
Café Brasil 884 – A corrosão do consenso.
Luciano Pires -Quer dizer que você quer empreender, é? Mas os projetos que você tem visto são todos caros e de alto risco.
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A temperatura das discussões políticas, ideológicas e sociais no Brasil continua alta, com grupos se radicalizando em torno da defesa de seus pontos de vista. Mas vivemos numa sociedade múltipla, que deveria permitir a convivência de ideias distintas, não é? Ou melhor, deveria promover essa convivência. E para isso é preciso entender quais são os pontos de conflito. Vamos a eles hoje?
Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?
“Bom dia, boa tarde, boa noite, Luciano, Ciça, Lalá.
Acabei de escutar aqui o episódio 882, O público decente e queria dizer …aqui é o Paulo Ozaki, eu sou ouvinte e assinante do Café Brasil há muito tempo já, alguns anos, eu queria contar aqui um pouquinho da minha experiência, porque, em um momento bastante complicado, financeiramente, que eu passei há alguns anos atrás, eu saí do grupo, cancelei minha assinatura e logo quando eu saí o Luciano entrou em contato comigo, falou o que está acontecendo, perguntou como é que estava, eu expliquei a situação e, simplesmente, você, Luciano chegou pra mim e falou: pode ficar lá, vou te dar o acesso e te dar uma gratuidade, não lembro se foi por três ou seis meses.
Nesses seis meses, a situação regularizou e cara, nunca mais deixei de ser assinante do Café Brasil. Sou assinante do Academia, então eu sei o tanto de conteúdo que tem ali dentro, os cursos, várias coisas assim que… a gente nem consegue consumir tudo, né cara?
Pra mim é uma satisfação poder contribuir com o seu trabalho cara, porque eu já te falei isso pessoalmente, o trabalho que você faz, talvez não dê pra mensurar o tanto de retorno financeiro que você trouxe para as pessoas, cara. Pra muita gente, sabe?
Porque o que você traz pra nós, a maneira de pensar, nos faz pensar criticamente e, obviamente, a gente consegue desempenhar um trabalho muito melhor né, cara? Seja pessoalmente, no âmbito familiar, assim como no profissional também.
E eu já te falei cara, que boa parte do que foi construído na minha vida com o podcast, você sabe muito bem, muito foi construído a partir do LíderCast, cara! Do Café Brasil também, óbvio, né?
Mas eu digo pra todo mundo que eu fiz um MBA em negócios escutando os podcasts do LíderCast e os episódios do Café Brasil também, cara.
Então, eu só tenho que agradecer, se você está aí do outro lado e tem dúvidas da entrega, cara, se a entrega gratuita já é fenomenal, imagina o que tem lá dentro. Tá bom?
Um abraço, tudo de bom pra vocês e é isso aí, Luciano. Um abraço.”
Grande Paulo Ozaki, o cara do Podcast Agroresenha! Esse aí é um batalhador, que faz acontecer. Olha Paulo, muito obrigado pelo comentário. A gente aqui não tem tempo quente, sempre que aparecem pessoas como você, que valorizam nosso trabalho e que estão empenhadas em fazer acontecer, nós damos o maior suporte, sabe por quê? Porque são esses batalhadores que carregam o Brasil nas costas, meu caro. E se eles deram certo, nós damos também! Sucesso, meu caro.
Então vamos lá… se você, como o Paulo Ozaki, vê valor no trabalho que fazemos aqui no Café Brasil, torne-se um assinante. É só acessar canalcafebrasil.com.br e escolher seu plano. Vai lá. A gente espera.
Era uma vez uma terra encantada chamada Harmonia, onde os habitantes viviam em paz e prosperidade. As pessoas de Harmonia eram conhecidas por sua compaixão, tolerância e respeito mútuo. Elas valorizavam a diversidade e a liberdade de expressão, e suas instituições democráticas garantiam que todos tivessem voz e participação nas decisões do reino.
Mas os tempos mudaram, e um novo governante assumiu o trono.
