Café Brasil 881 – Material nóis
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Durante a pandemia nos anos recentes, pudemos observar como é complicado lidar com informações sobre os riscos que enfrentamos. Todos queremos respostas, e para isso recorremos aos cientistas, especialistas e técnicos, esperando que eles tragam a luz. Mas os cientistas carecem de normas sobre por que e como devem comunicar o risco ao público. O resultado é que temos Youtubers, jornalistas e curiosos assumindo esse papel. Só pode dar confusão, não é? E se você manifesta dúvida, eles apelam para o cientificismo. E aí cara, ai de você…
Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?
“Oi Luciano. Bom dia.
Rapaz, eu não terminei de escutar o episódio, mas acho que eu estou na parte mais feliz do episódio, né? E com que direito que eu vou reclamar de alguma coisa agora. Como que eu vou reclamar, xingar de ter batido o dedinho no canto do sofá… Eu não tenho direito nenhum de fazer isso agora. Cara! Que episódio, que episódio!
Eu penso que Deus, ele nunca faz as coisas erradas, né? Ele sempre coloca a gente no trilho de novo. E às vezes, colocar no trilho de novo, precisa ter uma dor muito grande, eu penso desse jeito. Eu acho que faz com que a gente volte nos trilhos e consiga continuar fazendo o bem.
Show de bola.”
Ah, que legal. Esse é o grande Rogério Matsuda, impactado com o LíderCast da Neide dos Santos, que acabamos de republicar. É uma história insana de alguém que tinha tudo para desistir da vida, mas levou em frente e deu a volta por cima. Ouvir a história da Neide é questionar-se, como fez o Rogério, sobre as coisas que nos incomodam na vida. Se você não ouviu ainda cara, não perca.
E se você vê valor no trabalho que fazemos aqui no Café Brasil, torne-se um assinante. É só acessar canalcafebrasil.com.br e escolher seu plano. Vai lá. A gente espera.
Outro dia eu estava assistindo a um vídeo no Youtube, quando um dos apresentadores chamou a atenção do outro por usar a expressão “mulato”. A pessoa dizia que essa era uma expressão racista, pois derivava da palavra “mula”, o animal de carga ao qual os negros eram comparados no período da escravidão. O termo “mulato”, portanto, era uma ofensa.
Um dos participantes do debate discordou e explicou que o termo “mulato”, na verdade vem de muladí, que em árabe significa filho de árabe (homem) com mulher não-árabe. Quem transformou a origem “muladí” em “mula” foram militantes que querem usar politicamente o idioma para defender suas causas. E isso é absolutamente anticientífico.
A pessoa que defendia que mulato era ofensa simplesmente não aceitou o argumento. Para ela, mulato vinha de mula e ponto final. Era racista e não houve quem a fizesse mudar de ideia.
Isso já aconteceu com você, hein cara? Eu aposto que sim. Poxa, mas essa pessoa tão teimosa, não é uma pessoa, assim, ignorante. Ela tem argumentos bons, é um bom papo, é tão ou mais inteligente do que eu. Mas se agarra num argumento sem qualquer base científica para defender sua opinião. Por que, hein?
Investigue, e você perceberá que essa pessoa se agarra a um argumento ideológico, seguindo a opinião de outras pessoas que têm uma mesma visão de mundo. Não se trata mais de defender a verdade, mas defender a opinião de seu grupo.
Imagina que eu vou aceitar que algo em que acreditei durante tanto tempo está errado, cara? Eu fui enganado? Feito de trouxa? De otário?
Cara, como isso dói. E aí então, a emoção toma conta da razão.
A pessoa prefere se agarrar a qualquer âncora. Seja ela o cientificismo ou até a anticiência. A pessoa e seu grupo criam um senso de dogma, vendo o mundo pelo prisma de um conjunto de crenças e demonstrando hostilidade a quaisquer perspectivas alternativas. “Nós” somos os racionais, que estamos na posse da verdade (ou pelo menos trabalhando por ela), enquanto “eles” são os irracionais e iludidos.
Já viu isso por aí, é?
Ao fundo você está ouvindo o tema de “The Big Bang Theory”, uma popular série de comédia televisiva americana que foi ao ar entre 2007 a 2019. A série segue a vida de um grupo de amigos nerds e brilhantes que trabalham em áreas relacionadas à ciência, como física, engenharia e astrofísica.
