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Luciano Pires -

E ai? Você já pensou em se tornar um empreendedor, hein? Dono do seu negócio? Uma das maneiras pra isso é tornar-se um franqueado de uma marca bem conhecida, não é?

Pois é, mas franquias assim cara, são muito caras. Então eu vou dar dica aqui.

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E o que é que você faz então? Você vende para os comerciantes da região a veiculação de uma mensagem em vídeo ali no totem. 

Quem produz o vídeo é a própria Santa Carga que dá para você todo suporte.

Olha só. Tem gente ganhando uma grana por aí, cara. Já tem três, quatro, cinco, seis, dez totens.  Tudo isso sem estoque, sem funcionários, sem aluguel.

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Santa Carga. Abra seu próprio negócio com uma das franquias que mais crescem no Brasil.

Parece que estamos enfrentando um declínio na inteligência entre gerações nos últimos anos. As causas são várias, como mudanças no ambiente social e influência de meios de comunicação passivos, além de outros fatores. O desafio é compreender essas dinâmicas para garantir que as gerações futuras não enfrentem uma queda contínua na inteligência.

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires. Posso entrar?

“Fala Luciano. Um bom dia, um boa tarde, um boa noite pra você também. Aqui é seu ouvinte Rafael, falo da Bahia em Camaçari.

Luciano. Pra mim é um grande prazer ter oportunidade de mandar esse áudio, até porque, várias vezes já pensei em fazê-lo, mas confesso que acabei desistindo.   

Mas hoje, ouvindo aqui o seu podcast Dezessete e setecentos, que foi uma nostalgia, sem sombra de dúvida, assim como todos os outros que eu já ouvi.

Mas hoje me encorajou por qual motivo, Luciano? Porque eu pensei, eu já indiquei pra vários amigos, pra alunos inclusive, que dou aulas de curso técnico e falo do meu brilho nos olhos em relação ao Café Brasil.

E hoje eu disse: não, eu tenho que mandar pra essa amiga. Porque em viagem com ela, a um outro município, a gente teve aí duas horas e meia de ida, duas horas e meia de vinda, a gente estava falando sobre diversas coisas. E aí a gente tocou no assunto sobre matemática, sobre pilha, e da dificuldade que ela tem e aí eu falei: tenho que mandar o Café Brasil, esse episódio de hoje pra ela, o episódio também do Café com Leite, pra que ela possa ouvir com a filha.

Ela disse que ainda não tem esse costume de ouvir Café Brasil, mas pelo entusiasmo que eu tenho, pela nostalgia que passei hoje de poder ouvir e relembrar o bate papo que eu tive com ela, eu vou estar compartilhando também.

E falei com ela que eu sou um dos assinantes do Café Brasil, porque eu tenho orgulho de poder contribuir com a continuidade desse grande ensinamento que você nos faz, Luciano.

Sem sombra de dúvida, pra gente é uma oportunidade de crescimento intelectual, né? Essa academia fitness que você tem proporcionado pra gente.

Então, continuo a dizer, vida longa ao Café Brasil, quero muito mais conteúdo e que assim continue, Luciano, sendo aí com grande admiração que tenho pelo seu trabalho, pelo trabalho de toda a equipe, pelo Café com Leite, que embora não tenha filho ainda, não perco um episódio.

Um forte abraço, Luciano, pra você e toda a equipe. Fique com Deus, tchau, tchau.”

Grande Rafael, tudo bem, meu caro? Obrigado por ser mais um dos fertilizadores do Café Brasil, essa turma boa que nós temos ao nosso lado. É assim que a gente vai espalhar mais sementes de fitness intelectual pelo país, que nunca precisou tanto disso. Muito obrigado, meu caro!

O comentário do ouvinte agora é patrocinado pela Livraria Café Brasil, e o Rafael ganhou um livro! Deixa eu escolher um aqui pra ele… pronto!

Vai levar o Em defesa dos garotos de Anthony Esolen, para se preparar para quando tiver filhos. O autor argumenta que a abordagem excessivamente protetora na criação de crianças é prejudicial. Destaca que os meninos precisam de desafios e riscos para um desenvolvimento saudável. A mensagem central é a defesa de permitir que os meninos expressem características masculinas naturais, como engajamento, coragem e luta, para alcançarem verdadeira felicidade.

