Café Brasil 233 – Vozes do Rádio
Luciano Pires -Mais um especial do Café Brasil, com quase uma hora de duração. Desta vez com três convidados especiais: Antonio Viviani, Irineu Toledo e Vini França, três vozes do rádio que falam do início do FM no Brasil, da importância da voz, do rádio atual, da banalização cultural e de temas importantes para quem ama o rádio e, por extensão, o podcast! O programa tem quase uma hora de duração e várias inserções de locutores famosos, jingles e músicas com artistas de vozes especiais. Na trilha sonora Rhaissa Bittar com Mauricio Pereira, Gonzagão com Raimundo Fagner, Luiz Melodia com Cassia Eller, a banda Lúcifer, Adoniran Barbosa e, é claro, Vicente Celestino. Apresentação de Luciano Pires.
+ Ver roteiro completoCIÇA, IRINEU, LALÁ, LUCIANI, VIVIANI e VINI
Bom dia, boa tarde, boa noite. Hoje vamos falar de vozes. As vozes do rádio.
Como o programa de hoje é especial, não vamos ter o texto completo. Mas, você vai ter todas as informações do programa, as letras das músicas para que você não perca nada.
Para começar uma frase do escritor francês Emile Gaboriau
A voz que fala em conformidade com as nossas mais
queridas esperanças será sempre ouvida.
E quem ganhou o brinde da semana foi o Paulo Henrique, que esta numa maratona ouvindo todos os nossos programas e comentando cada um deles. Escolhi um comentário do Paulo no programa VOZES DO BRASIL:
“Caro Luciano!
Também sou apaixonado pelo Rádio,principalmente o AM.Para ser locutor era exigido uma voz potente, paternal e acalentadora. Esse tornou-se o padrão vocal de qualidade da locução radiofônica na “era de ouro” do Radio brasileiro.
O grande diferencial do rádio sempre foi -foram – a (as)voz (es). Mas hoje já existe o chamado “rádio com imagem”. Talvez esteja nascendo um novo conceito de rádio. O mundo está mudando e devemos seguir a História, criar a História!
Comparar a qualidade dos programas antigos com os que são produzidos atualmente? Nem vale a pena. Tanto aqueles quantos estes são tempos diferentes. Mas algo me chama a atenção:antigamente não havia tanta informação disponível, no entanto, uma maioria visível prezava a leitura, a qualidade cultural. Ouvia-se mais e melhor, confirmando nossa tradição oral de educação. Pela audição, a imaginação fértil.Isso talvez explique o estrondoso sucesso do Rádio, sobretudo as radionovelas.
Os programas competiam em qualidade e os anunciantes evitavam vincular seus produtos à programas de baixa qualidade. Como eu disse, aqueles eram outros tempos.”
O Paulo Henrique ganhou um exemplar do meu livro Nóis que invertemo as coisa, autografado. E se você ficou com inveja, é fácil. Comente este programa no www.portalcafebrasil.com.br.
Por isso começamos com a Rhaissa Bitar e o Mauricio Pereira, que você ouve cantando BONECA DE PALHA, de Daniel Galli. Duas vozes muito particulares da mpb.
Boneca de palha
O Ary falava daquela boneca
Da cor do azeviche da jaboticaba
E acabava com nego de branco
Mas vejam que essa vida não acaba
Tava eu na feira de Embu das Artes
Uma barraquinha bem atrás de um buda
E chacoalhando uma boneca de palha
Toda espalhafatosa e toda cabeluda
Chacoalhe que me chacoalhe
Me espalhe, me desembrulhe
Mas não me espete com qualquer paspalho
Quero um moço que me amasse sem fazer barulho
To com vontade de dar um malho
Cê tá perdido, até parece agulha
Queria ter nascido um espantalho
Espelho quebrado não faz fagulha
Qual é seu nome, boneca?
É Célia.
