Homenagem aos Economistas 2016
Luiz Alberto Machado - Iscas Econômicas -Homenagem aos Economistas 2016
Memoráveis citações
“Ser economista não é para qualquer um. É fundamental a existência de uma vocação para o exercício da profissão. É, sem dúvida, uma atividade profissional das mais difíceis.”
Eduardo Costa
Como tenho feito já há alguns anos, inspirado em exemplos de Eduardo Giannetti e do ex-presidente do Corecon-PB Celso Mangueira, deixo aqui minha homenagem aos colegas, no Dia do Economista, na forma de citações selecionadas ao longo do ano em livros, jornais, revistas e sites da internet. Espero que a leitura dessas citações proporcione ao amigo internauta a mesma satisfação que sua seleção me proporciona.
Adam Smith
Adam Smith seria a última pessoa no mundo a pensar que a riqueza é o objetivo da vida humana, a última pessoa a supor que os ideais de uma vida elevada devessem ser subordinados ao crescimento da riqueza material por qualquer indivíduo ou nação que se autorrespeita.
MARSHALL, Alfred
América Latina
Os países da América Latina não precisam criar uma civilização. Ela já foi criada pela Europa nos últimos quatro séculos. Cabe-nos assimilar essa civilização. Se tivermos racionalidade e competência, chegaremos lá.
GUDIN, Eugênio
Brasil
O Tempo não Para, música de 1988, ano da Constituição, época para lá de turbulenta no Brasil. Os poucos que conseguiam sobreviver sem um arranhão recorriam às inovações financeiras unicamente brasileiras para escapar da corrosão inflacionária. Planos de estabilização haviam fracassado, uns tantos mais estariam por fracassar até a travessia que terminou em 1994. Pensávamos que era para sempre. Mas como nos advertiu outro poeta brasileiro, tudo é eterno apenas enquanto dura. […] Os anos 80 foram marcados por choques externos e convulsões domésticas. No cerne dos problemas econômicos que dominavam as manchetes estava a política fiscal, o descontrole das contas públicas que subjugava os demais instrumentos de política macroeconômica nos impondo a inexorável escalada inflacionária. Quem diria que passados 30 anos voltaríamos ao ponto de partida?
DE BOLLE, Monica
Sem a recuperação dos investimentos públicos e privados e sem a continuidade do estímulo à exportação através da taxa de câmbio adequada, não teremos crescimento.
DELFIM NETTO, Antonio
Eu pensava que não haveria crescimento per capita no mandato da presidente Dilma Rousseff, o que já seria um vexame. Hoje vejo que errei. Acho que não vai ter crescimento, ponto.
FRAGA, Armínio
Apesar do começo auspicioso do governo Lula, depois de alguns anos a economia estava sendo impulsionada por booms de crédito e preços de commodities. Não era sustentável, porque o investimento nunca aumentou de maneira significativa.
FRAGA, Armínio
O projeto desastrado de Dilma era crescer a qualquer preço. E o mais grave é que não crescemos. Pior do que crescer muito e mal é crescer pouco e mal. Dilma conseguiu esse feito.
GIANNETTI, Eduardo.
“As nações são todas mistérios, cada uma é todo um mundo a sós”. O Brasil não é diferente. Ao ocidente do Ocidente, descobertos e colonizados por ele, somos no entanto um país de ocidentalização recalcitrante e imperfeita, Ao juízo da fria métrica ocidental, o Brasil, se não chega a ser um malogro, não passa de um país medíocre: nossa contribuição à história da ciência e da tecnologia modernas – assim como à filosofia e às humanidades – resume-se a uma dispensável nota de rodapé; o PIB per capita brasileiro, não obstante décadas de obsessão desenvolvimentista, jamais foi além de um quarto ou um quinto do verificado no “mundo rico”; nossos indicadores em áreas críticas da convivência civilizada como educação, saúde, saneamento, habitação, transporte coletivo e segurança dão testemunho de uma nação que adentra o século XXI sem ter enfrentado a contento a agenda social do século XIX.
