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Luciano Pires -

Luciano Pires: Bom dia, boa tarde, boa noite, bem-vindo, bem-vinda a mais um LíderCast, o PodCast que trata de liderança e empreendedorismo com gente que faz acontecer. No programa de hoje temos Felipe Oliva, empreendedor, fundador da Squid, empresa que organiza a comunicação utilizando microinfluenciadores digitais, usando para isso a Big Data. Muito bem, mais um LíderCast, eu sempre abro contando como é que o convidado chegou até aqui. Dessa vez foi uma agência de comunicação, a NR7 que mandou para mim um e-mail: Luciano. Estou com um cara legal aqui. E no e-mail eles contam, ele é isso e faz isso, fim. E ali eu procuro não ir além, que é para não estragar a surpresa do bate papo aqui. O programa começa com três perguntas, que são as únicas que você não pode chutar. O resto você pode inventar à vontade. Seu nome, sua idade e o quê que você faz?

Felipe Oliva: Maravilha. Bom, primeiro Luciano, superobrigado pelo convite, é um prazer estar aqui com vocês, espero que a gente consiga fazer um papo superdinâmico, tenho certeza que vai ser. E vamos lá, meu nome, eu sou Felipe Oliva, eu completei agora 30 anos, e…  aí qual que era a terceira pergunta? Já…

Luciano Pires: O quê que você faz?

Felipe Oliva: E o quê que eu faço. Claro. Eu sou fundador da Squid, a primeira empresa a trabalhar com tecnologia de marketing de influência em forma totalmente data driven, e totalmente automatizada. E vim contar um pouquinho dessa história para vocês, eu acho que tem bastante coisa legal que a gente vai tratar aqui no programa.

Luciano Pires: 30 anos de idade bicho. Estou diante de um millennial da peiga, esse é o meu Café Brasil que foi publicado hoje é o 738, encantador de millennials é o nome dele. Você precisa escutar depois porque só a trilha sonora já vale a pena do programa. Que é única.

Felipe Oliva: Eu brinco que eu sou… eu completei agora 30 anos, mas meu espírito aqui é velho.

Luciano Pires: Já é velho.

Felipe Oliva: Já é velho.

Luciano Pires: Nasceu aonde?

Felipe Oliva: Eu sou de São Paulo, nascido aqui, morei aqui minha vida toda.

Luciano Pires: Têm irmãos?

Felipe Oliva: Tenho, tenho um irmão, um irmão mais velho e uma irmã mais nova.

Luciano Pires: Quê que seu pai e sua mãe faziam, ou fazem? Só para entender em que ambiente você cresceu.

Felipe Oliva: Claro. Meu pai ele é ex-militar e minha mãe ela é psicóloga, mas acabou assumindo os filhos, é aquela, a mãe de… a profissão é ser mãe mesmo.

Luciano Pires: Tá.

Felipe Oliva: Virou uma baita mãe.

Luciano Pires: Nenhum dos dois era empreendedor?

Felipe Oliva: Nenhum dos dois.

Luciano Pires: Não tinha… o bichinho do empreendimento não estava em casa.

Felipe Oliva: Nenhum dos dois.

Luciano Pires: Qual era o teu apelido quando você era criança? O quê que era?

Felipe Oliva: Meu apelido sempre foi Fê.

Luciano Pires: Fê?

Felipe Oliva: Fê, Fefê.

Luciano Pires: Quê que o Fê queria ser quando crescesse?

Felipe Oliva: Eu era… eu sempre fui muito curioso, desde pequenininho eu era o rei de abrir eletrônico e fingir que ia arrumar, e quebrava um monte de coisa, mas sempre… aí foi aí que eu foi assim: não, ele vai ser engenheiro. Então desde o começo, por ter esse lado de gostar de tecnologia, de mexer, de quebrar, eu falei: ah, vou… e ir bem em exatas, acho que essa era uma característica. Falei: ah, vou fazer engenharia.

Luciano Pires: Não era um sonho de criança?

Felipe Oliva: Não.

Luciano Pires: Não era nada? Foi… você foi caminhando para lá?

Felipe Oliva: Foi indo, foi indo.

Luciano Pires: E foi isso que você foi fazer? Foi isso?

Felipe Oliva: Eu fui.

Luciano Pires: O quê que você fez?

Felipe Oliva: Eu fiz engenharia civil, na Escola Politécnica, lá na USP.

Luciano Pires: Pô, mas civil cara?

Felipe Oliva: É.

Luciano Pires: Civil faz prédio, não desmonta equipamento.

Felipe Oliva: Mas então, era muito engraçado porque… até hoje, no processo do vestibular você escolhe… na minha época você escolhia uma grande área e aí você ia caindo ali aonde ia. Aí das áreas que eu caí, eu fui conhecendo um pouquinho mais, civil foi uma das que eu me interessei. Aí já mais maduro.

Luciano Pires: E fazendo o curso você achou que era isso mesmo? Estava legal? Era aquilo mesmo, ou não?

Felipe Oliva: A gente combinou aqui só de falar a verdade.

Luciano Pires: Então vai.

Felipe Oliva: De jeito nenhum. Acho que o curso trouxe várias coisas de empreendedorismo, que são legais, vou falar um pouquinho delas, mas eu não me identifiquei nem um pouco com a parte técnica. Para mim foi uma época ali, uns cinco anos ali que eu me sentia um peixinho fora d’água.

Luciano Pires: Você se formou mesmo, pegou o certificado na mão? Tá.

Felipe Oliva: Peguei, mas pensei em desistir várias vezes, viu. Foram cinco anos ali de idas e vindas.

Luciano Pires: Com que idade você se formou?

Felipe Oliva: Eu me formei com 23.

Luciano Pires: 23?

Felipe Oliva: 23 para 24.

Luciano Pires: É muito novo para pegar um diploma na mão e definir o que vai fazer da vida.

Felipe Oliva: Exatamente.

Luciano Pires: Mas de repente você está lá, cara, com um negócio que não era a tua paixão. Já tinha uma paixão no meio do caminho? Apareceu alguma coisa assim?

Felipe Oliva: Foi no ambiente da faculdade que o empreendedorismo me picou, assim. Isso foi a principal coisa. Porque eu tinha… a faculdade estava respirando um pouquinho do Buscapé, que tinha acabado de… nasceu na faculdade e eles tinham acabado de vender a empresa. Aí tinham os fundadores da 99, também estavam lá num outro projeto. Eram cinco anos mais velhos que eu assim. Então a faculdade estava respirando muito isso. Então foi ali que me picou. Estavam fazendo várias palestras, contando case, aquilo foi, falei: nossa.

Luciano Pires: Não se falava em startup ainda né? Ainda não né? Um pouquinho antes.

Felipe Oliva: Estava começando, estava começando. Eram os primeiros grandes cases de startup, e aí foi que me picou. Aí eu abri a cabeça para o digital. Que até então eu tinha vários projetos, eu era cheio das ideias, mas não colocava no papel. Mas aí o digital…

Luciano Pires: O mundo da TI não estava na tua veia.

Felipe Oliva: Não estava.

Luciano Pires: Não tinha nada?

Felipe Oliva: Não estava. Isso é muito doido, porque eu brinco que eu demorei para ter o computador, para começar a mexer, tudo. Então foi realmente no processo ali da faculdade que o ambiente todo, respirando, me inspirou.

Luciano Pires: Você pega o certificado na mão, chega em casa e fala assim: pai, mãe, eu não vou procurar um emprego de engenheiro. Ou: tó o certificado aqui, agora vou cuidar da minha vida. Foi mais ou menos assim?

Felipe Oliva: Durante a faculdade eles sabiam já do meu desinteresse na área técnica, mas sabiam que o curso ele dava… para mim lá é experiência de empreendedorismo.

Luciano Pires: É fase né?

Felipe Oliva: Você só aprende a resolver problema, cada matéria, cada disciplina é um problema novo para você. Então ali acho que eu desenvolvi a resiliência. Todo mundo fala: ah, empreendedor tem que ser resiliente. E tem mesmo, porque são altos e baixos. Você não pode nem ficar muito feliz quando tem uma coisa boa, nem muito triste quando acontece uma coisa ruim. Então você vai mantendo ali, e na faculdade eu acho que é essa habilidade que eu aprendi assim. Eu tinha que estar sempre com a corda no pescoço ali e…

Luciano Pires: É. E se você conseguir mudar o teu enquadramento lá, que é o seguinte, a molecada que entra e se incomoda, porque acha que pô, eu estou na faculdade que vai definir o que eu vou ser para o resto da vida. E não é isso cara, a faculdade vai te dar embasamento para qualquer coisa. Eu tenho amigos meus que têm cases maravilhosos. Um deles que foi o meu chefe, o cara que me inspirou a vida inteira, uma cara com uma capacidade de execução. Comandando indústria, aquela coisa toda. O cara se formou em química, ele não sabe o que é uma tabela periódica. Entendeu? O outro se formou em agronomia e é um baita de um consultor de empresas para vender empresas. Sabe? Pega a empresa, compra, arruma e vende. E a formação dele é agronomia. E eu perguntei para ele, cara, ele falou: bicho, ainda bem que eu fiz agronomia, porque isso me deu insights que meus concorrentes não têm. Eu consigo olhar para problemas de uma janela que eles não conseguem olhar porque eles fizeram matemática, fizeram a parte de engenharia, fizeram tudo voltado para essa área e eu não fiz. Então se você conseguir encarar essa faculdade. Cara, isso aqui é minha base, e daqui eu vou voar para algum lugar. Eu tenho certeza que tuas aulas lá de gestão de processos, isso aí para você foi uma festa. Serve muito para o dia a dia. Não?

Felipe Oliva: Com certeza. Mas esse ponto que você trouxe assim, o ser de fora do mercado, porque aí eu me vi com 24 anos entrando no mercado de comunicação, que eu não conhecia absolutamente ninguém. Que eu não tinha network, que a gente não… realmente eu não conhecia nem como é era a dinâmica do mercado, como é que as agências, os departamentos de marketing. E aí eu e o Carlos, que é o meu sócio, que fundou comigo, a gente era engenheiro, tinha uma cabeça completamente diferente. Ajudou muito a enxergar que tinha uma oportunidade para se trabalhar com tecnologia em marketing de influência.

Luciano Pires: Então. Como é que vocês chegam nesse…? Você estava lá, o bichinho te picou. E aí não passou pela tua cabeça vou arrumar um emprego para trabalhar CLT para alguém enquanto eu penso na minha vida? Foi isso? O quê que você fez?

Felipe Oliva: A minha… eu lembro até hoje assim, trabalhava numa empresa, mas aí já uma startup, trabalhei seis meses depois de formado assim. E aí lá era muito clara a decisão assim, ou eu ia começar a empreender no comecinho da minha carreira. Porque eu falei: ah, se der errado eu volto para o mercado de trabalho, ou ia empreender mais velho. Eu falei: ah, vou fazer uma carreira, faço um colchão financeiro e aí depois vou empreender mais velho. E aí eu decidi me jogar, foi puramente racional. Falei: eu vou me jogar agora, vou arriscar porque se der errado não tem problema.

