
LíderCast 291 – Dennys Xavier
Luciano Pires -Luciano Pires: Bom dia, boa tarde, boa noite, bem-vindo, bem-vinda a mais um LíderCast, o PodCast que trata de liderança e empreendedorismo com gente que faz acontecer. Hoje recebemos o professor Dennys Xavier, autor e tradutor de livros, artigos e capítulos científicos, Dennys é professor associado de filosofia antiga, política e ética da Universidade Federal de Uberlândia e da pós-graduação em escola austríaca do Instituto Mises Brasil, doutor em História da Filosofia, tem pós-doutorado pela Universidade de Coimbra e pela PUC de São Paulo, é coordenador e autor da série de best sellers Breves Lições, uma conversa fascinante sobre esporte, sociedade, pensamento crítico e muito mais.
Muito bem, mais um LíderCast, como sempre eu começo o programa contando como é que o meu convidado chegou até aqui, estou eu navegando pelas redes, antigamente, cara, muito tempo atrás, lá no Pasquim da vida, o Carlos Imperial escrevia algumas colunas…
Dennys Xavier: Você não lembra disso, te contaram, não é?
Luciano Pires: Isso é da minha época, cara, mas acho que não era nem no Pasquim, era algum jornal do Rio de Janeiro, o Carlos Imperial escrevia uma coluna que ele sempre começava assim, estava eu abatendo uma lebre. Muito bem, estava eu abatendo uma lebre, quando navegando apareceu no meu Instagram, entrou um post ali da figura que está comigo aqui, falando de um livro que ele tinha lançado, bati o título do livro, cara, Coletivismo, entrei na DM, nunca me viu, mandei mensagem, eu sou Luciano, está a fim de gravar um PodCast. Vamos lá, aí a gente foi batendo a agenda, no fim deu certo, então foi assim, chegou aqui através de uma DM do Instagram, que é o grande lance, que maravilha que é a internet, eu fico imaginando se eu conseguiria algum dia na minha vida chegar no Machado de Assis desse jeito, nunca, você nunca conseguiria chegar em ninguém naquela época, hoje em dia…
Dennys Xavier: A gente costuma ressaltar o lado negativo da coisa, mas velho, bem utilizado é maravilhoso, dois cliques você está falando com pessoas do mundo inteiro e trocando ideia, é muito legal.
Luciano Pires: E o feedback, que é uma coisa que eu sempre falo assim, eu não sei se daria para imaginar Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector hoje com a barreira de gente dando porrada, xingando, Seu Machado morto não fala…
Dennys Xavier: A gente teve que começar a ser feito de um material diferente, porque ficou tudo muito vívido, ficou tudo muito próximo e as pessoas perderam os filtros também, a rede social tem isso, ela dá uma liberdade para a pessoa expor coisas até o seu lado mais grotesco, e não sei se essa geração anterior, creio que não, porque fazia parte do próprio delas, estaria preparada. Eu acho que a gente não está muito preparado, de vez em quando dá um block lá para suportar a vida.
Luciano Pires: Mas nós vamos tocar, mas nós estamos atropelando aqui, deixa eu começar do jeito que eu começo. Começo aqui com três perguntas, são as únicas que você tem que responder direitinho, o resto você pode chutar à vontade, as três não, o seu nome, sua idade e o que que você faz.
Dennys Xavier: Eu sou Dennys Garcia Xavier, mundialmente conhecido como Denão o obscuro, não sei de onde isso veio, na verdade, foi uma brincadeira com os meus alunos.
Luciano Pires: O obscuro eu não sei, mas Denão eu entendi, o cara tem um metro e…
Dennys Xavier: Eu sou meio grande, cara, eu tenho 1,98 metros, agora eu estou em fase de diminuição, a gente vai chegando em uma certa idade, acho que a ideia é morrer ali com 1,62, 1,65. Eu tenho 45 anos, velho, tenho 45 anos e a terceira pergunta foi?
Luciano Pires: O que que você faz?
Dennys Xavier: Então, essa é uma boa pergunta, eu sou professor de filosofia, fundamentalmente eu sou um professor de filosofia que começou a manifestar algumas posições publicamente e isso fez de mim também um escritor, um palestrante, eu estou muito nas redes, eu estou muito em diversas empresas falando, acabou que esse lado professor, ele ganhou uma dimensão múltipla que eu não esperava a princípio.
Luciano Pires: Dá a mão para mim aqui, faz favor, deixa eu cumprimentar um digital influencer.
Dennys Xavier: Digital influencer, uma espécie de blogueire, uma espécie de blogueire da filosofia, mas assim, cara, foi um negócio que surgiu muito espontaneamente, na verdade. Certa vez eu fui dar uma disciplina no curso de filosofia na Universidade Federal de Uberlândia, e eu falei, vamos tentar fazer com que o que a gente está produzindo aqui chegue mais às pessoas, então eu vi que era uma turma muito boa, era uma turma já composta por gente de segunda graduação, tinha juiz federal, tinha gente formado em letras, eu falei, cara, vamos escrever um livro aqui nessa disciplina, e a gente escreveu um livro, a gente publicou um livro sobre Haiack, sobre um economista, filósofo da liberdade, foi prêmio Nobel de economia, e esse livro repercutiu, o pessoal gostou da experiência, eu falei, é isso, acho que a gente dentro da universidade, a gente tem que conversar com as pessoas lá fora, a gente está muito fechado, muito ensimesmado, e a partir dali a coisa decolou de uma maneira que eu não esperava. Especialmente com uma autora que eu vim conhecer de modo tardiamente, a Ayn Rand, e aí a galera pirou nessa mulher, e uma autora contemporânea, que diz algumas coisas bastante interessantes, acho que a gente vai acabar falando um pouco dela, e aí as pessoas se interessaram muito e a coisa tomou essa dimensão que tomou.
Luciano Pires: A Revolta de Atlas, o seu grande best seller.
Dennys Xavier: A Revolta de Atlas, considerado pela biblioteca do senado dos Estados Unidos o segundo livro mais influente da história do país, perdendo para a Bíblia.
Luciano Pires: Caramba, eu não sabia disso.
Dennys Xavier: A biblioteca do senado fez uma pesquisa com os leitores, e por influência, o livro mais impactante, a Bíblia, e depois A Revolta de Atlas.
Luciano Pires: Você descobriu onde é que está o John Galt?
Dennys Xavier: Olha, se ele estiver em algum livro ouvindo a gente, me leva John Galt, me leva. Para quem não sabe, John Galt é um dos personagens de A Revolta de Atlas, e ele promove uma espécie de consciência nos indivíduos que são os construtores da realidade, os construtores do mundo, os construtores da civilização, que são os empresários, que são os cientistas, que são os professores, todos aqueles… os atletas de alto nível, todos aqueles que puxam a corda da civilização. E ele vai chamando um por um e vai dizer, por que que vocês suportam o que vocês suportam, o avanço da parasitagem, da coisa pública tirando de vocês o que vocês constroem?
Luciano Pires: Tem alguns diálogos ali que você lê que você fala, não é possível, ela está falando do Brasil, bicho, impressionante.
Dennys Xavier: Tem um discurso sobre o dinheiro do Francisco D’anconia que dá vontade de tatuar no corpo inteiro, um negócio maravilhoso, ele falando da importância do dinheiro, as pessoas que dizem odiar o dinheiro não entendem que aquilo lá é um instrumento de livres trocas entre os indivíduos, e isso é fundamental em uma sociedade de gente que atua voluntariamente, que não se submete, e que o ódio ao dinheiro é a representação da mediocridade, do coletivismo.
Luciano Pires: Eu fiz quatro ou cinco episódios desses PodCast aqui, o Café com Leite, para criança focado em dinheiro, que era exatamente essa pegada aí, o que que é dinheiro, por que que ganhar dinheiro é uma bobagem, fazer dinheiro é um negócio, por que que ele é importante.
Dennys Xavier: Inclusive no livro ela fala isso, o americano, ele fala fazer dinheiro, make money, construir riqueza, ou seja, ninguém está falando em tirar nada de ninguém, em ganhar alguma coisa de alguém, você não ganha dinheiro no sentido de que você tira de alguém e passa para você, a riqueza é algo que é construída, bom, se tivesse um único volume de riqueza sendo distribuído entre as pessoas mudando de mãos, estaria todo mundo pobre, porque a essa altura com a quantidade de pessoas que temos no mundo.
Luciano Pires: E esse pensamento imbecil acha que para eu ser rico, você tem que ser pobre, eu só sou rico porque eu tirei de você.
Dennys Xavier: E como cola, cola porque de modo geral são pessoas ignorantes que não fazem pergunta pela página dois assim, não procuram entender um pouco mais a fundo o que que está acontecendo, e…
Luciano Pires: Deixa eu dar uma explorada em você, nós vamos chegar nesse assunto mais adiante. Você nasceu aonde?
Dennys Xavier: Eu nasci no interior de Minas Gerais, em uma cidade chamada Araguari, ao lado de Uberlândia. Eu moro em Uberlândia há muito tempo, é uma cidade pequena, 150 mil habitantes, mas eu saí de lá, cara, eu tinha 4 anos de idade.
Luciano Pires: Você tem irmãos?
Dennys Xavier: Eu tenho uma irmã, pai e mãe, por parte de pai e mãe, e tenho uma irmã por parte de pai, meu pai teve um segundo casamento e teve essa filha.
Luciano Pires: O que que o seu pai e a sua mãe faziam?
Dennys Xavier: O meu pai foi um funcionário graduado do Banco do Brasil durante muitos anos, chegou a ser diretor do Banco do Brasil, minha mãe sempre foi dona de casa, sempre foi dona de casa, cuidando dos filhos, tocando a vida da família, e eles se separaram muito cedo, se separaram bastante cedo, eu tinha 3, 4 anos quando eles se separaram uma primeira vez, depois eles tentaram reatar, e depois a coisa desandou de vez, eles se separaram.
Luciano Pires: Mas você ficou no interior o tempo todo, a tua vida inteira foi…
Dennys Xavier: Velho, não, na verdade, o que aconteceu foi que eu ali pelos meus 12, 13 anos eu era nadador, eu fui nadador… meu pai foi campeão brasileiro de natação, eu fui jogado na piscina muito cedo, então paralelamente à vida da escola, eu sempre fui atleta.
Luciano Pires: Como é o nome do teu pai?
Dennys Xavier: Edir Gomes Xavier, e ele já eu com um ano de idade, ele me tacou na piscina e falou, se vira aí, vai aprender a nadar. E eu ali pelos meus o que, eu tinha quatro ou cinco anos, a gente se mudou para Uberlândia, que já era um centro urbano muito maior do que Araguari, as pessoas brincam que é a capital do Triângulo Mineiro, hoje Uberlândia é a segunda maior cidade de Minas Gerais, perde só para BH, e está com 800 mil habitantes, e eu comecei a treinar mais forte ali, dali eu com uns 12, 13 anos fui para o Minas Tênis Clube em Belo Horizonte, fui nadar na equipe do Minas, já entrei na seleção brasileira e dali eu fui para o mundo, cara, dali eu nunca mais parei, dificilmente fiquei um, dois anos no mesmo lugar, dificilmente, ou mudando de clube ou mudando de escola, então foi sempre…
Luciano Pires: A pergunta padrão aqui era a seguinte, qual era o teu apelido quando você era pequenininho?
Dennys Xavier: Certo, eu tive alguns, eu quando cheguei em Uberlândia, os meninos começaram a me chamar de Aragua por causa natural de Araguari, Aragua ficou Aragua durante muito tempo, nesse período também eu fazia capoeira, tem sempre um apelido de capoeira, que era Cal, que branco, branco até não poder mais, então eu era Cal, e ficaram esses dois. Depois quando eu fui para o Minas Tênis, eu fui nadar em um clube que tinha Rogério Romero, que tinha Teófilo Laborne, que eram os caras da seleção brasileira, a gente nadava com Gustavo Borges e tal, então eu era o Baby, eu tinha 13 anos, e tinha aquela figura do Baby Sauro da família dinossauro, cara, esse apelido grudou em mim por muitos anos, é o Baby, vai Baby, Baby está treinando…
Luciano Pires: Minha pergunta era o que que o Baby queria ser quando crescesse? Bom, você ia dizer campeão olímpico de natação.
