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Luciano Pires -

Já pensou no seu negócio fazendo vendas no Instagram e Facebook? Essas são duas das redes sociais de maior engajamento hoje em dia. O Instagram, por exemplo, já possui um bilhão de usuários no mundo. A Nuvemshop, maior plataforma de e-commerce da América Latina, ajuda você a montar o seu e-commerce nas redes sociais em minutos!

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E você, como ouvinte do Café Brasil, receberá 25% de desconto na primeira mensalidade da loja virtual Nuvemshop, além da promoção padrão de 30 dias gratuitos e isenção da tarifa de venda durante 90 dias. Que tal, hein? O link exclusivo da promoção está na descrição deste programa no portalcafebrasil.com.br.

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“Você conhece pessoalmente algum idiota?

Só de ler a pergunta, talvez já lhe tenham vindo um ou dois à cabeça. Eu mesmo, enquanto escrevo, estou pensando em vários. Quem não conhece, não é? Que os idiotas estão por aí, eu creio estarmos todos de acordo (você, eu, Platão, Sertillanges, Nelson Rodrigues — um timaço, o nosso). Vou passar para a próxima pergunta.

O que você realmente faz para não ser um idiota, nem ser feito de idiota, hein? Bom, talvez esta seja um pouquinho mais difícil. Talvez você precise de um momento de reflexão e autoanálise.”

Bem, o programa de hoje é dedicado aos que se consideraram idiotas e buscaram um jeito de sair dessa condição. Este Café Brasil é uma homenagem a um demolidor de idiotas.

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires.

Posso entrar?

O texto com o qual abri este programa, perguntando se você conhece algum idiota, é o que abre o livro O Mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, de Olavo de Carvalho.

Olavo morreu no dia 24 de janeiro de 2022, deixando milhares de admiradores e de detratores. Amor e ódio foi o que ele despertou ao longo de uma vida complexa e desafiadora. Olavo apanhou como poucos e sua morte foi como aquela cena do filme Constantine, quando o protagonista acende um isqueiro e ilumina milhares de demônios que estão no escuro à espreita. Sim, é esse o mundo no qual vivemos, cercados de monstros à espreita de uma oportunidade para atacar. Muitos desses monstros travestidos de amigos, seres bondosos e angelicais. Olavo tinha o dom de revelar suas almas. E por isso foi tão odiado.

Mas muita gente viu na obra de Olavo atalhos para uma compreensão da vida como ela é. Eu sou um desses, e este programa é uma homenagem ao velho Carvalho.

“Fala, Luciano. Beleza? Meu nome é Evismar, eu sou de Recife, mas estou morando na Irlanda, na cidade de Galway tentando terminar aqui meu doutorado.

Cara, eu sou ouvinte do seu programa desde 2015 e já ouvi todos os programas mesmo os que você lançou bem antes disso.

E cara, sempre concordei com tudo o que você falava. Sempre gostei muito, aprendi muito e sempre concordei com tudo, a ponto de ficar um pouco preocupado, porque eu ouvia os seus ouvintes falando que cara, eu discordo bastante do que você fala, mas acho bem produtivo ouvir, aprendo bastante. E eu ficava pensando comigo: caramba, eu concordo com tudo que esse cara fala, deve ter alguma coisa errada.

Porque quando você concorda com tudo que alguém fala, você tá sendo enviesado de alguma forma, ou você não está sendo crítico, de alguma forma e eu estava um pouco preocupado.

Mas, recentemente, eu quero te agradecer porque eu nunca discordei tanto das coisas que você falou, dessa pandemia pra cá e o ápice disso foi no podsumário do Estupro da mente. Concordei com tudo, não concordei, aprendi bastante, na verdade, na mensagem do livro mesmo. Mas os seus pitacos, cara, eu discordei 80%.

Quando não discordei, eu vi uma certa parcialidade, de forma que, tipo, se você tem dois lados, existem dois, três, quatro, cinco lados, mas vamos quebrar em dois, por exemplo. E eu só vi você citar exemplos de um lado e quando, claramente dava pra citar exemplo do outro lado também mas, por algum motivo você não fez isso. Não sei quais são os seus motivos mas, queria te agradecer por isso. Por me permitir discordar de você em alguma coisa.

Mas assim: não vou deixar o áudio só pra isso, porque quero agradecer por toda a tradução que você tem feito. Não só você, mas também o Lalá, a Ciça… Falando nisso, eu acho curiosíssimo a Ciça ser petista. Mesmo assim, está sempre trabalhando com você, eu não sei como ela consegue e não sei como você também consegue, mas se vocês dois conseguem trabalhar juntos, mesmo tendo opiniões tão diferentes, eu acho que não faz sentido nenhum eu deixar de ouvir você, por exemplo, por discordar das suas opiniões, nesse ponto.