Rafael, entre em contato conosco pelo whatsapp 11 96429 4746 para acertarmos o envio, tá bom? Muito obrigado!

Então vamos lá… se você vê valor no trabalho que a gente faz aqui no Café Brasil, torne-se um assinante. E se gosta de ler, compre nossos livros na livrariacafebrasil.com.br! Ou então acesse mundocafebrasil.com. Vai lá. Vai lá, a gente espera.

https://www.youtube.com/watch?v=HICcDAWSS_A

Era uma vez um ancião que plantava tâmaras no deserto. Um dia, enquanto estava concentrado em sua atividade, foi abordado por um jovem, que perguntou:

– Mas por que o senhor perde tempo plantando o que não vai colher?

O jovem sabia que as tamareiras levam entre 80 e 100 anos para produzir seus primeiros frutos. Aquele senhor não viveria para ver o resultado de seu trabalho.

O ancião então virou e respondeu assim:

– Meu bom jovem, se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras.

Em nosso episódio anterior, o Dezessete e Setecentos, falamos como o desempenho nos testes de inteligência da população em geral têm aumentado ao longo do tempo e das gerações, um fenômeno conhecido como o efeito Flynn. Este efeito varia entre países e domínios de inteligência, e ainda guarda incertezas quanto ao seu significado e às razões por trás dele. Uma recente análise envolvendo 271 amostras independentes de quase 4 milhões de indivíduos de 31 países revelou avanços globais no QI ao longo de mais de cem anos, entre 1909 e 2013.

Esse estudo pode ser acessado no roteiro deste programa no portalcafebrasil.com.br

https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1745691615577701

Na Dinamarca, desde a década de 1950, um mesmo teste de QI é aplicado todo ano em 25 a 30 mil homens candidatos ao serviço militar. Entre as décadas de 1950 e 1980, houve um aumento notável no QI na Dinamarca, cerca de 3 pontos por década. A pontuação média que qualificaria alguém para o serviço militar na década de 1950 é considerada hoje muito baixa, ela desqualifica os candidatos. Situações semelhantes foram observadas em muitos outros países, onde cada geração tem se mostrado mais brilhante que a anterior, pelo menos nos últimos cem anos.

Mas… De repente os estudos começaram a apontar um declínio.

A Dinamarca experimentou uma reversão no efeito Flynn quando este atingiu o ápice em 1998. A partir dali começou a cair, chegando a diminuir em 1,5 pontos. Outros países desenvolvidos, como o Reino Unido e a Austrália, parecem estar enfrentando uma situação semelhante. Estamos testemunhando uma reversão no efeito Flynn, indicando uma queda da inteligência, medida pelo QI, entre gerações nos últimos anos.

Mas o que explica essa reversão, hein? Há quem aponte para o fenômeno da imigração, com o aumento de taxas de reprodução de pessoas que vêm de ambientes com educação deficiente, má nutrição e muita pressão social. O efeito Flynn sugere que fatores como o ambiente social, nutrição, educação e até mesmo a redução de doenças devido à popularização de vacinas, contribuem para aumentar a inteligência entre as gerações, melhorando o bem-estar da população. Mas esse fator é só uma das diversas explicações para essa queda recente no QI.

A tendência é explicar por uma assimetria na reprodução genética entre gerações e variações no ambiente social entre famílias. Mas então, como explicar as diferenças de quedas de QI entre irmãos?

Especula-se que as determinantes do ambiente social que mudam ao longo do tempo, como poluição ambiental e alterações nas condições nutricionais e de saúde, estejam influenciando essa tendência. Outro forte candidato a explicar esse fenômeno, é aquele no qual eu apostaria todas as minhas fichas: a exposição à televisão e outros meios de informação, que deixam as pessoas em uma postura passiva, como um “Walking Dead”, de boca aberta e inerte diante do aparelho de TV. Ao mesmo tempo, a quantidade de informações disponíveis aos indivíduos aumenta, e o acesso a elas se torna cada vez mais facilitado. Aumenta também a quantidade de sábios do Instagram espalhando suas verdades… E bum!

