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Cafezinho 645 – O velho comunista
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Bom dia, boa tarde, boa noite, bem-vindo a mais um Café Brasil, aqui tem café no bule e temas com conteúdo, acesse www.lucianopires.com.br e venha ajudar a despocotizar o Brasil. O Café Brasil de hoje começa filosofando com um provérbio japonês, quando o caráter de uma pessoa não estiver claro para você, dê uma olhada nos amigos dela.

[Música]

Li uma reportagem sobre a importância das amizades, dizia-se que um indivíduo clonado seria completamente diferente do seu original dependendo das amizades com as quais compartilhasse, não tenho dúvidas de que isso é verdade e fico preocupado quando penso que as amizades que privamos, pelo menos enquanto somos jovens e estamos formando o nosso caráter, surgem pelo acaso, seguindo um processo de seleção imaturo e pouco ligado nas consequências futuras dessas amizades.

Pois recebi um texto inspiradíssimo de autoria atribuída a Marcos Lara Resende, que divido com você:

Meus amigos são todos assim, metade loucura, outra metade santidade, escolho-os não pela pele, mas pela pupila que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante, fico com aqueles que fazem de mim louco e santo, deles não quero resposta, quero meu avesso, que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim, para isso só sendo louco, louco que senta e espera a chegada da lua santa, quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças, escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta, não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria, amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim, metade bobeira, metade seriedade, não quero risos previsíveis, nem choros piedosos, pena não tenho nem de mim mesmo e risada só ofereço ao acaso, quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça, não quero amigos adultos, nem chatos, quero os metade infância e a outra metade velhice, crianças para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois, vendo os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

Esse belo texto provoca uma reflexão, amizades são tão importantes que deveria haver um vestibular para ser meu amigo, só vai passar quem for nutritivo.

[Música – Amigo Desconhecido – Sérgio Sá]

Você está ouvindo Amigo Desconhecido, um grande sucesso de Sérgio Sá, gravado originalmente em 1982. No ano de 2006, Sérgio Sá relançou essa canção em seu CD Ecos do Amanhã, a curiosidade é que Sérgio conta que essa música nasceu da inspiração de alguém que um dia contou que viu um disco voador.

[Música – Amigo Desconhecido – Sérgio Sá]

Desenvolvi uma palestra que tem o nome de Gente Nutritiva, gente nutritiva, você já encontrou gente assim, hein? Gente nutritiva, perto da qual gostamos de estar, alguns tem inteligência ou cultura acima da média, nos extasiando com o seu saber, outros são simples com a cultura da vida, nos conquistando pela autenticidade e experiência. Essas pessoas têm algo em comum, compartilham o seu saber, são pessoas que nos dão energia, estar com elas é estar em um time de craques, você acaba jogando bem, essas pessoas têm brilho nos olhos e entusiasmo na voz. Agora pare e pense, você conhece gente assim, hein? Pois eu acho que todo chefe devia ser assim nutritivo, nas palestras que faço nas universidades, bato sempre em uma tecla, vocês que entram no mercado agora reparem nos chefes que vocês têm ou terão, se for uma mula, uma ostra, um troglodita, caiam fora, mudem de área, de empresa, de cidade, mas caiam fora, chefes medíocres são a pior coisa que podemos ter, eles nos empurram para baixo, limitam, emburrecem, sugam a motivação das pessoas e agora pare e pense, você conhece gente assim, hein, desnutritiva? Dá para perceber a diferença entre os dois tipos, o nutritivo e o desnutritivo, então fique triste, tem muito mais desnutritivo, do que nutritivo solto por aí.

[Vinheta]

Recebi de Heloísa Oderich, uma de minhas leitoras, um email interessante em resposta a um texto que escrevi, ela disse assim: acredito mesmo é em empolgação, em trabalho em grupo e gente fazendo o que faz bem e gosta, porque se diverte no trabalho e fica louco para chegar segunda-feira, como mãe de filho pequeno que trabalha fora. Gente empolgada e valorizada trabalha sábado, domingo, feriado e dia santo, vira 24 horas e quando vai para casa ou nadar ou caminhar, fica pensando nos projetos e tendo ideias novas. A gente tem é de descobrir como empolgá-los e como extrair esses pensamentos da cabeça deles, e não criticar muito o que não deu certo, usar como ferramenta para aprendizado, rir e esquecer das ideias que não deram certo e lembrar daquelas que deram.

Um pocotó diria que Heloísa é CDF, que ninguém tem que se matar pela empresa, eu diria que ela dá uma receita para ser nutritivo. O pocotó não vê que as pessoas que a Heloísa descreve não fazem aquilo pela empresa, fazem por si, são pessoas construtivas e que agindo assim tornam-se nutritivas, ser nutritivo é questão de opção, não tem que ser gênio ou artista, nem ter habilidade especial, só é preciso ter consciência do impacto de nossas atitudes sobre as pessoas que nos cercam. Experimente a cada contato que você tiver com outra pessoa ser nutritivo, alimentá-la de humor, saber, estima e entusiasmo, se replicarmos as pessoas nutritivas, teremos metade do caminho andado. Pelo menos enquanto os pocotós não transformarem o conceito de pessoa nutritiva em um desses modismos de saírem decretando comei-vos uns aos outros. Infelizmente para os pocotós, a comida que me referi é outra.