Eu já aprendi muito com as coisas que você falou e tenho certeza de que vou aprender bastante ainda. E é isso cara. Me desculpe porque esse é o primeiro áudio, a primeira mensagem que eu mando, depois de quase dez anos ouvindo seu programa. Já comentei bastante no Facebook, mas nunca te mandei um áudio e também não sou assinante ainda do Cafezinho Premium, por questão de tempo mesmo, não vou ter tempo de consumir o conteúdo. Quando eu terminar o doutorado, se Deus quiser, vou passar a assinar, porque vale a pena contribuir com as coisas que você tem feito, né?

E é isso. Queria deixar meu abraço e viva o Cafezinho. 

Grande Evismar! Cara, seja bem-vindo! Rarararar… eu consegui fazer você discordar de mim então? Que bom, isso é o que eu chamo de Fitness Intelectual! Olha, meu caro, eu tenho um lado sim, e sempre o deixei muito claro para todo mundo. Eu sempre estarei enviesado, mas você sempre saberá disso. No entanto, eu tomei muito cuidado com esse Podsumário aí, viu? Se você se incomodou porque entendeu que só dei exemplos pra um lado, é porque já está do outro. E nem percebeu…

Você já sabe que a Perfetto patrocina o Café Brasil fazendo sorvetes, não é!

No site perfetto.com.br – lembre-se sempre que perfetto tem dois “tês”, a gente enlouquece.

E, a Perfetto acaba de renovar o patrocínio do Café Brasil por mais uma temporada. Que em 2022 nunca lhe falte sorvete Perfetto para celebrar o emprego ideal, a viagem dos sonhos, os fins de semanas em família, as novas conquistas pessoais, o encontro de alguém especial e tudo aquilo que o seu coração desejar!

Você tá se aguentando aí, cara? É difícil, né?  Vai lá no blog! Dá uma olhada, cara: é enlouquecedor!

Luciano – Lalá, como é que é mesmo?

Lalá – Huuummmm. Com sorvete #TudoéPerfetto.

O livro mais popular de Olavo de Carvalho, é esse mesmo: O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. Foi lançado em 2013 pela editora Record, e é uma coletânea de artigos de Olavo organizada pelo jornalista Felipe Moura Brasil e o editada por Carlos Andrezza, que apresentam o livro assim:

Olavo de Carvalho é uma inteligência demolidora.

Você vem com a frase feita, ele vem com a britadeira. Você vem com o reflexo condicionado, ele vem com o tratamento de choque. Você vem com o senso comum, ele vem com a história universal.

Para cada ideia compactada em slogan, ele tem um unzip terapêutico.

Para cada cretinice repetida pelo processo inconsciente de copy and paste, ele tem um arsenal de rastreadores que localizam a fraude na origem, não sem revelar o seu percurso.

Como um educador de verdade, Olavo dinamita o mal que paralisa a sua inteligência e oferece as ferramentas com as quais você pode erguê-la, deixando claro que não fará isso por você, porque a educação é uma conquista pessoal.

“Educação”, ensina ele, “vem de ex ducere, que significa levar para fora”, exatamente o contrário do que se costuma fazer no Brasil, onde o simples diálogo entre pessoas de áreas profissionais ou “tribos” distintas tornou-se, senão impossível, no mínimo deprimente.

Se as universidades formam habitantes de cada departamento, Olavo orienta você a ser um habitante da cultura. Se as escolas fabricam um exército de militantes, Olavo indica o caminho para voltar a ser gente, de preferência madura. Se a mídia encobre a realidade com eufemismos, Olavo alfabetiza você de novo, chamando as coisas pelo nome, doa a quem doer. Se o empresariado dá provas de ódio ao conhecimento, Olavo dá receitas de como alcançá-lo, incutindo ao mesmo tempo este desejo. Se o ambiente visual urbano torna o essencial indiscernível do irrelevante, Olavo conduz você pela selva, enquanto vai ordenando o caos. Se o acesso a lazeres e prazeres ilimitados infunde nas pessoas um sentimento de culpa traiçoeiro, Olavo mostra com quantos sacrifícios se restitui a sanidade, em prol de uma felicidade duradoura.

Tudo com o mais autêntico bom humor. Tudo com o mais envolvente dos estilos.

Seja em livros, artigos de jornal, apostilas de curso, aulas, vídeos ou programas de rádio, Olavo une a linguagem popular à alta cultura, no todo e nas partes, variando apenas, de acordo com o formato, a intensidade de cada uma, mas sempre com o poder de educar e divertir ao mesmo tempo os seus milhares de leitores, ouvintes e alunos, e com a coragem de expor ao ridículo a quadrilha de “intelectuais” que corrompe o país.