Menor demanda intelectual somada à pobreza cultural espalhada pelos meios de comunicação de massa e pronto. Essa é a combinação explosiva, sobre a qual eu já falava em meu livro Brasileiros Pocotó lááaaáá em 2004.

– Ah, Luciano, mas a garotada largou a TV e agora está nos computadores e games!

Tá certo, os computadores ofereçam mais interatividade, mas ainda não há dados suficientes para avaliar totalmente o impacto do uso excessivo de computadores. Na maior parte do tempo, muitos dos seus usos também são passivos.

Ou seja: temos motivos de sobra para preocupação sobre o futuro da inteligência natural.

A artificial, vai muito bem, obrigado.

E o Brasil?

Batcu
Aretuza Lovi

Você não acreditou
Quando eu falei pra tu
Que o corpo nunca para
Quando toca, toca, toca
Quando toca, toca, toca o Batcu

Toca o batcu, toca o batcu
Toca, toca, toca, toca, toca
O batcu, toca o batcu, toca o batcu
Toca, toca, toca, toca, toca

Aretuza deu o papo
Não é a primeira vez
Se liga aqui na teacher
Que ela ensina pra vocês
Em colar pressão, rainha do pistão
Eu tenho doutorado até pós-graduação

Então prestem atenção, após o meu sinal
Hoje tem aula prática de dança sensual
Aqui vale colar, é só fazer igual
O trabalho é em grupo, não é individual

(Me deu uma vontade de ficar louca. De quebrar o cú)

A-a-a-aretuza-a!
Quero vê todo mundo bater o cú!

Então preste atenção, após o meu sinal
Hoje tem aula prática de dança sensual
E aqui vale colar, é só fazer igual
O trabalho é em grupo, não é individual

E vai descendo, devagarinho, mais um pouquinho
Desce, desce, desce
Agora para, e vai subindo, mais um pouquinho
Bate, bate, bate

Esse é o grande sucesso de Aretuza Lovi, com participação especial de Valesca Popozuda. A canção maravilhosa chama Batcu.

Os fatores que contribuíram para a recente queda no QI são significativos no Brasil. No entanto, o Efeito Flynn ainda deve ser forte por aqui, especialmente entre os menos afortunados. Mas nas classes médias e altas, os fatores que provocam a reversão do QI já podem estar impactando significativamente a inteligência de nossos alunos. E devem aumentar gradualmente em proporção à população nas próximas décadas.

Você já viu o desempenho do Brasil no PISA, por exemplo? O teste PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) é uma avaliação internacional conduzida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ele mede o desempenho dos alunos de 15 anos em áreas-chave do conhecimento e habilidades. Na avaliação de nossa habilidade para leitura, matemática e ciências, percebemos que o Brasil não se destaca, especialmente em matemática. Justamente o raciocínio matemático, aquele do troco, que é crucial para o desenvolvimento do pensamento.

No Pirls, sigla em inglês para Estudo Internacional de Leitura, a habilidade de leitura de crianças brasileiras ficou entre as piores do mundo. O estudo foi desenvolvido pela Associação Internacional para a Avaliação de Conquistas Educacionais, que conduziu análises com crianças do 4º ano do ensino fundamental em 57 países. O levantamento divulgado em maio de 2023, estabeleceu uma pontuação de referência de 500 pontos, que representa a média de todos os países combinados. Os alunos do Brasil tiveram uma média de 419 pontos. Isso deixou o país na 52ª posição entre os 57 países, à frente de poucas nações, como Irã, Egito e Jordânia. O Brasil ficou atrás de Albânia (513), Cazaquistão (504), Azerbaijão (440), Uzbequistão (437) e de  Kosovo (421).