Dennys Xavier: Era um caminho que à época era considerado inevitável, sabia? Era inevitável, se você pegasse os meus tempos, o meu biotipo, o meu nado, o modo como eu treinava, cara, era inevitável, o que aconteceu no meio do caminho, eu acho que eu tomei decisões ruins, tomei decisões ruins, muito jovem precisando tomar algumas decisões importantes, tomei decisões ruins, tive uma lesão que serviu como uma espécie de desculpa, porque não era justificativa, mas serviu como desculpa para me afastar das piscinas, então cedo ainda, com um grande potencial eu larguei, eu comecei a ter uns resultados negativos ali pelos 18, 19 anos, falei, cara, já está na hora de largar isso, e não estava, na verdade, a vida é feita disso, você tem esses momentos, vida de atleta, então, mas uma cabeça muito ruim, eu tive uma cabeça muito inadequada para conduzir. Eu acho que, sem transferir nenhuma responsabilidade, faltou aquele cara, aquele tutor, aquele mentor que chega e fala assim, deixa eu te falar uma coisa, velho, senta em um canto assim e dá aquele esporro que pega na alma, aí você fala, entendi.
Luciano Pires: Para você não teve.
Dennys Xavier: É, não teve, meus pais separados…
Luciano Pires: É um Gus Damato para o Mike Tyson, a hora que o cara morre a vida do sujeito desmonta.
Dennys Xavier: Exatamente. Porque assim, de novo, sem querer sentimentalizar a coisa porque eu nem sou assim, mas um pai que não estava em casa, uma mãe desestruturada emocionalmente, uma família meio dissolvida, muita expectativa sobre aquilo que eu estava fazendo, de repente você não consegue lidar com aquilo muito bem, então faltou esse cara, eu tive técnicos maravilhosos, mas que não tinham, eles próprios, essa condição de fazer o papel do mentor, esse cara que vai te pegar pelo braço e falar assim, eu não quero saber se você concorda com isso ou não, isso aqui é o que você vai fazer, você treinar assim, você vai fazer assado, a sua carreira vai ser assim, eu fiz uma transferência, por exemplo, eu não teria ido para o Minas, cara, eu não teria ido para o Minas, eu acho que foi um erro, o Minas é um clube com maior estrutura no Brasil até hoje em termos de natação, um negócio brilhante, só que eu no UTC, no Uberlândia Tênis Clube, eu estava muito bem, estava muito bem assessorado, eu tinha uma estrutura que olhava mais para mim, então eu acho que foi um erro.
Luciano Pires: Te amoleceu um pouco, estava muito fácil?
Dennys Xavier: Estava, vamos dizer, eu estava na galera, estava em um momento em que você quer aproveitar um pouco mais a vida, você está morando em uma república, então não era a hora, então se chega um técnico e fala assim, eu sei que você acha a legal a ideia de ir para o Minas, mas só que você não vai, cara, você vai ficar aqui porque olha os resultados que a gente está tendo. Então, foram umas duas ou três decisões muito ruins que enterraram essa carreira.
Luciano Pires: Quanta história assim existe, quanta história de gente com um potencial fantástico, você vê no futebol, os caras com um talento maravilhoso e não roda, cara, falta realmente alguém…
Dennys Xavier: O Brasil é uma máquina de desperdiçar grandes talentos no esporte.
Luciano Pires: Uma vez eu vi uma entrevista feita com a Hortênsia, e a pessoa perguntou para ela, na televisão, eu não me lembro se era Marília Gabriela, alguém assim, perguntou para ela, uma criança, uma menina com 15 anos de idade que queira ter sucesso no basquete, o que que você recomenda ela fazer? Sai do Brasil, assim, sai do Brasil agora, vai embora do Brasil.
Dennys Xavier: Você sabe que a experiência internacional que eu tive, porque eu cheguei a ser campeão brasileiro, sul americano e mundial de categoria, fui o melhor nadador do mundo nas minhas categorias enquanto eu nadei, conversando com os caras do estrangeiro, existia uma escola de psicologia que era diversa. Por que o que que acontece? Hoje, a materialidade do treino, ela está disponível para todo mundo, o treino que o cara faz no interior da Dinamarca é o treino que o cara na melhor universidade norte americana está fazendo, que é o treino que o cara no Brasil está fazendo, então em termos mecânicos, de concepção do treino, não muda tanto.
Luciano Pires: Agora a cabeça.
Dennys Xavier: Ah, meu irmão, isso aí você pode ver que a psique do brasileiro, a gente é pouco trabalhado nisso, velho, a gente é pouco trabalhado na ideia da pressão, na reação à derrota…
Luciano Pires: Você viu aquele documentário das duas meninas nadadoras lá que está na Netflix?
Dennys Xavier: Vi, maravilhoso, é aquilo, a tenacidade, a força, não aceita não, vai para cima.
Luciano Pires: E o que passam, o perrengue que passa para chegar lá, aquilo que dá tempera. Tem uma outra coisa do Mike Tyson também interessante, que até usei ele como exemplo outro dia em uma aula que eu montei, que diz o seguinte, cara, o que te leva para o topo é o teu talento, e o que te mantém lá e o teu caráter, e caráter você não constrói com materialidade de treino, cara.
Dennys Xavier: Não, simplesmente não. E outra, aí você tem algumas particularidades, hoje nós sabemos que um cérebro maduro, ele surge por volta dos seus 25 anos de idade, certo? A gente está falando de biologia, então antes disso, o que você tem, na verdade, chama-se déficit cognitivo, cara, você não está ali completamente preparado. Então, as decisões, elas são tomadas, se é uma decisão tomada pelo indivíduo que tem menos do que isso, muito impulsivamente e sem todos os dados, sem a maturidade, então falta essa escola de psicologia para suportar a pressão, para tomar boas decisões no momento em que você não está biologicamente preparado para isso, então isso muda tudo. Veja, eu tenho uma admiração extraordinária pelo Cesar Cielo, que deixou uma carreira fantástica na natação, quando ele sentiu, vamos dizer, uma certa dimensão psicológica negativa, acabou a carreira dele. Você pega uns caras tipo Michael Phelps, Michael Phelps teve quedas de natureza psicológica, coisas horríveis, o cara renasce, o cara ressurge, ele tem a têmpera, ele tem a força de conquistar um espaço, e isso é mais difícil do que conquistar.
Luciano Pires: Você vai na Fórmula 1, cara, o que tem de história de piloto que tem acidente e desmonta o cara.
Dennys Xavier: Desmonta, você fica… eu me lembro que eu tive uma competição uma vez, um brasileiro na piscina do Fluminense, no Rio de Janeiro, a minha cabeça, eu nem sabia exatamente onde ela estava naquele momento, eu sei que a gente faz aquele aquecimento antes das provas, no aquecimento, meu técnico ao lado da piscina, na borda da piscina marcando o tempo, tiros curtos de 25 metros, eu estava batendo recorde atrás de recorde no aquecimento, eu falei, eu estou voando, eu estou voando. Na prova eu sumi, o que que explica isso? Eu estava voando meia hora antes no aquecimento, os técnicos, eles pararam ao lado do Gino, que era o meu técnico, eles pararam para ver o que que estava acontecendo, porque ninguém estava acreditando nos tempos que eu estava metendo no aquecimento, esse moleque vai decolar. Eu pulei na piscina no vamos ver, e não fui, não deu, o braço não rodava. Então, você vê que não é só ah estou bem fisicamente, é ao contrário, tem uma dimensão psicológica que é muito forte.
Luciano Pires: Eu fui goleiro de futebol de salão anos, bicho, anos, mas goleiro assim de jogar toda semana e jogar para valer, e era uma coisa que eu sempre parava, por que que tem dia que eu chego aqui e eu fecho o gol, cara? Não passa nenhuma bola e aquela que eu não consigo pegar, ela bate em mim e não entra, e por que que tem dia que eu chego aqui e é uma merda? Eu sou o mesmo cara, eu estou preparado igual, por que que tem dia que dá e dia que não dá?
Dennys Xavier: Tem um filme, eu não lembro o nome desse filme que é muito legal, ele define essa situação, é um time de futebol americano, aí um técnico conversando com aquela galera, que é um time muito grande, são dezenas de atletas no mesmo time, aí ele fala assim, qual é o maior medo que vocês têm na vida, no esporte, qual é o maior medo que vocês têm? Aí o protagonista responde assim, eu tenho medo da areia movediça, do momento da areia movediça, que é quando você está no jogo, você está fazendo tudo e não vai, que você roda o braço, não vai, você bate perna, não vai, você está bem, fisicamente está no seu ápice, mas a areia movediça está te puxando, cara, e assim o que que você faz nesse momento? Tem que se recolher, esperar uma fase melhor, e é muito louco. Então assim, na medida em que a gente vai conhecendo os elementos da psique, isso você consegue ir blindando aos poucos o atleta desse tipo de coisa, no Brasil eu acho que ainda falta muito nesse sentido. Eu me lembro de um jogo de vôlei feminino que estava ganho, era Rússia x Brasil, e as russas começaram a fazer uns pontinhos, começaram a crescer e houve um apagão no time brasileiro, e depois eu acho que foi até o… é Carlos Alberto o nome do técnico? Eu acho que era ele, e ele falou assim, apagão psicológico, no momento em que você diz assim, eu vou perder.
Luciano Pires: 7×1, como é que você explica aquilo, cara?
Dennys Xavier: Desliga, puxa uma tomada.
Luciano Pires: E de 11 caras, não é que um foi mal, 11 caras ao mesmo tempo.
Dennys Xavier: Não tem racionalidade naquilo.
Luciano Pires: E aquela história maluca que você falou assim, se jogarem 10 vezes, talvez o Brasil ganhasse ou empatasse 11.
Dennys Xavier: Não acontece nunca mais.
Luciano Pires: É impressionante.
Dennys Xavier: É esquisito.
Luciano Pires: E outra coisa que você estava falando também que eu estava imaginando, o Usain Bolt em uma olimpíada, o trabalho que esse cara tem que fazer para que o melhor dele aconteça exatamente naquele momento, não foi na corrida anterior, nem na próxima, é naquele momento que o cara vai. Eu gosto muito de UFC, adoro UFC, e estava fazendo um trabalho outro dia e vendo essa coisa da… essa mecânica toda do UFC, o trabalho que o cara faz de preparação, tem dois antagonistas que estão se preparando, fazendo um camping durante três meses, para que em um determinado dia eles subam, aí você vai ter dois atletas de altíssima categoria dando o melhor de si ao mesmo tempo e um sabendo que se bobear o outro o derruba, quer dizer, eu não estou nadando na piscina contra um cara que ele vai se superar, eu estou pegando um cara que vai superar a mim, entendeu?
Dennys Xavier: Que vai dar na minha cara.
Luciano Pires: Que vai dar na minha cara, eu vou tomar um murro, o trabalho psicológico em cima disso é um troço brutal.
Dennys Xavier: E a coisa atingiu um tal grau de lapidação, um negócio brilhante. Eu tinha um técnico que era famoso no Brasil inteiro, Gino Degani, por ser um bom… ele era um bom lapidador no momento imediatamente anterior às provas, então a gente chamava essa fase de polimento, então você vem treinando, a principal, competição é daqui a três meses, então você tem as marcas de treinamento, os níveis de esforço durante essa corrida, aí variava, 10 dias antes, 15 dias antes, 7 dias antes, ele tinha que tem uma sensibilidade para perceber quando começar o polimento que é, eu vou começar a descansar esse cara, mas ele não pode perder a forma física dele, então ele tem que chegar descansado no ápice da capacidade dele, olha, como é difícil você fazer esse ajuste fino. Na minha época, isso significava treinar o cara para uma competição a cada seis meses, hoje os caras conseguem fazer isso mensalmente, é brutal, velho, é brutal, é um negócio que avança. Então, você pega um Michael Phelps é um cara que nadava sete a oito provas em uma olimpíada, coisa que na minha época ninguém pensava nisso e não tinha… e nadando eliminatória, quartas de final, final, não tinha isso no meu tempo, tinha uma eliminatória de manhã, uma final à tarde, o cara nada três quatro vezes a mesma prova sete vezes em uma competição, vai para o inferno, cara, é um negócio ridículo.
