Sêneca
Luciano Pires -Conhecido também como Sêneca, o Moço, o Filósofo, ou ainda, o Jovem, sua obra literária e filosófica, tida como modelo do pensador estoico durante o Renascimento, inspirou o desenvolvimento da tragédia na dramaturgia europeia renascentista.
Oriundo de família ilustre, era o segundo filho de Hélvia e de Marco Lúcio Aneu Sêneca. O pai era um orador eloquente e muito abastado.
Ainda criança, foi enviado a Roma para estudar oratória e filosofia. Com a saúde abalada pelo rigor dos estudos, passou uma temporada no Egito para se recuperar e regressou a Roma por volta do ano 31 da era cristã. Nessa ocasião, iniciou carreira como orador e advogado e logo chegou ao Senado.
Sêneca retirou-se da vida pública em 62. Entre seus últimos textos estão a compilação científica Naturales quaestiones (“Problemas naturais”), os tratados De tranquillitate animi (Sobre a tranqüilidade da alma), De vita beata (Sobre a vida beata) e, talvez sua obra mais profunda, as Epistolae Morales dirigidas a Lucílio, em que reúne conselhos estóicos e elementos epicuristas na pregação de uma fraternidade universal mais tarde considerada próxima ao cristianismo.
No ano 65 d.C., Sêneca foi acusado de ter participado na conspiração de Pisão, na qual o assassínio de Nero teria sido planejado. Sem qualquer julgamento, foi obrigado a cometer o suicídio. Na presença dos seus amigos cortou os pulsos, com o ânimo sereno que defendia em sua filosofia. Tácito relatou a morte de Sêneca e da mulher, que também cortou os pulsos. Nero, com medo da repercussão negativa dessa dupla morte, mandou que médicos a tratassem, e ela sobreviveu ao marido alguns anos.
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