O estudo classifica os resultados por meio de 4 “benchmarks”, ou “pontos de referência“: “baixo” (400 pontos), “intermediário” (475), “alto” (550) e “avançado” (625). Um aluno com nota na classificação “baixa” consegue ler textos mais simples e diretos, enquanto os “avançados” têm capacidade de ler e compreender textos longos e complexos. Nesta edição do Pirls, nenhuma das nações participantes atingiu o nível avançado. O Brasil, com 419 pontos, ficou pertinho do ponto de referência mais baixo.

O link para esse estudo está no roteiro deste episódio no portalcafebrasil.com.br.

https://static.poder360.com.br/2023/05/PIRLS-paises-2021.pdf

Você entendeu o tamanho da encrenca, hein? Não é só uma questão de botar mais dinheiro na escola. A dimensão do problema é social cara, começando na boa nutrição das crianças e chegando à tal Lifelong Learning, o aprendizado para o resto da vida.

Então agora convido você pra ouvir um trecho do LíderCast 766, quando conversei com Ilona Becskeházy, ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, sobre os dilemas da educação no Brasil.

A Ilona conta uma história que é inacreditável e que deixa evidente o tamanho da encrenca que nós temos pela frente.

Ilona Becskeházy: … está se referindo a um projeto do Banco Mundial, que foi desenhado pelo Banco Mundial para o Governo da Bahia e que ela, o Instituto Ayrton Senna teve acesso, e trocou de nome, botou um nome lá daqueles de corrida, campeã, não sei o que, acho que chamava Escola Campeã, e captou dinheiro da Fundação do Banco do Brasil, na época eu me lembro, eu acho que eram R$ 13 milhões, em 2000, para replicar este plano que tinha sim um manual extremamente detalhado de como fazer gestão escolar eficaz na ponta.

Luciano Pires: Você está falando de 2001, 21 anos atrás.

Ilona Becskeházy: É de 2000 esse projeto, tá. Então existia sim um manual que tinha sido escrito pelo Banco Mundial, para o contexto brasileiro sim, e extremamente detalhado sim, tá.

Luciano Pires: Detalhado quer dizer bom? Ou não necessariamente?

Ilona Becskeházy: É de 2000 esse projeto, tá? Então existia sim um manual que tinha sido escrito pelo Banco Mundial, para o contexto brasileiro sim, e extremamente detalhado sim.

Luciano Pires: Detalhado quer dizer bom? Ou não necessariamente?

Ilona Becskeházy: Não, bom. Nesse caso sim, manual mesmo. Pega, agora você escreve um decreto desse jeito aqui. Muda não sei que, não sei que lá. Então era um manual mesmo, tá.

E aí ela levou isso, ela teve esse mérito de captar o dinheiro lá com a Fundação Banco do Brasil, e eles escolheram, fizeram uma amostra, tinha umas condições, tipo pegar os municípios mais relevantes de cada estado, era para ser eu acho que o plano inicial dois municípios por estado, acabaram sendo… começavam com 64, sobraram um pouquinho menos que isso.

Eu fiz, na minha tese tem um capítulo que conta essa história e explica o que aconteceu, olha que interessante. Então você tinha um grupo, porque a questão da liderança e de você replicar, você precisa ter um conjunto de crenças, você precisa acreditar o seguinte: o brasileiro pobre merece aprender como o europeu médio, igual o meu filho. Se você acredita nisso, aí você pega o manual e fala: então deixa eu ver como é que faz. Se você acha que o pobre não tem que aprender, e que tem mais é que ser oprimido mesmo, aí você esquece, você não vai usar manual, mas o manual estava lá. Então 64 municípios foram expostos a esse manual e a equipe que vinha junto com o projeto de ajudar a botar no papel as coisas que tinham que se fazer, porque isso aí é uma questão que você tem que operacionalizar aquelas ideias todas, aquelas orientações todas. E aí era um grupo de certa forma coeso, porque tinham reuniões sistemáticas.