Num episódio da sexta temporada, chamado “The Love Spell Potential”, os personagens principais, incluindo Sheldon, estão jogando Dungeons & Dragons. Durante o jogo, o Sheldon argumenta que todas as coisas que acontecem no jogo podem ser explicadas por princípios científicos e leis naturais. Ele tenta usar cálculos matemáticos e análise científica para prever e controlar o resultado do jogo. Enquanto os outros personagens estão se divertindo e se envolvendo com a história do jogo, o Sheldon está mais interessado em analisar os elementos do jogo de uma perspectiva científica.
A série usa essa situação para ridicularizar a crença de que tudo pode ser reduzido a uma explicação científica. Eles chamam isso de “cientificismo”. Essa abordagem reducionista leva os personagens, especialmente o Sheldon, a situações absurdas sempre que eles tentam levar isso ao extremo.
A tentativa científica do Sheldon contrasta de forma engraçada e irônica com a natureza lúdica e imaginativa do jogo. Mostra como ele tenta transformar uma experiência de fantasia e criatividade em algo puramente científico, revelando sua tendência ao cientificismo ao tentar aplicar seus conhecimentos científicos em todas as áreas da vida.
A crença atual em “big data” e “análise” – a ideia de que todos os nossos problemas podem ser resolvidos se tivermos dados suficientes e desenvolvermos o software correto – é uma expressão desse cientificismo.
The Big Bang Theory alerta que há mais na condição humana do que um algoritmo pode capturar. Você sacou?
Mas “The Big Bang Theory” é coisa destes tempos modernos. Vamos voltar lá pra trás, hein?
No final do século XVIII, Victor Frankenstein, um jovem estudante de ciências, fica obcecado pela ideia de desvendar os segredos da criação da vida. Ele se dedica a experimentos e estudos científicos, estudando ciências naturais e adquirindo um profundo conhecimento de anatomia, química e outros campos relacionados. Victor se dedica a entender a vida e a morte, buscando desvendar os segredos da criação da vida.
Após anos de estudo e experimentação, ele desenvolve uma técnica para animar a matéria inerte, criando uma criatura desfigurada e grotesca: o monstro de Frankenstein.
Victor se arrepende de seus atos e a criatura é rejeitada e isolada pela sociedade. Em sua solidão, ela busca vingança e exige que Victor crie uma companheira para ela. Victor se recusa, o que acaba em consequências trágicas. Após uma série de eventos turbulentos, Victor morre perseguindo a criatura pelo Ártico. O monstro lamenta a perda e expressa sua solidão, arrependimento e remorso. Ele decide se afastar da civilização, buscando isolamento novamente.
Esse é um resumo do romance “Frankenstein”, de autoria de Mary Shelley, uma escritora britânica do século XIX. Mary escreveu o romance quando ela tinha apenas 18 anos. Você ouviu bem, cara. Dezoito anos!
Mary aborda de forma magistral temas relacionados ao cientificismo, especialmente por meio do personagem do Dr. Victor Frankenstein. O livro retrata as consequências desastrosas da busca desenfreada pelo conhecimento científico e pela manipulação da vida. Mary questiona os limites éticos e morais da ciência e levanta questões sobre a responsabilidade dos cientistas em relação às consequências de suas descobertas e experimentos. Mary também alerta para os perigos de uma abordagem puramente racional e desprovida de considerações éticas e humanas.
A excessiva confiança na ciência pode levar à desumanização e ao distanciamento das relações humanas.
Que tal, hein? Você pensava que Frankenstein era só um filme velho de terror, é?
Aí vem o escritor russo Fiódor Dostoiévski para confrontar o cientificismo moderno em “Memórias do Subsolo”. No livro, o personagem Homem do Subsolo expressa profundo descontentamento em relação à visão científica e racionalista do mundo, especialmente à crença de que o progresso humano e a felicidade podem ser alcançados exclusivamente por meio do conhecimento científico e da razão.