GIANNETTI, Eduardo
Nos Estados Unidos a crise econômica começou como ressaca em 2008 e, atualmente, é marola. No Brasil, a crise começa como marola, vira ressaca e, atualmente, é tsunami.
GONÇALVES, Reinaldo
Venho repetindo que há uma discussão falsa e danosa ao País sobre a crise fiscal. Ao não atacar os juros que causam 96,9% do déficit fiscal, cresce de forma acelerada a relação dívida/PIB, ameaçando a perda final do grau de investimento e agravando a cada mês o risco da insolvência dos títulos do governo federal. Esses 96,9% foram causados principalmente pela elevada Selic e pelas perdas na política usada pelo Banco Central com swaps cambiais visando a manter artificialmente valorizado o real. Alguns artigos, felizmente, começam a pôr o dedo na ferida dos danos fiscais causados pelo BC, dezenas de vezes superiores aos da alçada do Tesouro Nacional.
KHAIR, Amir
O famigerado 7 X 1 que a Alemanha impôs ao Brasil na semifinal da Copa do Mundo do já longínquo ano de 2014 marcou não somente pela goleada, mas também pela passividade da comissão técnica da seleção brasileira, que assistia àquela chuva de gols sem tomar qualquer atitude. Pois o mesmo vem ocorrendo com a economia brasileira no ano de 2015 que, felizmente, acabou de ser deixado para trás.
KUPFER, David
As primeiras medidas do governo provisório apontam para uma guinada em vários aspectos, especialmente quanto ao papel do Estado, dos bancos públicos e dos programas sociais. Embora essas medidas pró-mercado encontrem receptividade em alguns setores, especialmente no mercado financeiro, elas não garantem um ambiente favorável ao investimento na produção e na infraestrutura. Para isso também contribuem não apenas aspectos regulatórios e de ambiente de negócios, ainda claramente desfavoráveis para as decisões, mas também a prática de uma taxa de juros muito acima da média internacional e da rentabilidade esperada nessas atividades.
LACERDA, Antonio Corrêa de
Em síntese, há dois caminhos. Ou se adota o parlamentarismo para que o protagonismo do Legislativo implique a assunção ampla e explícita de responsabilidades executivas, ou se reforma o presidencialismo extirpando males que o levaram à cooptação, à corrupção e ao desgoverno.
MACEDO, Roberto
O Brasil que era visto desde a primeira metade do século passado como país do futuro, passa a ser identificado pela visão neoliberal como o de passado incerto. A perspectiva do austríaco Stefan Zweig apresentada em 1941 sobre o país do futuro, por conta do vigor de suas transformações e a diversidade do seu porvir, estaria colocada cada vez mais em dúvida.
POCHMANN, Marcio
Estamos no início de uma recessão econômica que pode vir a ser profunda e da perspectiva de uma longa estagnação. Tudo o que se avançou as últimas duas décadas pode regredir se a crise não for superada o quanto antes.
RESENDE, André Lara
Mesmo que a S&P estivesse dormindo e não tivesse rebaixado a nota, isso não teria resolvido os problemas do Brasil. Não podemos exagerar o impacto da medida em si. A economia brasileira está em crise porque a política econômica foi muito mal feita de 2010 a 2014, porque nós temos problemas de longo prazo e porque o sistema político não consegue nem desmontar a má política econômica nem resolver os problemas de longo prazo.
SCHEINKMAN, José Alexandre
Keynes acreditava que a elaboração do orçamento e a ação do Estado fundamentam-se na racionalidade humana, tanto no Executivo, que propõe e age, quanto do Legislativo, que sanciona. Infelizmente, o debate do ajuste fiscal no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff nada parece ter dessa racionalidade.