Esse novo líder era ambicioso e buscava consolidar seu poder, promovendo um discurso de divisão e ódio. Ele começou a espalhar mensagens de discriminação e preconceito contra grupos diversos, alimentando conflitos entre diferentes comunidades.
A sociedade de Harmonia começou a se dividir, e a polarização crescia a cada dia. O novo governante explorava essas divisões para enfraquecer a oposição e solidificar seu controle sobre o reino. O povo que antes vivia em harmonia agora se via às voltas com conflitos sociais e políticos sem fim.
As instituições democráticas foram gradualmente enfraquecidas e corrompidas, minando a confiança dos cidadãos. A imprensa, que antes era livre e responsável por informar a população de forma imparcial, foi cooptada e usada como instrumento de propaganda.
Os conflitos aumentaram e, em meio a essa turbulência, a economia de Harmonia começou a declinar. A falta de confiança nas instituições e a incerteza generalizada levaram a investimentos escassos e a uma fuga de talentos, prejudicando ainda mais o país.
Com o tempo, o reino de Harmonia se tornou irreconhecível. A paz e a prosperidade foram substituídas por divisão e desespero. As pessoas se esqueceram da importância do diálogo e da busca por consensos. A confiança mútua foi destruída, e a sociedade se viu em um ciclo interminável de conflitos.
Assim, Harmonia se tornou um exemplo trágico de como os conflitos sociais e políticos, quando alimentados por líderes inescrupulosos e por discursos de ódio, podem destruir uma nação próspera.
Qualquer semelhança entre o reino da Harmonia e algum país que você conhece, é mera coincidência.
Harmonia
Sá e Guarabyra
Harmonia é ver o sol nascer
Com o brilho da lua ainda lá
Harmonia é a rua e é você
É a luz do escuro no olhar
Que desejo tão fácil de se ter
Que presente difícil de ganhar
Mas é sina do homem procurarComo um bicho da rua pode ter
A alegria da rua pra morar
Como aquele que não te pode ter
Mas te tem nos pedaços que encontrar
Entre o povo apressado na estação
Tem a felicidade de um olhar
Um momento qualquer de emoção e harmonia
Uma noite se faz de escurecer
Madrugada se faz de clarear
Mas a luz no escuro faz nascer
Todo brilho da noite seu Luar
De manhã o escuro ao morrer
Vai nos mudar de dia e de prazer
E é assim que a gente vai viver em harmonia
Harmonia, Harmonia, Harmonia, Harmonia
Ah, que delícia, sempre que toco Sá e Guarabyra eu me emociono aqui no Café Brasil. Essa que você está ouvindo é Harmonia…
Harmonia é ver o sol nascer
Com o brilho da lua ainda lá
Harmonia é a rua e é você
É a luz do escuro no olhar
Que desejo tão fácil de se ter
Que presente difícil de ganhar
Mas é sina do homem procurar harmonia
Pois é, qualquer semelhança entre o reino da Harmonia e algum país que você conhece, é mera coincidência.
Francisco Ferraz, que é Professor de Ciência Política, ex-reitor da UFRGS, pós-graduado pela Universidade de Princeton, criador e diretor do site Política para Políticos, publicou um texto chamado A Corrosão do Consenso Básico, que eu adaptei para este episódio. É muito bom para nos ajudar a entender quais são os temas em discussão, capazes de gerar os conflitos que podem nos destruir como uma sociedade.
Vamos a ele. Ô Lalá, mude o clima aí, por favor.
Vivemos uma crise multifacetada. Ela é econômica, política, social, jurídica, cultural, ideológica e histórica. Acho que não sobrou nada. Mas mais grave do que os aspectos econômicos, sociológicos ou jurídicos da crise, é o seu agravamento político. Estamos num rumo perigoso.
No Brasil tudo é questionado. Isso nos levou a uma confusão cultural, normativa e comportamental que rompeu nosso tecido social, aquela estrutura e organização de nossas relações sociais.
Qualquer sociedade democrática precisa tornar determinados valores básicos parte essencial das instituições, leis e normas que regem a vida em sociedade. Esses valores devem ser aprovados por sua população, para assegurar sua estabilidade e um processo político de mudança ordenado e legal.
