviar seu endereço para contato@lucianopires.com.br.

A DKT distribui as marcas Prudence, Sutra e Andalan, contemplando a maior linha de preservativos do mercado, além de outros produtos como anticonceptivos intrauterinos, géis lubrificantes, estimuladores, coletor menstrual descartável e lenços umedecidos. A causa da DKT é reverter grande parte de seus lucros para projetos nas regiões mais carentes do planeta para evitar gravidez indesejada, infecções sexualmente transmissíveis e a AIDS. Ao comprar um produto Prudence, Sutra ou Andalan você está ajudando nessa missão!

facebook.com/dktbrasil.

Vamos lá então!

Luciano – Lalá, o programa hoje é sobre o mercado livre. E no amor livre, tem de fazer o quê?

Lalá – Pô, meu, tem que usar Prudence, né?

Luciano – É isso.

Voltando então ao texto de Walter Williams com os exemplos que mostram toda a complexidade do mundo:

Café da manhã, almoço e supermercado.

Um supermercado tradicional e bem estocado possui entre 60.000 e 65.000 itens diferentes. Um supermercado de uma grande rede, como o Walmart, possui aproximadamente 120.000 itens distintos.

Agora, imagine que toda a economia tenha sido estatizada e que o governo tenha nomeado você para a tarefa de produzir e abastecer este supermercado com apenas um item: maçãs.

Toda a cadeia de produção de maçãs, agora estatizada, está sob seu comando. Sendo assim, você não pode simplesmente comprar maçãs no atacado. Já que tudo é do governo, não há mercado para os produtos. Logo, não há preços.

Consequentemente, você terá de descobrir todos os insumos necessários para cultivar maçãs, colhê-las e transportá-las ao supermercado. Você é o responsável por todas as etapas de produção e distribuição de maçãs. Vejamos algumas etapas.

Você precisará de caixotes de madeira para transportar as maçãs. Contabilize todos os insumos necessários para produzir esses caixotes. Você precisa, obviamente, de madeira. Mas, para obter a madeira, será necessária uma serra elétrica para cortar as árvores. A serra elétrica é feita de aço, o que significa que minério de ferro terá de ser extraído das minas. Para isso, máquinas e equipamentos pesados de mineração serão necessários. Eles terão de ser fabricados. E não se esqueça de que todos os trabalhadores necessitam de roupas e sapatos.

A lista completa de insumos e matérias-primas necessários para simplesmente levar maçãs ao mercado é incontável. Com efeito, deve ser impossível precisar um número exato. Esqueça um item — como velas de ignição ou correia do alternador — e você provavelmente não conseguirá levar maçãs ao supermercado. Imagine, então, todos os outros alimentos. (É por isso que o povo passa fome em economias socialistas).

A tarefa de abastecer um supermercado com maçãs, algo que o mercado faz diariamente sem necessitar de nenhum comitê de planejamento central dando ordens, é bem menos complexa do que gerenciar todo o sistema de saúde de um país inteiro. E, no entanto, o governo se arvora a capacidade de fazer este último.

A beleza de toda a alocação de bens e serviços feita pelo mercado, em contraste às ordens do governo, é que nenhuma pessoa precisa saber de tudo o que é necessário para levar maçãs ao seu supermercado. O sistema de preços se encarrega de tudo.

O sistema de preços, quando deixado a funcionar livremente, é um engenhoso método de comunicação e coordenação capaz de aprimorar substantivamente as condições de vida dos seres humanos. Entender o sistema de preços é entender como bilhões de indivíduos completamente estranhos uns aos outros, espalhados pelo globo, falando dezenas de idiomas diferentes, e cada um preocupado apenas com o bem-estar próprio e o de sua família, fazem escolhas e agem de uma maneira que torna completamente possível a nossa atual prosperidade — possibilitando desde a existência diária de todos os tipos de alimentos frescos nas gôndolas dos supermercados até a incrível oferta de todos os tipos de bens de consumo e de serviços à nossa disposição.

O livre mercado, em conjunto com o livre comércio e o livre sistema de preços, nos torna mais ricos ao economizar a quantidade de conhecimento ou de informação necessários para produzir bens e serviços.

Agora, pense no café da manhã. Suponha que você e sua mulher tenham comido bacon e ovos. Você tomou café e sua mulher, chocolate. O preço total deve ter ficado em torno de $25 a $30. Agora, quanto será que teria custado tudo se, em vez de depender da ganância de terceiros, você fosse autônomo e produzisse seu próprio café da manhã, hein?

Você sabe criar porcos? Você sabe abatê-los? Você sabe como transformar o porco em bacon? E os ovos, hein? Você precisa entender de galinhas. Você precisa criar galinhas. Você sabe como alimentar porcos e galinhas? Adicionalmente, você teria um grande problema com o café e o cacau, pois seu cultivo não pode ocorrer em qualquer lugar. Depende de clima e solo.

O que é realmente garantido é que seu café da manhã seria muito mais caro do que no arranjo em que você depende dos benefícios trazidos pelas habilidades de terceiros, algo que só ocorre quando há divisão do trabalho e livre comércio.