Luciano Pires: Eu não sei onde vai o limite da capacidade humana, uma hora vai bater no limite, dali não vai passar.
Dennys Xavier: Até agora quem apostou nesses limites está só tomando na carrapeta, porque os caras vão baixando…
Luciano Pires: Você sabe que eu tinha… o tempo que eu estava na empresa, eu trabalhava com um dos caras lá, ele era da seleção brasileira de futebol de salão, porém já era sênior, então era da seleção brasileira de futebol de salão, foi envelhecendo, virou sênior, e aí conversando um dia com ele no almoço, ele falou, cara, a gente foi… o futebol de salão tinha um esquema todo… eu sou do tempo da bola pesada, era uma bola que você jogava no chão, ela batia e praticamente ficava, era uma bola pesada, que era uma delícia jogar com aquela bola, aí os caras mudaram a regra, a bola ficou mais balãozão, ela já não é tão pesada assim, e ele veio conversar, ele falou, cara, semana passada nós fizemos um jogo da seleção brasileira de futebol de salão contra os másters, meu, a gente não viu a cor da bola, não dá para… a velocidade dos caras jogando, é outro esporte, mudou tudo. Por isso que olhar para o futebol hoje, o pessoal pergunta para mim, que time você torce? Eu falo, quando eu gostava de futebol eu era corintiano. Mas como gostava? Eu falo, cara, eu tenho um defeito terrível, bicho, eu vi o Rivellino jogar, eu vi o Zico jogar, eu vi o Pelé jogar, você me bota para ver um jogo, eu não consigo assistir…
Dennys Xavier: Mudou muito.
Luciano Pires: Mas não tem como comparar, não dá mais para comparar, porque é outro esporte, cara.
Dennys Xavier: A velocidade, a exploração da condição física, a natação mudou muito, o atletismo mudou muito, você tinha uma coisa… eu me lembro dos grandes atletas de natação, até a conformação física muda bastante, então você tinha atletas de velocidade eram de uma forma, atletas de fundo eram de outra forma, hoje cara, você olha, está todo mundo meio igual assim.
Luciano Pires: Você não tem um tenista de 1,60 de altura campeão do mundo.
Dennys Xavier: É um negócio meio padronizado mesmo porque ficou tão no detalhe, ficou tão em uma diferença de microssegundos, que a gente está procurando mais ou menos o mesmo biotipo sempre, um negócio maluco.
Luciano Pires: É interessante. E a gente está falando aqui de coisas que tem a ver com essa combinação da mente com o corpo, com essa evolução até do estudo do esporte, até da física do esporte e tudo mais, quando você traz isso para o intelecto, cara, e a gente tem uma… tem uma tese rolando aí que diz que essa é a geração, primeira geração que está mais burra do que a geração anterior, tem uma conversa toda aí, o que que está acontecendo, cara, com o intelecto humano? Só deixa eu botar mais uma coisinha aqui, só mais uma coisinha aqui, você falou um negócio lá atrás, a mente fica madura aos 25 anos, a impressão que eu tenho que hoje fica aos 40, porque o que tem de adolescente de 30 anos enchendo o saco da gente por aí, você fala, não é possível que esse cara…
Dennys Xavier: Cara, tem algumas coisas acontecendo, ali no Século XVIII surgiu um movimento chamado romântico, o romantismo europeu do Século XVIII, e como tudo que é produzido aqui um tempo depois…
Luciano Pires: Se for na França chega para arrebentar.
Dennys Xavier: É exatamente isso. Ele chegou aqui no Brasil no início do Século XIX ou começo do Século XX, então a gente começou a pegar mais pesadamente esse espectro do romantismo aqui nesse período, que ele começou a migrar para dentro do processo educacional, e o que que é a visão romântica? A gente pode, de maneira bem didática, a gente pode lembrar de Jean Jacques Rousseau, que era filósofo muito interessante que falou sobre educação e que ele tinha uma visão exatamente romântica do homem que é nós somos bons por natureza, nós nascemos boas pessoas, nós temos boa índole por natureza, e nós compramos essa ideia na literatura, na música, isso foi migrando para dentro das estruturas escolares e bateu agora dentro de ministérios da educação, não só no Brasil, no mundo inteiro. Ora, se você é bom por natureza, o processo educacional nada mais deve fazer do que preservar essa natureza, ele não deve avançar sobre você, ele deve te preservar. Então, o processo educacional é não tocar o sujeito, de modo que a construção do conhecimento é uma espécie de explosão de espontaneidade de um ser maravilhoso, uma flor nascendo no jardim, o que que você faz por ela? Não deixa ninguém machucá-la. Então, o que acontece hoje é se o indivíduo fala nós lá vai, nós lá vem na escola, o professor não deve corrigir, porque isso faz parte de um modo de pensar espontâneo e em um determinado momento, vai cair uma ficha nele de que não se diz nós lá em vai, nós lá em vem, mas mais do que isso, se ele continuar falando, não é o caso de tentar corrigi-lo, mas de entender que essa é uma forma legítima de comunicação, portanto tudo vale, tudo é importante, todas as pessoas são maravilhosas, não existe nada pior ou melhor, tudo é lindo, basta que você olhe para as coisas com um olhar diferente. Veja a arte contemporânea, se você pegar um fusca, encher de lambari morto e colocar de cabeça para baixo, você vai ter uma instalação artística, e se você disser assim, isso é só um fusca cheio de peixe morto, alguém vai dizer, você não tem a sensibilidade necessária para perceber o brilhantismo disso, a grandeza disso, então percebe. Aí eu olho para isso e olho para a capela Sistina, e olho para uma arte grega do quarto século antes de Cristo, falo bom, se tudo isso é arte, então nada é arte, ou tudo é arte.
Luciano Pires: E se tudo é relativo, você pode me dizer na minha frente aqui que você é uma mulher.
Dennys Xavier: Sem dúvida.
Luciano Pires: Eu estou vendo você um cara grandão, barbado, tatuado, um homem, você vai me dizer, não, eu sou uma mulher, cara.
Dennys Xavier: Esses dias minha esposa pediu Uber no celular dela para mim, e o senhor falou assim, Bárbara? Eu falei, nem tanto. Aí ele brincou, o senhor me desculpe, mas hoje a gente tem que tomar esses cuidados, porque a gente está lidando com sensibilidades. Motorista de Uber já aprendeu, você está lidando com sensibilidades que jogaram no chão a realidade, a realidade, ela não existe, ela foi dizimada, os fatos não contam. Então, se eu pego um aluno de escola que é medíocre em matemática, eu não posso deixar entender que é medíocre em matemática, a culpa é do sistema que não entendeu que ele tem uma inteligência peculiar relativa à matemática, ora velho, desculpa, em um mundo…
Luciano Pires: Na Olimpíada ninguém mais vai ganhar a medalha de ouro, cara.
Dennys Xavier: Eu estou falando para diversos pais aqui nesse microfone, vê aí com o seu filho se não é assim, na escolinha, o menino que participou de uma corrida, de uma competição, não importa se ele ficou em centésimo lugar, ele volta com a medalhinha, ninguém vai chegar nele e falar, você é ruim nisso, hein, você pode ser bom em outras coisas ou você precisa melhorar, você precisa treinar, você precisa competir, olha como o resultado foi ruim, não tem isso. Você é maravilhoso no centésimo lugar. Então, que tipo de civilização você constrói a partir daí?
Luciano Pires: Eu tinha um amigo, morava em Alphaville é o bairro classe média alta, e ali para você viver em Alphaville, você precisa ter carro, porque é tudo muito longe ali, e ele, os dois filhos… ele botava os dois filhos na escola e tudo mais, e cara, eu não levo os meus filhos na escola. Como assim? Eles vão de ônibus. Ônibus, você está louco, cara? Não, eles vão de ônibus. Mas por que, cara, por que que você não leva? Porque o seguinte, dentro do ônibus está a realidade, cara, eles vão entrar ali, ali eles vão sofrer, eles vão ser atropelados, vai aparecer um moleque enchendo o saco deles, eles vão ter que se defender e tudo mais, e eu estou preparando esses moleques para vida, o dia que aparecer a encrenca, eles vão saber como reagir.
Dennys Xavier: Você estava falando dessa ponte do esporte para o intelecto, eu me lembro, eu estava no Minas Tênis Clube, eu ganhava tudo, velho, eu ganhava tudo fácil, eu ganhava tudo, eu tenho um bom biotipo, tenho um talento para as coisas da piscina, tinha uma sensibilidade extraordinária para água, eu ganhava tudo, eu me lembro exatamente o dia em que eu fiquei em segundo lugar em uma prova que importava para mim, eu sentei no pódio no segundo lugar e chorei copiosamente, parecia uma florzinha do campo sendo colhida pela primeira vez, aquilo mexeu comigo de falar assim, eita, a vida não é só festa, a vida não é só vitória, eu vou ter que comer uma colher de sal porque um outro cara que eu desprezava, cujo a presença eu nem fazia conta, me deu um samba, então deixa eu acordar. E a vida é isso, cara, a vida é você treinar, o processo educacional, se ele não for doloroso no sentido de romper limites, te colocar diante dos desafios, te colocar diante de competições, você passa a pensar que o mundo te deve tudo e que você não deve nada ao mundo, então é só o venha a mim. Ah eu não falo errado, é o meu jeito de falar, eu quero uma língua só para mim, eu quero um pronome meu, velho, olha que ponto nós chegamos, nos Estados Unidos para não falar que é só Brasil, hoje você chega em uma pessoa e pergunta assim, oi tudo bem, qual é seu nome? Fulano de tal. Qual é o seu pronome?
Luciano Pires: Sim, eu já vi nas fichinhas de… você vai preencher as fichas aqui já está lá pronome.
Dennys Xavier: Você está de sacanagem, você está de sacanagem comigo.
Luciano Pires: Antigamente eles botavam uma caixinha que você botava senhor ou senhora, mister ou miss, essa semana eu vi lá, cara, qual é o teu pronome? Como assim meu pronome?
Dennys Xavier: Sabe o que significa isso? Que a partir de agora eu não vou aceitar mais que você me chame de Dennys Garcia Xavier, você vai me chamar de Dennis maravilhoso e grandão, porque se você não me chamar assim isso ofende a minha sensibilidade, você me machuca e você é um ogro. Velho, que mundo é esse? Então, nós começamos a dissolver os processos civilizatórios que nos trouxeram até aqui, princípios de respeito ao outro, de trabalhe antes para se orgulhar depois, autoestima não surge no jardim, é algo que tem que ser construído. Hoje, você pega uma pessoa arrebentada da vida, falando fisicamente, e você olha para ela e tem que pensar que ela é maravilhosa, e mais, ela tem que pensar que ela é maravilhosa, toda fudida, não, cara. Esses dias eu dei uma palestra para alguns empresários, eles morreram de dar risada, mas é isso, você se olha no espelho, está tudo fora do lugar, aí fala assim, meu Deus, eu preciso desenvolver minha autoestima, aí para essa galera de hoje desenvolver autoestima não é você ir para a academia e cuidar da pele, não sei o que, é você se olhar no espelho e ficar dizendo assim, eu sou é lindo, eu sou é lindo, até acreditar nessa bobagem. Então, a realidade, ela sumiu, e aí você tem o mundo que você tem hoje, todo mundo ofendido, todo mundo machucado…
Luciano Pires: Você glamouriza a pobreza, você glamouriza a violência, você glamouriza o crime, você glamouriza…
Dennys Xavier: Você glamouriza a mediocridade, em um mundo como esse é fundamental ser medíocre, então você tem que penalizar o cara que prospera, o cara que cresce, o cara que luta, o cara que briga, porque ele passa a ser algo que, vamos dizer, distorce uma visão de realidade que é todo mundo meio igual na mediocridade, todo mundo aqui embaixo, eu sou de um tempo em que, a gente falando de natação, eu colocava, eu brinquei outro dia, meu quarto parecia um quarto de um jovem menino gay, cheio de homem de sunga nas fotos, por quê? Porque eu olhava para aqueles caras e falava assim, esse aqui é o campeão olímpico que eu quero ser, aquele é o campeão mundial que eu quero ser, tinha o Max Pix que nos anos 70 foi sete vezes campeão mundial, sete recordes mundiais, sete medalhas olímpicas de ouro, eu falava, esse cara que eu quero… então, eu tinha uma foto desse cara.