A Viviane Senna tem questões, mas nesse ponto ela usa muito a liderança dela no sentido de fazer andar alguma coisa. Nesse caso era uma solução bastante interessante, tanto é que se provou muito boa para Sobral. Então o grupo de prefeitos que estava nesse projeto, envolvidos, esses 64 prefeitos, de certa forma era coeso, só que o município que mais se destacou foi Sobral. E aí… só que aí eles perceberam no âmbito desse projeto, porque fizeram um teste que não existia no Brasil ainda, não existia a Avaliação Nacional de Alfabetização, aplicaram um teste de alfabetização, isso num projeto anterior a esse que eu falei do manual, e ela comunicou ao prefeito, que era o Cid Gomes:

– olha – na virada do primeiro para o segundo mandato dele – os seus alunos analfabetos.

Ele falou:

– não é possível, não é possível, nós gastamos dinheiro, nós pintamos a escola, nós arrumamos a escola, nós fizemos tudo que era necessário, tudo que a gente sabia que… tudo que todo mundo falava que era para melhorar a gente fez e não deu certo.

Não, não deu, é todo mundo alfabeto. Aí entrou o manual no segundo mandato e eles reestruturaram toda a Secretaria e fizeram. Onde tinha a crença que os meninos tinham que aprender no nível internacional, que era Sobral, a coisa deslanchou, tudo que estava no manual foi implementado, os outros 64 eu busquei nas bases de dados do governo os resultados, não obtiveram o mesmo resultado, não fizeram a mesma coisa, porque não tinha crença.

Em compensação eu fiz um outro teste na minha tese, eu busquei lá nas planilhas do TRE, do TSE e do TRE, que tem os dados de eleição, quem eram os prefeitos que sistematicamente desde que o Cid Gomes foi eleito, 1999 até o final da minha tese, que era… a última eleição até eu publicar minha tese, que é 2016, todos os prefeitos que tinham feito, seguido, não importa o… na verdade é o seguinte, tinham seguido, os Gomes na sua mudança de partido e que tinham ganhado as eleições, tá. E eu selecionei o grupo que conseguiu ganhar no mínimo duas eleições seguidas, ou três alternadas, nessas seis eleições. E o que eu vi? Que o grupo que tinha seguido politicamente os Gomes, os municípios tinham o resultado muito melhor do que a média. Entendeu?

Então o conjunto de crenças, e isso tem teoria por trás, é até usada aqui no Brasil, enfim, em vários… enfim, usado no Brasil esse conjunto de tese, mas esse conjunto teórico. Mas o que acontece? O conjunto de crença é que vai fazer com que a pessoa busque a solução mais apropriada, mesmo assim entre você acreditar que os alunos brasileiros, os alunos cearenses, os alunos de Sobral, devem aprender a mesma coisa que o aluno na Europa, entre você acreditar nisso e você conseguir botar na sala de aula as atividades que vão fazer com que ele aprenda isso, tem um caminho técnico-pedagógico importantíssimo.

O outro elemento que aconteceu em Sobral foi que ao invés de chamar as pitonisas da alfabetização brasileira, não entendem nada de alfabetização, chamaram uma pessoa lá do Ceará, que por acaso, vinha estudando o que se passa no resto do mundo, e foi ele que fez o Plano de Alfabetização de Sobral, não foi chamar o povo aqui de São Paulo, ou de Minas, etc. e tal, que fala em letramento, que é construtivista, etc. e tal. Não, pôs um cara que estava totalmente atualizado, que o professor Edgar Linhares, que era um estudioso que estudava o que se passava no mundo, ele falou: ó moçada, o que fazer é isso aqui. Não é isso que está fazendo o resto do Brasil não. E mandou ver, em dois anos estava todo mundo alfabetizado. Numa rede que não é pequena, tem 30 mil alunos na época tinham muito menos, porque não era ainda totalmente municipalizada, mas em dois anos o problema está resolvido.

Luciano Pires: Então você que está ouvindo, a gente aqui acabou de ter uma lição de por que a política é tão importante, quando a gente fala, porque tem uma decisão política de ir para um caminho, quando você fala que aqueles que acompanharam a visão dos Gomes conseguiram manter, eu estava pescando aqui para ver se ia aparecer um Carlos Nadalim, um bispo… o Gomes está lá, mas é o bispo que cuida, é o bispo que toca, sempre atrás dos Gomes tem um bispo, então assume um outro prefeito e fala: pode fazer o que vocês quiserem mas siga o bispo, entendeu?