Por fim, pense em uma metrópole, como Nova York, Londres ou São Paulo. Hoje, em cada uma delas, aproximadamente 10 milhões de pessoas vão almoçar (ou já almoçaram). Decidir a variedade de alimentos e a quantidade exata de comida disponíveis no lugar certo e na hora certa para fazer com que tudo funcione fluentemente é um problema de impressionante complexidade, o qual se torna ainda mais complicado pelo fato de que, normalmente, várias pessoas se decidem apenas no último minuto sobre onde irão comer e o quê.

Quem estará no controle supremo deste arranjo, hein? Será que há um comissário ou mesmo um comitê central em cada uma destas metrópoles coordenando tudo isso? Há um ser tão onisciente capaz de tamanha façanha? Você seria capaz de coordenar todo este arranjo, hein? Com efeito, por que um sistema tão crucial quanto este não é subsidiado, hein? Como ele pode ser tão pouco regulado e funcionar tão bem?

Ainda mais importante: você confiaria em um político para tal tarefa? Se você não confia em um político para coordenar seu almoço, por que confiaria a ele o controle da educação de seus filhos, dos hospitais que você utiliza e das estradas nas quais você viaja?

O ponto principal é que cada um de nós é extremamente ignorante quanto ao mundo em que vivemos. E não há absolutamente nada de errado com essa ignorância. A estupidez está, aí sim, em acreditarmos que políticos podem nos proporcionar uma vida melhor do que aquela obtida por meio de transações pacíficas e voluntárias — coordenada pelo sistema de preços — com outras pessoas de qualquer lugar da terra.

E a Nakata, hein? Também está no meio do livre mercado. Fazendo a parte dela, cara. Fabricando autopeças para veículos leves, pesados e motos e mantendo um blog com dicas para ajudar você a cuidar bem do seu carro e economizar na manutenção. E também com dicas técnicas para o seu mecânico. Preste atenção, cara: se você se cadastrar o blog.nakata.com.br  e deixar lá um comentário dizendo que chegou pelo Café Brasil, concorrerá todo mês a um curso na Udemy. São milhares de cursos pra você escolher ali.

Sabe quem ganhou este mês aqui? O ouvinte Vanderson Henrique! Vanderson, acesse a Udemy, escolha seu curso e mande um e-mail pra nós no contato@lucianopires.com.br . Parabéns, viu?

E você? Tá esperando o quê, hein? Mostre pra Nakata que você lembrou dela por causa do Café Brasil. Bicho: vai dar uma baita ajuda pra gente aqui, tá?

blog.nakata.com.br

Tudo azul? Tudo Nakata.

O conceito da mão invisível do mercado não é uma teoria científica, provada por experimentos da física e da matemática. É uma metáfora. Não é uma lei. E sua influência no pensamento econômico liberal não foi capaz de esconder suas limitações. A sociedade é composta de pessoas, seus gostos variam com o tempo, suas decisões não são racionais, elas não têm as informações sobre os preços e os produtos que precisam. Um e um não vai dar dois, cara! ai dar 1,8, 2,1……

A historiadora britânica Emma Rothschild, em seu livro Sentimentos Econômicos, diz que Adam Smith estava sendo mais irônico do que sério ao propor o conceito da mão invisível, pois ele reconhecia que havia um papel ativo do estado na criação de regras e regulações para a sociedade.

Sei lá, viu? Quanto mais eu leio a respeito, mais ignorante me torno. Olha, a discussão sobre economia, sobre a mão invisível do mercado, sobre o capitalismo e a liberdade econômica é outra daquelas que não tem fim, e cuja conclusão é de que a diferença entre remédio e veneno é a dose.

É assim, ao som dos Raimundos, com MIM QUER TOCAR, que partimos para encerrar mais esta edição do Podcast Café Brasil.

Olha! Este tema do livre mercado é complexo cara, fascinante e precisa de consciência e sabe do que? Humildade para ser discutido. Me lembra de uma frase do economista, historiador e teórico político Murray Rothbard que um dia disse assim, ó:

“Não é nenhum crime ser ignorante em economia, que é, afinal, uma disciplina específica e considerada pela maioria das pessoas uma “ciência lúgubre”. Porém, é totalmente irresponsável vociferar opiniões estridentes sobre assuntos econômicos quando se está nesse estado de ignorância.”

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí do outro lado, completando o ciclo.

De onde veio este programa tem muito mais, especialmente para quem assina o cafebrasilpremium.com.br, a nossa “Netflix do Conhecimento”, onde você tem uma espécie de MLA – Master Life Administration. Cara! Você gosta do Café Brasil? Espera só até ver o Premium, cara!  Acesse cafedegraca.com e experimente o Premium por um mês, sem pagar.

O conteúdo do Café Brasil pode chegar ao vivo em sua empresa através de minhas palestras. Acesse lucianopires.com.br,estou de site novo cara e vamos com um cafezinho ao vivo.

Para o resumo deste programa, acesse portalcafebrasil.com.br/672.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Para terminar, uma adaptação livre de uma frase de Walter Williams

Quando alguém diz que não confia no mercado e quer substituí-lo pela dependência governamental, pede a mudança de um processo democrático para um totalitário.