Luciano Pires: Aquele bigodão que hoje tiraria um décimo de segundo e ele perderia a prova.
Dennys Xavier: Você sabe que aquele cara competiu na olimpíada de Munique, quando ele… depois só o Michael Phelps conseguiu superar e ninguém achava que alguém um dia fosse superar, você sabe que ele estava com catapora?
Luciano Pires: Ele nadou com catapora?
Dennys Xavier: Meu irmão, fizeram exame de sangue nele, tipo um dia, dois dias antes da competição, o cara ia arrebentar na olímpiada, se você chega em um atleta desse, de novo, a questão da psiqué, e fala para ele, negão, você está com catapora. Sabe o que que o técnico fez? E foi dali que surgiu esse negócio dos nadadores, vem cá, que nós vamos tirar o pelo do seu corpo para melhorar a hidrodinâmica. Ele raspou o corpo do Max Pix, pegou a gilete e raspou o corpo dele, no outro dia amanheceu empolado, alergia, era catapora, não, não, você está empolado por causa da gilete. Olha a sacada do nego, voou, cara, voou, ficou lá uma semana batendo recorde atrás de recorde.
Luciano Pires: Não sabia dessa história.
Dennys Xavier: E aí depois começaram a estudar e realmente, existe uma diferença hidrodinâmica.
Luciano Pires: Faz uma amarração dessa explicação que você deu aí agora do Rousseau etc. e tal, com o teu livro, você acabou de lançar um livro, como é o nome do livro?
Dennys Xavier: Isso, O Essencial Sobre o Coletivismo. Eu tenho diversos livros publicados e todos eles abordando assuntos relativos à liberdade, história da filosofia também, e o mais recente, na verdade, enquanto a gente grava aqui, ele está em pré-venda na Amazon, ele vai sair no… ele está no mercado a partir da primeira semana do mês que vem, primeira semana de outubro, aí ele já vai versão física e não física. Esse livro eu escrevi junto com uma estudiosa, amiga, Priscila Cysneiros.
Luciano Pires: Como é o nome dele?
Dennys Xavier: O Essencial Sobre o Coletivismo, já está nas listas dos mais vendidos em pré-venda, estou muito feliz com isso, o pessoal está bem entusiasmado com o negócio, e o que acontece? Para você mudar esse quadro que a gente está narrando aqui você tem que fazer um bom diagnóstico, ou seja, não adianta você tentar tratar uma doença, se você não entende a causa da doença, se você está trabalhando só nos efeitos dela, mas não na causa, e o diagnóstico que diversos autores fazem e eu modestamente faço, e que o nosso grande problema atende pelo nome de coletivismo, que é essa ideia de que o indivíduo, ele de ser dissolvido na ideia de grupo, ele deve ser dissolvido na ideia de sociedade, então o Luciano não importa quando o que está em jogo é a cidade, o Dennys não importa quando o que está em jogo é o grupo, é o coletivo. Então, o indivíduo nessa mentalidade, ele passa ser visto como uma espécie de instrumento, de uma engrenagem que é substituível, que você pode jogar fora, que deve ser controlada para um suposto melhor resultado do grupo, da estrutura, da máquina. Essa é a mentalidade que gerou os piores resultados da vida em sociedade, que ancorou os principais regimes totalitários, ancorou o nazismo, o fascismo, comunismo, socialismo, todos os ismos que fazem a menos do sujeito, que jogam o indivíduo para baixo, e o colocam como simplesmente parte de uma estrutura maior do que ele. Então, a ideia é o combate ao coletivismo que se dá, que está presente tanto na direita, quanto na esquerda, o coletivismo não é uma característica… é uma característica historicamente mais presente na assim chamada esquerda, eu não gosto muito dessas categorias, mas para ser didático, mas também está na direita, do cara que acha que pode usar o estado para impor aos outros uma determinada forma de ver as coisas e você deve simplesmente se submeter à essa visão messiânica que esse cara tem a respeito da sociedade.
Luciano Pires: De direita ou de esquerda.
Dennys Xavier: Não interessa de que lado. Quando as civilizações que mais avançaram entenderam que pelo contrário, você precisa defender o arbítrio do sujeito, a autonomia do sujeito e a autodeterminação do sujeito, ou seja, eu vejo o Luciano como um fim nele mesmo, você é senhor das suas decisões, das suas escolhas, você escolhe o que você quer para a sua vida, desde que as suas escolhas não avancem sobre as minhas possibilidades, ou seja, desde que você não me utilize, sem a minha concessão, para realizar a sua visão de mundo, faz o que você quiser, construa, faça. Agora o que acontece no modelo coletivista é o seguinte, eu tenho uma boa ideia para salvar a coletividade, e aí eu tenho um cargo político, eu uso esse cargo político para dizer o seguinte, eu não quero saber se vocês concordam ou não com isso, eu vou tirar de todo mundo 20% do que vocês produzem para realizar a minha visão de mundo, porque é o bem da sociedade. Aí eu falo, cara, o que que é a sociedade? Quem fala pela sociedade? Eu sei quem fala pelo Luciano, eu sei quem fala pelo Dennys, eu sei quem fala pela Bárbara, eu sei quem fala pela Maria, pela Joana, mas eu não sei quem fala pela sociedade, a sociedade é uma coisa completamente abstrata, que não tem vontade, que não tem desejo, que não tem rumo, o que tem rumo é sujeito. E quando você começa a falar pela sociedade, ah meu amigo, desse aí eu fujo.
Luciano Pires: É interessante porque você volta na história e tromba no liberdade, igualdade e fraternidade, liberté, egalité, fraternité, mais uma loucura lá dos franceses. Eu tenho uma palestra minha que eu começo exatamente assim, eu boto assim definindo o que que é sociedade, a sociedade é um monte de eus, um mundo de eus, você junta um monte de eus, você tem um nós. Quando eu entro lá com a ideia de igualdade significa que eu acabei com a liberdade, então se é para ser tudo igual, eu não posso mais ser o que eu sou, porque eu sou obrigado a ser igual a você. Então, não dá para tu ter igualdade e liberdade ao mesmo tempo, é um ou outro, e esse eu é o que está detonando tudo. Você está falando aí, eu estava lembrando, nesse conceito de coletivismo não cabe o Romário, não cabe o Neymar.
Dennys Xavier: Não, não cabe, esquece, no esporte não cabe mérito, não cabe realização, não cabe construção, então veja o que acontece, falando em metáfora esportiva, eu tenho 1,98 metros de altura, e fui um cara atlético, hoje eu já estou com 45, não estou assim tão mais, mas fui um cara atlético, você podia me colocar em uma quadra de basquete manhã, tarde e noite treinando de maneira desesperada, eu nunca me aproximaria dos resultados do Michael Jordan, certo? Então, o que acontece em uma sociedade coletivista, a presença do Michael Jordan, ela é ofensiva, ela machuca a sensibilidade de quem não tem aqueles resultados, então o que que você tem que fazer com esse cara? Você tem que puni-lo por ser bom, você não pode falar assim, meu Deus, o Michael Jordan… ele lotava sozinho quadras e quadras, estádios para as pessoas irem assistir, não, você não pode fazer isso, você tem que punir o cara por ser bom, é uma metáfora esportiva. Então, ao invés dele inspirar quem olha para ele mesmo em áreas diversas, você tem que dizer, como é que eu vou achar um modo de punir esse cara por ser bom como é? É o que acontece na coletividade, hoje… eu falo muito para empresários, tem empresários que dizem assim, eu seguro o crescimento da minha empresa, eu seguro o crescimento da minha empresa, porque eu sei que se ela crescer tanto, eu vou ser punido pelo estado por ser tão bom no que eu estou fazendo, eu vou passar a pagar mais impostos, eu vou ter mais problemas burocráticos, eu vou ter mais problemas com fiscais, com controle etc., então eu prefiro segurar. Olha, cara, é o que o Ayn Rand chama de a sociedade da inveja, a inveja é que calibra os nossos relacionamentos. Velho, se você é um produtor de conteúdo bom, se você faz isso aqui que você faz com excelência, e faz, quem usufrui disso? Todo mundo que consome o seu conteúdo, mas você não tem que se preocupar com todo mundo, você tem que se preocupar com você realizando com excelência o que você está realizando, e colhendo os frutos disso que são derivados naturalmente. Agora criar um sistema artificial para segurar o seu sucesso, olha que loucura isso.
Luciano Pires: E essa discussão que está tendo hoje, você pode abordar isso aí falando de cotas, falando de tudo…
Dennys Xavier: Tudo, esses dias a American Airlines anunciou que vai escolher pilotos por representatividade.
Luciano Pires: Eu vi que tem um standuper que fala assim, escuta e horas de voo?
Dennys Xavier: Velho, mas é um negócio completamente bizarro, eu vou contratar pessoas na minha empresa por causa de cor da pele, por causa de sexo, gênero.
Luciano Pires: Nós vamos botar… vai ter que botar indicação para o STF agora e tem que ser uma mulher negra.
Dennys Xavier: Até assim, não fosse o canalha que é, só a minha opinião, o Lula falou uma coisa que eu acabei concordando, não, não, não, isso não é critério para eu escolher não…
Luciano Pires: Não, mas ele só falou isso aí por conveniência dele.
Dennys Xavier: Claro, mas é porque no final ele vai escolher um amigo, alguma coisa e tal, outro critério bosta, mas tem isso, quer dizer, começar a olhar para as competências. Então, eu sou a favor da igualdade na possibilidade, então por exemplo, todo mundo terá possibilidade de pular em uma piscina e se transformar em um atleta de natação, beleza, que as piscinas estejam nos bairros, está lá. Agora, igualdade de resultado…
Luciano Pires: Não, probabilidade é diferente de resultado.
Dennys Xavier: É isso, irmão.
Luciano Pires: Você está ouvindo o LíderCast, que faz parte do ecossistema Café Brasil, que você conhece acessando mundocafebrasil.com, são conteúdos originais distribuídos sob forma de PodCasts, vídeos, palestras, e-books e com direito a grupos de discussão no Telegram. Torne-se um assinante do Café Brasil Premium, através do site ou pelos aplicativos para IOS e Android, você pratica uma espécie de MLA, master life administration, recebendo conteúdo pertinente de aplicação prática e, que agrega valor ao seu tempo de vida, repetindo, mundocafebrasil.com.
Luciano Pires: É possível, tem até um texto que eu escrevi, fiz um programa falando, fui assistir uma palestra do Abílio Diniz e estava o Abílio lá, eu já contei essa história umas 500 vezes aqui porque é excelente, e estava o Abílio falando, porque quando eu era moleque, eu era filho do padeiro, o hobby da molecada da escola era bater no filho do padeiro, eu era gordinho, feio… e hoje eu estou aqui, e se hoje eu estou aqui, você também pode estar. Quando ele falou isso aí, eu tomei uma porrada e falei, bom, cara, a possibilidade de eu estar onde ele está, existe, agora a probabilidade é zero.