Quando não há um consenso em torno desses valores básicos ou, quando se instala um conflito radical entre eles, a nação tende a se dividir em dois blocos radicais e excludentes que batem de frente.
Você já viu isso por aí?
É a conhecida situação da “curva em U”, em que o poder foge do centro e se aloja nos extremos. Este é o caso da Guerra civil, o pior dos conflitos. Por exemplo, a Guerra Civil Espanhola que, em julho de 1936, mais que dois blocos, deu origem a ‘Duas Espanhas’, que se mataram.
Numa situação de polarização como essa, parentes e amigos evitam se encontrar tamanha a hostilidade que os valores políticos antagônicos provocam entre eles.
A guerra civil é a prova definitiva de que o ódio na política é muito mais forte que o ódio no amor.
No Brasil, estamos ainda longe da situação espanhola, mas não tão longe da Venezuela Bolivariana de Maduro.
O autor enumera, então, valores essenciais à vida social organizada que se encontram em conflito, em contestação e deslegitimação no Brasil. Vamos a eles:
Primeiro: a Democracia Direta corroendo a Democracia Representativa. Na democracia direta, as decisões são tomadas pelo povo diretamente, enquanto na democracia representativa, as decisões são tomadas pelos representantes eleitos pelo povo. Muitos países combinam elementos de ambos para criar um sistema político mais equilibrado.
Na Democracia Direta, a única condenação legítima é pelo voto: implica em desqualificação da legislação penal.
Lidamos então com o que?
- Pressão por convocação de Constituintes, Plebiscitos, Referendos e Reformas Políticas para substituir competências já definidas do legislativo e do Supremo Tribunal Federal.
- Manifestações com militantes ‘pagos’ para pressionar, e forçar, decisões legislativas ou jurídicas em normal tramitação no Congresso e no STF.
E aí, cara? Você reconheceu alguma coisa?
Segundo valor essencial em conflito é a quebra do consenso. Tudo está em questão.
Exemplo: tentativas ou propostas de mudar a definição tradicional de família que está estabelecida nas leis e normas de uma sociedade;
- tentativas ou propostas de mudar o regime jurídico do funcionalismo, greves; da eleição direta de dirigentes de órgãos públicos.
- Família – qual sua conformação em termos de gêneros? Surge um malicioso enquadramento da discussão: família tradicional x família moderna.
- Sexo e identidade de gênero: se escolhe ou é pré-determinado ao nascimento, hein? O uso de sanitários é de livre escolha?
- Outro ponto: qual o valor estruturante da democracia? Igualdade e Liberdade Política ou Igualdade econômica e social?
O valor estruturante da democracia é frequentemente associado à igualdade e liberdade política. Isso significa garantir que todos os cidadãos tenham os mesmos direitos e oportunidades de participar do processo democrático e influenciar as decisões políticas. Embora haja debates sobre a igualdade econômica e social na democracia, o equilíbrio entre igualdade e liberdade política continua sendo um desafio na construção de sociedades democráticas mais inclusivas e justas.
- Liberdade econômica macro: quem deve se ocupar da atividade econômica, a livre iniciativa ou os órgãos do estado, hein?
Defensores da livre iniciativa argumentam que o mercado livre e a liberdade individual promovem a eficiência e o crescimento econômico. Já os defensores da intervenção estatal afirmam que o governo é necessário para corrigir falhas de mercado e promover justiça social.
Na prática, a maioria dos países adota uma abordagem mista, combinando elementos de livre iniciativa e intervenção estatal.
- Propriedade privada é legítima e legalmente protegida ou tem uma legitimidade discutível e precária? A ‘invasão’ de propriedade é um delito ou é um direito?
Muitos consideram a propriedade privada legítima e protegida por lei. A invasão de propriedades é geralmente vista como um delito, uma violação dos direitos do proprietário. Mas em certos contextos, como reivindicações de terras ou lutas por moradia, alguns argumentam que a invasão pode ser vista como uma ação legítima em busca de justiça social. Esse debate envolve valores individuais e a busca por equilíbrio entre direitos individuais e necessidades coletivas.
