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Luciano Pires -
Download do Programa

O programa de hoje é a reedição de outro que foi ao ar em 2011, inspirado numa frase de Simone de Beauvoir: “O mais escandaloso nos escândalos é que nos habituamos a eles.” Voltaremos a um assunto que nunca esteve tão em pauta: a corrupção! Posso entrar?

Amigo, amiga, não importa quem seja, bom dia, boa tarde, boa noite, este é o Café Brasil e eu sou o Luciano Pires.

Antes de começar o show, um recado: preparamos um resumo do roteiro deste programa com as principais ideias apresentadas. Um guia para você complementar aquelas reflexões que só o Café Brasil provoca. Para baixar gratuitamente acesse o roteiro deste programa no portalcafebrasil.com.br/563

E quem vai levar o e-book Me engana que eu gosto é a Milena;

“Meu nome é Milena, eu sou de Dourados, Mato Grosso do Sul, até minhas crianças, eu tenho dois filhos, o Miguel de onze e a Ana de nove e é super bonitinho, toda vez que a gente viaja e a gente viaja bastante, aos,  fins de semana, começa a tocar a música do Café Brasil, os dois já sabem cantar, eu vou gravar eles e mandar pra você escutar, é muito bonitinho de ver. Meu filho é um moleque de onze anos e ele já está começando a curtir o Café Brasil.

Eu queria até te pedir uma sugestão de alguns episódios, eu comecei a escutar tem uns seis meses, por conta de um amigo meu que é aí de São Paulo e que escuta indo pro trabalho. Só que a cidade que eu moro é pequena, então às vezes não dá tempo de eu escutar até chegar no meu trabalho, porque eu gasto cinco minutos, dez minutos pra chegar. Mas, a gente pegou esse habito. Toda vez que a gente viaja, a gente escuta, você vai viajando com a gente. Eu queria te pedir a sugestão de alguns episódios mais voltados pra quem é muito novo, tipo adolescente que nem o meu filho mesmo. Eu tenho escutado alguns e mandado pra ele. mas, se você puder soltar essa ideia, eu agradecia. Um abraço, vida longa ao cafezinho. Obrigada”.

Olhaí Milena de quando em quando a gente solta um programa mais fácil pra garotada curtir, nem sempre é possível, mas a gente vai tentando. Eu tenho realmente pensado em abraçar mais esse desafio de falar com os mais jovens, viu? Vamos ver se logo mais a gente consegue implementar uma ideia doida aí… o Café Brasil com leite…

Muito bem. A Milena receberá um KIT DKT, recheado de produtos PRUDENCE, como géis lubrificantes e preservativos masculino e feminino. PRUDENCE é a marca dos produtos que a DKT distribui como parte de sua missão para conter as doenças sexualmente transmissíveis e contribuir para o controle da natalidade.  O que a DKT faz é marketing social e você contribui quando usa produtos Prudence. facebook.com/dktbrasil

Vamos lá então! Lalá. Hoje o tema é corrupção.

Na hora do amor, use

Lalá – Era pra ser Prudence, mas a minha foi desviada…

E você agora tem um ambiente para mergulhar mais fundo em conteúdos para seu crescimento pessoal e profissional: lançamos o Café Brasil Premium, nossa “Netflix do Conhecimento”, repleta de sumários de livros, vídeos, podcasts, áudios… cara! É um monte de conteúdo. É uma festa para quem quer crescer. Acesse cafebrasilpremium.com.br, conheça nossa proposta e junte-se aos mais de 700 assinantes que já estão viajando por lá.

cafebrasilpremium.com.br

Conteúdo extra-forte.

Essa loucura que você está ouvindo aí no fundo, no podcast, você ouve o clássico APANHEI-TE CAVAQUINHO, de Ernesto Nazareth, que foi composta em 1915 e dedicada a Mário Cavaquinho, amigo de Nazareth, que é tido por algumas pessoas como o inventor do cavaquinho de cinco cordas. Aqui bicho, a coisa  pega…você tem Armandinho com Yamandu Costa numa interpretação… não sei nem o que dizer. Escuta só….