Dennys Xavier: Exatamente. Outro dia eu estava em um PodCast dos Perini lá, os sócios, aí eu soltei uma frase e virou um corte que, cara, isso me deu uma dor de cabeça na universidade, eu falei, olha, a universidade não é para todo mundo, a universidade não é para todo mundo, especialmente uma universidade pública, o que significa dizer? Não, porque você está desmerecendo algumas pessoas. Não, cara, você não desmerece alguém quando você diz assim, você não nasceu para correr uma maratona, você pode correr uma maratona, mas você vai ter resultados medíocres, e aí quando eu falo de investimento público, eu estou falando de um dinheiro tirado à força de um cara que está varrendo a rua, eu tenho que tomar muito cuidado com esse dinheiro, então não é chegar e falar assim, ah eu vou fazer justiça social na universidade, é pior lugar do mundo para fazer justiça, assim como você não faz justiça social na maratona, os melhores vão na frente e puxam.
Luciano Pires: Você está abordando um conceito que é conceito da meritocracia que foi altamente demonizado, eu escrevi um ensaio sobre meritocracia, que eu falo ali o seguinte, os caras confundem meritocracia com justiça, são coisas diferentes. Então, você quando era moleque, você experimentou a meritocracia na tua alma, porque houve um dia em que você era o dono da bola, e vocês iam montar dois times, tirava o par ou ímpar e escolhia os jogadores, e o gordinho sempre ficou para o final e ninguém queria o gordinho, o que que é aquilo, cara? Meritocracia, por que que eu escolhi primeiro o Zé e não o gordinho?
Dennys Xavier: E sabe o que era mais legal? Esse gordinho geralmente era o mais gente boa da turma, é o que mais fazia dar risada, era o que todo mundo queria na festinha, mas na hora do jogo não.
Luciano Pires: E o fato de você não escolhe-lo não tem nada a ver com o ser humano que ele é, com o caráter dele, espera um pouquinho, se o jogo é de basquete eu quero o Dennys que tem 1,90, eu não quero o Luciano que tem 1,60, 1,70.
Dennys Xavier: Velho, é difícil de entender isso? Não é.
Luciano Pires: Os caras misturaram tudo, você está dizendo para mim que o Dennys não serve porque ele é ser humano ruim, menos do que eu. Não, cara, não tem nada a ver com ele enquanto ser humano.
Dennys Xavier: Daqui a pouco, daqui a pouco, já está acontecendo, é tanta cota, é tanta coisa que você tem que reparar historicamente que uma pessoa que seja um branco, hetero, classe média, esse cara está ferrado na vida.
Luciano Pires: Vai apanhar na rua.
Dennys Xavier: Vai apanhar na rua por ser o que é. Outro dia eu fui parar no shopping, aí tinha lá vaga para isso, vaga para aquilo, vaga para aquilo outro, eu falei, cara, daqui a pouco então é melhor eu vir a pé mesmo, porque se você for pensar por grupos, aí vem o coletivismo, os coletivos que precisam de tratamento diferenciado, quem não precisa? Deixa eu te contar uma. Eu trabalhava em Brasília, nos bastidores da vida política, quando estourou o negócio da vacinação na pandemia, quais serão os grupos que vão receber primeiro a vacina? Aí começa os lobbies políticos, primeiro os grupos que trabalham com saúde, claro, óbvio, médicos, enfermeiros, técnicos de saúde… e depois? Meu irmão, depois era todo mundo, aí começou o lobby dos professores, que tomaram vacina, mas não queriam voltar a dar aula, não, a gente tomou vacina, mas ainda é muito perigoso. Então, para que que você queria tomar a vacina? Para ficar em casa preso aí. Não, não, porque nós somos especiais. Mas aí tem os policiais, mas aí tem os bombeiros, mas aí tem o pipoqueiro, aí tem o dono da barraca de cachorro quente. Aí a gente fez as contas, quando a lei terminou, a que ordenava as prioridades, ela pegava 80% da população brasileira. Você entendeu?
Luciano Pires: Os 20% viraram uma minoria que precisa ser atendida, logo eu quero uma lei para essa minoria. Cara, está muito louco isso aqui.
Dennys Xavier: Então, por isso que eu escrevi esse livro, as pessoas têm que entender o essencial sobre o coletivismo para escapar disso, velho, e para não serem elas próprias vítimas disso, porque parece muito bom, mas os resultados são péssimos. Você tem aluno dando na cara de professor por causa disso, velho. Bom, se meu pai não me ensinou não, se o mundo me deve, por que que você está me dando uma nota ruim? Eu dou na sua cara. Pequenas violências que geram resultados dramáticos, o médico você chega e fala assim, eu preciso de um atestado médico porque eu estou me sentindo mal, o médico olha para você e fala assim, não, mas você não precisa de atestado médico, isso aí que você tem uma aspirina resolve o seu problema. Se você não me der um atestado médico, eu quebro o seu consultório. Aí ele quebra o consultório do médico, acontece o tempo inteiro, conversa com os médicos, acontece o tempo inteiro, os postos de saúde. O que que o médico faz na segunda vez? Você quer atestado? Toma aí. Ah é 10 que você quer na sua prova? Toma aí. Você desiste da ideia de ter critério, os critérios vão embora porque você não quer sofrer violência.
Luciano Pires: E aí você bagunçou a sociedade totalmente, não tem mais por onde.
Dennys Xavier: Acabou, o grotesco é bonito, o feio é belo, o ruim é bom, o perdedor é vitorioso. Acabou. Esses dias eu vi um cara que ficou famoso na internet, uma manifestação artística, ele encheu uns dez baldes de areia, deixou os baldes caírem, aí o cara nem sabia a hora de aplaudir direito, aqui, instalação artística. Desculpa, você vai lá para Inhotim dá vontade de chorar, lindo o lugar, natureza, famoso Inhotim, se aquilo lá é arte, lá no fundo de casa eu faço arte todo dia. Não dá, simplesmente não dá. Agora quando eu entro no museu britânico, ali eu vejo arte, porque aquilo ali não é vulgar, aquilo ali mesmo que me cause asco, me causa com excelência. Então, é diferente, é diferente.
Luciano Pires: Você não está sendo um conservador reacionário, como é que é, extremista, branco, opressor e etc. e tal, contra uma certa minoria que se expressa de uma forma diferente da sua e que vê arte nessa loucura?
Dennys Xavier: Mas eu não duvido que essas pessoas vejam arte ali.
Luciano Pires: Elas só não podem exigir que eu goste daquilo.
Dennys Xavier: Porque você é o tamanho do seu vocabulário, inclusive intelectual, então se o seu mundo é de feiura, é de desmedida, se o seu vocabulário se reduz a 40, 50 palavras que é só é tóxico, isso me ofende, isso me machuca, então não duvido que você veja arte ali.
Luciano Pires: Tá ligado?
Dennys Xavier: Tá ligado, mano? Agora, o que não funciona é você querer impor ao outro esse modo de ver, então por exemplo, levar isso para uma escola pública na qual o pai não tem sequer apelo para dizer, não, eu não quero que meu filho seja ensinado dessa maneira. Ah, em uma escola particular você está pagando, você tira o seu filho de lá, então começou a falar todes na escola do meu filho, uma escola particular, eu tiro, porque todes não é uma linguagem que se aprenda na escola. Você é contra as pessoas livremente usarem se quiserem? Claro que não, mas outra coisa é você pegar, por exemplo, a gente teve agora uma imortal da Academia Brasileira de Letras em um discurso falando todes, quer dizer, a Academia Brasileira de Letras que deveria preservar pela estrutura linguística…
Luciano Pires: Está tudo dominado, cara.
Dennys Xavier: Está dominado. E eu tenho que achar isso normal. Então, é isso, restabelecer certos padrões para que a gente volte a caminhar como civilização, porque se não é barbárie, é caos.
Luciano Pires: E quando isso é usado como instrumento político, então, a coisa ainda, porque aí você tem grupos de poder utilizando toda essa estética do coletivismo, linguagem do coletivismo…
Dennys Xavier: Olha para Brasília, é só isso que tem. Meu irmão, é só isso que tem, esses dias, eu até escrevi isso na minha newsletter essa semana, a tal da Anielle Franco, veja como funciona o coletivismo, uma menina surgiu do nada, porque a irmã dela foi barbaramente assassinada no Rio de Janeiro, surgiu do nada, essa menina ganhou um certo protagonismo político por quê? Por ser irmã de uma moça assassinada, então nós vamos usar isso politicamente, foi essa a decisão. Essa menina do nada foi alçada a um ministério que tiraram do toba, que é Ministério da Igualdade Racial, bom se ter um Ministério de Igualdade Racial resolvesse alguma coisa, a gente teria uma educação maravilhosa, porque a gente tem Ministério da Educação, cultura maravilhosa, porque tem Ministério da Cultura etc., mas eu nem vou entrar nesse pormenor. Deram um ministério para essa moça, aí começam a aparecer algumas coisas fantásticas, essa menina pegou um avião, um jato da FAB, por coincidência para ver um jogo de futebol que tinha o time dela em uma final, só uma coincidência é claro, ninguém vai pensar que foi de propósito, foi lá assistir a um jogo para combater o racismo no esporte.
Luciano Pires: Assinaram um documento inint 01:02:05 combate ao racismo no esporte.
Dennys Xavier: Aí pega um jato da FAB com todo o staff, não sei o que, uma assessora de primeiro escalão desse ministério faz um comentário racista em um story, um comentário racista, foi exonerada porque vazou aquele negócio, certamente já está em outro cargo indicado por algum amigo, alguma outra coisa. Aí foram descobrir…
Luciano Pires: Disseram que ela foi demitide.
Dennys Xavier: Demitide, demitide. Aí foram descobrir, metade da verba desse ministério, metade já foi gasta com diárias e passagens, é uma gente que viaja muito para combater o racismo, metade da verba. Essa moça, essa Anielle foi indicada para um cargo em um board de administração de uma metalúrgica, foi indicada pelo BNDES, foi indicada pelo governo, metalurgia, para ganhar até um milhão de reais por ano, aí sabe qual que é a justificativa para colocar uma pessoa que não sabe o que que é um ferro fundido para um board de metalurgia? A justificativa foi representatividade, precisa ter representatividade.
Luciano Pires: Nubank não botou a Anitta no seu board? Porque é uma grande empresária, pode até ser, e até admiro que ela tenha conquistado aquilo tudo, mas o nó que a gente começa a conquistar nessa história toda é que, cara, experiência, visão de negócio, isso vai desmontando, você vai sendo contaminado e o resultado dessa contaminação é você de repente assiste uma propaganda do Bradesco dizendo que hoje é o dia de não comer carne, portanto, não comam carne hoje porque nós somos blogueiras do Bradesco etc. e tal, e no dia seguinte todo o agronegócio vai lá, não quero mais conta no Bradesco. Não tem pensamento crítico.
Dennys Xavier: A gente não tem paz, o problema é você não tem paz. Minha esposa, outro dia a gente almoçando assim, ela angustiada, ela falou, Dennys, eu nunca fui uma pessoa preconceituosa a respeito de nada, nada, eu estou muito longe de ser uma pessoa racista, eu não aguento mais essa gente falando na minha cabeça. Você perde a paz. Mas essa é a intenção. Imagina, eu entrei aqui no seu estúdio, imagina se desde lá o começo você está me entregando panfletinho, Dennys olha isso aqui, Dennys olha aqui, Dennys olha isso aqui, no final eu ia falar assim, cara, vai à merda.
Luciano Pires: Eu só quero comprar um shampoo.
Dennys Xavier: Me deixa só eu entrar, fazer o que eu tenho que fazer e ir embora. Você lembra da cerveja americana lá?
Luciano Pires: Budweiser, foi uma Bud Blue, uma coisa assim.
Dennys Xavier: Aí começa a lacrar em cima de cerveja, tomaram um golpe ferrado em termos de mercado.