Luciano Pires: A minha foi o contrário da tua, eu fiz exatamente isso, baita carreira, empregado, CLT e depois de 26 anos eu me joguei no empreendedorismo.

Felipe Oliva: É. E para mim era muito claro assim, se desse errado eu ia voltar, não tinha problema, eu era muito novo.

Luciano Pires: E eu acho que não tem certo ou errado cara.

Felipe Oliva: É. Exato, não tem.

Luciano Pires: Para mim eu estou superfeliz com a decisão que eu tomei.

Felipe Oliva: Exato.

Luciano Pires: Cara, e acho que você também deve estar. Não tem certo e não tem errado. Tem que no seu tempo né?

Felipe Oliva: Exato.

Luciano Pires: E aí vocês fizeram o que cara? Sentaram em cima… botaram um papel na mesa, e falaram o seguinte: vamos resolver onde é que nós vamos trabalhar? Vocês fizeram uma pesquisa?

Felipe Oliva: A verdade é que eu sempre tive… o Carlos sempre conheceu esse meu lado, sempre fui um pouco mais empreendedor, então eu tinha muito os business plan, eu tinha muito projeto de gaveta. Ah, eu que quero fazer isso. Eu enxergava oportunidade em… até hoje eu sou assim. Eu brinco que eu tenho um senso crítico muito elevado, então você começa a olhar e achar problema. Problemas ou formas de otimizar. Ah, isso aqui podia ser melhor, isso aqui podia ser diferente. Então eu sempre tive essa cabeça, eu tinha muitos projetos.

Luciano Pires: Assim que nasceu o Uber, né cara? Foi assim que nasceu tudo.

Felipe Oliva: Exato. Exato.

Luciano Pires: Pô tem tanta encrenca aqui, vamos resolver.

Felipe Oliva: É. Exatamente. E aí então eu tinha vários projetos, a Squid foi um deles. E aí eu brinco que a gente fez o empreendedorismo empírico. Porque a gente não sabia nada do que estava fazendo, a gente estava no mercado, se perguntarem: ah, quais os erros que você fez? Eu falo assim: a gente fez todos. Porque a gente estava num mercado que a gente não conhecia, a gente era muito novo, não tinha experiência de ter trabalhado em nenhum lugar, praticamente. Mas aí a gente começou a… começou a ficar divertido. Porque eu saí, eu saí para empreender eu tinha dois projetos, a Squid e tinha um outro. Só que o outro eu estava fazendo tudo certo, eu tinha sócios do mercado, tinha um monte de gente, tinha dinheiro de investidor, um monte de coisa. Só que eu estava trabalhando sozinho.

Luciano Pires: Quê que era o outro?

Felipe Oliva: O outro era um – que era o que eu sabia na época – era uma empresa para trabalhar com o governo – para trabalhar o que a gente chama de B2G – era um software para trabalhar na estratégia da saúde da família. Então que é uma iniciativa pública que as pessoas vão coletando informação para depois tomar várias iniciativas na área da saúde. E o pessoal hoje faz isso com papel. Acho que até hoje é assim. Papel, a informação se perde, e a gente tinha criado um software para deixar tudo num Tablet, bonitinho, tudo organizado, sem precisar da internet para a informação ficar lá. E esse era o projeto que tinha uma dor, estava claro, os meus sócios tudo, mas a gente… eu toquei os dois simultâneos por mais ou menos uns seis, nove meses assim. E aí a Squid, eu me divertia com o Carlos, a gente ia na reunião juntos. A gente começou a escutar muita agência, muito departamento de marketing. Eu ia no Linkedin, adicionava as pessoas e elas me recebiam, e a gente batia um papo. E a gente foi aprendendo muito no mercado, ficamos uns 12 meses, só fazendo isso. Só conhecendo o mercado, e validando várias hipóteses. E aí a gente foi ajustando o produto.

Luciano Pires: O quê que era a Squid? Como é surgiu o insight para criar Squid?

Felipe Oliva: Eu estava lendo um livro sobre viralização, e ele contava um case muito, muito legal da Burberry, aquela marca inglesa.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: O quê que eles fizeram? Acho que é de 2012, de 2011, não sei. Eles começaram a usar fotos dos próprios clientes no e-commerce. Então você ia ver um cachecol deles lá no e-commerce, você não via um modelo.

Luciano Pires: Era o cliente.

Felipe Oliva: Você via uma pessoa. E aí isso estourou. Por quê? A partir do momento que eu estou no site da Burberry vendendo, eu falo para a minha família, falo para os meus amigos. E aí a galera entra, aumenta tráfego, aumenta venda. Eu li o livro, eu falei: nossa, que negócio incrível. E aí eu comecei a entrar num conceito, e o Carlos que tinha uma premissa, que a comunicação ela ia para uma pegada cada vez mais autêntica. Que é esse bate papo que a gente está fazendo aqui.

Luciano Pires: Isso aí.

Felipe Oliva: Quanto mais autêntica for a comunicação, mais natural a nova geração, que vem mais forte ainda, ela vai se engajar e ela vai comprar o seu produto, vai interagir com a sua marca. E aí a gente começou com essa premissa, a gente ia criar uma plataforma onde as marcas iam conseguir engajar as pessoas que são lovers. Então, estava na época da Copa do Mundo no Brasil, então a Bud ia lançar uma campanha no Maracanã para a galera postar com a hashtag, tudo. Era uma plataforma de UGC, é User Generator Content. Então a empresa nasce com essa ideia e aí a gente vai olhar para o mercado, descobre que era uma boa ideia. Mas estava tudo… era muito confuso, a entrega não funcionava, tudo. E aí a gente vai ajustando, mas aí é muito de ouvir o mercado e ir ajustando a plataforma onde a gente encontrou esse nicho dos microinfluenciadores. A gente começou a… a gente trouxe todo esse conceito.

Luciano Pires: Qual era o problema que a Squid resolvia inicialmente?

Felipe Oliva: A gente não resolvia.

Luciano Pires: Vocês não resolviam?

Felipe Oliva: A gente viu… não resolvia. Durante muito tempo foi difícil explicar para as pessoas.

Luciano Pires: Você bate na porta de um cara para dizer: eu vou te mostrar uma coisa que você não sabe que precisa.

Felipe Oliva: Exato.

Luciano Pires: E quero que você invista dinheiro nela.

Felipe Oliva: Exato. Foi muito assim, foi muito assim. E aí a gente…

Luciano Pires: Muito prazer, PodCast.

Felipe Oliva: É.

Luciano Pires: Muito prazer, eu sou o PodCast.

Felipe Oliva: Muito bom. Mas foi exatamente assim, a gente batia nos lugares e aí a gente começou a falar em marketing de influência. Ah não, mas eu contrato gente famosa. Aí falava assim: não, mas isso aí não é marketing de influência. Como é que você usa os microinfluenciadores? Ah não, não trabalho com isso, não sei. E a gente começou a trazer esse conceito aqui no Brasil, isso lá para o finalzinho de 2015, mais ou menos.

Luciano Pires: Quinze? Tá.

Felipe Oliva: Aí a gente começou a falar de microinfluenciadores.

Luciano Pires: Vamos bater um pouco nessa tecla aí que isso me interessa demais aí. Fazemos uma pausa na tua história e agora a gente vai discutir essa… aqui é assim, a gente dá umas saídas para lá e para cá. Eu vi um trabalho, acho que é a terceira vez que eu falo isso aqui num LíderCast, que eu falo que eu vi o trabalho, vou buscar e não encontrei mais. Que foi feito por uma empresa americana, os caras fizeram um levantamento para comparar o resultado de você apostar num microinfluenciador contra um macroinfluenciador. Então a conclusão deles é a seguinte cara, pega esses teus 100 mil dólares, ao invés de botar 100 mil dólares naquela influencer do Instagram, que têm 11 milhões de seguidores, pega esses 100 mil dólares, divide em 10 de 10 mil e põe em 10 caras que têm 5 mil, 10 mil seguidores cada. O resultado que você vai ter com esses caras é muito maior que o dela. Porque o cara que tem mil seguidores, tem mil caras engajadíssimos nele, não há 11 milhões que sei lá o quê que vai pintar. O que me remete ao meu tempo de quando eu comecei o trabalho de PodCast, tudo, e que eu falava para os caras, falava: cara a minha audiência não é grande, eu tenho uma audiência que é o seguinte, mas eu te garanto o seguinte: um ouvinte meu vale mil do Gugu Liberato. Então quando você compara anunciar no meu programa com anunciar no programa do Gugu Liberato, bote na cabeça, se eu falar para você que eu tenho mil, equivale a 1 milhão dele. Tá? Porque esses mil estão absolutamente engajados, estão próximos de mim, o que eu falar para eles, eles recebem com um puta de um carinho, e o Gugu não quer nem saber quem são, nem tem ideia de quem são. Né? E essa percepção eu venho batendo nisso aí desde 2014, por causa do PodCast. Mas era difícil o pessoal entender, porque o pessoal vai… eu quero grandes números, quero grandes audiências, grandes números, e esquece da capacidade de mobilização e engajamento. Estamos falando da mesma coisa?

Felipe Oliva: Ah, Luciano, eu acho que eu não consigo descrever melhor que você, assim. É exatamente isso. E graças a Deus, eu acho que a gente conseguiu acompanhar uma tendência, isso está mudando. Cada vez mais eles estão entendendo a necessidade do nicho. Ah, eu não vou mais comunicar para tudo mundo. Ah, eu vou vender um chocolate para gente intolerante à lactose. Não faz o menor sentido você comunicar para todo mundo. Eu quero comunicar só para aquele nicho ali que…

Luciano Pires: Que tem tolerância à lactose.

Felipe Oliva: Então é muito do que você estava falando…

Luciano Pires: A diferença, você vai na Globo, a Globo é um tiro de canhão.

Felipe Oliva: Exato.

Luciano Pires: Você vem no PodCast, você é sniper.

Felipe Oliva: É. Exato.

Luciano Pires: Vou acertar o alvo com um tiro.

Felipe Oliva: É. A gente lá na Squid, a gente se vê num papel de vanguarda, foi a empresa que trouxe ciência para essa brincadeira toda, e a gente está implementando cada vez mais algoritmo, cada vez mais ciência no que a gente faz, para mostrar. Tem horas que você quer dar um tiro de canhão, faz sentido.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Ah, tem o porquê você usar, tal. Mas em outras vezes, o tiro de canhão você não tem dinheiro para sustentar ele muitas vezes a estratégia. Então hoje você consegue fazer estratégias combinadas muito eficientes. Então acho que a dor que a gente resolvia lá atrás e eu não conseguia explicar par ninguém era: eu vou trazer…

Luciano Pires: Porque você chegou… acabou chegando cedo demais.

Felipe Oliva: Exato.

Luciano Pires: Era muito cedo.

Felipe Oliva: Exatamente.

Luciano Pires: Era muito cedo…

Felipe Oliva: Eu vou trazer ciência para eles.

Luciano Pires: Você pegou a cultura dos 30 segundos no Jornal Nacional. Essa era a cultura que tinha no Brasil cara. Padrão de qualidade Globo, produtoras fazendo comerciais de 30 segundos cobrando 8 milhões de reais por 30 segundos. Essa era a cultura, a grande agência, ganhando de montão em cima desse… e era um… isso era um segmento do negócio, gigantesco e milionário no Brasil.