O Homem do Subsolo desafia a ideia de que o ser humano é um ser totalmente racional e previsível, argumentando que a natureza humana é complexa, contraditória e muitas vezes irracional. O Homem do Subsolo acredita que a razão e o progresso científico são insuficientes para explicar a totalidade da experiência humana, e que a ênfase excessiva na racionalidade pode levar a uma perda de humanidade e significado. Ele considera as teorias científicas e os sistemas filosóficos como ilusórios e superficiais, incapazes de abordar as profundezas e a complexidade da psicologia humana.
Dostoiévski enfatiza a importância das experiências subjetivas, das emoções e do mistério da vida humana, que não podem ser reduzidos a fórmulas científicas ou explicados por completo pela razão. Ao confrontar o cientificismo moderno, Dostoiévski sugere a necessidade de uma abordagem mais holística e existencial para compreender a natureza humana e as questões fundamentais da existência.
Sacou? Assim como os autores de The Big Bang Theory, tanto Dostoiévski quanto Mary Shelley chegam à mesma conclusão: a ciência e a razão não podem resolver os problemas humanos fundamentais, como o sofrimento, a liberdade e o propósito da existência.
Mas os cientificistas acham que pode…
Cara, sempre que é hora de manutenção do meu veículo eu tenho aquelas dúvidas de todos nós. Qual é o produto que eu escolho, hein? E como eu não sei muito sobre manutenção de automóveis, sabe o que faço? Eu procuro quem me traz confiança.
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Oras: porque é Nakata!
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Tudo azul, tudo Nakata.
O marco marciano
Lenine
Pelos auto-falantes do universo
Vou louvar-vos aqui na minha loa
Um trabalho que fiz noutro planeta
Onde nave flutua e disco voa
Fiz meu marco no solo marciano
Num deserto vermelho sem garoa
Este marco que eu fiz é fortaleza
Elevando ao quadrado Gibraltar!
Torreão, levadiça, raio-laser
E um sistem internet de radar
Não tem sonda nem nave tripulada
Que consiga descer nem decolar
Construi o meu marco na certeza
Que ninguém, cibernético ou humano
Poderia romper as minhas guardas
Nem achar qualquer falha no meu plano
Ficam todos em Fobos ou em Deimos
Contemplando o meu marco marciano
O meu marco tem rosto de pessoa
Tem ruínas de ruas e cidades
Tem muralhas, pirâmides e restos
De culturas, demônios, divindades
A história de Marte soterrada
Pelo efêmero pó das tempestades
Construi o meu marco gigantesco
Num planalto cercado por montanhas
Precipícios gelados e falésias
Projetando no ar formas estranhas
Como os muros Ciclópicos de Tebas
E as fatais cordilheiras da Espanha
Bem na praça central. Um monumento
Embeleza meu marco marciano
Um granito em enigma recortado
Pelos rudes martelos de Vulcano
Uma esfinge em perfil contra o poente
Guardiã imortal do meu arcano
Ah, que delícia… Esse é o Lenine, com O Marco Marciano, dele e de Braulio Tavares, uma música que fala de ciência, inspirada numa famosa foto do planeta Marte onde uma montanha parece ter um rosto humano. Diz assim, ó:
O meu marco tem rosto de pessoa
Tem ruínas de ruas e cidades
Tem muralhas, pirâmides e restos
De culturas, demônios, divindades
A história de Marte soterrada
Pelo efêmero pó das tempestades
Muito bem. Agora sabemos que o cientificismo é uma corrente de pensamento que atribui à ciência um papel supremo e exclusivo na busca pelo conhecimento e na explicação do mundo. Mas é fundamental lembrar que o cientificismo não se confunde com a ciência em si. Você lembra dos episódios sobre Carl Sagan e Karl Popper?
A ciência tem a ver com um método sistemático de investigação e estudo para compreender o mundo natural, baseado na observação, experimentação e análise crítica. A ciência utiliza métodos rigorosos para coletar dados, formular hipóteses, testar teorias e chegar a conclusões baseadas em evidências empíricas. A ciência busca explicar fenômenos naturais e entender as leis e princípios que regem o universo.
Já o cientificismo é uma visão filosófica ou uma atitude excessiva que atribui à ciência um valor absoluto. Ele, o cientificismo, considera como o único caminho válido para a obtenção de conhecimento e compreensão da realidade. O cientificismo tende a exaltar a autoridade da ciência e a minimizar ou rejeitar outras formas de conhecimento, como a filosofia, a arte, a ética, a espiritualidade ou a intuição.