- O lucro é uma conquista legítima ou um roubo sujeito à expropriação, hein? O mercado é necessário ou prejudicial?
Alguns veem o lucro como uma conquista legítima impulsionada pelo empreendedorismo e esforço individual. Outros questionam sua legitimidade devido à desigualdade econômica.
O mercado é visto tanto como um mecanismo eficiente de alocação de recursos quanto como potencialmente prejudicial devido a problemas como desigualdade e falta de regulação. O debate continua a influenciar as políticas econômicas e sociais em busca de um equilíbrio entre eficiência e justiça social.
- A escola deve transmitir conhecimentos ou ideologia? Educação ou doutrinação? É legítimo e legal a censura por exclusão deliberada de certas linhas de pensamento?
A doutrinação ocorre quando a escola impõe uma visão ideológica específica aos alunos, sem permitir que eles tenham acesso a diferentes perspectivas e informações diversas para formar suas próprias opiniões. Isso acaba privando os alunos da capacidade de pensar criticamente e questionar o que estão aprendendo.
E a censura, quando aplicada de forma seletiva para suprimir determinados pontos de vista ou perspectivas, pode restringir o direito dos alunos de terem acesso a uma educação completa e imparcial.
Na prática política, ideologia, doutrinação e censura são eufemisticamente definidos como “espírito crítico”.
- O criminoso é responsável por seus atos ou é vítima, hein?
Algumas pessoas argumentam que, em determinadas situações, o criminoso pode ser visto como uma vítima da sociedade ou das circunstâncias que o levaram a cometer o crime. E pregam a importância de compreender as causas da criminalidade e buscar soluções preventivas e de reabilitação em vez de apenas focar na punição.
Outros acreditam que o criminoso é responsável por suas ações e deve ser responsabilizado por elas, sofrendo sanções ou punições de acordo com as leis e normas estabelecidas.
- Liberdade de imprensa é uma garantia de liberdade ou é o abuso dos proprietários dos órgãos de comunicação?
Equilibrar a garantia da liberdade de expressão com a responsabilidade da imprensa em fornecer informações precisas e confiáveis, é uma questão complexa.
- Qual é o critério legítimo para a promoção salarial ou na carreira: desempenho (mérito) ou confiança política? O termo “meritocracia” virou palavrão ao ser associado ao capitalismo de exploração e misturado com o conceito de justiça. Quem leu o Ensaio Sobre a Meritocracia que lancei algum tempo atrás, sabe como funciona essa confusão deliberada.
- Símbolos religiosos não podem ser expostos em público ou é direito de qualquer religião expor seus símbolos?
- A vida humana é sagrada ou instrumental?
Para algumas pessoas, a vida humana é considerada sagrada, o que significa que é inerentemente valiosa e digna de respeito e proteção absolutos. Tirar a vida humana é considerado um ato extremamente grave e, em muitas religiões, o assassinato é proibido e visto como um pecado.
Outros valorizam a vida de acordo com sua utilidade, contribuição para a sociedade, capacidades ou características específicas. Algumas correntes filosóficas ou ideologias podem justificar sacrificar vidas humanas em prol de um bem maior, como o bem-estar coletivo, a segurança nacional, a proteção de outros direitos fundamentais, por exemplo.
Essas visões têm implicações éticas significativas em diversas áreas, como a bioética, a legislação sobre direitos humanos, as políticas de saúde pública e a justiça social
- O que é a legalidade? O estado democrático de direito, suas instituições e normatividade ou esses são apenas atributos formais, inferiores aos critérios substantivos?
É essencial considerar não apenas a formalidade das leis e das instituições, mas também a sua qualidade e adequação aos princípios democráticos e aos valores fundamentais da sociedade. Afinal, o estado democrático de direito não se baseia apenas na obediência às leis, mas também na promoção da justiça, da igualdade e da participação cidadã em todos os aspectos da vida pública.