Felipe Oliva: Perfeito.

Luciano Pires: E você chega com uma conversinha que ameaça quebrar isso tudo. Cara, para com esses moleques aí com essa história aí. É bolha, vai estourar essa bolha, isso é conversa. Olha os blogs, não deu certo. Ficou… até que a internet foi irresistível. Quando o cliente começou a sentir isso, quando falou: porra bicho, esse negócio dá resultado cara.

Felipe Oliva: Exato. Mas então, é isso que você falou, e isso eu defendo até hoje lá dentro da empresa. A gente está com 110 pessoas, um negócio superbacana, deu supercerto. Crescendo, duplicamos o crescimento do ano passado para esse, vamos continuar crescendo nos próximos anos. Mas eu falava para a galera, a gente só vai ficar nesse mercado se a gente se provar, se gerar valor. Se não gerar valor a gente vai sair, porque é um mercado com relacionamento, é um mercado com um monte de coisas. Então a gente vem ano a ano ganhando o nosso espacinho, começou pequeno, um monte de gente não dava valor, mas aí a empresa foi gerando valor no ecossistema. Aí você fica. Hoje a gente – quem sou eu – mas eu dou algumas mentorias para alguns empreendedores e eu falo só isso. Falo: cara você tem que estar preocupado em gerar valor para o teu ecossistema. Se você está… pode ser que demore um pouquinho mais, a sua estratégia de marketing não funcionou direito, vai demorar um pouquinho mais. Mas se você gera valor você fica na cadeia de valor, não tem erro. E a gente fez isso muito bem.

Luciano Pires: Deixa eu voltar na tua história ali atrás. Vocês dois começam a ficar agoniados, porque você falou: cara, os caras não estão entendendo o que eu estou propondo. Eu chego lá, faço o discurso, o cara não me entende, eu volto para casa e não consigo emplacar. E aí você falou: a gente vai ajustando. Né? Me conta um pouco desse ajuste aí. Eu quero… a agonia de vocês dois. Eram dois sócios né?

Felipe Oliva: Isso.

Luciano Pires: Vocês dois sentados lá falando: cara…

Felipe Oliva: Eram três sócios.

Luciano Pires: Não está rolando, bicho. Me conta um pouco dessa discussão da…  Eu quero entender como é que vocês encontram o caminho. Sabe?

Felipe Oliva: E isso é assim, eu brinco que não tem uma história bonita assim, não tem uma grande sacada, não tem nada disso. Tem muito trabalho, muita sola de sapato, conversando e ajustando. Nessa fase eu brinco que a gente vendia fumaça. Cada reunião a gente mudava a apresentação e ia com uma funcionalidade diferente, olha agora a nossa plataforma faz isso, mas não fazia nada, mas a gente falava: faz isso. Te interessa?

Luciano Pires: Havia então algo… você estava vendendo uma plataforma, é isso?

Felipe Oliva: Isso.

Luciano Pires: Vocês estavam oferecendo para ele: olha eu quero que você use minha plataforma para gerir tuas ações no mundo digital. É isso?

Felipe Oliva: No começo era uma plataforma para ele identificar quem eram os microinfluenciadores dele. Ah, você quer falar com o público sertanejo. Ah, tá bom. Então aí a plataforma… você coloca o briefing e a plataforma vai te trazer quem são, e aí você faz o contato com eles. Aí no começo a gente nasceu assim.

Luciano Pires: Era uma páginas amarelas inteligente. É isso?

Felipe Oliva: Exato. Exatamente assim. E aí a gente vai às redes sociais, identificava quem estava falando sobre aquele assunto, quem que tinha tanto de engajamento, fazia todos os cortes dentro da plataforma.

Luciano Pires: E isso era com uma inteligência artificial? Como é que era isso?

Felipe Oliva: No começo não tinha inteligência artificial. Era inteligência…

Luciano Pires: Molecular, inteligência molecular. Tinha três moleques…

Felipe Oliva: Era a inteligência dos sócios.

Luciano Pires: Eram três moleques. Molecular.

Felipe Oliva: Eu acho que esses caras aqui, esses microinfluenciadores são bons.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Mas no começo era assim mesmo, muita coisa manual. Mas aí nesse momento a gente começa a levar para os clientes: olha, eu vou acrescentar isso, eu vou acrescentar essa funcionalidade, eu vou acrescentar essa outra. E aí os clientes começam a falar: ó, isso eu gosto, isso eu não gosto. E aí cada vez que a gente voltava de uma reunião, a gente aprendia e falava: olha o caminho é esse aqui. Então foi muito assim. Eu falo que são – não sei – 200 reuniões assim, foram várias. Até a gente ir ajustando para falar: ah não, esse é o produto.

Luciano Pires: Você não viu um modelo lá fora para abrasileirar o modelo aqui? Não foi isso então?

Felipe Oliva: Não. A gente olhou algumas referências, mas no Brasil tinha que ser diferente, tinha que… lá fora você tinha várias empresas, era muito fragmentado, tinham algumas empresas que faziam uma parte da cadeia. Aqui no Brasil a gente já entende que o valor não está numa parte, está no que a gente chama de end to end, então aqui no Brasil quanto menos trabalho a gente tiver em termos de tecnologia, quanto mais simples for o processo, mais adesão ele vai ter. Então a gente começou já a fazer o processo inteiro. Então hoje a plataforma faz tudo, ela identifica os influenciadores, ela faz a parte dos contratos com os influenciadores, o recrutamento, a análise de resultado, a gameficação, o pagamento deles, a contabilidade, tudo. Então a gente entende que isso é o que gera valor mesmo para o anunciante aqui no Brasil.

Luciano Pires: Eu entendo que vocês em algum momento perceberam que vocês… vocês tinham uma perna que era a perna do conteúdo que você estava trabalhando, que era apresentar isso aqui para as pessoas, que envolve marketing, envolve uma série de coisas aí. Você tinha uma perna que era comercial, que fazia essa venda, e tinha uma perna de tecnologia. Algum dos três era a perna da tecnologia, ou não?

Felipe Oliva: Ah, boa pergunta. Aí, a gente começou com três sócios, mas aí jê tem um primeiro aprendizado, não falo de… eu falo de aprendizado, que a gente tinha um sócio que estava desalinhado, e aí a gente recompra ele logo no comecinho, aí ficam dois sócios. E aí nesse momento que você falou, quando o negócio começa a dar certo, a gente trouxe outros dois sócios. Aí a gente foi buscar um sócio técnico, porque eu e o Carlos a gente não era, a gente estava terceirizando o desenvolvimento. E não podia terceirizar porque a gente tem que ser core, a empresa é de tecnologia. Aí a gente traz um sócio e traz um sócio para atender os clientes. Então a gente cria quatro sócios supercomplementares, que aí estão com vontade de fazer acontecer.

Luciano Pires: Mas aí você já estava, já estava decolando a coisa?

Felipe Oliva: Ah, não estava né? A gente estava apostando, mas tinham indicativos muito legais que o negócio…

Luciano Pires: Mas ficou claro para vocês que alguém ia ter que se dedicar exclusivamente a essa parte da tecnologia?

Felipe Oliva: Exato. Senão não ia evoluir.

Luciano Pires: Isso quanto tempo faz?

Felipe Oliva: Isso já é 2016, 2016.

Luciano Pires: Quatro anos atrás.

Felipe Oliva: Quatro anos.

Luciano Pires: Se fosse hoje, você tomaria a mesma medida? Seria igual hoje?

Felipe Oliva: Ah, hoje aprendendo o que eu aprendi… lá na época, com os recursos que a gente tinha, com a experiência que a gente tinha, eu acho que a gente foi muito bem, mas hoje sim, eu seguiria… eu faria tudo de novo, mas hoje eu sei muito mais coisas, então eu teria… logo no comecinho eu teria alinhado melhor as expectativas com esse primeiro sócio que saiu, eu teria trazido esses outros sócios logo no comecinho, porque eu e o Carlos ficamos um ano ali meio que patinando na área técnica. Então acho que a gente poderia ter feito melhor. A gente sempre pode fazer melhor, mas com os recursos que a gente tinha a gente…

Luciano Pires: Como é que vocês lidaram com a maior armadilha das startups, que é… aliás, são duas armadilhas terríveis, uma armadilha é gestão do negócio, que o startuper normalmente é o artista que tem uma ideia brilhante e que descobre que alguém tem que ir no banco pagar conta e aí o negócio desanda porque não tem a pessoa. Né? E a outra armadilha é o cara de repente ficar feliz da vida, uma baita ideia, receber uma grana e montar uma puta estrutura e amanhã de manhã tem custo fixo nas costas do cara e ele… e o dinheiro não entra, e a pressão começa e aquele negócio desmonta. Né? Vocês tinham essa consciência de… cara, custo fixo pequenininho, vai aumentar na frente. Como é que fez? Como é que vocês fizeram?

Felipe Oliva: Até hoje é assim, a gente é extremamente conservador, a gente não se encaixa nesse perfil de startup que a imprensa fala tanto, a gente sempre…

Luciano Pires: Com 100 caras na equipe, cara?

Felipe Oliva: É, mas a gente tem agora, que a empresa tem musculatura. Desde o começo a gente falou assim: a Squid tem que ser lucrativa. Nosso mindset sempre foi para geração de caixa para a empresa, geração de receita. Enquanto várias outras startups têm óticas de queimar caixa. Não tem certo ou errado assim, têm modelos diferentes. A gente sempre veio com uma política assim porque a gente precisava se provar. É diferente de você já ter um histórico, de poder tomar mais risco, tal. A gente era dois meninos saindo da faculdade querendo brincar de empreender, então a gente tinha que mostrar que a empresa estava faturando, gerando caixa, gerando retorno. Então a gente vem fazendo isso há quase seis anos. A gente reinveste tudo que a empresa gera para continuar crescendo. A gente acabou de comprar uma empresa esse ano, e é tudo do recurso próprio, a gente levantou dinheiro logo nesse comecinho, para poder se dedicar sim, mas era para tirar o…

Luciano Pires: Vocês fizeram toda a passagem das startups? Venture Capitalize, Anjo, Seed Money.

Felipe Oliva: A gente teve uma aceleradora, tem uma aceleradora, que entrou logo no comecinho. E depois um investidor anjo.

Luciano Pires: Vocês foram buscar, é isso?

Felipe Oliva: A gente foi buscar.

Luciano Pires: Vocês sentaram na frente de uma banca, explicaram a ideia de vocês para convencer a aceleradora a botar dinheiro. Foi isso?

Felipe Oliva: A gente explicou, ninguém entendeu nada, mas o pessoal falou assim: poxa, mas esses dois aqui têm… esses caras têm vontade de fazer isso acontecer. A gente tinha um histórico legal, tinha um background legal nas empresas que, apesar de pouquíssima experiência. E eles viram o valor nos empreendedores, não na ideia. Tanto que a ideia mudou completamente.

Luciano Pires: Sim. Que interessante, insight interessante. Quer dizer, a tua atitude na hora de apresentar é tão ou mais importante do que a ideia em si.

Felipe Oliva: Com certeza.

Luciano Pires: Né?

