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Fazendo história

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Luciano Pires -

Estão me perguntando o que acho sobre a onda de protestos que se espalha pelo Brasil. Acho que ainda é cedo para explicar, mas escolhi um texto publicado num jornal, que diz exatamente o que penso. Aqui vão os principais trechos.

“Antes de tudo, há que se questionar a validade ou não do movimento em si, tomando por base suas reivindicações e seu significado, assim como o momento em que surge. (…)

A inquietação das autoridades perante os acontecimentos, demonstrada pela inabilidade com que foram ou são tratados alguns problemas (vide as bombas desnecessárias, ou a proibição em péssima hora das manifestações públicas, assim como a violência adotada – violência negada pelas autoridades – para “deter” os estudantes, etc), é facilmente compreensível. Afinal de contas, quantas vezes houve uma contestação de tal vulto desde os idos de 68? Como aceitar passivamente o risco de uma mobilização popular de consequências imprevisíveis? Como resolver esse problema?

Se levarmos em consideração que o diálogo foi transformado em monólogo, que as vias burocráticas já provaram e comprovaram sua ineficácia (…), veremos que é plenamente justificável a saída às ruas, as concentrações estudantis e populares, como forma de expressar a inquietação popular relativa aos problemas que afligem a nação.

Se não houver a participação agora da classe considerada “pensante” (e portanto “perigosa”) na resolução dos problemas nacionais, não como causadora (como se quer fazer parecer), mas como apresentadora de possíveis soluções, como esperar que mais tarde aqueles que hoje são impedidos de se manifestar e, portanto, de errar e acertar, possam resolver outros problemas, quiçá mais complicados?

São constantes os apelos das autoridades, alertando sobre a infiltração, ou infiltrações no movimento. Não negamos que existam infiltrações de esquerda ou direita, ou mesmo de agitadores em potencial… Onde não existe? Qual a manifestação popular em que não existe infiltração?

(…) se as infiltrações existem, estas apenas subsistirão se houver condições para tanto, o que, neste caso, não corresponde à realidade. Pelo contrário. É fácil perceber a disposição das lideranças em não permitir a agitação, a conturbação, a inversão de valores, a descambada do movimento para a esquerda ou a direita.

Mas se a desmoralização do movimento não está conseguindo bons resultados, menos ainda está conseguindo a repressão. Será que os responsáveis pela violência contra os estudantes não percebem que os estão transformando em heróis? (…) Será que não percebem para onde está convergindo a opinião pública? Será que não vêem a hostilidade com que o aparelho repressivo é recebido pelo povo, mesmo em campos de futebol? Será que não vêem que seus próprios filhos podem estar (se não estão) participando da movimentação?

Por isso, e depois de analisar as posições, é que nós (…) estaremos ao lado do movimento enquanto demonstrar maturidade e firmeza de propósito.

Conservamos, porém, a integridade e liberdade de transformar nossa posição de apoio em ferrenho antagonismo diante de qualquer tendência do movimento em deixar a bandeira das liberdades democráticas, da volta ao estado de direito, optando por objetivos tendenciosos, assim como radicalismos e violências, que não coadunam com o espírito estudantil e com as formas de expressão utilizadas até o momento.

Resta-nos, finalmente, trabalhar para que toda essa movimentação atinja seus objetivos, deixando como saldo a ressurreição de uma classe.”

Que tal? Parece um tanto óbvio, repetindo vários argumentos que temos ouvido e lido por todo lado, não é? Pois é.

Agora preste atenção: esse texto foi escrito por mim mesmo, Luciano Pires, no editorial do Jornal Análise, do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Mackenzie, em Maio de 1977. É sim… 1977, quando explodia o movimento estudantil que levou milhares de estudantes às ruas com reivindicações de caráter político, como a defesa das liberdades democráticas, o fim das prisões e torturas e a anistia ampla, geral e irrestrita. Aquele movimento, em plenos anos de chumbo, se tornou a grande mobilização inicial do processo de redemocratização do Brasil. Ele abriu caminho para os metalúrgicos do ABC, que iniciaram as grandes greves, angariando a simpatia popular que espalhou pelo país o grito de mudança. Eu era o editor do Jornal Análise e estava lá, no olho do furacão, gritando palavras de ordem contra o Coronel Erasmo Dias…

Minha experiência de 1977 se deu sob uma ditadura. No entanto… não quebramos bancas de jornal. Não incendiamos ônibus. Nossa energia estava canalizada para expressar nossa luta. E me lembro perfeitamente do cuidado que tínhamos em não deixar que alguns malucos se passassem por estudantes e radicalizassem. Era quase uma obsessão, e com razão. Estávamos rodeados de gente interessada em usar os estudantes como bucha de canhão…

Me orgulho de ter, de alguma forma, ajudado a fazer a história do Brasil.

Agora é a sua vez.

Luciano Pires