
Karl Kraus
Luciano Pires -
Foi também – e sobretudo – satirista e panfletário. Denunciava com grande virulência nas páginas do Die Fackel (“A Tocha”) – revista que fundou e da qual foi praticamente o único redator durante quase quarenta anos – os compromissos, as injustiças e a corrupção, notadamente a corrupção da língua, na qual via a fonte dos maiores males de sua época, responsabilizando principalmente a imprensa. É considerado como um dos maiores escritores satíricos em língua alemã do século XX.
Kraus nasceu em Jicín, Boémia (atualmente, República Checa), no seio de uma abastada família judia, filho de Jacob Kraus, fabricante e comerciante de papel, e de sua esposa, Ernestine, nascida Kantor.
A família mudou-se para Viena em 1877 e sua mãe morreu em 1891. Kraus matriculou-se como estudante de Direito na Universidade de Viena, em 1892. Em abril do mesmo ano começou a contribuir para o jornal, Wiener Literaturzeitung, começando com uma crítica a Gerhart Hauptmann die Weber. Nessa época, tentou, sem sucesso, ser actor num pequeno teatro.
Em 1894 mudou seu campo de estudos para a Filosofia e a literatura alemã. Interrompeu seus estudos em 1896. A sua ligação e amizade a Peter Altenberg vem desse tempo.
Karl Kraus foi objeto de grande controvérsia durante toda a sua vida. Tal se deve à indubitável consciência da sua própria importância. Esta imagem não era de todo infundada: aqueles que o observavam ficavam fascinados com a sua personalidade. Viam nele uma espécie de autoridade infalível e alguém que faria também qualquer coisa para retribuir ou ajudar aqueles que o apoiavam. Não obstante, fez também numerosos inimigos, devido ao seu caráter inflexível.
Karl Kraus