E o Marcio de Melo Castanho, que há muitos anos escreveu nas Iscas Intelectuais do Portal Café Brasil, um dia enviou um texto chamado “Xô, corrupção ! Queremos o país de volta para o futuro”, um texto que ainda é muito atual.

Bem, amigos do Luciano Pires. Se você está aí enxugando o plasma da tela da TV, acompanhando mais um “Cidade Alerta” e preocupado com os destinos da Brazuca aí do alto do helicóptero do “Comandante Pipoco”, acredite: o Brasil já foi o país da moda, antes de virar o país do medo.

Não falo da moda do Versolatto ou da Bundchen, embora isso também faça parte do tema.

Quero dizer que o Brasil já foi a bola da vez em matéria de charme, sedução, imagem positiva.

Para quem tem menos de trinta, não dá para acreditar, não é mesmo ?

Com tanta desorganização, com tanta corrupção ?

Pois já fomos bem melhores, meus patrícios.

Posso provar…quer voar comigo no tempo… ?

Vamos voltar a fita, então….atenção…..vrrrrrrrrr….pronto, eis-nos aqui, em preto e branco…na tela, a imagem congelada do ranco e mangas arregaçadas, orgulhoso, tendo ao fundo as obras inacabadas do Palácio do Planalto. Bela foto.

Antes de apertar o “play”, vamos à tese informal desta coluna: existem quatro maneiras de uma nação exportar a sua cultura, construindo uma boa imagem internacional e projetando-se positivamente na mídia mundial, o que abre caminho natural para as oportunidades comerciais e de investimentos (particularmente turismo, atividade que praticamente sustenta um país como a Espanha).

Essa “Imagem Corporativa”, digamos assim, é projetada pelos ícones do esporte, do cinema, da Música e do binômio artes/arquitetura (aqui representada pelas obras marcantes, como a Torre Eiffel, de Paris ou as Pirâmides do Egito, por exemplo).

O país de Barak Obama sabe muito bem disso, há mais de século. Para o jovem que discordar da tese, experimente puxar pela memória, digamos, dos anos 80 ou 90 e ver quais foram seus ídolos na infância/adolescência….Michael Jordan…Arnold Schwarzenegger… Michael Jackson … Sylvester Stallone…

Muito bem. Vamos parar por aqui, pois o Cidade Alerta está até mais interessante.  Voltemos para o nosso aparelho de vídeo e apertemos o “Play” e vamos para as chamadas do “Repórter Esso” de hoje (lembre-se, estamos no túnel do tempo e levamos o vídeo junto).

ESPORTES:

– “Depois de tornar-se bicampeão mundial de futebol, o Brasil conquista também o bicampeonato mundial de basquete !! “

– “Maria Esther Bueno conquista Wimbledon pela terceira vez, após ganhar o US OPEN por duas vezes”.

– “Éder Jofre é eleito o melhor pugilista do mundo Silvio Fiolo é recordista mundial de natação Ademar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico no salto triplo”.

CINEMA

– “Brasil conquista a Palma de Ouro em Cannes, com o “Pagador de Promessas” “O Cangaceiro” é indicado ao Oscar”.

MÚSICA

– “A Bossa Nova toma conta do mundo “Garota de Ipanema” é a música mais executada no planeta e ganha gravação de Frank Sinatra. João Gilberto e Tom Jobim lideram grupo que vai apresentar o novo gênero mundial no Carnegie Hall”.

– ARTES

-“Bienal de São Paulo é eleita, juntamente com a de Veneza, o maior evento das Artes Plásticas mundial”.

“ARQUITETURA

– “Paris Match”, “Life” e principais publicações mundiais trazem na capa o fenômeno Brasília, a capital futurista que foi erguida em apenas três anos, do nada. Lucio Costa e Oscar Niemeyer tornam-se referência mundial na arquitetura.

Pause, please.  Deixa o redator enxugar as lágrimas de nostalgia…

Incrível, mas tudo isso aconteceu num espaço de apenas cinco anos, entre 1958 e 1963. Mas, como dizia o poeta da moda, Drummond (nossa literatura ia de vento em popa) …”No meio do caminho havia uma pedra….”