Você entendeu? Se a ciência é um método de investigação e um conjunto de conhecimentos em constante evolução, o cientificismo é uma visão filosófica sobre o papel da ciência e sua aplicação em todas as áreas do conhecimento e da sociedade.
Mas o problema do discurso sobre ciência vai ainda mais fundo. A ciência não é moral. Ela pode apontar por que as coisas acontecem ou como as coisas são, mas não dirá como você deve se comportar. Ela não julga o que é bom e o que é ruim no âmbito da moralidade.
Uma ação anticientífica pode ser boa. Por exemplo, fechar aquele laboratório de Wuhan, na China, antes que mais um vírus da Covid se espalhe… E algo científico pode ter consequências ruins. Por exemplo, os tais estudos de “ganho de função” que provavelmente levaram à produção do vírus da Covid. Ou então uma bomba atômica nas mãos de terroristas.
Além disso, a ciência avança suavemente, mas também aos trancos e barrancos. O que é a verdade hoje, deixa de ser amanhã. A humanidade já acreditou que o sol girava em torno da terra, na geração espontânea, que a terra era plana, em feitiçaria em bruxaria…
E pra piorar tem aquela coisa dos humanos chamada emoção.
Muitas vezes, as pessoas podem acreditar que estão sendo completamente racionais e objetivas, quando, na realidade, suas emoções é que desempenham um papel significativo na formação de suas perspectivas.
Nossas experiências emocionais moldam nossos valores, crenças e preferências, e essas influências emocionais podem afetar nossa capacidade de tomar decisões puramente racionais.
Negamos nosso “emotivismo”, ou seja, não reconhecemos plenamente a influência de nossas emoções em nossos pensamentos e comportamentos.
Mas a influência emocional não é necessariamente algo negativo. Nossas emoções podem nos ajudar a tomar decisões importantes e nos conectar com os outros de maneira significativa. Mas tem de haver um equilíbrio saudável entre a emoção e a razão.
Ou você vai sair por aí chamando um remédio usado há 70 anos de veneno e transformando político em mito ou em pai de todos…
A ciência é supostamente neutra, objetiva e livre de crenças. O papel dos cientistas é investigar a estrutura e as leis dos fenômenos naturais, realizar pesquisas e avançar o conhecimento. A ciência, no ideal, é um processo aberto e sem fim, onde teorias são continuamente testadas e atualizadas com base em evidências.
É verdade que existem muitos cientistas que trabalham diligentemente sem ponderar sobre as implicações filosóficas de seu trabalho e sem adotar conscientemente qualquer crença. Também é verdade que alguns cientistas são genuinamente de mente aberta e estão dispostos a revisar suas crenças quando confrontados com evidências. Mas para muitas pessoas, a ciência se tornou associada a uma visão de mundo particular, que muitas vezes é mantida e defendida de maneira semelhante a uma religião.
É nesse tipo de visão de mundo que está um primo do cientificismo, o materialismo, que afirma que a matéria é a coisa primária no universo e que qualquer coisa que pareça não física – como a mente, nossos pensamentos, a consciência ou até mesmo a vida em si – tem origem física ou pode ser explicada em termos físicos.
The Big Bang Theory…
O materialismo afirma que os seres humanos são apenas máquinas biológicas e que o único propósito de nossas vidas é sobreviver e reproduzir. Ele afirma que fenômenos anômalos, como experiências espirituais, experiências de quase morte ou fenômenos psicológicos, são ilusões geradas pelo cérebro ou podem ser explicados em termos de fraude ou coincidência. Os materialistas são particularmente contrários aos fenômenos psicológicos – como a telepatia ou a precognição -, que veem como um retrocesso a um mundo pré-iluminista, um mundo da magia.
Dentro desse sistema de crenças está o cientificismo. Como o psicólogo Imants Baruss descreveu, “a ciência é uma exploração aberta da realidade baseada no pensamento lógico sobre observações empíricas. O cientificismo é a adesão a uma versão materialista da realidade que restringe a investigação a coisas permitidas pelo materialismo”.
O materialismo e o cientificismo são duas perspectivas filosóficas relacionadas, mas distintas. Embora haja certa sobreposição entre os dois, é importante entender as diferenças entre eles.