Felipe Oliva: Não, e a gente recebeu não, viu. A gente recebeu não e aí eu falei para eles que eu não aceitava o não deles, que a gente tinha que negociar.

Luciano Pires: Aos mesmos caras que deram o não?

Felipe Oliva: Aos mesmos caras. É. E aí depois a gente renegociou ali, eles falaram: não, tá bom, então a gente vai fazer.

Luciano Pires: Tá. E aí vocês saem de lá com alguma grana, entrou uma grana no negócio. Vocês já tinham o caminho para essa grana? Já estava decidido onde é que esse dinheiro ia ser aplicado e tudo ou não?

Felipe Oliva: Ele ia ser aplicado principalmente para a gente formar uma equipe mínima para desenvolver o MVP. Então a gente tinha claro ali que…

Luciano Pires: Mínimo produto viável, MVP é o primeiro produto que comprove que ele funciona e que pode entrar em alta linha de produção.

Felipe Oliva: Exatamente. E tanto que esse dinheiro era para ter durado 12 meses e a gente fez ele durar 18 meses.

Luciano Pires: Tá.

Felipe Oliva: Porque a gente demorou para encontrar: ah, o quê que a agência quer? O quê que o marketing quer?

Luciano Pires: Teu cliente eram agencias de…? Quem era teu cliente?

Felipe Oliva: Nesse momento foram mais as agências. Eram as agências ou os departamentos de marketing.

Luciano Pires: Agências de propaganda e de comunicação, e departamentos de marketing de grandes empresas?

Felipe Oliva: Exatamente, exatamente. Só que a gente começa nas agências porque era uma forma de ter um canal com mais capilaridade. Né? Eu ia falar com uma agência, eu estava falando com cinco, dez clientes. Então a gente começa nas agências. Aí aprender muito da dinâmica do mercado, o quê que estão fazendo. Começa lá.

Luciano Pires: Tá. Que experiência interessante essa aí cara. Mas aí, quando é que vocês sentem que o bicho pegou? Uma hora pinta o primeiro cliente. Como é que foi isso aí? Pintou de onde?

Felipe Oliva: Aí o primeiro cliente a gente para, vai fumar um charuto, tomar um uísque para comemorar, e essa foi a única vez que a gente comemorou. Desde lá atrás a gente… a gente brinca que a gente só comemorou o primeiro cliente, depois a gente entrou no fluxo de trabalho ali e acaba esquecendo. Mas foi o primeiro cliente que falou assim: eu realmente pago e pago seis meses disso aqui, eu quero ver o que acontece. Aí depois vem um outro, vem um outro. Mas foi muito empírico. Assim, foi um momento de experiência.

Luciano Pires: Esse primeiro cliente entro com quatro sócios já?

Felipe Oliva: Com quatro sócios já.

Luciano Pires: Já com os quatro.

Felipe Oliva: Já estava com os quatro. E aí foi… e era…  Mas a gente sempre teve… era muito claro o nosso relacionamento com esses clientes iniciais, que era… eles sabiam que não estava redondo. Sabiam que não funcionava do jeito. Mas eles…

Luciano Pires: Porque esse é o espírito para esse tipo de coisa cara. Se alguém chega para você com uma inovação absoluta você não pode querer que o negócio esteja maduro cara, não pode estar maduro, e eu como… e eu se eu vou comprar de você o projeto eu tenho que ter o espírito de: cara vai dar merda. Faz parte do… nós estamos criando algo junto, eu estou contando você de cadeira porque eu montei o meu projeto do Café Brasil Premium, que é uma assinatura recorrente, e o meu sistema todo nasceu com uma empresa que a empresa foi criada para isso, e eu fui acho que o primeiro ou o segundo cliente deles. Então a minha dor é que incentivava os caras, então a gente foi construindo juntos. E cara, deu todas as merdas do mundo, mas o tempo todo eu entendia que nós estamos desbravando, vai vir flechada cara. E depois que a coisa mudou e uma empresa grande comprou, o problema continua. Então hoje eu estou numa empresa grande, que cuida desse meu sistema, e dá merda em cima de merda. Mas eu olho para aquilo e falo: cara não tem nada maduro no mercado. Ah, vocês são ruins, eu vou pular para o outro. Não, o outro também está quebrando cabeça lá. Então essa pré-disposição do cliente tem que estar aí né? E sabe que isso é uma coisa interessante, a gente já vai entrar nas pandemias, que eu acabei entendendo a questão da pandemia, a pandemia traz esse negócio das lives, tudo mais, e injeta no mundo uma paciência enorme com as merdas que dão ao longo do caminho. Então, cara o cachorro latiu, tudo bem. Até ontem era padrão Globo de qualidade. Orra espera um pouquinho. Cara, o cachorro latiu, acabou a luz, puta, a minha mulher passou aqui pelada. Tudo isso faz parte hoje, tocou a buzina, o carro está andando. A gente aprendeu a ter paciência com todas essas coisas que até ontem não existiam. Então essa pré-disposição, de cara, vamos desenvolver o mundo, me parece que o mundo virou uma imensa de uma obra em construção, não tem nada pronto. Está tudo sendo construindo. Né?

Felipe Oliva: É verdade. E aí o que para a gente foi crucial era que a gente era muito transparente. O difícil nessa relação é quando você não é transparente, porque aí todo mundo fica te pressionado: ah, mas quando você vai entregar? Quando vai entregar? Está devendo, não sei o que. A gente já não, a gente já antecipava os problemas, falava: olha a gente vai demorar 30 dias para te entregar, mas vai entregar. E aí então… esse relacionamento transparente ajudou muito a construir clientes que estão com a gente a cinco anos. Então ser transparente em tudo é o que me deixava dormir de cabeça tranquila. Porque senão você fica. Muita coisa que eu nunca entendi né.

Luciano Pires: Porque o teu cliente, antes de ele querer o produto entregue, ele quer ter certeza que você está preocupado com ele. Que pô, espera um pouquinho, os caras estão preocupados, estão me dando atenção, estão me ouvindo. Tem alguém preocupado comigo, então vamos lá. Precisou mais uma semana, a gente ajeita.

Felipe Oliva: Não, e até hoje a gente traz essa cultura de inovação, de sempre querer trazer novidade para cliente, e a gente traz o que a gente promete, diz: ó, estou pensando nessa novidade aqui. Quê que vocês acham? Escuta o cliente. Aí ele traz, ele fala: gostei, não gostei. Então assim, trazer ele para fazer parte da tomada de decisão da empresa é muito legal.

Luciano Pires: Você está ouvindo o LíderCast, que faz parte do Café Brasil Premium, a nossa Netflix do conhecimento, que redefine o termo estudar ao transformar o seu Smartphone em uma plataforma de aprendizado contínuo. Para assinar acesse confraria.cafe, de novo, confraria.cafe. Lá você conhecerá os planos para se tornar um assinante e ter acesso exclusivo aos bastidores da temporada do LíderCast e a muito conteúdo original. Além disso, contribuirá ativamente para que este conteúdo chegue para muito mais gente gratuitamente, tem um plano lá que custa doze reais por mês, cara, doze reais, uma latinha de cerveja quente. Todo mês esse dinheiro fará com que você nos ajude a continuar crescendo e fazendo com que nossa voz seja ouvida por mais gente, você estará contribuindo ativamente com nossa causa pela da defesa da liberdade e da independência individual. De novo, vem para cá, confraria.cafe. Deixa eu cutucar você um pouquinho antes da gente chegar na pandemia. Esse… como é que eu vou chamar isso aí cara? Essa ecologia, esse ecossistema dos influenciadores digitais, essa coisa estranhíssima, sabe, onde os Whindersson Nunes coexistem com o velhinho, o padre não sei que das quantas, cantor, que cara, cada um de um jeito, cada um fazendo tipos de coisas diferentes e é um mundo calcado na figura do humano. Você não está fazendo negócio com uma empresa, pode até ter uma empresa, mas tem alguém. Esse alguém que é o modelo antigo, cara eu quero o Pelé para botar no meu anúncio, eu preciso do Pelé, se eu botar a Aracy Balabanian falando do meu produto as pessoas vão: é a Aracy, etc. e tal. Isso chega agora de uma outra forma. Só que você lida com seres humanos que não estão… eu acho que são raros aqueles que são profissionais, que você fala: o cara está profissionalizado. A maioria é gente que, de repente explodiu, virou influenciador, tem um monte de gente seguindo, mas está tocando aquilo como se fosse o dia dele, acordei hoje de manhã, vou botar um negócio no ar. Então não tem muita… como é que é lidar com essa coisa? Vocês lidam diretamente com esses caras ou não?

Felipe Oliva: Sim, sim. Com vários.

Luciano Pires: Diretamente com eles?

Felipe Oliva: Uhum.

Luciano Pires: Tá. E como é que é esse mundo aí cara? Quê que você enxerga aí?

Felipe Oliva: Assim, acho que como todo mercado maduro, todo mercado em amadurecimento, eu enxergo várias oportunidades. Então a Squid tem um papel, a gente tem um Clube da Influência, que é um portal de conteúdo lá, a nossa comunidade com os influenciadores, em que a gente produz muito conteúdo para ajudar eles. Porque como a gente trabalha com muito micro, a gente quer gerar conhecimento para eles, gerar educação, como é que eles se preparam, como é que ele prepara o conteúdo dele, como é que ele aprende um pouquinho de audiovisual para evoluir. Então a gente fica… como é que a gente fala um pouco de saúde mental, que foi uma pauta na pandemia que a gente trouxe várias vezes. Porque viver de criatividade não é fácil. Todo mundo acha que é brincadeira. Ah não, eu vou… ah o cara produz um conteúdo aqui, tal. Mas isso é exaustivo, porque você depende da sua criatividade. Então a gente procura trazer muito conhecimento. Então está aí a oportunidade de tentar fazer o mercado como um todo crescer. Então a gente…

Luciano Pires: Você trata esse povo como cliente teu também?

Felipe Oliva: Trato, trato.

Luciano Pires: Eles são clientes teus?

Felipe Oliva: Nós somos provedores de serviço. A gente não cobra absolutamente nada dos influenciadores, mas a gente fica gerando funcionalidades para eles, novas, eles têm a plataforma toda gratuita que eles podem acessar. Conteúdos todos gratuitos que eles podem ver. A gente fez um curso, disponibilizou gratuitamente para eles. Então eles são nossos clientes, são cruciais para o que a gente faz.

Luciano Pires: Você tem um casting? Você tem uma espécie de casting? Você tem uma…? Como é que é isso?

Felipe Oliva: Então, hoje a gente tem 46 mil influenciadores. Microinfluenciadores cadastrados. 46, 47, tem uma base muito grande. O nosso negócio é o que eu falei para você, de trazer ciência. Então, como se eu tivesse um casting muito grande, mas a gente só seleciona as pessoas de acordo, se bater, se tiver um matching com a demanda do cliente.

Luciano Pires: Tá.

Felipe Oliva: Então: ah, eu quero fazer uma campanha de moda nos e-commerces. Aí a plataforma olha métricas especificas dos influenciadores, e escolhe quem são. Indica quem são. Aí o cliente escolhe quem ele quer trabalhar. Então a plataforma faz toda a ciência por trás disso tudo. Porque tem muita variável no sistema. Tipo, você tem variável de segmento. Um influenciador que é bom para fazer uma campanha de pet, ele pode não ser bom para fazer uma campanha de moda.