- O que é um golpe de estado? Um conceito jurídico-político ou um termo usado na disputa política de significado arbitrário?
- Como entender esta frase: seguir a virtude prejudica o país? Por exemplo, no contexto dos prejuízos e custos da Operação Lava Jato?
Terceiro ponto de conflito: a destruição da dignidade dos poderes e das funções. Esse vai rapidinho.
- Plenário do Congresso como palco para danças folclóricas e concentração de minorias organizadas.
- Ocupação da mesa do Senado por senadores de um partido.
- Legisladores usando cartazes, igualando-se a manifestantes.
- Cenas de pugilato, ‘cuspidas’.
- Obstrução invasiva apoiada por legisladores.
E aí, cara? Deu pra perceber que tudo é contestado? E quando tudo é contestado o consenso básico é corroído.
Cara, sempre que é hora de manutenção do meu veículo eu tenho aquelas dúvidas de todos nós. Qual é o produto que eu escolho, hein? E como eu não sei muito sobre manutenção de automóveis, sabe o que que eu faço? Eu procuro quem me traz confiança.
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Tudo azul, tudo Nakata.
Lembrando então: “consenso básico” é um acordo compartilhado entre a maioria dos membros de uma sociedade em relação a determinados valores, princípios ou normas fundamentais. Esses valores ou princípios são essenciais para a estabilidade e coesão da sociedade. São eles que fornecem a base para o funcionamento das instituições e a convivência entre os membros.
Mas atenção: não se trata de um consenso absoluto e irreal. Trata-se de um consenso em valores básicos, centrais e que tem uma hierarquia clara. É esse consenso que faz com que a política e a administração sejam previsíveis; que contêm regras que os cidadãos conhecem, praticam e as instituições protegem; e que se consolida numa organização política democrática, unida em torno desses valores e dividida em torno de políticas públicas. Percebeu?
Quando o consenso é corroído, quando tudo é contestado, quando tudo está sempre aberto a mudanças, o resultado é uma democracia instável, imprevisível, de legitimidade e duração precárias. Essas democracias tendem a desembocar no totalitarismo, na ditadura populista ou na instabilidade crônica. Alguma semelhança com o que você tem visto?
Olha: a listagem que acabo de apresentar permite identificar no mínimo 40 questões intensa e radicalmente divisivas da sociedade. Nenhuma dessas questões é de importância periférica ou secundária. São todas indispensáveis para a configuração política, econômica, social, jurídica e cultural do país e para a qualidade de sua democracia.
A pergunta que fica, então, é essa aqui, ó:
“Como uma nação com tal grau de conflitos em seus valores básicos poderá construir e manter uma democracia moderna, autêntica e estável?”
Pois é.
Ah, o texto de Francisco Ferraz, no qual me baseei para este episódio aqui, é de 2017…
Lola
Ray Davies
I met her in a club down in old soho
Where you drink champagne and it tastes just like coca cola
C-O-L-A Cola
She walked up to me and she asked me to dance
I asked her her name and in a dark brown voice she said Lola
L-O-L-A Lola
Lo lo lo lo Lola
Well, I’m not the world’s most physical guy
But when she squeezed me tight she nearly broke my spine
Oh my Lola, lo-lo-lo-lo Lola
Well, I’m not dumb but I can’t understand
Why she walked like a woman but talked like a man
Oh my Lola, lo-lo-lo-lo Lola
Lo-lo-lo-lo Lola
Well, we drank champagne and danced all night
Under electric candle light
She picked me up and sat me on her knee
And said “dear boy, won’t you come home with me?”