Cara, sempre que é hora de manutenção do meu veículo eu tenho aquelas dúvidas de todos nós. Qual é o produto que eu escolho, hein? E como eu não sei muito sobre manutenção de automóveis, sabe o que que eu faço? Eu procuro quem me traz confiança.

Por isso, quando se trata de peças para automóveis, motos e caminhões, eu vou de Nakata, sabe por quê, hein? Porque a Nakata entrega alta performance na reta, na curva, na subida…em qualquer caminho. E principalmente porque não sou só eu que estou falando, não. Pode perguntar para o seu mecânico de confiança.

Amortecedores, componentes de suspensão e direção, certeza que ele vai dizer que a marca é Nakata. Sabe porquê?

Oras: porque é Nakata!

Assine gratuitamente o boletim em nakata.com.br e receba as últimas novidades em seu e-mail.

Tudo azul, tudo Nakata.

Então… esse LíderCast com a Ilona talvez seja um dos mais importantes que eu já gravei. O diagnóstico da questão educacional no Brasil, que está ligada às questões políticas e sociais, mostra que se quisermos interromper a queda no QI de nossos jovens, vamos ter de fazer muito mais do que criar ilhas de eficiência. É preciso um conjunto de crenças corretas, olha só, crenças corretas, não essas maluquices que os caras defendem aí, para implementar uma revolução total no sistema de ensino, no MEC, em cada uma das escolas, com o desenvolvimento de lideranças que enxerguem claramente sua responsabilidade no futuro do Brasil.

É um trabalho hercúleo, que parece com aquela história do homem que plantava tâmaras no deserto.

É esse o dilema da nossa educação, meu caro. Enquanto ela for pensada como uma atividade para obtenção de lucros imediatos, seja sob forma de dinheiro, fama ou poder, será essa draga que vivemos hoje.

Nossos jovens nunca colherão tâmaras.

Televisão
Tony Belotto
Arnaldo Antunes
Marcelo Fromer

A televisão me deixou burro, muito burro demais
Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais
O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida
E agora toda noite quando deito é boa noite, querida
Ô Cride, fala pra mãe
Que eu nunca li num livro
Que um espirro fosse um vírus sem cura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura
Ô Cride, fala pra mãe
A mãe diz pra eu fazer alguma coisa
Mas eu não faço nada
A luz do sol me incomoda
Então deixo a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais
Ô Cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura
Ô Cride, fala pra mãe
A mãe diz pra eu fazer alguma coisa
Mas eu não faço nada
A luz do sol me incomoda
Então deixo a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais
Ô Cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura
Ô Cride, fala pra mãe

Então, eu não tinha como encerrar este episódio de outra forma. Os Titãs, com seu clássico Televisão com participação especial de Rita Lee e Roberto de Carvalho.

É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais

Que baita provocação, não é? Vou terminar este episódio igualzinho eu terminei o anterior, porque é um amarrado no outro.

“Praticávamos a matemática do troco só porque éramos inteligentes, ou porque ela nos tornava mais inteligentes, hein?

A verdadeira epidemia que nos assola é a de burrice, que nos impede de perceber as relações de causa e consequência, nos joga no colo de oportunistas e populistas e nos torna reféns de certas elites.

Tudo porque você não dá nem recebe mais o troco.

Aqui no Café Brasil tem a vacina.”

No bônus que os assinantes receberão na sequência deste episódio, vou dar algumas dicas do que fazer pra tentar melhorar a educação no Brasil.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, que completa o ciclo.

De onde veio este programa tem muito mais. E se você gosta do podcast, imagine só uma palestra ao vivo. Quer falar de educação? Também falo. E eu já tenho mais de mil e cem no currículo. Conheça os temas que eu abordo no mundocafebrasil.com.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

E para terminar a parte gratuita deste episódio, já que os assinantes vão receber um bônus na sequência, uma frase que adaptei de Derek Bok, advogado, educador e ex-presidente da Universidade de Harvard:

Se você acha que a educação é cara, experimente a burrice.