É um homem de fé, sem dúvida. “A fé”, dizia José Ingenieros, “se confirma no choque com as opiniões contrárias; o fanatismo teme vacilar diante delas e intenta afogá-las, enquanto agonizam suas velhas crenças”.

Incapazes de manter suas ideias de pé no choque com as opiniões e argumentações demolidoras de Olavo, seus adversários tentam afogá-las, marginalizá-las e xingá-las — não raro fingindo-se alvos de insultos injustificados ou afetando superioridade à base de risadinhas — no intuito de afastar o público do mais breve contato com o autor.

Se você quiser obedecer ao comando e maldizê-lo sem ler ou fugir, fique à vontade.

Olavo de Carvalho não é para frouxos.

É cara: Olavo não é para frouxos… tanto Felipe Moura Brasil como Carlos Andreazza, pregavam a necessidade de trazer à luz vozes que eram constantemente ignoradas, vetadas e canceladas por um pensamento hegemônico. Andreazza fez isso de forma brilhante, editando dezenas de títulos fundamentais para a difusão do pensamento liberal/conservador pela Record. Ou Record . Nunca sei quando é uma ou outro. E Felipe foi o responsável pelo livro que se constitui na porta de entrada para um universo que Olavo apresentou a seus leitores.

Mas por volta de 2018, de estrelas em ascensão no rádio e no segmento editorial, Felipe e Andreazza transformaram-se em comentaristas de pouca expressão em veículos decadentes da grande imprensa, exatamente por contrariarem tudo que escreveram na apresentação do livro de Olavo. Ambos caíram no abismo cada vez maior entre o universo midiático-educacional e a realidade, ao serem infectados pelo vírus da polarização política que afetou a capacidade cognitiva de muita gente inteligente. A ponto de torná-las irreconhecíveis. Mas isso é discussão para outros programas.

Hoje eu quero falar um pouco do Olavo. Eu conheci seu trabalho por volta do final dos anos 90, ao ler o Imbecil Coletivo. Pô cara, alguém naqueles anos estava falando umas verdades que abalavam as ideias hegemônicas que orientavam o cenário cultural do Brasil! Mas aquilo estava longe de meu alcance, eu era só um executivo de uma multinacional, preocupado em vender autopeças. Mas fui seguindo o homem de longe, curioso com a capacidade que ele tinha de criar inimigos.

Acompanhei a forma como ele foi vagarosamente sendo eliminado de todos os jornais e revistas para os quais escrevia. Era uma perseguição implacável, que para quem tinha um mínimo de capacidade analítica, parecia uma tentativa de calar à força alguém que tinha argumentos.

Depois Olavo se mudou para os Estados Unidos e eu pouco soube dele até encontrar seu programa True Outspeak em 2016. Olavo surfou na internet como ninguém. Foram quase 300 episódios até 2012, que eu me divertia ouvindo antes de dormir. Olavo era ferino, falava palavrões, tinha uma coragem que não se via em nenhuma outra mídia. E fazia aumentar o ódio contra si, de forma assombrosa. Ele tinha argumentos, cara!

Não foi preciso que eu concordasse 100% com ele para ver ali um lone wolf, o lobo solitário, que lutava bravamente, sozinho, contra todos os tipos de inimigos.

Nunca fui seu aluno, não li todos seus livros, mas pelo True Outspeak  eu tive acesso a dicas preciosas de autores, obras, textos, filmes, um universo de conhecimento que eu não encontrava em nenhum outro lugar. Tornei-me um admirador e coloquei em funcionamento minha teoria da gordura da picanha: eu separava as coisas que não me agradavam para ficar com a carne. E ganhei muito, conheci pessoas, ampliei minha visão de mundo como não conseguiria fazer de outra forma. E fiz questão de jamais, jamais, me tornar um Olavete caricato. Eu continuava, como continuo até hoje, adorando os escritos de Rubem Alves, um autor que dava urticária em Olavo. Curto a obra de Caetano, Gil, Chico, gente que Olavo desprezava. Tenho os Beatles decorando meu escritório inteirinho, cara.

Do Olavo, eu recolhi tudo aquilo que achei que me completava, sem precisar anular aquilo que eu era.

Em 2018 fui para os Estados Unidos com a missão de entrevistar Olavo para o LíderCast. Minha meta era conversar com ele sem trata-lo como uma caricatura e sem ficar babando ovo. Eu queria apresentar para as pessoas o Olavo como um ser humano, cheio de defeitos e virtudes, como qualquer um de nós.

Fui recebido de forma gentil e carinhosa, Olavo confiou inteiramente em mim sem nunca ter me visto. Não exigiu nada, não proibiu nada, e quando lhe perguntei quanto tempo tínhamos para gravar ele respondeu:

– O tempo que você quiser.