Ou um tanque de guerra, com um penico sobressalente à soleira. Tudo isso foi interrompido pelo Golpe Militar de 1964. Repentinamente, num estalar de dedos, fomos catapultados (para baixo) de país charmoso à condição de república de bananas (com minúscula, mesmo) e motivo de chacota internacional. Porrada na rua. A moda deu lugar ao medo.  Nas casas e nas universidades onde se respirava política, música, artes, esportes… repentinamente, o temor.  Proibido falar, pois “os homens” podem não gostar.

E vieram trinta anos de obscurantismo, silêncio corrosivo, censura, falta de criatividade, até desembocarmos neste vácuo de lideranças e nesta confusão de identidade em que o Brasil se encontra.

E a corrupção desenfreada veio nesse vácuo, pois o brasileiro ficou com medo de protestar até mesmo do motorista de ônibus que despenca ladeira abaixo, com as pessoas caindo pelo corredor.

Afinal, o motorista não é a “autoridade” do coletivo…? Até aí chega o medo e a confusão.

E eis que chegamos a um momento em que a midia está atolada de “Horários Políticos Gratuitos” (uma nova ditadura, enfim) pois ir contra isso é “ser anti-democrático”. Em que passeatas de minorias param o trânsito da avenida Paulista, para desespero de milhares que querem apenas trabalhar ou chegar em casa, e ninguém proíbe isso pois teme passar por “politicamente incorreto”.

Esses são os reflexos, de uma “elite” política que se formou, e de uma “casta” nos escalões inferiores, insaciável no seu metiér de sugar os 40% de carga tributária de uma das maiores economias do mundo.

Mas o Brasil vai reencontrar seu caminho. E o desafio, por incrível que pareça, resume-se a dar fim a uma única palavra: IMPUNIDADE (se você entendeu “imunidade”…? Não está errado não).

Vamos, pretensiosamente aqui, puxar uma campanha nacional desde já: “XÔ, CORRUPÇÃO !! ATITUDE, BRASIL !!”. Seja bem-vindo a este novo País.

Politicagem
Jessier Quirino

A tal da politicagem?
É o acento circunflexo da palavrinha cocô
É feito brigar com um gambá
Pois mesmo o cabra ganhando
Sai arranhado e fedendo
É dirigir dando ré
O cabra tem três espelhos
E ainda olha pra trás
E pode prestar atenção:
Na boca do candidato é o mesmo Mané Luis
Trabalho, honestidade
Trabalho  honestidade
Por quê?
Porque o povo gosta de mentira!
Seu Manezinho Boleiro
Suplente de merda viva
Foi dar uma de sincero
Dizendo o que pretendia
Trabalhar de terça à quinta
E roubar só o normal
Teve uma queda de votação tão pra baixo
Que até hoje ainda é suplente
Taí, fila da puta!

Tire seu político do caminho
Que eu quero passar com o eleitor
Hoje, pra esses peste eu sou Chiquinho
Fí de Seu Chico aboiador
Mas amanhã sou Chico véi que não dá trégua
Assim, táqui pra tu, fí duma égua

De domingo agora a oito
É dia de eleição
É dia do pleiteante
Do fundo do coração
Perguntar: o que desejas?
A quem tem de louça um caco
De terra só tem nas unhas
E mora de inquilino
Numa casa de botão
De domingo agora a oito
É dia “arreganha-cofre”
É de ajudar os que sofrem
É dia do estende a mão
E se agarrar com farrapos
De mastigar vinte sapos
E não ter indigestão
É dia de expor na fala
Que bem conhece o riscado
Ninguém come mais insosso
Ninguém bebe mais salgado
De domingo agora a oito
Não relampeja e nem chove
É o dia que nos comove
É o grande dia “D”
Agora, o dia “fuD”
Vai ser de domingo à nove

Uia… você ouviu o grande Jessier Quirino com um trecho do texto POLITICAGEM… prestou atenção na letra? Pois é…

E então encontro um texto interessante do empresário Ricardo Semler, chamado CORRUPTINHOS, que cabe aqui como uma luva.

