Cafezinho 601 – Os ladroezinhos
Julio Bessa -
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Acabo de ler um post no Linkedin dando conta de que todo mundo no mundo do SEO no Twitter estava falando sobre algo interessante:
Uma empresa deu um jeito de roubar uma quantidade enorme de tráfego dos seus concorrentes, tipo 3.6 milhões de visitas!
A empresa pegou uma lista de sites dos concorrentes, botou numa IA que cria textos e gerou 1.800 artigos. Aí eles postaram esses 1.800 textos sem editar nada, e rapidinho começaram a aparecer nos primeiros lugares no Google, roubando os cliques que eram dos concorrentes.
Muita gente ficou meio chateada ou preocupada com o rumo que essa estratégia pode tomar se outras empresas começarem a fazer a mesma coisa em grande escala. Os comentários iam desde “Isso não é meio errado?” até “Outro maluco bagunçando a internet”.
A pessoa que fez o post disse assim: “Foi então que percebi que, apesar de parecer ser uma estratégia que pode gerar resultados de curto-médio prazo, um fator que não foi levado em consideração foi o próprio Google.
O Google está (como sempre esteve) evoluindo diariamente justamente para evitar que esse tipo de conteúdo “vazio” tenha força no seu algoritmo.
Anos atrás, as pessoas postavam conteúdos rasos e escondiam palavras-chave no artigo (escritas em branco, no fundo branco), para que o algoritmo o rankeasse bem. Isso funcionou por um pequeno período, até o Google perceber e começar a penalizar. (…) E, trabalhando com SEO há quase 10 anos, tenho a certeza de que rapidinho o Google vai começar a penalizar este tipo de conteúdo.”
Os formatos de “conteúdo que funciona” podem mudar com o tempo, mas uma coisa continua a mesma: o conteúdo tem que ser bom.
Eu não resisti e coloquei um comentário assim lá no post:
“Considero que isso não tem nada a ver com conteúdo de qualidade. Estão reduzindo uma questão moral e ética fundamental a uma questão técnica, como se o fundamental, não fosse o “roubar tráfego”. A internet está repleta de gente ensinando como se apropriar do trabalho dos outros, como roubar cadastros, como “modelar” vídeos de terceiros e assim vai. Com a Inteligência Artificial isso ficará mais fácil. Não existe mais barreira moral, vale tudo desde que você não seja pego. E esses ladrõezinhos ganham prêmios de “Best Isso”, “Best aquilo”, são convidados para apresentar seu “modelo de negócios” em eventos do mundo digital. Tudo bem, se me convém.
A resposta está em Platão, Aristóteles, Sêneca, não no Google.