Que falsete! Até parece que tomou gás hélio
Eu não consigo mais tirar o olho
Ponha as barbas de molho, cê tá muito velho
Chacoalhe que me chacoalhe
Me espalhe, me desembrulhe
Mas não me espete com qualquer paspalho
Quero um moço que me amasse sem fazer barulho
Tem dó desse maltrapilho
Ó minha boneca de palha
Que brilha no meu estribilho
Que brilha, que brilha, quando chacoalha
Chacoalhe que me chacoalhe
Me espalhe, me desembrulhe
Mas não me espete com qualquer paspalho
Quero um moço que me amasse sem fazer barulho
Ói eu aqui
É eu!
Samba italiano
“gioconda, pitina mia,
Vai brincar alí no mareí no fundo,
Mas atencione co os tubarone, ouvisto
Capito meu san benedito”.
Piove, piove,
Fa tempo que piove qua, Gigi,
E io, sempre io,
Sotto la tua finestra
E vuoi senza me sentire
Ridere, ridere, ridere
Di questo infelice qui
Ti ricordi, Gioconda,
Di quella sera in Guarujá
Quando il mare ti portava via
E me chiamaste
Aiuto, marcello!
La tua gioconda ha paura di quest’onda
What a wonderful word
I see trees of green, red roses too
I see them bloom for me and you
And I say to myself
What a wonderful world
I see skies of blue and clouds of white
Bright sunny days, dark sacred nights
And I think to myself
What a wonderful world
The colors of the rainbow are so pretty in the skies
Are also on the faces of people walking by
I see friends shaking hands saying
How do you do?
They´re really saying
I love you
I see babies cry, I watch them grow
They´ll learn much more than I´ll ever know
And I think to myself
What a wonderful world
Yes, I think to myself
What a wonderful world
And I say to myself
What a wonderful world
Que mundo maravilhoso
Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer para mim e você
E eu penso comigo… que mundo maravilhoso
Eu vejo os céus tão azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da noite
E eu penso comigo… que mundo maravilhoso
As cores do arco-íris, tão bonitas no céu
Estão também nos rostos das pessoas que se vão
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: “como você vai?”
Eles realmente dizem: “eu te amo!”
Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles aprenderão muito mais que eu jamais saberei
E eu penso comigo… que mundo maravilhoso
Sim, eu penso comigo… que mundo maravilhoso
Private Idaho
Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo
You’re living in your own Private Idaho
Living in your own Private Idaho
Underground like a wild potato.
Don’t go on the patio.
Beware of the pool,
blue bottomless pool.
It leads you straight
right throught the gate
that opens on the pool.
You’re living in your own Private Idaho.
You’re living in your own Private Idaho.
Keep off the path, beware the gate,
watch out for signs that say “hidden driveways”.
Don’t let the chlorine in your eyes
blind you to the awful surprise
that’s waitin’ for you at
the bottom of the bottomless blue blue blue pool.
You’re livin in your own Private Idaho. Idaho.
You’re out of control, the rivers that roll,
you fell into the water and down to Idaho.
Get out of that state,
get out of that state you’re in.
You better beware.
You’re living in your own Private Idaho.
You’re living in your own Private Idaho.
Keep off the patio,
keep off the path.
The lawn may be green
but you better not be seen
walkin’ through the gate that leads you down,
down to a pool fraught with danger
is a pool full of strangers.
You’re living in your own Private Idaho,
where do I go from here to a better state than this.
Well, don’t be blind to the big surprise
swimming round and round like the deadly hand
of a radium clock, at the bottom, of the pool.
I-I-I-daho
I-I-I-daho
Woah oh oh woah oh oh woah oh oh
Ah ah ah ah ah ah ah ah
Get out of that state
Get out of that state
You’re living in your own Private Idaho,
livin in your own Private…. Idaho
Idaho privado
Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo Hoo
Você está vivendo no seu próprio Idaho Privado
Morando no seu próprio Idaho Privado
Subterrâneo como uma batata selvagem
Não vá ao pátio.