Ao fundo temos BOI DA CARA PRETA, popular música de ninar que não sei quem compôs, mas que aqui você ouve com o violino de Ricardo Herz.

Montamos um evento que reunia os 50 mais representativos brasileiros para discutir os nós górdios do Brasil. O evento chamava-se DNA Brasil.

Num dos anos, o tema foi “Somos ou estamos corruptos?”

Um dos participantes, paladino da ética, confessou que tinha sido parado por um guarda rodoviário e, dada a pressa, decidiu colocar R$ 50 junto com a carteira de motorista.

Nós, brasileiros, participamos de uma longa série de pequenos subornos e atos que não achamos bonitos, mas consideramos um mal necessário, ou uma convenção cultural. Depois, apontamos os dedos para os eleitos pelo voto.

Sim, cada um dos partidos está compromissado com um sistema que envolve desonestidade estrutural. Mas cada brasileiro dá apoio contínuo à corrupção, mesmo na vida particular.

Desde o Cabral que veio com Pero Vaz de Caminha, passando pela alta elite que escolhia presidentes, a ditadura e a totalidade dos partidos existentes, o país sempre se caracterizou por grandes malandragens.

Nenhum político eleito tem o luxo de ser completamente honesto. E nós estamos sempre elegendo gente que exige propina, cargos ou favores, sob ameaça de paralisar o governo, como Dilma percebeuq21′

O nosso Cabral atual, que anda de jatinho de empresário que depende de favores oficiais, não se digna sequer em ficar vexado. Sabe que vai ficar por isto mesmo.

Uma pausa no texto do Ricardo. Lembre-se que isso aqui é um texto que foi publicado lá em 2010, 2011, hein?

Continuando.

Talvez porque qualquer brasileiro aceitasse uma carona de jatinho em troca de ceder um favor?

Afinal, não se troca voto por camiseta?

Claro que isto tudo não é uma característica apenas brasileira.

Num congresso anticorrupção em Praga, lembrei à delegação alemã de que a lei deles -na época- permitia deduzir do imposto qualquer suborno dado a pessoas fora da Alemanha! Vê-se a hipocrisia da realpolitik.

E a formação desta mentalidade, começa aonde, na escola? Se a maçã da professora já é símbolo sutil, de que forma a educação pereniza a desonestidade? Existe algo mais institucional do que a “cola”?

E mais: alguns dos empresários e políticos mais jovens e destacados são príncipes da corrupção, desbancando o sonho de que as novas gerações seriam menos sórdidas do que as antigas.

A cidadania ensinada na escola não chega a este tema, porque é incômodo para os pais. Preferível falar de meio ambiente ou ensinar a não atirar o pau no gato.

Precisamos separar tempo de aula – que está sequestrado por trigonometria e tabelas periódicas- para que a meninada pense no que eles já fazem – e veem os pais fazerem – que perpetua a corrupção.

Afinal, hoje estamos presos num ciclo eterno onde filho de corrupto corruptinho é.

Olha, estimativas dizem que 2,3% do PIB brasileiro são perdidos todo ano com corrupção. Isso dá mais ou menos 100 bilhões de reais, cara! Bilhões! Todo ano. Isso dá mais ou menos 500 reais para cada brasileiro, todo ano, cara. Isso é dinheiro que as empresas deixam de investir em atividades produtivas, que o Estado deixa de aplicar na saúde, na segurança, na educação… Mas o pior, o pior mesmo, não é tanto o dinheiro perdido. No final das contas cara, a gente acaba recuperando. O pior é a criação de uma sociedade desconfiada, na qual roubar é tão normal, que ninguém mais se espanta. O nome disso é iniquidade, você lembrou, hein?

Preste atenção na sua fala. Policie-se para não passar para suas – e nossas – crianças a impressão de que isso tudo que aí está, é normal.

Não pode.

Normal tem de ser ver esses bandidos na cadeia.

Primeiro, o que nós vamos mudar de concreto, nós vamos provar que você pode tranquilamente colocar corrupto na cadeia.