Luciano Pires: Não é só porque ele tem 8 milhões de seguidores que…

Felipe Oliva: Exato.

Luciano Pires: Certo.

Felipe Oliva: Você precisa entender um monte de coisas. Você precisa ver como é que a audiência dele reage. Então, às vezes não é só cruzar dados com o influenciador, você tem que cruzar dados com a audiência.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Então, vários casos de às vezes faz uma campanha de um produto para mulher, só que a base da influenciadora é 60/70% de homens. Então não vai ser efetivo. Então o que acontece no nosso mercado é que ele precisa de muito dado para dar certo. E aí tem muito cliente que fala: ah, eu fiz um teste aqui, não deu muito certo, tal. Mas é porque você precisa de dados, precisa de profundidade para o negócio acontecer. E com os microinfluenciadores você vai precisar de escala. Então você vai trabalhar com muitos microinfluenciadores para o negócio fazer um barulho legal. Então é um pouco disso que a gente faz.

Luciano Pires: Que interessante isso aí cara. Como é que vocês montaram então esse sistema que você montou que é um banco de dados gigante. Né? Onde você comunicou ao mercado: atenção, se você tem um Instagram que tem acima de…?

Felipe Oliva: 5 mil.

Luciano Pires: 5 mil seguidores. Você entra aqui, preenche essa fichinha, põe teu nome aqui, me conta quem é você que nós vamos investigar. Aí você tem alguém indo lá e dando uma olhada no que o cara faz?

Felipe Oliva: Aí tem um primeiro crivo tecnológico, ele tem que obedecer umas regrinhas mínimas para conseguir se cadastrar efetivamente. Aí depois quando ele cai no sistema aí tem olhar de curadoria, têm outros filtros técnicos também no processo. Mas é assim mesmo.

Luciano Pires: E aí quando aparecer alguma coisa você mandou e a agência vai escolher. Dos 10 que você mandou, escolheu oito, e a agência que vai tratar com eles. Você saiu fora do sistema?

Felipe Oliva: Isso. Não, aí a gente opera hoje num modelo de full service. A gente ajuda todo o processo, todo o processo. Então todo o alinhamento do briefing dentro da plataforma, a gente pega o briefing, sobe na plataforma, os influenciadores são notificados tudo via push, SMS, e-mail. E aí a gente cuida do processo inteiro mesmo.

Luciano Pires: É interessante, porque a gente olha para essa história que você está contando, a impressão que dá é que esse mercado é totalmente amador e do tipo: ah, tem uma Gabriela Pugliesi aí, estava lá, bota lá, vai lá porque ela tem bastante gente seguindo lá. E não é assim, tem ciência nisso aí, né? E você bateu muito nessa tecla logo no começo, falando na questão da ciência, e com Big Data, você deve estar lidando com isso.

Felipe Oliva: Exato.

Luciano Pires: Inteligência Artificial e tudo mais. Né? Como é que vocês estão implementando isso no negócio de vocês aí? Porque isso é relativamente novo, eu tive aqui algumas entrevistas a respeito com coisas geniais, o cara me explicando como é que o Big Data funciona para te dar informação on time, de ele chegar e falar assim: cara o sistema nos disse que o Gugu tinha que – é real – o Gugu Liberato tinha que botar o paletó de novo, porque quando ele tirou o paletó ele perdeu audiência. Vai no ponto dizer: Gugu põe o paletó. E o Big Data estava fazendo isso. Você fala cara isso está num nível de sofisticação muito adiante do que a gente imagina. Né? Vocês estão agindo assim, estão com esse tipo de acesso, têm tecnologia para isso?

Felipe Oliva: Tem. Perfeito. Acho que a gente está numa fase de que a própria máquina está aprendendo. Então quando fala de machine learning, a gente cruza um monte de dado, então eu sei que o influenciador de moda fez uma campanha e não vendeu muito. Ah, porque ele não vendeu muito? Deixa eu entender. Aí a gente começa a aprender com as próprias campanhas, por isso que o volume de negócios que a gente trabalha, o volume de influenciadores, gerou dados suficientes para a gente permitir essa sofisticação. Então agora a gente começa a cruzar cada vez mais os dados para ficar cada vez melhor. A chegar num nível de falar assim: olha para essa campanha aqui o influenciador tem que postar uma foto com uma camisa roxa. Acho que isso é um sonho, a gente ainda não está lá, mas a gente está caminhando para isso.

Luciano Pires: Mas vai chegar lá.

Felipe Oliva: Conforme os dados, conforme a gente continua nesse ritmo tenho mais e mais dado, vai aprendendo para ser cada vez mais assertivo.

Luciano Pires: Vocês estão desenvolvendo ferramentas novas também que não tem por aí? Que vocês inventaram. Como é que é isso?

Felipe Oliva: Perfeito. Agora a gente está… a gente começou num nível de identificar palavras, então a gente avaliava tudo que era legenda, comentário nos posts, nos conteúdos, tudo isso. Agora a gente está caindo para um outro layer, que é uma camada de conteúdo visual. Então agora a gente está desenvolvendo uma parceria com uma empresa de Curitiba que ela tem uma inteligência artificial para ler e interpretar vídeos e fotos. Então a gente começa entender exatamente, ah, pode ser que o Luciano nunca postou, não fala que ele tem cachorro, mas se você posta foto com cachorro, nossa máquina, nossa plataforma vai identificar que você tem cachorro. E, portanto, você pode fazer campanhas com empresas de cachorro.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Então é outro, é mais complexidade ainda para os dados, não é só de texto, é de imagem também.

Luciano Pires: Você assistiu o documentário lá da Netflix? Como é o nome dele?

Felipe Oliva: O Dilema, o The Social Dilemma.

Luciano Pires: O Social, né. Social Dilemma. Dilema né? Você já está se vendo lá na próxima, no número dois, você dando entrevista lá? Arrependido. Orra meu, criei um treco aí que eu não seguro mais. Criei um monstro que está me comendo cara. Né?

Felipe Oliva: A boa notícia é que a gente segue todas as regulamentações da LGPD, tudo certinho para garantir que está tudo de acordo.

Luciano Pires: Sim, sim. Cara que interessante bicho. Aí pinta a pandemia. Né? Chega a pandemia e a pandemia chega de um jeito interessante porque ela aparece, a gente não acredita muito, ela começa a crescer, a gente continua não acreditando, de repente ela atinge uma dimensão tal, que todo mundo acredita até demais. Então nós estamos aqui num nível de histeria que, cara, eu não sei como é que vai acabar essa história toda aqui. Eu estava ouvindo agora de manhã, os caras falando da situação da Argentina, cara, a Argentina fechada, em lockdown há sete meses. Cara, isso é uma doideira né? E como é que isso atinge o negócio de vocês. Porque eu imagino que num primeiro momento ele atinge, porque a demanda de clientes… cai a demanda, porque está todo mundo parando de fazer coisas, depois essa demanda começa a voltar devagarinho, mas ela volta de um jeito diferente. Né? Como é que isso atingiu vocês?

Felipe Oliva: Eu acho que a primeira coisa assim, logo no começo a gente… para quem conhece um pouquinho da nossa cultura, a gente é muito preocupado com o time. Então a primeira coisa é: cara como é que a gente cuida do time? Como é que fica todo mundo bem? Então eu lembro ali, dia 20 de março, uma semana antes de todo mundo a gente para tudo, todo mundo vai para casa, a gente manda os equipamentos para casa, cadeira, essas coisas e fala: galera fica daí que é melhor. E até hoje a gente está assim. Agora a gente está discutindo uma política de voltar, num ritmo bem menor. Só que o engraçado é que a gente saiu na pandemia com 65 pessoas e agora a gente está com 110. Então tem o aprendizado aí de um monte de gente que eu nunca vi pessoalmente.

Luciano Pires: Cara têm coisas malucas acontecendo aí que você não… eu estou prevendo agora a hora que voltar ao normal, eu não acredito em novo normal, eu acredito no normal possível, sabe. Quando chegar o normal possível, nós vamos ter uma crise imobiliária, na área imobiliária comercial terrível cara. Porque os caras que tinham 100 vão descobrir, bicho eu funciono muito bem com uma sala com 20 caras, os outros 80 estão fora e estão indo super bem. E vai sobrar espaço.

Felipe Oliva: Com certeza.

Luciano Pires: Vai sobrar escritório.

Felipe Oliva: O que a gente viu, a gente contratou pessoas de várias cidades diferentes. Que a gente contratava só de São Paulo. A gente tem escritório em Curitiba também.

Luciano Pires: Que era um modelo que você não tinha? Você não tinha isso como modelo?

Felipe Oliva: Não tinha, nem olhava uma pessoa de outra cidade, ou olhava, mas tinha que trazer para São Paulo.

Luciano Pires: Claro.

Felipe Oliva: Agora não, agora a gente realmente está todo mundo trabalhando, e está funcionando muito bem. Então o ambiente do escritório vai mudar bastante, vai ser um ambiente mais de convivência.

Luciano Pires: Vai virar um show room.

Felipe Oliva: É.

Luciano Pires: Outro dia tive uma discussão aqui interessante, dizendo o seguinte, cara, olha onde a gente chega. Se você performar bem na empresa, se você tiver um resultado legal, se você estiver bem legal, você vai ganhar um prêmio, você vai poder ver a patota, se encontrar com eles. Sabe, isso que eu tenho que fazer hoje obrigatoriamente, eu tenho que encontrar todo mundo, todo dia, vai virar uma plus. Se você for legal, você pode vir encontrar a turma toda, a gente vai se reunir aqui e vamos…

Felipe Oliva: É verdade. Não, a gente… mas muita coisa vai mudar, eu acho que no começo foi… as pessoas foram meio levianas, saindo já soltando um monte de regra. A gente vai aprender.

Luciano Pires: Claro.

Felipe Oliva: Vai aprender, a gente vai se adaptar, assim como a gente vem fazendo.

Luciano Pires: E acho que essa adaptação vai acontecer por conveniência, sabe. Você vai descobrir, cara é muito conveniente que o cara não tenha que sair da Vila Ede para vir aqui na Faria Lima cara. O tempo que ele ia gastar lá ele está produzindo na casa dele. Fique aí cara. Né?

Felipe Oliva: É isso mesmo.

Luciano Pires: Mas precisou da pandemia para quebrar essa…

Felipe Oliva: Precisou. Mas ali no comecinho da pandemia acho que todo mundo toma um susto, eu acho que é muito… a nossa primeira reação é: como é que eu ajudo os meus clientes? A primeira coisa que a gente percebeu foi assim, que o fluxo de compra mudou, a jornada do consumidor mudou. O cara que antes ia no shopping lá comprar alguma coisa, ele não está indo mais no shopping. Então vários clientes nossos, que começaram a fechar loja física, um monte de coisa. A gente falou: cara, para onde que vai esse pessoal? Ah, vai comprar lá no digital. Então a gente começou a rodar muito estudo para passar para os clientes, falando: olha o comportamento agora, de março a abril, está sendo esse aqui. Março, abril e maio. Mudou, a gente tem que ser prepara para isso. Então, ali no começo todo mundo toma um susto, todo mundo pausa, mas aí depois que esse susto meio que acaba, o pessoal entende um pouquinho a dinâmica da… o novo, essa nova dinâmica, aí a gente é beneficiado com a pandemia. Porque todo mundo vai para o ambiente digital.