Luciano Pires: Mas aquilo que eu falei, escuta, eu só quero comprar um shampoo, eu não quero que você que fabrica o shampoo me dê lição de moral ou diga como eu devo viver a minha vida, me vende o shampoo e fim, entendeu? Eu não preciso do resto. Mas esses caras trazem para si uma… e eles estão ocupando espaço de mando, espaço de poder nas empresas.
Dennys Xavier: Para todo lado.
Luciano Pires: Está ficando complicado, porque é uma visão de uma minoria, uma linguagem de uma minoria tentando ser imposta para uma grande maioria, e o resultado disso não vai ser bom. Eu falei para um grupo de empresários recentemente, eu falei, vocês também são culpados quando vocês cedem. Então, quando vocês cedem à pauta ESG, quando vocês cedem ao politicamente correto, quando vocês vão contratar por causa de sexo ou por causa de cor da pele ou por causa sexualidade ou por causa de qualquer outra característica que não seja essencial, então por exemplo, a Ayn Rand, essa autora que inspira muito do que eu falo contra o coletivismo, ela vai dizer, o racismo é a pior forma de coletivismo, por que o que que é o racismo? O racismo é você olhar para uma pessoa, abandonar tudo o que aquela pessoa é, o percurso dela, a construção dela, o empenho dela, os talentos, os defeitos etc. e olhar só uma cor, e ali deduzir dessa cor tudo o que essa pessoa é e, partir dali, tomar decisões a respeito do que você está vendo. Mas o que que é a cor da pele de uma pessoa? É nada, é uma questão, ela vai chamar de… é um pequeno acidente biológico que faz com que ou você seja negro, ou você seja preto, ou você seja branco, ou azul, amarelo, pequenos acidentes biológicos que não dizem nada, é o mesmo que dizer eu vou tratar os paulistas dessa maneira, eu vou tratar os uberlandeneses de outra maneira, os belo horizontinos de… não existe isso, cara, não tem como unificar pessoas a partir de elementos que são totalmente exteriores, tem gente canalha, tem gente burra, tem gente inteligente, competente entre pretos, brancos, amarelos, indígenas, belo horizontinos, uberlandenses, paulistanos, o caceta a quatro.
Luciano Pires: Mas aí você tem contextos históricos que são aplicados aí e que você acaba criando alguns estereótipos por conta de um contexto histórico, então essa discussão toda que nós estamos tendo aí da reparação social, cara, você nasceu branco, você é culpado pelo que foi feito lá atrás pelos brancos que escravizaram os negros, não me interessa se antes teve história de negro, escravidão branca, não importa…
Dennys Xavier: Se apareceu aqui desse jeito tem que ser punido.
Luciano Pires: Não interessa, em determinado… uma fotografia da história é batida ali e é trazida para cá e nós temos que considerar o impacto político, social de tudo o que aconteceu, não dá para negar, houve uma escravidão…
Dennys Xavier: Claro, há racismo? Há racismo.
Luciano Pires: Quando terminou a escravatura, termina e a partir de amanhã virem-se, havia uma programação para ser implementada o processo todo desse pessoal na sociedade, isso tudo foi jogado para o alto, então tem realmente algum problema que criou uma divisão na sociedade brasileira, dá para você entender porque que a maioria dos que estão na pobreza, na miséria são negros, tem uma história aqui atrás e nós temos que corrigir isso aí. Agora, eu não posso avaliar o caráter de ninguém pela cor que essa pessoa tem.
Dennys Xavier: E outra, como que nós vamos corrigir? Você sabe que o Thomas Sowel, que é um negro norte-americano, que nasceu no sul dos Estados Unidos, de baixo de um cacete de racismo insuportável…
Luciano Pires: Até porque ele está com 95…
Dennys Xavier: 95, 94, é alguma coisa aí, e ele fala um negócio maravilhoso, ele diz assim, para além de todo o discurso ideológico, eu sempre fui muito interessado pelos fatos, os fatos, ele demorou a se tornar um liberal, sabia? Ele demorou. Esse cara, ele teve aula na escola de Chicago, escola liberalzassa, ele teve aula com Milton Friedman, ele teve aula direto com Milton Friedman, um puta de um liberal da escola de Chicago, ele não deixou de ser marxista. Sabe quando ele deixou de ser marxista? Quando ele foi trabalhar no estado, quando ele entrou no estado para trabalhar, ele falou assim, isso aqui nunca pode dar certo, nem as aulas de Friedman mudaram a cabeça dele, porque aí ele dá entrevista, ele fala isso, vamos olhar para os fatos, vamos lá, então você tem grupos que foram historicamente prejudicados, a escravidão não surgiu no Século XIX com os negros, certo? A escravidão existe desde que existem humanos, desde que existem grupos humanos, certos grupos escravizam outros grupos, vamos começar a pagar essa dívida? A partir de quando?
Luciano Pires: Qual é o marco temporal?
Dennys Xavier: Qual é o marco temporal, por quanto tempo nós vamos pagar essa dívida? 15 anos, 10, 20, o tempo da exploração? Isso não funciona, não tem como, você não tem critérios objetivos. O que que nós podemos fazer? Aí o Thomas Sowell vai dizer, como é que os grupos que foram explorados em determinados momentos históricos, como é que eles se resolveram, como é que eles se emanciparam? Primeiro, abandonando lideranças ideológicas, abandona esse discursinho vitimista, meu Deus, nós precisamos de tratamento… abandona, trabalho e educação, ele vai dizer, esse é o traço comum. Então, os grupos que foram historicamente explorados e foram mesmo, eles não deviam estar brigando por cota na universidade, eles deviam estar explicando ou buscando lá na escola básica o porquê que é oferecido a eles resto, não só a eles, aos brancos pobres também, resto do processo formativo, porque só mudando lá você cria oportunidades reais.
Luciano Pires: É de baixo para cima.
Dennys Xavier: É claro. Mas aí os grupos ideológicos coletivistas, eles não querem resolver o problema, eles vivem do problema, é isso que a galera tem que entender.
Luciano Pires: Você viu a CPI do MST que mostrou tudo aqui agora, os caras do MST vivem lá naquela penúria, mas as lideranças estão com carro novo…
Dennys Xavier: Você pega um Jean Willys, você pega esses caras que… você pega essa galera do movimento negro, esses progressistas e tal, você pega um cara e fala assim, o que que esse cara é? Nada. O que que ele construiu? Nada. De repente, ele se coloca, Anielle Franco, de repente se coloca como símbolo da defesa de uma certa pauta, que interesse essas pessoas têm em resolver as pautas que deram protagonismo a elas antes de tudo?
Luciano Pires: Nenhum.
Dennys Xavier: Então, é um movimento negro que não quer resolver o problema do negro, é um movimento LGBT não sei o que lá que não quer resolver o problema, porque eles vivem do problema, é uma retroalimentação do problema. Uma vez eu estava na universidade e fui receber uma liderança negra do governo Dilma, o cara me tratou em uma cordialidade, com um respeito, um homem preto cheio de dreads no cabelo, assim de terno, uma cordialidade, num respeito, e o que é o óbvio, ele, Dennys, aparece à noite, o movimento vai se reunir, não sei o que, e a gente vai falar sobre… eu fiquei dois minutos na palestra do cara à noite junto ao movimento, porque assim, era de uma bile, era de um ódio, era de uma vingança, o cara se desconfigurou completamente, porque a ideia é essa, você tem que gerar o nós contra eles, você tem que trabalhar nesse registro, não é um processo de colaboração, de falar assim, vamos colaborar para todo mundo sair do buraco? Não tem isso, a gente tem que arrebentar, os branco e não sei o que… eu falei, velho, vocês não estão vendo que vocês estão fazendo exatamente agora o que foi feito no passado com vocês e por esse caminho não vai sair nada?
Luciano Pires: Tem um gibi do Asterix, chama-se A Cizânia, é o nome dele, e é uma historinha, sabe a história do Asterix, é os romanos tentando pegá-lo e não conseguem, não tem como ganhar dos gauleses. E aí o romano vai e chama um, traz um cara, me lembro, um nome até engraçado, e bota um romano, fala, você vai lá, e esse cara é um cara venenoso, e ele entra na aldeia com o objetivo de desmontar a aldeia espalhando a cizânia, então ele vai, elogia o Asterix em público na frente do chefe da aldeia, dá um presente para um e não dá para o outro, e ele vai incrementando, cara, e desmonta a aldeia, porque vira um contra o outro, porque o papel desse cara é espalha a cizânia, que é o que eu tenho visto, cara, o Lula fez isso a vida inteirinha.
Dennys Xavier: É um profissional.
Luciano Pires: Esse nós contra eles nasceu ali, nasceu na boca dele e eu vou colocar eu contra você, porque a gente não vai se unir.
Dennys Xavier: Esses caras são profissionais nisso, eles desenvolvem técnicas de comunicação e tudo que são fundamentais. Então, por exemplo, se você chega e fala, nossa, mas que absurdo, uma pessoa que usa a máquina pública para enriquecer falando… mas se ela está… eu vi agora, ontem, teve aquele deputado… não, ele é senador, Randolfe, um cara da esquerda, tem um tuíte dele…
Luciano Pires: Do avião?
Dennys Xavier: Do avião, maravilhoso, absurdo, não importa se é ministro, não importa se é isso ou aquilo, esse uso de aviões oficiais públicos…
Luciano Pires: Esse tuíte no governo Bolsonaro.
Dennys Xavier: É, no Bolsonaro, desceu o cacete. Aí surgiu esse agora da moça do governo do PT, mas é diferente.
Luciano Pires: Foi para isso que eu fiz o L, para ver uma ministra usando o avião para trabalhar e não para carregar substâncias suspeitas.
Dennys Xavier: É bizarro em um grau que faltam palavras, cara.
Luciano Pires: Eu assisti, eu fiz questão de deixar ligado à CPI, as duas, a do MST e a do 8 de janeiro, e trabalhando com ela tocando aqui do lado, cara, que… termina aquilo e eu estou com uma bad vibe gigantesca porque eu falo o seguinte, cara, será possível que isso é o melhor que nós como sociedade conseguimos fazer?
Dennys Xavier: Você tem filho?
Luciano Pires: Tenho.
Dennys Xavier: Você sabe que eu optei por não ter filho, e aí os meus amigos me perguntam muito, mas por que que você optou? Eu falo, cara, tem um filme que chama O Patriota, que é um filme bonitinho do Mel Gibson, um filme bem legal assim e tudo para passar o tempo, e ele foi um guerreiro, ele foi um cara da guerra e tal, e ele está vivendo um momento de paz com a família e os ingleses começam a avançar sobre a família dele, sobre a terra dele, e ele faz de tudo para não colocar os filhos na batalha, porque ele sabe o que que é. Então, o meu sentimento é um pouco esse, eu falo assim, eu já estou aqui, então assim, vamos para a guerra, vamos para a briga, por exemplo, hoje não é exagerado dizer que eu corro risco de ser preso por crime de opinião, porque em diversos espaços que eu frequento, eu critico a atuação do STF, Alexandre de Morais, e não critico com palavras agradáveis assim, às vezes eu sou bastante intenso no modo de falar. Então, não duvide de que eu possa amanhã usar uma coleira eletrônica aqui por conta das coisas que eu… crime de opinião, nós chegamos a isso. Eu não quero colocar gente sob minha responsabilidade no estágio a que nós chegamos, é uma escolha, é uma decisão racional, porque, cara, é isso, você liga a TV, você fala, é pouco mais do que um monte babuínos que abandonaram completamente o mínimo de dignidade da condição humana. Então, eu tenho os meus espaços de respiradouro, eu tenho lá os meus grupos de estudo de filosofia, comentário de livro, ali é onde eu respiro, porque não tem sido fácil.