TERRA, Fábio e FERRARI FILHO, Fernando
Capitalismo/Socialismo
A meu ver, a grande batalha do nosso tempo não é mais entre o capitalismo e o socialismo, mas entre os valores modernos da livre-iniciativa e da inovação, que estão no centro do capitalismo, e os valores reativos do corporativismo.
PHELPS, Edmund
A igualdade de resultados oprime, a igualdade de oportunidades emancipa.
GIANNETTI, Eduardo
Crescimento econômico/Desenvolvimento
O mestre Celso Furtado, em O mito do desenvolvimento econômico, nos ensinou que é possível se industrializar e crescer mantendo a perpetuação do subdesenvolvimento. Portanto, as nações relativamente menos desenvolvidas podem desenvolver um patamar industrial complexo a partir de esforços de aquisição de tecnologias externas, ou seja, são capazes de se modernizar, sem se desfazer do subdesenvolvimento e dos lações de dependência.
CHIARINI, Tulio
Desenvolvimento não é termo que se use impunemente – a ampla utilização da palavra não implica necessariamente em concordância e alinhamentos automáticos, carregando consigo substantivas variações de significado, muitas vezes em disputa, a depender da abordagem teórica e visão política do interlocutor e do período em que se situa o debate.
FEIL, Fernanda e SLIVNIK, Andrej
Os infatigáveis e obcecados fazedores de dinheiro podem nos levar consigo até o colo da abundância econômica. Mas aqueles povos que mantêm viva e cultivam a uma perfeição mais plena a arte da vida, e não se vendem pelos meios de vida, é que serão capazes de gozar a abundância quando ela chegar.
KEYNES, John Maynard
A correlação entre crescimento e bem-estar é mais fraca do que se imagina, depois que se atinge um nível de renda muito mais baixo do que se poderia esperar. O fato de não haver um claro e quantificável substituto para o crescimento como medida do aumento do bem-estar ajuda a explicar por que ele continua a ser um objetivo tão amplamente perseguido. Se entendido como condição existencial, a felicidade, ou o bem-estar, não é quantificável. Quando se torna claro que os limites físicos de nosso planeta serão severamente comprometidos pela tentativa de levar toda a população do mundo ao nível de consumo material dos países avançados, a obsessão de promover o crescimento a qualquer preço é ainda mais questionável.
RESENDE, André Lara
O que seria da humanidade se os Governos do século XIX tivessem resolvido proteger os fabricantes de velas contra a concorrência da lâmpada elétrica?
SIMONSEN, Mário Henrique
Nenhuma sociedade jamais prosperou porque tinha uma grande e crescente classe de parasitas vivendo à custa daqueles que produzem.
SOWELL, Thomas
Desigualdade
As duas maiores fortunas do planeta em 2014 são do mexicano Carlos Slim e do americano Bill Gates. Ambos são intermediários do acesso ao principal fator de produção da economia moderna: a informação e o conhecimento em geral. Ignacy Sachs resumiu a questão numa frase: no século XX, o poder era de quem controlava as fábricas. No século XXI, será de quem controla a informação. Isto nos coloca problemas metodológicos. Estamos acostumados a que as infraestruturas refiram-se a grandes obras físicas, o hardware da economia. Aqui, grande parte da infraestrutura não é física, é software.
DOWBOR, Ladislau
A pobreza urbana não deveria ser comparada à riqueza urbana. As favelas do Rio de Janeiro parecem terríveis se comparadas a bairros prósperos de Chicago, mas os índices de pobreza no Rio são bem menores que no interior do Nordeste brasileiro.
GLAESER, Edward
A desigualdade, ainda que com todos acima da linha de pobreza, é detratora do bem-estar, da saúde e da qualidade de vida. Uma conclusão que não chega a ser nova: sempre se soube que a desigualdade excessiva é corrosiva, reduz a coesão social e inviabiliza a democracia. O tema andava relativamente esquecido depois do fracasso das experiências socialistas e com o otimismo provocado pelo rápido crescimento econômico mundial. A crise financeira de 2008 e a nova concentração da renda e da riqueza nos países avançados mudou o quadro.