Luciano Pires: Claro.

Felipe Oliva: Quando a gente vai para o ambiente digital a gente tem mais dado, a gente consegue ser mais assertivo. A gente tem mais coisas. Levar o tráfego para o digital é mais fácil que levar para uma loja física. Porque às vezes a pessoa vê o post do influenciador: mas até eu ir no shopping, na loja, tal. É uma decisão mais demorada. Então aí o negócio é impactado positivamente, não sei nem se dá para falar assim. Que a pandemia é uma desgraça.

Luciano Pires: Pois é, eu estou encontrando um questionamento moral muito grande. Ontem eu fiz uma palestra para um cliente meu, que… e eles falaram: cara, nós estamos com um resultado excepcional esse ano, mas a gente não pode comemorar. Entendeu? Porque para nós, o resultado excepcional significa que tem gente doente.

Felipe Oliva: É.

Luciano Pires: Né? Então é… não dá nem para comemorar. Nós estamos com um número historicamente e não podemos comemorar. Sabe, dá essa batida, seu eu estou indo bem é porque é graças a uma tragédia. É complicado isso.

Felipe Oliva: É. Exatamente. Mas eu acho que no ponto de vista, os e-commerces já vinham crescendo muito, tal, e a pandemia acelera um crescimento que já ia acontecer. Podia demorar um, dois anos, mas ele ia acontecer.

Luciano Pires: Você falou que você em algum momento deu para os seus clientes uma dica aí que: moçada, está indo para o digital. Isso não está além do trabalho que vocês fazem?

Felipe Oliva: Com certeza. Mas aí tem uma postura mesmo da empresa mesmo, de um papel nosso de querer ser cada vez mais estratégico com os clientes. Eu não quero ser só um fornecedor, eu quero realmente ser estratégico, quero ser o parceiro dele, que quando ele tem problema ele me chama, quando ele tem alguma comemoração ele me chama também. Então a gente tem esse papel de ser – o pessoal fala consultivo. A gente está preocupado que ele atenda o resultado dele. Se ele atender o resultado dele consequentemente ele vai lembrar de mim e vai continuar me ativando. Então a gente está sempre se preocupando com isso.

Luciano Pires: Você está gerando valor?

Felipe Oliva: Exato.

Luciano Pires: Você vai gerando valor para ele, gerando valor.

Felipe Oliva: É.

Luciano Pires: Me fala uma coisa, você falou um negócio lá atrás que me chamou atenção, que era aquela coisa do sistema brasileiro ser maior e mais compreensivo do que é lá fora, lá fora era fragmentado, aqui ele tem que ser maior. Né? Hoje você já consegue olhar para fora e ver empresas fazendo o que você faz, do jeito que você faz, lá fora? Ou o Brasil continua uma coisa única?

Felipe Oliva: O Brasil, eu acho que se não me engano é o segundo país mais forte de social media, a média global são cinco horas e meia que o pessoal fica conectado, o brasileiro fica nove.

Luciano Pires: Cacete.

Felipe Oliva: Acho que isso é por semana, é alguma coisa assim.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Então assim, o brasileiro ele é superconectado. Então faz sentido você ter uma empresa brasileira de social media que seja global, porque ela aprende muito rápido. Então a gente tem algumas referências, mas eu e o Carlos mesmo, a gente tomou uma iniciativa mesmo de parar um pouco de olhar para fora e acreditar no que a gente está fazendo.

Luciano Pires: Sei.

Felipe Oliva: Então a gente compra uma empresa esse ano, lá em março, a gente compra uma empresa com uma visão completamente diferente do que é marketing…

Luciano Pires: Cara no começo da pandemia?

Felipe Oliva: É.

Luciano Pires: Com todo mundo pisando no freio e vocês: vai.

Felipe Oliva: É. A gente estava negociando desde o final do ano passado. Só que a gente assina mesmo os contratos, a gente começa a ver a pandemia ali, mas a gente fala: não, é o futuro mesmo. A gente compra uma empresa que cria, desenvolve comunidades on-line. Então ela consegue criar, são comunidades white label, com uma carinha superlegal, para você desenvolver e reter audiências on-line. E para mim a comunidade é a evolução do marketing de influência.

Luciano Pires: Mas eu não tenho dúvida nenhum cara.

Felipe Oliva: É. Mas ninguém assim no mundo olha isso. E a gente tomou esse passo e falou: não, vamos acreditar nisso mesmo.

Luciano Pires: Eu dei uma entrevista agora de manhã para uma rádio de Natal. E eles estavam comentando sobre essa mudança toda. Eu falei: cara o que está acontecendo agora. A gente chegou nessa conversa quando começou a falar de curadoria de conteúdo e tudo mais. Eu estava dizendo para eles: cara o valor vai estar aí. Porque a parte de tecnologia, aquilo que o dinheiro pode comprar. Isso vai equalizar, tem dinheiro você faz. Ah, vamos… com dinheiro você faz à vontade. O quê que vai ser diferencial? Vai ter gente com capacidade de curadoria tal que vai começar a criar hubs. Então eu tenho o hub do Luciano, quem chega até mim já sabe que se eu ver o material do Luciano, se ele está me apresentando algo ele já olhou, ele já fez a crítica dele e se ele publicou isso é porque vale a pena. Eu confio nele, eu vou ali em cima. Né? Esse é o hub do Luciano. Aí tem o hub do Felipe, que está lá, outra coisa, outra praia, o negócio dele é surf, não tem nada a ver comigo. Mas em algum momento esses hubs se cruzam, e aí uma parte do povo do Luciano vê, tem coisa legal a parte do Felipe vê aqui e cada núcleo desses vai formando… são milhares de pequenos hubs. Que tem tudo a ver com o que você falou dos microinfluenciadores. Né? E alguém que conseguir trafegar por esses hubs, meu, vai ser uma festa. Porque você falando com o Luciano, se tiver bem falado, eu vou contaminar o hub do… o teu, que vai ser contaminado aí, o teu grupo do Telegram, algum agente do meu grupo que também está no teu grupo. Ó cara, eu vi no grupo do fulano isso, está aqui também. Começa… é um negócio… cara.

Felipe Oliva: É exatamente isso.

Luciano Pires: É um animal, isso é um bicho vivo.

Felipe Oliva: E esse negócio da curadoria de conteúdo. Acho que você trouxe perfeitamente. O quê que a comunidade é? A comunidade é um lugar onde o conteúdo está curado, onde as pessoas falam sobre um determinado assunto e tem o mesmo interesse, os mesmos assuntos são falados lá dentro. E a gente quer trazer um pouco isso para o mercado de comunicação. Como é que a gente faz isso? O mercado de comunicação inteiro ele está pautado nas… até hoje – esse mindset está mudando – mas as marcas impondo o quê que tem que ser feito.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Ah, compra aqui, faça aquilo, faça aquilo. E eu estou escutando vários vice-presidentes de marketing que estão falando com a gente, tipo assim: ah, estou entendendo que é cada vez mais sobre participar das conversas e não impor as conversas. É exatamente, e isso muda tudo. Porque a marca sai de um papel, responsável de produzir e impor todos os conteúdos. E ela passa a curar. Ah, eu quero falar de surf? Ah, quem são os surfistas que eu vou patrocinar? Que são os criadores de conteúdo que eu vou patrocinar? Quem são as pessoas que eu vou trazer para a minha comunidade para crescer?

Luciano Pires: E tem uma coisa que esses caras não sacaram ainda. E aí eu vou te dar a experiência própria, eu estou nesse negócio de comunidade desde o Viber, Viper, o avô do Telegram lá atrás, desde lá que é quando eu montei primeira comunidade minha. Pequenina, um grupo ali no Viper. Né? E essa… e cresceu a comunidade, então hoje chama-se Confraria Café Brasil, e aí tem a do Café Brasil Premium. São comunidades que eu acabei achando o Telegram, o Telegram para mim se revelou um Nirvana das comunidades cara. Puta, o que a gente consegue fazer no Telegram eu não consigo fazer em lugar nenhum. Aquele negócio crescer de tal forma e se transformou num ser vivo com vontades e pensamento próprio. A comunidade passou a criar conteúdo que ela mesma consome. Começou acontecer mobilizações dentro da comunidade que estão completamente fora da minha… eu não estou fazendo nada lá. E eu descubro que tem um grupo paralelo que nasceu para aprender inglês. Aí tem um cara que ficou doente, a comunidade se reúne inteirinha cara, e vai socorrer o cara, que nunca viram o sujeito na vida, mas há um grupo e aquilo virou uma coisa viva, inteligente. Se uma marca cai ali dentro e consegue o good will com esses caras, meu, aquilo vira uma loucura. E eu comecei a tratar isso com quem patrocina meu PodCast. Então fiz o Café Brasil agora, veio a Perfetto Sorvetes, eu pego a Perfetto Sorvetes, levo na comunidade, falei: gente a Perfetto está patrocinando o PodCast que vocês tanto amam. Vai todo mundo lá para dentro das redes da Perfetto, e a mensagem é a seguinte: Perfetto, muito obrigado por patrocinar o Café Brasil. Você fala: cara esse negócio é tão louco, que os caras de marketing não conseguem entender o que está acontecendo. Entendeu? Porque é uma reação, primeiro que eles nunca tiveram. Você não consegue me dar um e-mail que você recebeu de um cara dizendo: muito obrigado por ter anunciado na Rede Globo. Isso não existe. E de repente os caras começam: o quê que está acontecendo aqui? Está começando a chegar um monte de input, está entrando no Face, está entrando no Instagram, um monte de gente para agradecer porque e gente patrocinou o PodCast. Isso está além de vender sorvete, e está além de fazer propaganda de sorvete, isso é você conquistar o coração das pessoas por conseguir penetrar nessa família, nessa grande família.

Felipe Oliva: Isso é o efeito. A gente tem vários cases de comunidades que começaram, a gente tem uma comunidade de cabeleireiros, têm 80 mil cabeleireiros lá dentro. Os caras são apaixonados por aquilo. Porque aquela comunidade mudou a vida deles.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Porque foi lá que ele aprendeu conceitos básicos e aí depois ele fez um curso e aprofundou ainda mais e conseguiu cobrar mais, e melhorou a vida dele. Ah, tem uma comunidade de médicos que falam de inovação, 185 mil médicos lá dentro.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Só falando sobre inovação. Ah, como é que eu me mantenho… a gente acredita no life long learning, que a gente fala, as comunidades elas vão ter esse papel crucial, eu vou querer estar sempre aprendendo. Ou aprendendo, ou consumindo um conteúdo de entretenimento, alguma coisa, mas eu estou sempre aprendendo. Então, quando você vai para essas comunidades, que a gente fala assim, mais B2B, mais de negócios, a pessoa vai ficar na comunidade a vida toda.

Luciano Pires: Vai.