Luciano Pires: Está difícil, cara, outro dia eu estava fazendo aqui uma live e o pessoal me perguntando para onde vai isso, para onde está indo, aí eu usei um exemplo que eu falei o seguinte, vocês assistem The Walking Dead? Quem assistiu The Walking Dead viu que os caras conseguiram em determinado momento montar uma cidade ali, como é que era o nome daquilo? Cara, me esqueci o nome agora, eles conseguiram montar uma cidade toda cercada onde ali dentro a vida acontecia mais ou menos de forma normal, na normalidade possível ali, e em volta daquela cidade, hordas de walking dead tentando entrar, se romper a cerca e o zumbi entrar acabou a cidade. Então, eu falei, o que está acontecendo com a sociedade? Ela está virando isso, nós estamos virando hubs cercados, esse teu grupo de filosofia é isso, ele se cerca e tem um pessoal discutindo ali dentro e do lado de fora um monte de walking dead querendo entrar.
Dennys Xavier: Ontem eu estava tendo uma discussão lá com o meu grupo, cara, na academia… desculpa, na Sociedade da Lanterna, que é o grupo de história da filosofia que a gente tem, nós temos quase 500 pessoas, e a gente tem discussões lá dentro que eu falo, cara, vocês entendem o grau dessa discussão que a gente está tendo aqui? Que lá fora, eu ontem estou aqui em São Paulo em um hotel, eu não costumo ver televisão à tarde, nem nada, eu estava quieto à tarde, eu coloquei na TV e comecei a zapear, dá vergonha, se fosse um sinal extraterrestre assim desses canais indo para o mundo, eu não entraria em contato, deixa esses caras se fuderem. Então assim, sem querer exagerar, porque eu sou um cara muito distante desses exageros retóricos, nem nada, é porque realmente chegou em um grau muito ruim, o nível é muito baixo. Aí você pega o nível de analfabetismo dentro das universidades brasileiras está batendo a casa dos 38%.
Luciano Pires: Em uma sociedade que se comunica por escrito.
Dennys Xavier: Analfabestismo dentro da universidade.
Luciano Pires: Em uma sociedade que a cada dia… eu me comunico pelo WhatsApp, agora eu escrevo para você, eu não sei escrever, portanto eu não estou entendendo o que eu estou escrevendo, você não entende o que eu escrevi, e você toma decisões em cima daquilo que você não compreendeu, aí aparece um Randolfe falando bonito, todo mundo, esse cara tem a luz, e o cara é uma porta.
Dennys Xavier: Como é que você pode ter uma sociedade livre e analfabeta? Não tem, não tem, são dois termos que não caminham juntos, então você precisa de um certo grau de ilustração. Ninguém nunca fez essa pesquisa no Brasil, eu tinha muita curiosidade, nos Estados Unidos, quando o Carl Sagan escreveu um livro chamado O Mundo Assombrado Pelos Demônios, sobre pseudociência, ele consultou algumas pesquisas que falavam que nos Estados Unidos mais de 90% da população era cientificamente analfabeta, cientificamente analfabeta, faz esse cálculo no Brasil, noções básicas de ciência, vai bater quase 100%.
Luciano Pires: Eu não tenho dúvida nenhuma. O Brasil é o país do se Deus quiser, se o santo ajudar.
Dennys Xavier: Então, os processos educacionais são claudicantes, o MEC quando foi fundado, um dos discursos de abertura do MEC foi um cara falando, nós criamos o MEC para o controle de mentalidades e conseguiram, e conseguiram.
Luciano Pires: Por isso que, bota aspas aqui, por isso que ganha a eleição o cara que promete picanha e cerveja, isso é universalmente inteligível por todo mundo, aí o outro aparece falando que eu vou fazer com que os juros compostos sejam… acabou, desandou ali, então qualquer técnico que chega aqui fala o seguinte, cara, vai doer agora, porque nós vamos ganhar lá na frente, esquece, já era. Mas isso é histórico.
Dennys Xavier: É, mas é muito triste assim, porque outros países fizeram escolhas melhores e conseguiram resultados muito rápidos, então assim, por exemplo, um exemplo claro, a Estônia, a Estônia até 20, 30 anos atrás era uma favela, uma roça enfiada no fiofo do mundo, de repente os caras falam assim, liberdade econômica e educação, liberdade econômica, tecnologia e educação, os caras viraram o farol da Europa, está todo mundo indo para lá, os níveis educacionais. Ou seja, a grande vantagem é que não precisa fazer mágica, não é que assim, nossa, nós precisamos descobrir a roda para melhorar isso, não, é só implantar aquilo que funciona.
Luciano Pires: Temos que tropicalizar.
Dennys Xavier: Mas você entende que é um programa? É um programa, ninguém é ruim do jeito que a gente é em termos educacionais de graça.
Luciano Pires: Olha onde você bate aqui agora, e eu já falei isso para os caras milhões de vezes, qual é o problema? O problema é o seguinte, e a qualquer momento vai estacionar um porta aviões chinês, seguido de dois destroyers muçulmanos, e esse pessoal vai descer aqui, essa turminha não vai descer treinada em discutir banheiro trans, esses caras vão descer treinados no seguinte, escreveu não leu, pau comeu, entendeu? E aqui é o seguinte, é resultado, se não der você está fora, e o fora é vou te jogar no mar, entendeu? Eu estou fazendo uma metáfora aqui, mas o que que vai acontecer? Algumas áreas do mundo não estão nessa que nós estamos, não estão nesse caminho de destruição que nós estamos fazendo no ocidente, os caras estão muito focados lá, os caras estão…
Dennys Xavier: Cara assim, eu tive um professor que ele grosseiramente falava em sala de aula quando alguém fazia uma pergunta muito ridícula, ele falava assim, ainda bem que tem muito trabalho braçal para ser feito nesse país, ele mandava essa na sala, o que não é uma coisa exatamente boa de se mandar na sala de aula, mas ele mandava essa, e um pouco grosseiramente é isso, porque nós vamos ser servos dessa gente, cara. Então, você tem aluno lá, os caras estudando física, os caras estudando, lendo em línguas, três, quatro idiomas e falando de tecnologia. Como eu disse, eu falo para muitos empresários brasileiros, a maior dor dos caras, você sabe disso, não consegue gente para contratar, vagas aos montes, não, porque o desemprego… vagas aos montes, mas você precisa de gente empregável, você não é alfabetizado, velho, você não consegue ler um texto e compreender o texto, você quer emprego de quê? Porque esses outros trabalhos, eles vão ser todos substituídos por máquinas e tudo, aí fala assim, não, porque as máquinas estão tomando empregos, as máquinas não estão tomando o emprego de ninguém, você que não é empregável, você que não avançou.
Luciano Pires: Sabe o que que eu tenho notado, Dennys, não sei se você viu isso também, a quantidade de gênios chineses, coreanos tocando piano de um jeito que é impossível você por aí, cara. Os caras estão na música, os caras estão na… já invadiram Hollywood, o cinema, entrou agora na Netflix um filme de cowboy só com chinês, cara.
Dennys Xavier: Esses dias eu vi um professor de uma pós-graduação nos Estados Unidos falando o seguinte, o ensino básico e médio dos Estados Unidos não é muito bom, eles têm muitos questionamentos com relação a isso, mas só que os caras têm grana, então o que eles fazem? Eles saem no mundo inteiro capturando os maiores talentos, os programas de pós-graduação nos Estados Unidos têm a excelência que tem por causa dos estrangeiros, então vai lá na Índia, aqueles caras defecando na rua, comendo rato, aquela merda, aquela loucura, quem são os gênios aí de tecnologia, de matemática, tira os caras daí, quem são os caras da astronomia, trazem, não sei o que… no Brasil, fuga de cérebro, o Brasil batendo recorde de fuga de cérebro, pega os melhores cientistas leva embora, é a potência que é. Então, que apelo que nós temos? A gente fica aqui, cara, em posturas de babuínos precisando sair de um buraco. Então assim, eu não falo isso para desanimar não, eu falo em um diagnóstico, para a gente se movimentar em um sentido bom.
Luciano Pires: Alguma coisa tem que acontecer, algo tem que ser feito e esse algo não vai ser feito por populistas, cara, o nego trocando cargo…
Dennys Xavier: Não vai ser feito por coletivismo.
Luciano Pires: E a gente acabou de ter uma experiência, cara, riquíssima nos últimos 5 anos, porque a gente foi para a rua, milhões foram para a rua, a gente teve pandemia e a gente entendeu que gente na rua não muda nada, cara, não muda nada, o que muda é o trabalho de bastidores bem feito.
Dennys Xavier: Casa, educação doméstica, ensinar bons valores ali, ensinar a importância de uma boa educação, trabalhar bem, lapidar bem a importância do livro, a importância da ciência. Platão quando escreveu A República, ele deixou uma lição extraordinária, 2500 anos e a gente não aprendeu isso ainda, e isso é uma mentalidade típica dos gregos, você só tem uma boa cidade, organizada, se antes de tudo você tem um bom indivíduo organizado. Então, o cara está falando assim, eu quero paz no mundo, poxa, vamos acabar com as guerras, na primeira briga de esquina aqui, ele quer sair com cassetete, dar na cabeça do outro. Ele internamente, ele enquanto indivíduo está todo desarranjado, e quer um mundo organizado.
Luciano Pires: Em nome da democracia eu vou calar sua boca.
Dennys Xavier: Você percebe? Então, é uma loucura, se resolve primeiro dentro, cuida dos seus filhos, eles estão lendo, eles estão ouvindo boa música? Não é protegê-los das coisas ruins que estão lá fora não, é tapar o buraco do casco, porque o mar lá fora vai continuar proceloso, mas quando você cuida do casco, ou seja, oferece o que tem de melhor aqui, na hora que ele estiver sendo atacado lá fora pelas coisas ruins, negativas, ele sabe se proteger, ele já filtra.
Luciano Pires: Cara, a minha visão é a seguinte, tem um monte de gente ouvindo aqui, esse programa aqui vai ser cancelado de todas as formas possíveis.
Dennys Xavier: Amém, que assim seja.
Luciano Pires: O que que é a minha tese, quando você fixa que o mundo é preto ou branco e elimina todos os graus de cinza que tem no meio, você perde completamente a capacidade de compreender nuances, não tem mais nuances, ou é preto ou é branco, então está aí na tua testa, tem uma hashtag na tua testa que você é bolsonarista, encerrou, encerrou a história, não tem mais papo, não quero mais saber de você, não vou te ouvir, que é o que você falou lá atrás, o sujeito é preto, e aquilo parece que me define… isso é um absurdo, espera um pouquinho. Então, quando você não tem capacidade de fugir do branco ou do preto…
Dennys Xavier: Do código binário.
Luciano Pires: …O mundo fica paupérrimo, não tem discussão, ou é um ou é outro, então se eu não defender o preto, logo eu sou o inimigo dele, se eu não defender o branco, eu sou o inimigo dele, e aí vira essa bagunça que nós estamos vendo aqui, onde as ideias não são mais consideradas pelo mérito delas, eu não quero mais saber do Dennys pelo mérito que ele tem, o mérito do que ele é capaz de produzir, eu quero saber pelo que ele fala, o que defende, o que ele representa, e aí vira essa bagunça que nós estamos vivendo aí.
Dennys Xavier: Você sabe que eu digo isso e digo sem medo de errar, por exemplo, liberdade de expressão, os gregos do sexto século antes de Cristo até o quarto, quinto século depois de Cristo, eles usufruíram de um grau de liberdade de expressão que nós não temos nem próximo no Brasil hoje, nem próximo. Quando Paulo chega no Areópago na Grécia para falar de uma religião, de um Messias, etc. etc., os gregos… em qualquer outra civilização um cara chegasse falando um negócio desse, eles enforcavam, tacava fogo no corpo para não deixar rastro, os gregos chegaram e falaram assim, o que? Messias, filho de Deus? Vem para cá, deixa eu ouvir, o que que você está falando, velho? Você entende? Então assim, ouvir as ideias, ter a capacidade de discutir as coisas seriamente, ser amigo dos fatos, ser amigo da realidade, compreender as dinâmicas históricas para melhorar a nossa existência, cara, eu não considero razoável você ficar fazendo experimentos sociológicos que já foram enterrados, que já mostraram resultados ruins simplesmente porque você é teimoso, porque você acha que dessa vez vai dar certo, isso é burrice, isso não é beleza, não tem beleza nisso, não é saudável, e nisso nós estamos criando gerações e gerações de pessoas fadadas à uma vida medíocre, sofrida, mesquinha, olha o sofrimento psicológico dessa molecada que está aí irmão, dessa geração Z aí, é um sofrimento psicológico, porque são meninos que não podem rir do que é engraçado, você imagina o que que é você ouvir uma coisa que você considera engraçada, mas por não ser politicamente correto você não pode rir, você está o tempo inteiro… cara, eu vou dar aula na universidade, eu tenho que ficar calculando palavra por palavra, você perdeu a espontaneidade, porque tudo dói, tudo machuca, tudo ofende, você acha esse negócio de bolsonarista, hashtag bolsonarista, se tem uma coisa que eu não sou é associado à alguma figura política, eu jamais admitiria alguém falar isso, você é bolsonarista, você é lulista, você é não sei o que, a primeira coisa que os meus alunos fazem, me classificar dessa maneira, ih olha lá um bolsonarista, aí não querem saber mais.