RESENDE, André Lara
Dinheiro
O dinheiro é algo singular. Iguala-se ao amor como a principal fonte de alegria do homem. Mas também equipara-se à morte como sua principal fonte de ansiedade.
GALBRAITH, John Kenneth
Economia/Economistas
O economista destaca-se no mundo global e instantâneo contemporâneo por sua formação holística. É ao mesmo tempo técnico e cientista social. Domina matemática, estatística e econometria tão bem quanto transita pela história, geografia, filosofia, sociologia e política. Vai da dimensão temporal para a espacial com extrema facilidade. Enxerga o global sem perder o olho do particular, e o particular com uma perspectiva global. Discute e interage com questões gerais tão bem quanto é pragmático na resolução de problemas específicos. Atua no setor privado, público ou terceiro setor. É conhecido por ser o profissional da prosperidade, seja no âmbito micro, quando procura melhorar o desempenho das empresas, ou no âmbito macro, quando procura interferir na economia nacional e mundial com objetivo de acelerar o crescimento econômico sustentado. Entretanto, engana-se quem pensa que o economista é apenas um profissional da riqueza, do dinheiro. Acima de tudo, o economista é o profissional do bem-estar social. É um intérprete da sociedade que se coloca também como importante agente de transformação da própria sociedade. Pensa, desta forma, caminhos e alternativas de desenvolvimento de modo que as condições de vida da sociedade cmo um todo melhore. É o profissional que busca a prosperidade, mas não perde o foco da pobreza, da miséria e do meio ambiente. Pelo contrário, busca construir uma sociedade mais justa e igualitária, na qual todos tenham acesso às condições básicas de inserção social. É um profissional que pensa o abstrato sem perder a sensibilidade do concreto.
COSTA, Eduardo
A economia é parte de um todo. Ela é um subsistema do regime termodinâmico e da biosfera do planeta, mas ela também se insere no universo das escolhas, normas e valores culturalmente gerados: a natureza e a ética balizam o processo econômico.
GIANNETTI, Eduardo
A oposição à vantagem comparativa, como a oposição à teoria da evolução natural, reflete a aversão de muitos intelectuais a um modo essencialmente matemático de entender o mundo.
KRUGMAN, Paul
Os economistas gostam de histórias simples, mesmo quando são apenas aproximadamente corretas.
PIKETTY, Thomas
As pessoas envolvidas na mesma atividade raramente se encontram entre si, mesmo para confraternização e diversão, mas [quando isso acontece] a conversa termina numa conspiração contra o público, ou em alguma manobra para fazer subir os preços.
SMITH, Adam
Economia Criativa
O fato de o sistema W3C ser público, ainda que de direito privado, assegura que qualquer consulta sobre um livro ou informação na Wikipédia possa ser feita gratuitamente. Se tivéssemos de pagar a cada pequena consulta, o sistema simplesmente morreria. A lógica econômica por trás da maior contribuição à moderna economia criativa resulta da fluidez geral do sistema que a gratuidade e o acesso aberto permitem, e que o Brasil confirmou em 2014 com a lei da neutralidade da internet.
DOWBOR, Ladislau
Os mais diferentes países já descobriram que Economia Criativa é muito mais do que políticas culturais e/ou de inserção social. Trata-se da política industrial do século 21.
GOLDENSTEIN, Lídia
Expressões como clusters, distritos, polos de desenvolvimento, polos de competitividade embelezam hoje as pesquisas, os discursos e as políticas públicas relativas às atividades artisticamente criativas. A ideia subjacente é simples: as empresas ganham situando-se próximas umas das outras, aumentando sua capacidade de inovação e seu grau de sobrevivência e convém, portanto, que as ações públicas favoreçam o surgimento de tais agrupamentos.