Felipe Oliva: Porque ela sempre vai aprendendo conceitos novos, vai evoluindo.

Luciano Pires: E quando você se apega à comunidade, cara, qualquer coisa que eu descobrir eu vou contar para os caras. Não tem essa, guarda para você. Descobri um negócio novo aí que não vou contar para ninguém. Não, os caras na hora vão lá: meu, acabei de descobrir um site legal.

Felipe Oliva: Mas isso está totalmente conectado no nosso negócio quando a gente fala da colaboratividade.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: A gente acredita… a gente começou a trabalhar com vários microinfluenciadores, e é um trabalho muito colaborativo. Não é mais: ah, eu vou vender um Xampu, vou vender aquele Xampu naquela mensagem. São 300 mensagens diferentes, todas com o mesmo objetivo, mas cada um se comunicando do seu jeito, impactando a sua audiência, a sua comunidade. E aí quando você vai para a comunidade é o colaborativo que dá o resultado, são as próprias pessoas interagindo. O organismo vivo que você fala.

Luciano Pires: Pois é. Esse treco tem vida própria cara, ele está… ele já ultrapassou o que eu… e eu olhei para aquilo e falei: cara tem muito valor aqui.

Felipe Oliva: Com certeza.

Luciano Pires: É aí que está o valor, o valor não está no reclame, eu pagar uma grana para o Luciano me dar o espaço para eu poder falar com os caras que vão ver. Não é isso cara, é participação ativa, é estar lá dentro. E a gente começou a montar o esquema lá, o brinde que eu dou é do cliente. Então você vai ganhar um kit DKT. Quem é DKT? Meu patrocinador. Ah, ninguém nunca tinha ouvido falar em DKT e hoje DKT tomou conta. Entendeu?

Felipe Oliva: Legal.

Luciano Pires: Virou porque os caras têm uma relação de carinho com aquilo. Né? E acho que tem muito a ver, sabe. Se eu estou numa comunidade do influenciador X, eu tenho uma relação de carinho, qualquer coisa legal que você fizer para ele você está fazendo para mim também, que sou fã. Eu não gosto muito desse negócio do fã, mas, sabe. Eu me aproximo de algum lugar que me dá algum benefício. Se você é o cara que está ajudando que esse benefício venha eu vou transferir para você o carinho que eu tenho por ele. Né?

Felipe Oliva: Aham.

Luciano Pires: Cara isso é muito interessante, bicho. Vocês estão montando alguma estratégia para ajudar…? Você falou agora pouco que você estava dando alguns guide lines para o pessoal para: ah, vou ensinar o cara se colocar em cena, etc. e tal. Do ponto de vista de marketing, eu sou influenciador e tenho aqui 20 mil seguidores. Estou dando o caso real. Tá? 20,8 mil curtidores no Instagram, eu queria ter 100 mil. Vocês estão dando esse tipo de consultoria também? Não sei se é consultoria de… cara vamos fazer você… só tem 20 mil porque você está mal arrumado, porque você está falando errado, porque está publicando errado, porque teu linguajar é grosseiro. Vocês têm algum tipo de coisa assim?

Felipe Oliva: A gente acaba tendo um papel muito mais de trazer as boas práticas do mercado e como ele tem que se… a gente não olha individualmente cada um deles, porque o negócio está mais no… são vários influenciadores. Então a gente viu no marketing de conteúdo a chance de escalar o education, que a gente fala. Então a gente fica trazendo boas práticas de mercado, como é que ele aprende, como é que ele faz alguma coisa melhor, como é que o conteúdo dele pode ser diferente, quais são as horas que ele tem que postar o conteúdo, que tem mais engajamento. Então a gente traz várias… como a gente tem acesso a pessoas muito renomadas, a gente traz para fazer uma live para os influenciadores. Qual que é o assunto que vocês querem tratar? Ah, vamos tratar de audiovisual. Vamos buscar no mercado quem que é essa pessoa, traz essa pessoa, a pessoa faz uma live para eles, para tirar dúvidas.

Luciano Pires: Para aquele núcleo que você tem, para o teu grupo?

Felipe Oliva: A gente abre para todo mundo.

Luciano Pires: Mas esse pessoal está localizado num lugar? Você tem uma…? Você tem um…? Vou usar o meu exemplo. Você tem um grupo de Telegram com todos esses caras dentro?

Felipe Oliva: A gente tem a nossa comunidade.

Luciano Pires: A tua comunidade?

Felipe Oliva: É. Que é o clubedainfluencia.com.br.

Luciano Pires: Tá.

Felipe Oliva: Aí lá tem tudo, lá eles acessam todos os materiais. Aí lá as lives ficam gravadas, a gente hospeda lá, eles podem ver, podem consumir. Está tudo lá dentro.

Luciano Pires: Legal cara. Vocês estão bem avançados aí nesse processo. Né? Muito bom cara. Você continua tendo problemas com aquela coisa histórica de chegar para um cara agora, e: vim te explicar uma coisa que você não vai entender e vou te convencer que você vai ter que botar dinheiro num negócio que você não entende. O mercado amadureceu? Você, quando você chega você… já sabe do que se trata e…?

Felipe Oliva: Hoje, graças a Deus, a gente está numa posição que a gente é prospectado por vários investidores que querem investir no negócio. E aí agora a gente entende o quê que a gente quer. Se realmente é o melhor caminho, se faz sentido ou não. E hoje quando a gente senta numa mesa com o departamento de marketing, graças a Deus, hoje você já olha, tem uma linhazinha. Hoje, para quem trabalha é supercomum ter uma linha lá: marketing de influência. Mas para a gente que começou isso lá atrás, essa linha não existia. Que é a estratégia, a linha de mídia, né que vocês falam, um plano de mídia que todo mundo fala, antigamente não tinha nada disso. Aí hoje em dia você olha e já tem. E o que eu posso falar é que essa linha ela só vem crescendo. Que é aquilo que a gente falou lá atrás, quando você prova o valor, os clientes estão vendo, estão dando retorno, está investindo mais, e mais, e mais. Então a gente vem ano a ano, sentando junto com os clientes, hoje eles já entendem que a estratégia faz sentido. E hoje a discussão é muito mais, ela faz sentido… a gente começou abordando só um pouquinho, a gente falou assim: da mídia, da audiência. Mas marketing de influência é muito mais que isso.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: A gente está falando do conteúdo, então a gente tem cases de conteúdos dos influenciadores que foram transformados num comercial de TV. Aí eu estou falando de conteúdo puro. A gente tem um que virou um comercial do voo de uma companhia aérea. Aquele comercial que passam na TV, antes de decolar. O vídeo dos conteúdos virou esse comercial. Então hoje você já tem frentes de influenciadores não só como audiência, que vai impactar, mas como conteúdo, como PR digital, que a gente fala.

Luciano Pires: Quantos você falou que tem na tua comunidade? Quantos?

Felipe Oliva: Uns 46 mil.

Luciano Pires: Você tem 46 mil pessoas criando, cara.

Felipe Oliva: Exato.

Luciano Pires: 46 mil criadores, inventado moda. A ideia boa vem de qualquer lugar. Não vem do criador da agência, sentado com a gravatinha colorida dele lá. Né?

Felipe Oliva: Perfeito.

Luciano Pires: Isso vem de qualquer lugar.

Felipe Oliva: E aí você trouxe um ponto muito legal. Que é para onde eu acho que o mercado ainda vai amadurecer. A gente começa a ver algumas pequenas, algumas pequenas iniciativas de marcas chamando os influenciadores para co-criar produto.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Então ele vem: ó, estou penando em lançar esse produto. O quê que você acha? É o influenciador que sabe. Ele que tem a leitura da audiência. Ah, é um produto para surf. O cara tem uma base de 30 mil surfistas lá dentro, ele vai saber se a base vai gostar ou não vai. Então você começa a antecipar várias coisas. Você usa o influenciador como um formador de opinião mesmo.

Luciano Pires: É o trending topics. A mesma coisa cara. O quê que estão falando aí? O quê que vai acontecer? Quando você joga um negócio no Twitter lá vêm milhares, e algumas são geniais, são sacadas geniais.

Felipe Oliva: A gente teve uma empresa de bebidas alcoólicas que ela montou um kit em cima de insights de influenciadores. Uma bebida nova ali para competir com o gim, em cima dos insights.

Luciano Pires: Olha que coisa legal que você está falando aí cara. Se o departamento de marketing dessa empresa tiver a grandeza de perceber esse canal de volta. Porque normalmente o canal é de ida. Aqui está a minha ideia, aqui está a minha marca, aqui estão as cores, aqui está o dinheiro, faça. A agência criou, agora faça. Tem um outro canal de volta que esses caras ainda não perceberam, bicho. Espera um pouquinho, eu já falei, agora deixa eu ouvir. E nesse ouvir pode pintar…

Felipe Oliva: A gente está trazendo esse conceito da co-criação.

Luciano Pires: Mudanças.

Felipe Oliva: Toda hora. A gente está falando bastante: olha é importante fazer um workshop, a gente trás. E vai… mas é um processo… é um always on. É uma nova prática de mercado que…

Luciano Pires: Que muda completamente tudo.

Felipe Oliva: Que muda tudo.

Luciano Pires: Quê que você acha que vai acontecer com esse…? Tem uma velha indústria que está desmontando devagarinho, e tem uma nova indústria que está crescendo, que é absolutamente caótica. O exemplo que eu dou é o seguinte: os dinossauros estão morrendo e estão sendo substituídos pelos Velociraptors. Quem são? São os dinossauros menores, mais ágeis, mais rápidos, que precisam de menos comida, gastam menos energia e atacam em bando e destroem o dinossauro grandão. Nós estamos assistindo isso a acontecer. Só que chegaram as bactérias, que vão acabar com os Velociraptors. E a bactéria sou eu, é um cara sozinho, que de repente montou uma máquina aqui, que tem o PodCast, virei uma mídia, tem um canal, tenho meu hub, milhares de bactérias destroem um dinossauro. Nós estamos assistindo tudo isso acontecer ao mesmo tempo. Os velhos estão… tem… e aí vai. Você consegue ver essa diferença? Porque você lida com bactéria e lida com dinossauro ao mesmo tempo, e também com Velociraptor no meio. Você consegue enxergar essa…?

Felipe Oliva: Hoje eu volto naquela premissa que a gente falou um pouquinho no começo, assim, acho que algumas empresas precisam se perguntar o valor que ela está gerando na cadeia. Porque aí você vai começar a diagnosticar várias empresas que hoje não geram tanto valor e estão ali querendo segurar o desenvolvimento do mercado, e querendo ficar ali presa num negócio que não funciona mais. Então, o que eu vejo hoje é, quando eu vejo as bactérias crescendo, tudo, é impossível segurar tudo isso.

Luciano Pires: Não segura.

Felipe Oliva: É impossível. Então você tem que realmente… essas novas instituições, essas novas empresas elas vêm para mudar totalmente o paradigma do mercado. Então você pode fazer o que quiser, mas você não vai conseguir resistir. Não dá para mudar. Então o que eu vejo é realmente, assim, essas empresas vão começar a ganhar cada vez mais relevância. Cada vez mais os dinossauros vão ficar com dificuldade. É natural. Porque como é que eu me reinvento? Como é que eu volto a gerar o valor que eu gerava antes? Então eu acho que o mercado vai passar por muita mudança. E vai ter muito espaço para coisas legais. Acho que isso é uma… eu acho que o colaborativo que a gente falou ali também é o que vem, com certeza.

