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Luiz Alberto Machado - Iscas Econômicas -

Ser estrangeiro

 

“Quando vemos no noticiário crianças sírias ou de países africanos que morrem afogadas tentando chegar à Europa em botes, ou dezenas de pessoas sufocadas dentro de caminhões em travessia clandestina do México para os Estados Unidos, é essencial entender de que horror essas pessoas fogem.”

Patrícia Campos Mello

 

Um dos problemas mais debatidos no mundo contemporâneo é o das migrações, em especial as involuntárias, fenômeno que se acentua por ocasião de guerras, revoluções, perseguições políticas, conflitos étnicos ou grandes catástrofes da natureza.

Em situações como essas, volume considerável de habitantes de uma determinada localidade se vê obrigado a se transferir para outra localidade – mais ou menos próxima e em caráter mais ou menos permanente – em busca de segurança e/ou de condições mais favoráveis do que as existentes em sua localidade de origem.

Ao longo da história, há inúmeros registros de ocorrências desse tipo, entre as quais podemos citar: a de judeus de diversos países por ocasião da perseguição na Segunda Guerra Mundial; a de habitantes de Ruanda por ocasião do genocídio decorrente das disputas entre hutus e tutsis[1]; a de haitianos depois do terremoto que assolou o país em 2010; a de sírios por conta da prolongada guerra civil; a de venezuelanos em razão da situação política e econômica agravada no governo Maduro; e, mais recentemente, de ucranianos em função da guerra com a Rússia[2].

Independentemente da existência de diferentes denominações – migrante, refugiado, deslocado, asilado ou exilado – qualquer um que passe a viver fora de seu país de origem é um estrangeiro e, como tal, enfrenta situações que só quem viveu nessa condição é capaz de conhecer em toda a extensão do seu significado.

É claro que existem diferenças, sendo algumas situações mais complicadas do que outras, mas o fato de se viver “fora de casa” por si só exige determinadas atitudes que poderão facilitar ou dificultar a referida experiência.

Por se tratar de tema tão complexo, rendo minha homenagem a João Paulo Charleaux, que conseguiu em menos de 100 páginas, no livro que tem o título deste artigo, descrever, brilhante e didaticamente, as diferentes modalidades de migrações, suas principais consequências e, com base em relatos reais, os sentimentos dos que vivem essas experiências.

O autor é jornalista e, além de cobrir eventos internacionais em viagens curtas ao longo de sua carreira, morou como estrangeiro no Chile e na França, vivendo como imigrante nos dois países. E, embora não seja o caso do autor, vale a pena enfatizar a observação feita por ele: “O migrante – sobretudo quando migra em situação desfavorável – é frequentemente visto com repulsa”.

Dividido em cinco capítulos – 1. Quem é o estrangeiro?; 2. Grandes migrações através dos tempos; 3. Na pele de um refugiado; 4. Tipos de migrantes, de leis e de instituições; e 5. Você e o imigrante ao lado – o livro possui duas características marcantes, sua redação acessível e sua abordagem criativa.

A acessibilidade, segundo Patrícia Campos Mello, que assina a orelha do livro, decorre do desejo do autor “que queria escrever um livro para ser lido por jovens antes que eles se tornassem adultos endurecidos pela ignorância, adultos que agridem estrangeiros ou votam em líderes que fazem do ‘outro’ o bode expiatório para os males do mundo”.

A criatividade pode ser percebida em diversas passagens. A mais interessante delas, a meu juízo, ocorre quando o autor faz uma analogia entre os diversos países, suas culturas e suas fronteiras com um bairro da cidade na qual cada um de nós vive atualmente.

Nesse bairro, cada país corresponde a uma casa ou edifício. Os moradores e funcionários de cada um desses prédios são como os cidadãos dos países, e as ruas e avenidas são estradas ou mares que conectam as diferentes nações.

Prédios comerciais enormes, com várias torres e elevadores, cheios de funcionários, portarias, catracas e seguranças, correspondem às grandes potências do mundo capitalista. Edificações grandes assim poderiam ser países como os Estados Unidos ou a Alemanha, onde os moradores vivem com conforto, mas o acesso para quem vem de fora é controlado e restrito.

Há nesse bairro também prédios pequenos onde funcionam cortiços superlotados, com quartos mal iluminados, equipados com beliches, nos quais lâmpadas frias pendem da fiação do teto, com banheiros de uso compartilhado no corredor, roupas penduradas em arames e eventuais brigas entre os condôminos. Há no mundo um bom número de países em desenvolvimento que correspondem a essa descrição, tais como a Somália ou o Haiti. Neles, falta conforto para a maioria dos habitantes, e os desafios para a vida cotidiana são bem grandes.

Feita essa analogia, cuja semelhança com a realidade é muito mais realista do que se pode imaginar, especula o autor na sequência:

O que aconteceu para que cada prédio seja o que é hoje? Alguns parecem tão ricos. Outros, tão pobres. Há razões para isso. Perceba que alguns condomínios têm, por exemplo, abundância de água, com poços artesianos construídos em seus quintais. Enquanto isso, em outros, há cortes de fornecimento de água, com tubulações precárias e escassez desse recurso tão vital.

No passado, moradores de muitos desses prédios opulentos se serviram de recursos produzidos por prédios que agora são mais pobres. Por muito tempo, prédios que hoje são mais pobres se deixaram administrar por síndicos corruptos e irresponsáveis. Muitas vezes, os prédios mais pobres foram acertados em cheio por essa duas realidades – a da exploração predatória dos vizinhos e a da má gestão de seus próprios moradores -, além de terem passado por outros infortúnios imprevisíveis, tais como rachaduras estruturais provocadas por abalos sísmicos ou destelhamentos decorrentes de tormentas, furacões e tufões.

Se gostaram dessa pequena amostra, recomendo vivamente a leitura do texto completo.

 

Iscas para ir mais fundo no assunto

Referência

CHARLEAUX, João Paulo. Ser estrangeiro: Migração, asilo e refúgio ao longo da história. São Paulo: Claro Enigma, 2022.

[1] Em abril de 1994, o presidente ruandês Juvénal Habyarimana (um hutu) foi morto num atentado contra o avião em que viajava. Logo no dia seguinte, o genocídio começou. Sem apresentar provas, as lideranças hutus acusaram os tutsis pelo assassinato do presidente e conclamaram a população a iniciar a matança.

[2] Não incluo nessa relação a guerra de Israel com o Hamas, uma vez que os habitantes da Faixa de Gaza não  têm sequer a possibilidade de migrar, dadas as restrições de saída de seus moradores.

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