GREFFE, Xavier
Educação
O Brasil precisa encarar a questão da formação do capital humano com mais seriedade e coragem. Quando olho para o futuro de longo prazo do Brasil, o que mais me preocupa é a baixa qualidade do ensino fundamental no país e as dificuldades daí decorrentes, ainda mais no momento em que estamos, em plena economia da informação, do conhecimento. O Brasil, que já tinha um péssimo desempenho na formação de capital humano, ficou mais prejudicado com a revolução tecnológica que valorizou muito esse tipo de capital no processo econômico.
GIANNETTI, Eduardo
Comunidades protestantes trabalharam para difundir educação que garantiria que todos pudessem ler a Bíblia, o que tanto aumentou o nível de educação quanto diminuiu sua variação.
GLAESER, Edward
A escola representa transição entre a família e a sociedade, período em que o aluno deve tornar-se um cidadão, em todas as direções. O indivíduo tem que incorporar os traços culturais da sociedade. Tem que se tornar produtivo, para não se transformar num ônus para os demais. Tem que saber votar, para que não sejam eleitos governantes odiosos.
MOURA CASTRO, Claudio de
É crime contra a educação, antes da hora, relaxar regras rígidas de interpretação do que está escrito no papel. Criatividade, sem o lastro do rigor, pode dar samba, mas é só. A ditadura da palavra tem seu território bem delimitado e inexpugnável. A educação para o século XXI não pode atropelar a do século XIX. Não passa de devaneio a imaginação sem o prévio domínio do rigor lógico.
MOURA CASTRO, Claudio de
Na economia brasileira, conhecimento significa renda; e insuficiência de renda significa falta de conhecimento. Se uma pessoa não tem a mesma oportunidade que outras de adquirir conhecimento, é evidente que a probabilidade de ela ser pobre é maior. Portanto, a grande questão é garantir a oportunidade de acesso ao conhecimento. Há evidências, porém, que isso não acontece no Brasil, onde o ambiente familiar determina, enormemente, o sucesso ou não de uma criança na escola.
PAES DE BARROS, Ricardo
Melhorar a qualidade da educação é uma etapa fundamental, incontornável, para o avanço da produtividade, mas o capital humano também se forma no trabalho. Esse é o perigo dos períodos prolongados de alto desemprego – o cidadão pode deixar de aprender e ficar desatualizado.
SCHEINKMAN, José Alexandre
Institucionalismo/Neoinstitucionalismo
Quando as regras vêm de uma autoridade distante e são as mesmas para uma região muito grande, é pouco provável que tenham êxito.
OSTROM, Elinor
Intervenção governamental
O mercado negro é uma forma de se livrar dos controles do governo. É claro que seria bom se todos obedecessem à lei. O fato de o mercado negro desobedecer à lei é um ponto contra ele. Mas isso só acontece porque existem leis ruins.
FRIEDMAN, Milton
Keynes/Keynesianismo
Diferente do que se julga, Keynes não propunha déficits públicos a qualquer preço: este era um instrumento de última instância, usado apenas se os esforços de estabilização automática do ciclo econômico falhassem. Aliás, como para Keynes as expectativas cumprem papel central na decisão de investimento, uma política fiscal equivocada fomenta expectativas pessimistas e, logo, torna-se incapaz de dinamizar a economia.
TERRA, Fábio e FERRARI FILHO, Fernando
Liberalismo
Definitivamente, a segunda metade do século XXI não são os anos 1990. Há muito que o neoliberalismo, no cenário internacional, perdeu seu brilho como modelo inconteste, a única opção racional do famoso acrônimo TINA (there is no alternative – não há alternativa) de Margaret Thatcher.
BASTOS, Carlos Pinkusfeld
O coração da filosofia liberal é a crença na dignidade do indivíduo, em sua liberdade para fazer o máximo de suas capacidades e oportunidades, de acordo com suas próprias luzes, sujeito apenas à condição de que ele não interfira com a liberdade de outros indivíduos para fazer o mesmo.
