Café Com Leite Especial – Os Vulcões Apaixonados
Luciano Pires -Bárbara: Babica, sabe que eu visitei um dos lugares mas bonitos do mundo?
Babica: Jura? Onde você foi?
Bárbara: No deserto do Atacama, no Chile!
Babica: Ah, eu sei como é, já vi fotos lindas!
Bárbara: É muuiiiito lindo, Babica. E cheio de histórias!
Babica: Sério? Conte uma, conte, conte!
Bárbara: Ah, vou contar a mais bonita, que fala da paixão entre três vulcões.
Babica: Ebaaaaaaaaaaaaaaa.
Bárbara: Eu sou a Bárbara Stock
Babica: E eu sou a Babica, o avatar da Bárbara que vive dentro do celular dela.
Bárbara: Somos as apresentadoras do Podcast Café Com Leite
Babica: Um podcast para famílias com crianças inteligentes…
Bárbara: …e pais que se importam! Vamos à história?
Babica: Vamoooosssss
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Bárbara: Babica, lá no deserto do Atacama, no Chile, existe uma lenda super famosa sobre um triângulo amoroso entre três vulcões.
Babica: Triângulo amoroso? Vulcões apaixonados? Mas desde quando montanhas de apaixonam?
Bárbara: Montanhas se apaixonam nas lendas porque essas histórias são uma forma de explicar sentimentos humanos usando a natureza como símbolo. Quando falamos que montanhas, vulcões ou outros elementos da natureza se apaixonam, estamos, na verdade, dando vida e emoções a essas paisagens para contar uma história rica em significados.
Babica: Ah, é por isso que sempre existem histórias onde a lua, o sol, animais, árvores, se comportam como gente?
Bárbara: Isso mesmo! Agora escuta só. A lenda diz que existia um vulcão chamado Licancabur, que era muito bonito e imponente.
Babica: Lá vem os nomes…
Bárbara: Licancabur é o nome de um vulcão localizado na fronteira entre o Chile e a Bolívia. A palavra “Licancabur” vem da língua indígena Kunza, falada pelo povo atacamenho, e significa “vulcão do povo”.
Barulho de teclado
Babica: Tô vendo aqui, ele é lindo, Bárbara!
Bárbara: Sim, ele tem um formato perfeito e se destaca na paisagem. Ao lado dele, estava seu irmão, o vulcão Juriques, que não tinha topo – por isso era chamado de “descabeçado”.
Babica: Tô vendo aqui! É como se tivessem cortado o topo dele!
Bárbara: Pois é! No meio desses dois vulcões existia uma dama, a montanha Quimal.
Babica: Quimal é uma montanha, né? E se fosse um vulcão? Seria uma vulcoa?
Bárbara: Ahahahahahah. O feminino de “vulcão” é “vulcão” mesmo, Babica, pois essa palavra não possui uma forma feminina específica. Em português, alguns substantivos são comuns de dois gêneros, ou seja, têm a mesma forma para o masculino e o feminino. Assim, você pode dizer “o vulcão” ou “a vulcão” se estiver se referindo a uma entidade feminina na história, por exemplo, mas a palavra em si não muda.
Babica: Entendi
Bárbara: A montanha Quimal e o vulcão Licancabur eram perdidamente apaixonados um pelo outro. Só que Juriques também amava Quimal, mas seu amor não era correspondido, o que o deixava muito ciumento.
Babica: Ihhh, já sei que isso não vai acabar bem…
Bárbara: Você acertou! Juriques ficou com tanta inveja e raiva que tentou tomar Quimal à força. Quando Licancabur descobriu isso, ficou furioso e os dois irmãos começaram uma luta gigantesca.
Babica: Nossa, imagino dois vulcões brigando!
Bárbara: A briga foi tão intensa, cheia de explosões, lava e terremotos! Tão forte que causou rachaduras na terra e desordem por toda a região. O pai dos dois, o vulcão Lascar, que era muito poderoso, ficou sabendo da confusão e decidiu agir.
Babica: E o que ele fez? Separou a briga?
Bárbara: Sim, mas ele também puniu Juriques por tentar trair o próprio irmão. Diz a lenda que foi Lascar quem cortou a cabeça de Juriques como castigo, por isso ele ficou “descabeçado”.
Babica: Nossa!
Bárbara: Além disso, Lascar afastou Quimal dali, deixando-a longe de Licancabur. Quem visita hoje o LIcancabur, consegue ver a Quimal lááááááá longe, a 60 quilômetros de distância!
Babica: Que triste! Eles ficaram separados para sempre?
Bárbara: Ficaram, Babicas, mas mesmo separados, o amor deles era tão forte que, uma vez ao ano, no solstício de inverno, acontece algo lindo!
Babica: Solstício de inverno? O que é isso?
Bárbara: É o dia em que a inclinação da Terra faz com que o sol fique mais baixo no céu, o que significa que os raios solares chegam de forma mais inclinada. Por causa disso, os objetos projetam sombras mais longas. Então a sombra da Quimal chega até o Licancabur, tocando nele como se eles estivessem se encontrando novamente. Isso mostra que o amor deles é eterno, mesmo com a distância.
Babica: Aiii que lindoooooo! Tô emocionada, Bárbara! E é verdade que essa sombra aparece mesmo?
Bárbara: Sim! Apesar de ser uma lenda, essa parte é real. No dia 21 de junho, durante o solstício de inverno, a sombra de Quimal realmente toca Licancabur.
Babica: Que incrível! E o que podemos aprender com essa lenda?
Bárbara: Ela nos ensina sobre o poder do amor verdadeiro, mas também nos lembra que ciúmes e inveja só trazem dor e separação. Às vezes, precisamos aceitar as coisas como são e valorizar o amor e a amizade, em vez de deixar a inveja tomar conta.
Babica: Vou lembrar disso! E agora fiquei com vontade de visitar esses vulcões e ver de perto essa sombra mágica.
Bárbara: Quem sabe um dia a gente vá até lá, Babica! Enquanto isso, podemos continuar aprendendo com as lendas de povos ao redor do mundo.
Babica: Ebaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
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Bárbara: Olha, de onde veio esta história, tem muito mais! De quando em quando vamos contar outras. E você que está nos ouvindo, precisa conhecer o Podcast Café Com Leite!
Babica: Isso mesmo! Em podcastcafecomleite.com.br
Bárbara: Café Com Leite! O podcast para famílias com crianças inteligentes…
Babica: … e pais que se importam!
As duas: tchaaaaaaaaauuuuu!