Tome cuidado com a piscina,
Piscina azul e sem fundo
Te guia direto
Bem através do portão
Que se abre na piscina.
Você está morando no seu próprio Idaho Privado.
Você está morando no seu próprio Idaho Privado.
Continue fora do caminho, tome cuidado com o portão,
Tome cuidado com as placas que dizem “entrada para automóvel escondida”
Não deixe o cloro entrar nos seus olhos
Te cegar para a surpresa desagradável
que está te esperando no
fundo da piscina azul azul azul e sem fundo
Você está morando no seu próprio Idaho Privado. Idaho.
Você está fora de controle, os rios que correm,
Você caiu na água e dentro do Idaho.
Saia daquele Estado,
Saia do Estado em que você está.
É melhor você ter cuidado.
Você está morando no seu próprio Idaho Privado.
Você está morando no seu próprio Idaho Privado.
Saia do pátio
Saia do caminho.
O gramado pode estar verde
mas é melhor você não ser visto
andando através do portão que te leva abaixo,
para dentro da piscina tensa de perigo
é uma piscina cheia de estranhos.
Você está morando no seu próprio Idaho Privado,
Para onde devo partir para achar um estado melhor que esse?
Bem, não seja cego para a grande surpresa
Nadando por aí como a mão letal
de um relógio de rádio, no fundo, da piscina.
I-I-I-daho
I-I-I-daho
Woah oh oh woah oh oh woah oh oh
Ah ah ah ah ah ah ah ah
Saia daquele Estado
Saia daquele Estado
Você está morando no seu próprio Idaho Privado.
Morando no seu próprio Idaho… Privado.
Juventude transviada
Lava roupa todo dia, que agonia
Na quebrada da soleira, que chovia
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
Uma mulher não deve vacilar
Eu entendo a juventude transviada
E o auxílio luxuoso de um pandeiro
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
Uma mulher não deve vacilar
Cada cara representa uma mentira
Nascimento, vida e morte, quem diria
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
Uma mulher não deve vacilar
Hoje pode transformar, e o que diria a juventude
Um dia você vai chorar, vejo clara as fantasias
Vozes da seca
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos
Noite cheia de estrelas
Noite alta, céu risonho
A quietude é quase um sonho
O luar cai sobre a mata
Qual uma chuva de prata
De raríssimo esplendor
Só tu dormes, não escutas
O teu cantor
Revelando à lua airosa
A história dolorosa desse amor
Lua…
Manda a tua luz prateada
Despertar a minha amada
Quero matar meus desejos
Sufocá-la com os meus beijos
Canto
E a mulher que eu amo tanto
Não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
E entre a neblina se escondeu
Lá no alto a lua esquiva
Está no céu tão pensativa
As estrelas tão serenas
Qual dilúvio de falenas
Andam tontas ao luar
Todo o astral ficou silente
Para escutar
O teu nome entre as endechas
A dolorosas queixas
Ao luar
E é assim, ao som de Noite cheia de estrelas,que este Café Brasil especial que tratou de vozes do rádio vai saindo de fininho. Eu to orgulhoso, sabe? Não é qualquer um que divide o microfone com estas feras…
Com Lalá Moreira orgulhoso na técnica, Ciça Camargo eufórica na produção e eu aqui, pequenininho, o Lucianinho Piresinho, na direção e apresentação.
Estiveram conosco o mendigo locutor Ted Williams, Vicente Celestino, Ferreira Martins, Ana Maria, Vicente Leporace, Haroldo de Andrade, Cásseia Eller, Adoniran Barbosa, Louis Armstrong, Lucifer, Zé Rodrix, Luiz Melodia, Raimundo Fagner com Luiz Gonzaga, Rhaissa Bittar, Maurício Pereira, e quem né: Irineu Toledo, Antonio Viviani e Vini França.
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E pra terminar, aquela voz especial que faltou. Hélio Ribeiro.