FRIEDMAN, Milton
Materialismo histórico
É no conflito periódico entre as relações sociais de produção, de um lado, e o avanço das forças produtivas que garantem o domínio progressivo do homem sobre a natureza, de outro, que reside, na visão marxista, a chave do enredo no qual os sucessivos modos de produção por fim se descobrem redimidos ou condenados no tribunal da história.
GIANNETTI, Eduardo
Metas de inflação
Há muita rejeição à ideia de abandonar temporariamente o regime de metas, afinal, ele é o melhor em condições corretas de temperatura e pressão. Contudo não resiste a todo tipo de abuso. O Banco da Inglaterra abandonou-o por prazo limitado em 2009 ante o calor da crise. Diversos países emergentes fizeram o mesmo, tacitamente, em 2011, quando as políticas de estímulo monetário mundo afora dificultaram sua gestão. O Brasil mão pode prescindir do regime de metas de inflação no médio prazo. Isso, entretanto, não justifica a paralisia. Paralisia é a garantia da volta do passado ingrato. Tristes tempos.
DE BOLLE, Monica
Nova matriz econômica
Faço votos para que esta experiência lamentável de fracasso do “pensamento alternativo” seja como a dos “choques heterodoxos”, que foram banidos do dicionário das coisas sérias em economia.
FRANCO, Gustavo
Orçamento
O orçamento público é, por definição, o resultao da combinação de previsões. Previsões sobre os recursos com que os governos contam para exercer suas responsabilidades e sobre os compromissos a serem atendidos para esse fim. Previsões são sujeitas a incertezas, algumas menos, outras mais. Ademais das incertezas, é preciso considerar se elas se referem a fatos que ocorrem com regularidade e, portanto, demandam previsibilidade, ou não. Quanto maior for o rigor aplicado à realização dessas previsões e mais transparente for o método adotado para isso, melhor será o resultado.
REZENDE, Fernando
Planejamento central
A própria ideia de conduzir toda a atividade industrial de um país por meio da direção oriunda de um único centro é algo tão obviamente quimérico que ninguém se aventura a propor um modo como isso possa ser feito.
STUART MILL, John
Produtividade
Produtividade não é tudo, mas é quase tudo.
KRUGMAN, Paul
A melhor política social hoje, no Brasil, é o crescimento econômico. Para reduzir a pobreza, fortalecer a classe média e continuar num processo de ascensão e de melhoria das condições de vida, o mais importante não é a redução da desigualdade, mas o aumento da produtividade.
PAES DE BARROS, Ricardo
Salário/Renda
O salário mínimo aumenta a renda dos trabalhadores empregados, mas reduz a renda dos trabalhadores que não conseguem emprego.
MANKIW, Gregory
Iscas para ir mais fundo no assunto
Referências e indicações bibliográficas
BASTOS, Carlos Pinkusfeld. Uma ponte para o atraso. Jornal dos Economistas, Órgão Oficial do Corecon-RJ e Sindecon-RJ, pp. 11-12.
CHIARINI, Tulio. Transferência de tecnologia e ruptura do subdesenvolvimento. Rumos, ano 39, nº 282, julho/agosto de 2015, pp.14-15.
COSTA, Eduardo (Organizador). O Economista e a Sociedade. Belém, 2014.
DE BOLLE, Monica. O passado, futuramente. O Estado de S. Paulo, 8 de outubro de 2015, p. A 2.
DELFIM NETTO, Antonio. Superar as armadilhas do caminho. Rumos, maio/junho de 2016, p. 10.
DOWBOR, Ladislau. O pão nosso de cada dia: processos produtivos no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2015.
FEIL, Fernanda e SLIVNIK, Andrej. A força que faz o país avançar. Rumos, maio/junho de 2016, pp. 38-39.
GALBRAITH, John Kenneth. A era da incerteza. Tradução de F. R. Nickelsen Pellegrini. São Paulo: Pioneira, 1984.
GERBELLI, Luiz Guilherme. Ampliar produtividade é o mais importante. O Estado de S. Paulo, 28 de dezembro de 2014.
GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos: uma perspectiva brasileira da crise civilizatória. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
_______________ Utopia tropicalista. Entrevista a Jerônimo Teixeira. Veja, 29 de junho de 2016, pp. 17-21.
GLAESER, Edward L. Inequality. Social Science Research Network. KSG Working Paper nº RWP05-056, outubro de 2005.
GONÇALVES, Reinaldo. Sete anos de crise econômica mundial. Entrevista ao Jornal dos Economistas, órgão oficial do Corecon-RJ e Sindecon-RJ, nº 314, setembro de 2015, pp. 3-5.
GOLDENSTEIN. Lídia. Economia Criativa. Digesto Econômico, Ano LXIII, Nº 479, julho/agosto de 2014, pp. 30-31.
GREFFE, Xavier. A economia artisticamente criativa. Tradução de Ana Goldberger. São Paulo: Iluminuras, 2015.
KHAIR, Amir. 96,9%. O Estado de S. Paulo, 27 de setembro de 2015, p. B 7.
KUPFER, David. Recessão bate governo de 7 a 1. O Estado de S. Paulo, 3 de janeiro de 2016, p. B 8.
LACERDA, Antonio Corrêa de. A saída da crise ainda será demorada. Jornal dos Economistas, Órgão Oficial do Corecon-RJ e Sindecon-RJ, pp. 6-7.
MACEDO, Roberto. Da coalizão ao desgoverno. O Estado de S. Paulo, 5 de novembro de 2015, p. A 2.
MANKIW, Gregory. Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MOURA CASTRO, Claudio de. O bom rigor do ensino careta. Veja, 29 de junho de 2016, p. 32.
NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da economia brasileira. São Paulo: Leya, 2015.
PAES DE BARROS, Ricardo. Educação. Rumos, julho de 2002, p. 6.
PHELPS, Edmund. Inovar para ser mais feliz. Entrevista a Carlos Graieb. Veja, 21 de outubro de 2015, pp. 17-21.
POCHMANN, Marcio. Brasil do futuro incerto. Jornal dos Economistas, Órgão Oficial do Corecon-RJ e Sindecon-RJ, pp. 8-9.
RESENDE, André Lara. Devagar e simples: economia, Estado e vida contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
_______________ “Todo avanço de duas décadas pode ser perdido se crise não for superada”. Entrevista a Sonia Racy e Gabriel Manzano. O Estado de S. Paulo, 7 de setembro de 2015, p. C 2.
REZENDE, Fernando. A novilíngua orçamentária. O Estado de S. Paulo, 25 de maio de 2016, p. A 2.
SAFATLE, Cláudia e SILVA JR., Altamiro. Era petista levou País a pesadelo, diz Armínio. O Estado de S. Paulo, 18 de maio de 2016, p. B 7.
SCHEINKMAN, José Alexandre. “É preciso rediscutir as despesas obrigatórias”. Entrevista a Cláudia Trevisan. O Estado de S. Paulo, 13 de setembro de 2015, p. B 6.
TERRA, Fábio e FERRARI FILHO, Fernando. John Maynard Keynes e o ajuste fiscal no Brasil. Valor Econômico, 3, 4 e 5 de outubro de 2015, P. A 10.
Referências e indicações webgráficas
FRANCO, Gustavo. Brasil continua a ser o país do futuro. Entrevista a O Financista, em 24 de fevereiro de 2016. Disponível em http://www.financista.com.br/noticias/brasil-continua-a-ser-o-pais-do-futuro-diz-gustavo-franco.
KRUGMAN, Paul. Ricardo’s Difficult Idea. Disponível em: http;//web.mit.edu/krugman/www/Ricardo.htm.
SAFATLE, Cláudia. O governo quebrou o Estado. Valor Econômico, 21 de agosto de 2015. Disponível em http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2015/08/claudia-safatle-o-governo-quebrou-o.html.