Luciano Pires: Mas olha o que você está falando Dennys, a questão toda, por mais que você tenha controle e assuma a responsabilidade pelo o que você disse, você vai ser crucificado pelo o que o repertório deles criou, o cara ouviu e está cansado de ver, o cara pega um trechinho do que você falou ali, corta aquilo, mas eu não falei isso não, mas foi o que eu entendi.
Dennys Xavier: Por isso que não muda, cara, se não for pelo processo educacional, simplesmente, Platão já falava isso, olha, é um processo paidêutico, é um processo formativo, se não mexer aí esqueçam. No livro 1984, do George Orwell, ele fala da nove língua, a nove língua é a única língua, um dos personagens fala, é a única língua que ela diminui a cada ano que passa, por quê? Porque na medida em que sua capacidade de enxergar o mundo, ela vai ficando mais opaca, ela vai ficando menos articulada, o seu vocabulário vai diminuindo, olha o vocabulário dos nossos meninos.
Luciano Pires: Tá ligado?
Dennys Xavier: Tá ligado, mano? Você tem 30, 40 frases que são repetidas exaustivamente e qualquer palavra diferente escapa do universo deles.
Luciano Pires: Eu fiz um post sobre isso, fui destruído no post, porque eu estou tentando cagar regra, qual é o problema? Desde que eu seja entendido, está valendo. E os caras não conseguem compreender, espera um pouquinho, com uma linguagem rica, eu tenho nuances, eu consigo ver as diferenças, quando você não tem a linguagem rica, você não tem mais nuance, acabou, você está jogado em um canto ou no outro.
Dennys Xavier: E que, na verdade, tem que entender que a linguagem é derivada de um universo mental, ou seja, se a sua linguagem é limitada, se o seu vocabulário é limitado, o que na verdade é limitado é o teu pensamento.
Luciano Pires: Que o Orwell fala, vai chegar um momento em que assim, como eu não consigo definir o que é liberdade, logo eu já não vou nem lutar por isso.
Dennys Xavier: Eu estou contando isso em todo lugar que eu passo, porque eu fiquei muito chocado, tem um cara que você tem que trazer aqui, ele chama Vladimir Perchine, ele é professor da Federal do ABC, um russo que viveu o fim da União Soviética, viveu pessoalmente, ele estava lá, tem as fotinhas dele com a bandeira do partido…
Luciano Pires: Eu estou anotando o nome dele aqui.
Dennys Xavier: Vladimir Perchine, eu vou te mandar. Esse cara, eu chamei ele para um PodCast, a gente bateu um papo, eu falei assim, Vladimir, vocês não combatiam essa visão, essa ditadura, esse totalitarismo, vocês não tinham movimentos internos, você é um cara instruído, você tem… ele é professor de física, acho que física nuclear, um negócio brilhante. Aí ele falou assim, não, sabe por quê? Porque a gente não tinha vocabulário para isso. O que eu quero dizer é o seguinte, o vocabulário que tem um cara que mora no Alasca sobre as coisas do Alasca, não é um vocabulário que eu seja capaz de ter, porque faz parte de uma realidade dele, ele não consegue ter o vocabulário de um brasileiro que vive nas praias tropicais. Então, você, o seu meio, o seu mundo, o seu processo educacional te dá um mapa mental. Ele vai dizer assim, não tinha, porque você não vislumbra, é como você morar em um lugar escuro e nem saber que tem um sol lá fora, então como é que você vai pedir por um sol que você não vê, que você não sabe da existência, como é que você vai pedir por um grau de liberdade que não está no seu horizonte? E isso está acontecendo muito rapidamente com a gente. Os moleques estão cedendo à uma falsa realidade, à uma realidade de rede social, de politicamente correto, isso está dizimando a capacidade deles de compreender o mundo, de tomar decisões, de dizer as coisas.
Luciano Pires: E aí se eu não consigo dar o valor que a liberdade tem, eu posso trocar com você, quer comprar um pouquinho? Dá uma graninha aqui que eu te vendo um pedaço. Eu vou dar uma dica aqui, quem está ouvindo a gente, assista um documentário que está na Netflix chamado Ordinary Man, é o nome do documentário, é baseado em um livro chamado Ordinary Man, inclusive o autor está no documentário, onde eles fizeram um estudo de um grupo, era um grupo da polícia, não era nem do exército, policiais alemães que foram designados, fizeram um grupo, que foram designados para ir na Polônia e fuzilar os judeus, então o cara foi ver, ele falou, bom a gente já viu o que aconteceu, agora eu quero saber quem são esses caras que foram atirar, e o cara faz um estudo, um documentário e vai estudar um por um desses caras, conversa com eles e fala, vem cá, como é que era? Você estava atirando em uma criança no braço da mãe? E o cara chega à conclusão que o seguinte, esses caras eram pessoas normais, não eram monstros psicopatas, evidentemente um ou outro ali virou, mas eram caras normais que estavam obedecendo ordens, porém, eles tinham o poder de escolha, e o cara deve estar… quem não quisesse ir podia se retirar e não ia acontecer nada, e eles foram mesmo assim, por quê? Cara, o repertório não podia, não tinha um repertório a ponto de falar assim, isso aí é moralmente inaceitável, logo eu não vou fazer.
Dennys Xavier: Ao contrário, é algo virtuoso, ou o que é pior, é algo indiferente. Tem um livro da Hannah Arendt, a banalidade do mal, que fala do julgamento de Eichmann em Jerusalém, que isso assustou a Hannah Arendt, falou assim, a gente pensa que eram seres malignos, esses caras fuzilando, matando, jogando em câmara de gás. Não, é o cara da padaria ali que fala, e aí seu José, tudo bem, vamos tomar um cafezinho hoje? É esse cara que estava lá fuzilando, esse cara que estava lá jogando meninos em câmara de gás.
Luciano Pires: E que prende 1200 caras lá em Brasília, enfia dentro de um caminhão, de um ônibus, e leva para a prisão, bota o cara lá que não tem onde cagar, não tem onde comer.
Dennys Xavier: Sem entender que acusação é, o que que está acontecendo, o que que não está acontecendo.
Luciano Pires: E tem toda uma inint 01:38:08 ali em volta ameaçando os cara e… se você entende o que que está acontecendo, você não se submete a isso, ah vou perder meu emprego, bom, se manter o teu emprego…
Dennys Xavier: Então, você quer uma outra série que vai te dar uma boa inspiração? Winter on Fire, que foi a revolta de 2013, salvo engano, na Ucrânia, quando os ucranianos foram enganados por um presidente que disse que estava trabalhando pela autonomia da Ucrânia em relação à Rússia, e na verdade, estava lá encalacrado com o Putin, e aí os caras foram tomar tiro de metralhadora de peito aberto na praça pública, e aí tem uma hora que entrevista um moleque de 20 e poucos anos e fala assim, e aí, cara, você vai para a praça pública tomar tiro de metralhadora, você não tem nada? É, ele falou assim, porque eu não consigo viver de forma diferente, ou eu sou um homem livre, ou prefiro morrer na causa. Olha que foda, que coisa maravilhosa isso, falar assim…
Luciano Pires: Pois é, mas quem é que vai lá abrir o peito…
Dennys Xavier: Aqui agora você tem que tomar cuidado com o que você vai falar, você vai ser preso, vai ficar… os caras estão tomando 15, 16, 17 anos de cadeia.
Luciano Pires: E se cria um ambiente de medo e quem é o maluco que vai fazer isso?
Dennys Xavier: Você já viu algum traficante, algum bandido tomar 17 anos de cadeia no STF? Os caras soltam André do rap, mas o cara que foi lá fazer graça dentro do espaço público, falou assim, não, cara, beleza, punição, certo? Destruindo patrimônio público…
Luciano Pires: Quebrou o relógio tem que se ferrar.
Dennys Xavier: Mas uns zé bosta trocando mensagem ridícula, golpe de estado e não sei o que contra a ordem, 17 anos de cadeia.
Luciano Pires: É porque não tem nada a ver com o que ele fez lá, cara, tem a ver com projeto político. Meu caro, dá para a gente ficar aqui até amanhã de manhã conversando, esse programa aqui será convenientemente cancelado, será enterrado…
Dennys Xavier: A culpa é tua, eu não tenho nada a ver com isso.
Luciano Pires: O que que os caras fizeram? Eles estão adotando a técnica lá do Tiradentes, não é que eu quero te matar, eu quero te matar, esquartejar você, exibir seus restos mortais por aí e salgar a terra onde é a tua casa para que nada nasça ali, quem olhar vai falar, meu Deus do céu, fizeram isso com ele…
Dennys Xavier: Sabe qual é a grande vantagem? É que homens livres não são canceláveis, já tentaram outras vezes, eu mando logo ir à merda, aí passa.
Luciano Pires: Mas já tem um conhecido teu que disse uma coisa clara, eu não mais uma pessoa, eu sou uma ideia. Meu caro, quem quiser te encontrar, qual é o caminho? @… como é que é o Dennys, é com dois Ns?
Dennys Xavier: Cara, eu fico muito no Instagram ali publicando essas maluquices, é prof.dennysxavier, o meu nome é uma declaração de pobreza, são dois Ns e Y, então é D E N N Y S Xavier com X, tudo junto lá.
Luciano Pires: O ponto só tem no prof?
Dennys Xavier: prof.dennysxavier, ali tem todas as iniciativas, os livros são anunciados, os cursos, está tudo lá.
Luciano Pires: Lembra de novo o nome do livro.
Dennys Xavier: O livro que está… eu já tenho outros que inclusive estão em lista de best seller, sobre a Ayn Rand que eu recomendo muito, Ayn Rand e os Devaneios do Coletivismo, a gente falou de coletivismo, Ayn Rand e os Devaneios do Coletivismo, tem uma série de livros, são quatro livros, chama Coleção Breves Lições, eu tenho outros livros sobre filosofia antiga, mas esse que está sendo lançado agora é O Essencial Sobre o Coletivismo, ou seja, um livro muito didático, eu espero, prazeroso na leitura, didático mesmo assim, ao final de cada capítulo com recurso mnemônico, lembre-se disso, aí você faz um quadrinho. E eu fiz questão de conversar com a editora, a LVM Editora para a gente fazer um livro barato, então é um livro que hoje na Amazon ele está menos de 25 reais, bem acessível para você dar para aquele seu amigo coletivista canseira para ver se ele aprende alguma coisa.
Luciano Pires: Vou botar na loja do Café Brasil.
Dennys Xavier: Amém, obrigadíssimo, tamo junto, sucesso.
Luciano Pires: Meu caro, grande abraço.
Dennys Xavier: É nós.
Luciano Pires: Muito bem, termina aqui mais um LíderCast, a transcrição deste programa você encontra no LiderCast.com.br.
Voz masculina: Você ouviu LíderCast com Luciano Pires, mais uma isca intelectual do Café Brasil, acompanhe os programas pelo portalcafebrasil.com.br.