Luciano Pires: Já têm coisas geniais surgindo aí que não surgiriam no ambiente anterior.

Felipe Oliva: Com certeza.

Luciano Pires: Sabe aquela história que… a antítese que eu consigo ver. Eu olho hoje em dia. Eu pego um disco da Beyoncé e vou olhar a música de sucesso dela, têm 14 compositores cara. 14 caras para escrever uma música, e a letra deve ser: hi baby, yes, yes, uh, uh, hi baby. 14 caras para fazer aquilo. Sabe? Aí você pega a ficha do disco, 25 caras para fazer não sei o que. Cara é um modelo gigantesco, que só consegue sobreviver porque é a Beyoncé que carrega, ela carrega bilhões. Né? Mas se você trouxer isso para o nosso mundinho aqui não vai rolar cara, eu não vou conseguir… um cara tem que fazer a música, outro tem que gravar e a gente vai e bota no ar um videozinho meia boca, põe aqui e tem 25 milhões de views. E não precisou de ter nada disso no meio do caminho. Quer dizer, é uma quebra completa de paradigma e essas coisas estão vivendo lado a lado, cara. A gente… em algum momento eu achei que a grande mídia absorveria… fenômeno Justin Bieber, seriam Justin Biebers, eles surgem, vão para a grande mídia e explodem. Mas isso durou pouco, não está sendo assim cara, esses caras estão explodindo à revelia da grande mídia. Você vê caras com canais aí gigantes… o próprio Whindersson Nunes, vai, o Whindersson chega em 11 milhões de seguidores sem grande mídia cara.

Felipe Oliva: É verdade.

Luciano Pires: E você não consegue… como é que você gerencia um negócio desse? Como é que você…? É complicado cara, é um mundo completamente… eu fico animado de falar disso aí, porque eu… cara eu estou com 64 anos de idade, e eu assisti à chegada do computador e eu estou vendo esse momento acontecer. Então para mim é fascinante cara, porque estão acontecendo coisas que ninguém nunca imaginou. A gente ficou focado no desenvolvimento da tecnologia, que ia melhorar a vida da gente, comunicação, e estamos agora discutindo. Vamos voltar à Netflix? Ao documentário. Cara falou: cara, nós estamos discutindo um sistema maravilhoso naquele lado negro. Tem um lado negro dele que ninguém imaginou que podia acontecer e que está causando problemas sérios aqui. Né? E eu estou vendo tudo isso acontecendo há um tempo. Então, para mim é fascinante cara.

Felipe Oliva: O que eu gosto, assim do meu perfil, desse dinamismo todo ele traz uma série de oportunidades.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Então é muito legal assim, se você tem uma boa ideia, se tem vontade de fazer, hoje todo mundo consegue fazer. O nosso sonho dentro da Squid é que a gente consiga fazer com que os influenciadores consigam cada vez mais viver daquilo que eles amam.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Então cara, sou um especialista… isso não era possível. Lá atrás você tinha que – que a gente falou – seguir uma carreira, fazer, estudar, seguir a carreira, se aposentar, tal.

Luciano Pires: Mãe vou ser youtuber. O que você vai ser quando crescer? Youtuber. Meu esse moleque está louco cara. Hoje em dia isso é viável.

Felipe Oliva: Hoje em dia você tem total poder de fazer o que você quiser. Eu acho que a Squid está para potencializar isso. Se a gente puder ajudar com um colchão ali, com as tecnologias, os ferramentais que você precisa ter, putz, vai ser o maior prazer.

Luciano Pires: Quê que vocês estão planejando agora. Qual é o…? Quê que vem pela frente aí? A maquininha está azeitada? O sistema de vocês está funcionando? Ele chegou onde vocês queriam? É claro, sempre tem o que mais fazer. Mas ele está no que vocês queriam?

Felipe Oliva: Duzentos por cento, graças a Deus.

Luciano Pires: E é um sistema proprietário?

Felipe Oliva: Proprietário. E hoje a gente está com mais de 300 clientes simultâneos, a gente já rodou mais de 4 mil campanhas. Então tem muito aprendizado, um volume violento de trabalho. Mas assim, foi ao longo desses seis anos, foi amadurecendo, foi evoluindo. E hoje a gente está supercontente. A gente está, mas a gente é sempre inquieto. É aquilo que eu falei, aquele aspecto da inovação, acho que não dá para parar. Porque é o que a gente estava falando, o mercado, e ainda mais social media, é tão dinâmico. Quê que você para. Agora, veio o TikTok.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Né? Então, surgiu do nada, e a pandemia também acelera isso. Vem uma rede assim, aí todo mundo está trabalhando, tal. Como é que faz? A gente foi… a gente é procurado direto para saber. Como que eu me posiciono? O quê que eu faço? Então não dá para parar. Então a gente está cheio de novidade, a gente olha, a gente está no Brasil, mas a gente já está olhando um pouquinho mais para o fora também. Então a gente também já tem alguns clientes fora, a gente conquistou um primeiro cliente na Europa. Então a gente vai… vai tendo muita coisa boa que está por vir.

Luciano Pires: Muito legal cara. Excelente, bicho, grandes insights aí, eu estou… eu como produtor e PodCaster eu sou um desses influenciadores digitais preocupado com a desorganização dessa área, mas me parece que as coisas estão começando a se encaixar e a se organizar. E acho que grande parte disso é o amadurecimento do cliente. São os caras que têm dinheiro para investir que vão ter que ter maturidade para saber: cara eu… depende de quem eu alimentar. É o fenômeno João Cleber, enquanto tiver nêgo botando dinheiro, aquela porcaria fica no ar cara, aquilo vai ficar indefinidamente porque tem nêgo botando dinheiro lá. Até que alguém fala: espera um pouquinho, pega essa grana e põe algo que preste melhor. Aí aquilo acaba. E agora vai ter um esquema de seleção natural acontecendo assim também.

Felipe Oliva: Com certeza, com certeza. Acho que vai ser um bom momento, sempre mudando. Sempre evoluindo.

Luciano Pires: Legal. Como é que eu faço se eu quiser conhecer o trabalho de vocês? Eu quero saber qual é o nome do livro, qual é o filme, qual é o site. Como é que é? O quê que tem?

Felipe Oliva: Acho que o… para quem quiser saber um pouquinho mais da história da Squid, quiser mandar uma mensagem para a gente, tem o nosso site, que é squidit.com.br.

Luciano Pires: O squid é com “S” mudo né? “S”, “Q”, “U”, “I”, “D”?

Felipe Oliva: Isso.

Luciano Pires: “S”, “Q”, “U”, “I”, “D”, squid?

Felipe Oliva: Isso. “I”, “T” de tatu, .com.br, squidit.

Luciano Pires: squidit.com.br.

Felipe Oliva: Isso.

Luciano Pires: O it está junto com o squid?

Felipe Oliva: Isso.

Luciano Pires: squidit.com.br.

Felipe Oliva: Perfeito. E aí pode mandar também um e-mail para contato@squidit.com.br. Quem quiser me adicionar no Linkedin, acho que é a rede que eu posso mais ajudar ali no pessoal, é Felipe Dias Oliva, estou lá à disposição, quem mandar uma mensagem e eu puder ajudar de alguma forma vai ser o maior prazer.

Luciano Pires: Curiosidade aqui. Não pode terminar o programa sem ela. De onde vem o nome Squid?

Felipe Oliva: Essa é a pergunta que a gente pede para ninguém fazer.

Luciano Pires: Por isso que eu deixei para o final.

Felipe Oliva: Muito boa. Quando a gente começou a empresa, a gente queria criar uma coisa mais divertida, então o logo tinha uma lulinha, que ela tinha vários tentáculos com várias fotos que ela tirava. Então a gente ia personificar a marca, e aí a gente deu o nome de Squid, que é a lula, porque ela realmente tinha vários tentáculos, estava fazendo várias coisas simultâneas.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Então ele nasceu daí. Aí ficou. O pessoal gostou, aí a marca ficou, e a gente fez um rebranding ali e ficou ainda mais forte.

Luciano Pires: Tem som de desenho animado. Squid é uma onomatopeia de desenho animado. Isso aí.

Felipe Oliva: É, mas deu certo.

Luciano Pires: Legal. Grande Felipe. Obrigado cara. Acho que valeu né? Você trouxe um insight bem interessante aí. Eu adoro conversar com a moçada que está na ponta, vocês estão desbravando um mundo completamente novo aí, me atrai demais. É um mundo onde eu estou também navegando nele. Embora eu seja uma espécie de um dinossauro do PodCast. Mas eu acho que tem realmente, tem muito caminho para ser… tem muita coisa para ser desbravada aí cara. E quando eu vejo minha mãe com 83 aos de idade: estou com um problema aqui no meu Facebook, não sei o que. Eu falo: cara que mundo maluco que nós estamos vivendo aí. Porque isso é irresistível não é cara?

Felipe Oliva: Com certeza, não tem volta.

Luciano Pires: E essa coisa do mobile então, isso traz uma… com a minha filha na hora do almoço, eu estava falando com ela, ela: pai, esse treco de reconhecimento facial me ferrou, porque eu não lembro de mais nenhuma senha. E essas coisas estão mudando a vida da gente numa profundidade que a gente não percebeu ainda. Eu não tenho mais autonomia cara. Se eu sair de casa sem celular eu não sei quem eu sou.

Felipe Oliva: É verdade.

Luciano Pires: Como lidar com isso cara.

Felipe Oliva: Com certeza. E aquilo que a gente falou, a gente vai se adaptando a tudo. Cada vez… as coisas que vêm para ajudar, elas vão ficando e acho que a pandemia, a gente discutiu um pouquinho disso também, ela veio realmente para acelerar algumas coisas, mas do ponto de vista dos influenciadores trouxe um aspecto muito legal, que as pessoas perceberam que são todas iguais.

Luciano Pires: Sim.

Felipe Oliva: Todo mundo é igual, então o influenciador está lá em casa, aparece alguém na câmera, a luz não está do jeito que estava antes.

Luciano Pires: Está angustiado também. Está angustiado, está morrendo de medo.

Felipe Oliva: Está cansado de ficar em casa.

Luciano Pires: Legal.

Felipe Oliva: Então isso foi muito legal, a gente falou bastante disso também no começo da pandemia.

Luciano Pires: Ótimo. Bem-vindo meu caro.

Felipe Oliva: Muito obrigado.

Luciano Pires: Um grande abraço, muito bom conhecer vocês aí. Sucesso viu.

Felipe Oliva: Eu que agradeço, Luciano, pelo convite.

Luciano Pires: Muito bem, termina aqui mais um LíderCast. A transcrição desse programa é exclusiva para assinantes da Confraria Café Brasil e do Café Brasil Premium. Lembre-se, confraria.cafe.

Locutor: Você ouviu LíderCast, com Luciano Pires. Mais uma isca intelectual do Café Brasil. Acompanhe os programas pelo portal cafebrasil.com.br.