Well, I’m not the world’s most passionate guy,
But when I looked in her eyes, well I almost fell for my Lola
Lo lo lo lo Lola
Lo lo lo lo Lola
I pushed her away
I walked to the door
I fell to the floor
I got down on my knees
Then I looked at her, and she at me
Well, that’s the way that I want it to stay
And I always want it to be that way for my Lola
La-la-la-la Lola
Girl will be boys and boys will be girls
It’s a mixed up, muddled up, shook up world, except for Lola
La-la-la-la Lola
Well, I left home just a week before
And I’d never ever kissed a woman before
But Lola smiled and took me by the hand
And said: Dear boy, I’m gonna make you a man
Well, I’m not the world’s most masculine man
But I know what I am, and I’m glad that I’m a man, and so is Lola
Lo lo lo lo Lola
Lo lo lo lo Lola
Lola
Eu a conheci em um clube lá no velho Soho
Onde você bebe champagne com gosto igual ao de Coca Cola
C-O-L-A, Cola
Ela se aproximou de mim e me chamou pra dançar
Eu perguntei o seu nome e em uma voz forte ela disse Lola
L-O-L-A Lola
Lo-lo-lo-lo- Lola
Bem, eu não sou o cara com o melhor físico do mundo
Mas ela me abraçou tão forte que quase quebrou minha coluna
Oh minha Lola la-la-la-la Lola
Bem, eu não sou burro mas não consigo entender
Porque ela andava como mulher mas falava feito homem
Oh minha Lola la-la-la-la-
Lola la-la-la-la Lola
Bem, nós bebemos champagne e dançamos a noite toda
À luz de velas elétricas
Ela me levantou e me sentou em seu joelho
E ela me disse “Querido menino, vem pra casa comigo?”
Bem, eu não sou o cara mais passional do mundo
Mas quando vi seus olhos, quase me apaixonei por minha Lola
Lo lo lo lo Lo – la Lo lo lo lo Lo – la
Lola Lo lo lo lo Lo – la Lo lo lo lo Lo – la
Eu a afastei
Caminhei até a porta
Caí no chão
Fiquei de joelhos
Então olhei para ela e ela para mim
Bem, é assim que quero que fique
E eu quero sempre ser desse jeito para minha Lola
La-la-la-la Lola
Garotas serão garotos e garotos serão garotas
É um mundo confuso, atrapalhado, agitado, exceto por Lola
La-la-la-la Lola
Bem, eu havia saído de casa uma semana antes
E nunca havia beijado uma mulher antes
Mas Lola sorriu e me tomou pela mão
E disse: Querido garoto, vou te fazer um homem
Bem, eu não sou o cara mais másculo do mundo
Mas sei o que sou e estou feliz por ser homem e Lola também
Lo lo lo lo Lola
Lo lo lo lo Lola
E é assim então, ao som de “Lola”, grande sucesso da banda The Kinks em 1970, que vamos saindo assim… provocados. Aqui a versão é do Lake Street Dive, com a voz de Rachael Price.
Lola é reconhecida como uma das primeiras músicas LGBT de sucesso comercial. A canção conta a história de um homem curtindo uma noitada com uma mulher chamada Lola. E à medida que a música avança, os ouvintes descobrem que Lola também é um homem. Por que essa canção aqui? Ah, os assinantes vão saber nos extras…
Rararararararra… e você curtiu Lola a vida inteira sem saber o que queria dizer a letra, né?
Então, que tal este episódio, hein? Se você imaginar que cada um dos cerca de 40 itens de conflito relacionados terá de passar pelas seis fases do consenso, você vai ter uma ideia do tamanho e da complexidade do desafio de ter uma sociedade equilibrada e em harmonia.
Fases do consenso, é? Na parte do bônus para assinantes, vou falar um pouco mais sobre as fases como se constrói um consenso social. É um baita desafio.
O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.
De onde veio este programa tem muito mais, acesse canalcafebrasil.com.br e torne-se um assinante. Além de conteúdo original e provocativo, você vai nos ajudar na independência criativa e financeira, a levar conteúdo para muito mais gente.
E se você gosta do podcast, imagine só palestra ao vivo. E eu já tenho mais de mil e cem no currículo. Conheça os temas que eu abordo no lucianopires.com.br.
Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.
E para terminar a parte gratuita do episódio – já que os assinantes vão receber a cereja do bolo em seguida – uma frase de ninguém menos que o filósofo chinês Confúcio:
“A harmonia social é como uma melodia, todos devem estar em sintonia para que a música seja bela.”