O materialismo é uma visão filosófica que sustenta que a realidade é composta apenas de matéria, o cientificismo é uma atitude que coloca a ciência como única fonte válida de conhecimento.
O desafio é adotar uma abordagem científica sem necessariamente ser um materialista ou cientificista.
Muito bem. Números não são suficientes para capturar a complexidade da vida humana. Um exemplo de como a subjetividade humana pode complementar o conhecimento científico está no campo da psicologia.
A psicologia estuda o comportamento humano e os processos mentais, buscando entender e explicar a complexidade da mente humana. Embora a psicologia utilize métodos científicos, como experimentos controlados e observações sistemáticas, ela também reconhece a importância da subjetividade na compreensão da experiência humana.
Por exemplo, a psicologia clínica muitas vezes recorre a abordagens terapêuticas que envolvem a escuta ativa, a empatia e a compreensão subjetiva das experiências dos indivíduos. Os terapeutas podem usar métodos cientificamente embasados, mas também precisam levar em consideração as narrativas pessoais, as emoções, as motivações e as percepções subjetivas dos clientes para oferecer um tratamento eficaz.
Outro exemplo: ao estudar rituais religiosos em uma comunidade específica, os antropólogos não apenas observam os comportamentos externos, mas também buscam compreender as motivações, crenças e valores que guiam esses rituais. Eles podem entrevistar os participantes, ouvir suas histórias e interpretações, e procurar compreender a importância cultural e simbólica dessas práticas. Assim os antropólogos podem obter uma visão mais profunda das culturas estudadas, evitando reducionismos e estereótipos.
Sacou? É preciso e-qui-lí-brio. Mas como é que se faz isso, hein? Bom, esse é um assunto para tratar nos bônus, que são exclusivos para os assinantes deste podcast. Acesse canalcafebrasil.com.br, escolha um plano e assine para ter acesso a um conteúdo complementar às reflexões que acabo de fazer. Cara, tem plano lá que começa em doze reais por mês.
Se você já é assinante, fique um pouquinho mais aí depois do final do episódio. Vou mostrar como é importante olhar pelo telescópio.
Tocando por música
Belchior
Aluguei minha canção
Pra pagar meu aluguel
E uma dona que me disse
Que o dinheiro é um deus cruel
A minh’alma esteve a venda
Como as outras do lugar
Só que ninguém me comprou
Pois só eu quis me pagar
Os anos verdes são negros
Como era verde o meu vale de lágrimas
Hoje eu não toco por música
Hoje eu toco por dinheiro
Na emoção democrática
De quem canta no chuveiro
Faço arte pela arte
Sem cansar minha beleza
Assim quando eu vejo porcos
Lanço logo as minhas pérolas
Os anos verdes são negros
Como era verde o meu vale de lágrimas
E é assim, ao som de “Tocando por música”, de e com Belchior, que vamos saindo pensativos.
Prest’enção, cara:
Aluguei minha canção
pra pagar meu aluguel
e uma dona que me disse
que o dinheiro é um deus cruel
hoje eu não toco por música
hoje eu toco por dinheiro
na emoção democrática
de quem canta no chuveiro
faço arte pela arte
sem cansar minha beleza
assim quando eu vejo porcos
lanço logo minhas pérolas
Gostou do episódio de hoje? Fez algumas conexões com as discussões que você teve sobre tratamento precoce, lockdown, máscaras e outros temas debatidos durante a pandemia? Entendeu agora como é que cada grupo se comporta? Conseguiu enquadrar algum conhecido na caixinha do materialismo ou do cientificismo?
É fundamental encontrar um equilíbrio entre confiar na ciência e considerar outros fatores relevantes para tomar decisões informadas durante uma crise. A ciência fornece uma base sólida de conhecimento, mas sozinha é insuficiente para entendermos essa maravilha chamada vida.
O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.
De onde veio este programa tem muito mais, acesse canalcafebrasil.com.br e torne-se um assinante. Além de conteúdo original e provocativo e alguns bônus, você vai ajudar na independência criativa e financeira, pra gente levar conteúdo para muito mais gente.
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E para terminar a parte gratuita deste episódio – já que os assinantes vão receber a cereja do bolo em seguida – uma frase do físico, cosmólogo e autor Stephen Hawking:
“A ciência não é só uma disciplina de razão, mas também de paixão.”