Bom, o resultado está imortalizado no LíderCast, um de meus top 5 e me orgulho profundamente daquele bate-papo.

Na sequência, o que se viu foi o início de um processo de exorcismo político no Brasil, quando milhares de demônios saíram desesperados das catacumbas. O Brasil do futebol, da mulata, da cerveja, tornou-se o país do ódio, do ataque e da desconfiança. Um cenário de crise moral e ética que desembocou em crises políticas, sociais e econômicas, algo parecido com o convés do Titanic enquanto os passageiros desesperados esperavam um lugar no bote salva vidas. não tinha lugar pra todos, cara.

Poucos se salvaram, muitos se agrediram, quem devia liderar estava perdido, muitos desistiram… e enquanto isso tinha uma orquestra lá que tocava.

Numa situação desesperadora como essa, de histeria e de salve-se quem puder, tudo que precisamos é de um guia. Alguém confiável, que conheça um caminho, que tenha um toco de vela, que nos aponte por onde ir e como ir. Milhares de pseudo líderes tem surgido, tão ou mais perdidos que seu seguidores. Muitos mentindo, de olho em poder, grana e sucesso, mesmo que efêmero.

Os poucos líderes genuínos que sobraram estão escondidos, com medo ou estrategicamente esperando que a histeria passe.

Olavo era um que surgia de peito aberto. Para tirar centenas, milhares, da idiotice. Inclusive eu.

E nasceu a Itaú Cultural Play, plataforma de streaming gratuita dedicada a produções nacionais. O catálogo oferece mais de cem títulos já na estreia e é composto de filmes, séries, programas de TV, festivais e mostras temáticas e competitivas, além de produções audiovisuais de instituições culturais parceiras. É só fazer um cadastro gratuito que você poderá acessar todo conteúdo e escolher se verá no desktop ou no celular.

Acesse itaucultural.org.br. Agora você tem cultura entrando por aqui, por aqui, pelos olhos e pelos ouvidos…

Muito bem… Desde que eu descobri a obra do Olavo, tenho tentado disseminar o que aprendi a partir dele. Sem olavismo, sem babação de ovo, sem acreditar em tudo, mas, especialmente, sem me deixar contaminar pela caricatura e pela máquina de destruição de reputações que há mais de 40 anos disparava sobre Olavo sem parar. Com muita pena eu vi e vejo ainda, gente que se considera inteligente, avaliar o seu trabalho usando clichês e rótulos, sem mergulhar em seus livros, sem seguir suas dicas. Que baita desperdício, cara. Mas é sempre assim, né?

Bom, agora em Janeiro de 2022, Olavo morreu. O homem de carne e osso se foi, aquela irreverência das redes sociais não se vai se renovar, cara. Ficará apenas o seu legado. Que é muito, mas muito mais perigoso para os idiotas do que era o homem. Basta ver a reação histérica de seus detratores à sua morte. As redes sociais e até mesmo as colunas de jornais e revistas foram tomadas por uma horda de monstros morais, que tripudiaram sobre sua morte, em posts que enojam, indignam e dão pena desses seres miseráveis.

Eu fico aqui, com o exemplar de uma edição de colecionador do Mínimo do você precisa para saber não ser um idiota. Recebi esse exemplar das mãos do Olavo, com uma dedicatória: “Para Luciano Pires, lembrança de sua visita. Olavo de Carvalho, 15/2/2018”.

É assim então, ao som de Pomp and Circumstance march nº 4, de Edward Elgar, que abriu as edições do True Outspeak,que eu deixo aqui a minha saudação a Olavo de Carvalho.

Lalá, essa gravação está boa demais. Aquela que o Olavo usava era bem tosca. Você tem ela aí?

Pois é… Pompa e Circunstância. Eu tenho certeza de que tenho muito ainda a aproveitar dos caminhos que ele apontou.

Olavo foi um demolidor de idiotas. Por isso tanta gente tem medo dele.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, completando o ciclo.

O conteúdo do Café Brasil pode chegar ao vivo em sua empresa através de minhas palestras. Acesse lucianopires.com.br e vamos com um cafezinho ao vivo.

E se você quiser vir para o ecossistema do Café Brasil cara, venha! Podcasts, videocasts, textos, e-books, livros, área de debates, um plano de assinatura muito legal, onde além de participar, junto com um monte de gente, você ajuda a gente a financiar esse trabalho aqui. Venha! É mundocafebrasil.com. mundocafebrasil.com.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Para terminar, uma frase de Olavo de Carvalho, que resume nossos tempos:

Um búfalo é muito mais forte e temível do que um leão. A diferença é que o leão quer comer um bife de búfalo e o búfalo não quer comer um bife de leão. Resultado: o leão acaba vencendo.