Cafezinho 615 – Esquerda e direita
Luciano Pires -Faça de conta que ainda é possível classificar as pessoas entre direita e esquerda. Quero ser ingênuo e propor que imaginemos que, no fundo, ambas as visões políticas querem o melhor para todos: justiça social, respeito e progresso. Mas cada uma vê um caminho diferente para chegar lá. Muita gente ainda acredita que a esquerda é sobre lógica, e a direita é sobre instinto. O discurso da esquerda é calcado na igualdade como chave para uma sociedade mais justa. O discurso da direita, que é o meu, acha que o segredo está na liberdade individual.
Aquela esquerda dos anos 70 e 80, conhecida por seguir uma linha mais racional, acabou abraçando as ideias de Karl Marx e virou quase uma seita religiosa, com gente seguindo conceitos arcaicos sem questionar, deixando a racionalidade de lado. Hoje ainda temos estudantes, acadêmicos, políticos e jornalistas defendendo ideias mofadas do século 19.
Por outro lado, gostando ou não, a direita tem uma abordagem mais baseada na razão, com uma boa variedade de pensamentos e até contradições internas. É comum ver a direita se estapeando em público. Para ela, dogmas não têm tanta força.
Além disso, os países que realmente prosperam em termos de riqueza e igualdade são os que seguiram as ideias da direita, principalmente o capitalismo, o que reforça a ideia de que ser racional é saber adaptar e melhorar os sistemas existentes. Sacou? Adaptar e melhorar o que existe. Não é ficar preso a ideias revolucionárias antigas, como as de Karl Marx. A China é um exemplo clássico. Só viu sucesso econômico após incorporar o capitalismo, depois de várias tentativas frustradas que custaram muitas dezenas de milhões de vidas.
Ser verdadeiramente racional significa estar aberto a ajustar e melhorar ideias, incluindo as do capitalismo, para beneficiar a sociedade, sem se agarrar a ideologias que já não se aplicam mais. A história mostra que sistemas flexíveis funcionam melhor.
Resumindo: seja você de esquerda ou direita, ser racional significa avaliar criticamente e adaptar ideias conforme a realidade, e não se apegar cegamente a crenças ultrapassadas.