Você está acompanhando o que está acontecendo na Câmara Municipal de São Paulo, ou seja, tem gente aí que fala que é caçador disso, caçador daquilo, tem gente que fala que mata a cobra e mostra o pau, agora, o político que fala que mata a cobra e mostra o pau, ele é mentiroso. Porque mostrando o pau, você não está mostrando que matou a cobra.

Nós aqui em São Paulo, estamos demonstrando o que, através da Câmara Municipal: que nós matamos a cobra e mostramos a cobra morta. Ou seja, nós provamos o crime e estamos condenando o crime. Taí porque, lugar de ladrão é na cadeia.

Corrupto. E corrupto não é apenas o cidadão que é funcionário público que rouba. Você começa a ver a corrupção é no guarda, que ao invés de educar alguém que está parado errado, ele já quer uma propina. É no supermercado, é na feira, é na padaria, é na loja.
Ou seja, no Brasil, predomina a teoria de que é preciso levar vantagem em tudo. E nós precisamos mudar isso. E vamos mudar isso, dando exemplo. E dando exemplo, significa acabar com a impunidade.

Na hora que a gente prender o responsável pelo crime Coroa Brastel, pelo caso Capemi, pelo caso Delphin, a hora que a gente for atrás do senhor Naji Nahas e colocá-lo no xilindró… porque se um trabalhador rouba um pãozinho, ele vai preso e apanha. O cidadão dá um desfalque de quatrocentos bilhões e está em Paris, gozando da nossa cara. Esse cidadão tem que ser preso, esse cidadão tem que pagar pelo desfalque que ele deu na Bolsa de Valores, porque esse é o grande ladrão.

O pequeno, nós sabemos que às vezes, rouba pra comer. Mas o grande, rouba de sem-vergonha e esse nós precisamos colocá-lo na cadeia. Assim que a gente vai mudar o Brasil.

Não sou filho de ninguém
Carlos Careqa

Hoje eu tirei o dia para pesquisar
O meu passado histórico
A minha árvore familiar
Saber de quem eu sou filho
Se eu tenho um sobrenome a zelar
Berço de ouro ou manjedoura de palha
O nome do pai ajuda ou atrapalha?
Posso ser filho de Chitãozinho e Xororó
Ou de Gilberto Gil
Será que o Lula conheceu
Nesse Brasil
Alguém que me pariu
Alguém que me pariu
Dizem que um olho parecido sempre sai
Posso chamar Chico Buarque de papai
Será mamãe a Zizi Possi
Será o Reginaldo Rossi
Quem me leva pra escola
Quem me leva pra praia
Se chamarem meu pai
Será que vai lacraia?
Também sou filho de Deus
Mas não sei com qual das Sheilas
Ou do Abílio Diniz com a Leila
Cansei de procurar não tem DNA
Que localize a minha origem
Acho que sou filho da puta com pai virgem
E pensando bem
Eu tô bem assim
Eu não sou filho de ninguém
Ninguém é filho de mim

E é assim então, ao som de CARLOS CAREQA com NÃO SOU FILHO DE NINGUÉM que o Café Brasil de hoje que mais uma vez tratou de corrupção, vai embora.

Com o angustiado Lalá Moreira na técnica, a revoltada Ciça Camargo na produção e eu, o inconformado Luciano Pires, na direção e apresentação.

Estiveram conosco a ouvinte Milena, Carlos Careqa, Yamandu Costa com Armandinho, Ricardo Herz, Jessier Quirino e… Lula.

Este é o Café Brasil. De onde veio este programa tem muito mais. Visite para ler artigos, para acessar o conteúdo deste podcast, para visitar nossa lojinha no … portalcafebrasil.com.br.

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Para o resumo deste programa, portalcafebrasil.com.br/563

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Conteúdo provocativo, grupos de discussão e uma turma da pesada, reunida para trocar ideias de forma educada, compartilhando conhecimento e crescendo junto!

E para terminar, uma frase de Mariano José Pereira da Fonseca, o Marquês de Maricá, escritor, filósofo e político brasileiro:

Um povo corrompido não pode tolerar um governo que não seja corrupto.