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Luciano Pires -

Resumo da história: Balram é um garoto miserável, vivendo num povoado miserável no interior da Índia, onde é explorado pela avó, a matriarca da família. Seu sonho é servir um patrão poderoso, que ele encontra em Ashok, filho caçula de um mafioso que explora a região. Ashok é casado com Pinky, que foi criada nos EUA desde criança e contesta a cultura machista e autoritária do pai do marido. Balram começa um processo para escapar da vida miserável, experimentando o choque entre as castas sociais e pagando um preço alto por isso.
Pronto. Esse é o pano de fundo para um dos mais instigantes filmes que assisti nos últimos tempos. Na verdade, não me lembro de ficar tão entusiasmado com um filme desde Tropa de Elite e Cidade de Deus. O filme é sensacional.
Primeiro porque nos joga dentro da realidade miserável do interior da Índia, esfregando em nossa cara a realidade de quem vive para sobreviver. Somente para sobreviver. A miséria, o lixo, a desesperança, os problemas sociais, a corrupção, a violência, estão ali estampados – na verdade, escarrados – na cara da gente.
Segundo, porque a narrativa é irresistivelmente bem-humorada, com uma direção inteligente, cinematografia de primeira e um ator principal que é arrasador. O jovem Adarsh Gourav, que iniciou a carreira em 2017, é como o Alexandre Rodrigues que interpretou o Buscapé de Cidade de Deus, o ator que incorpora o personagem que vive dentro de si. Fica evidente que Adarsh está representando uma realidade que conhece perfeitamente. Conhece tanto que consegue caricaturar a realidade. Ele narra a história, que caminha em flashs entre passado e presente, com uma graça que torna impossível não torcer por ele o tempo todo. Exatamente como fizemos com o Buscapé. A cena em que ele se vê forçado a assinar uma declaração, é simplesmente genial. Por meio de close-ups que chegam a deformar o riso sem graça de Balram, o diretor nos deixa absolutamente empáticos com o garoto. A sensação é que aquela situação surreal está acontecendo conosco! Sensacional.
O filme é um grande comentário sócio-político sobre a divisão em castas e entre os pobres e ricos na Índia. Talvez lá esteja o maior contraste entre classes no planeta. As tradições sociais da cultura indiana estão explícitas, exploradas com um humor e acidez que torna difícil acreditar que o diretor do filme não é indiano. E não é. Ramin Bahrani é um cineasta americano-iraniano, que consegue nos remeter para a realidade do terceiro mundo como só quem tem um pé naquela cultura conseguiria.
A grande ironia é que o filme se desenvolve a partir de uma série de e-mails que o protagonista endereça ao Premier da China que está para visitar Bangarole na Índia. Ele crê, e explicita, que o tempo do homem branco passou, o futuro é dos amarelos e marrons. E o tempo todo esfrega essa ideia em nossa cara. Balram termina bem-sucedido (não é spoiler, já que o filme começa com ele no presente, lembrando sua história), e sua história mostra como a ideia da meritocracia pode ser relativa, dependendo da sociedade na qual você vive.
Outro ponto fundamental é o foco no individualismo de Balram. Ele é um solitário, batalha contra tudo e todos, não aceita se juntar a grupos, nem engole ideias coletivistas. Ele só vê sucesso, e não acredita que para isso dependa de um programa de televisão que o deixe rico. Tem uma referência deliciosa aqui.
As cenas que envolvem Pink, a esposa rebelde de Ashok, mostram o tamanho do abismo cultural a ser ainda vencido pela sociedade indiana. Ela quer mudar as coisas, age a respeito, coloca-se em risco, mas percebe que não poderá fazer nada contra aquela cultura. E a exposição do sistema corrupto indiano, com direito a malas de propina, deixa claro que não somos muito diferentes, quando se coloca em perspectiva o poder. Onde há poder, há injustiça, corrupção, inveja e ganância. Aqui ou na Índia.
Não perca. Para mim esse é o maior lançamento do ano, e Adarsh Gourav merece, no mínimo, uma indicação ao Oscar.