[Música – No Toca Fitas do Meu Carro – Bartô Galeno]

Uau, o cara começa o programa dizendo que vai tocar a boa música popular brasileira e começa com No Toca Fitas do Meu Carro, com Bartô Galeno, é sim, brega da mais alta qualidade e sem enganação, puro, digno e brasileiríssimo brega. Bartô Galeno é Bartolomeu da Silva que nasceu em 1950 na Paraíba, mas foi criado em Mossoró, seu primeiro disco foi lançado no fim da década de 70, e No Toca Fitas do Meu Carro foi seu primeiro e maior sucesso, Bartô Galeno é um dos expoentes da música brega dos anos 70 e 80 que você ouve aqui no nosso democrático Café Brasil, presta atenção na letra, tem um lance de um lencinho bordado com o seu nome junto ao meu que é genial.

[Música – No Toca Fitas do Meu Carro – Bartô Galeno]

Vamos continuar falando de gente nutritiva, um dos pontos chave para quem quer ser nutritivo é o autoconhecimento, outro é a atitude, mas um é a capacidade julgamento, e outro ainda a construção do seu repertório, sobre repertórios e julgamento, eu passo a você mais um texto instigante de Ruben Alves que diz assim:

Será inútil escrever um tratado sobre queijos e torná-lo leitura obrigatória de um país onde nunca se viu um queijo, a palavra queijo só tem sentido para quem já comeu queijo, a compreensão exige um antecedente de experiência, é preciso primeiro ter a experiência do queijo, para depois entender um texto que fale de queijos. Só de brincadeira, vamos imaginar o que passaria pela sua cabeça ao ler um texto em que o autor diz, o rato roeu o queijo do rei de Roma, sem que você jamais tivesse visto um queijo. Sua cabeça ia se esforçar por compreender, mas como ela não tem experiência nenhuma de queijos, ela ia procurar no estoque de experiências que a memória guarda, as coisas que um rei deve ter que poderiam ser roídas por um rato, sapatos, chapéus, livros, bolos, cuecas, camisas, cintos, meias, a única coisa que não sairia do estoque de experiências que a memória guarda seria um queijo, daí a afirmação de Nietzsche, de que ao ler, os leitores tiram do seu estoque de experiências as suas próprias experiências. Então, estamos condenados a nunca sair das bolhas em que vivemos, podemos sair desde que usemos uma chave chamada arte da desconfiança, ao ler sobre os queijos que nunca comeu, você poderia, roído pela curiosidade, fazer uma viagem até à Suíça, aí então, você vendo, cheirando e comendo queijos ficaria sabendo o que são queijos, é preciso, antes de mais nada, desconfiar do nosso estoque de experiências, colocar as certezas de lado, aqueles que absolutizam as suas experiências estão condenados a serem inquisidores, é preciso rezar diariamente a reza que Karl Popper nos ensinou, nós não temos a verdade, só podemos dar palpites.

[Música – Aos Nossos Filhos – Ivan Lins]

Vocês estão ouvindo na interpretação de Ivan Lins, Aos Nossos Filhos, do próprio Ivan Lins e Vitor Martins, que na voz de Ivan Lins transformou-se em um clássico da música popular brasileira, era final dos anos 70, o começo dos 80. Quando essa música estourou, eu tinha meus 20 e poucos anos e sem o principal ingrediente para entender aquela letra em sua plenitude, filhos. Hoje, aos 50, eu tenho dois, um com 22 e uma com 16, são minhas grandes escolas, com as quais aprendo como é difícil preparar um futuro digno, não só para os dois, mas para os outros milhões de jovens que estão saindo dos casulos para cair na realidade. Se me perguntarem qual é a minha maior luta, eu digo, não deixar que ambos caiam na mediocridade, crescendo ignorantes ou fazendo parte da mesmice, da média, do comum, já falei da besteira que é acreditar na teoria da conspiração que prega existir um movimento ordenado para manter o povo ignorante e assim controlá-lo, esse credo é muito confortável, transfere para um poder maior a responsabilidade sobre o nosso futuro, nos coloca na posição de vítimas do mal maior, não existe competência para sustentar um movimento intencional de emburrecimento, de mediocrização da nação, o que existe é uma fábrica de medíocres, incompetência, o chefe é medíocre, o subalterno também é. Gente medíocre discutindo ideias medíocres com processos medíocres só pode dar em resultados medíocres.

Voz masculina: Você liga a televisão e pocotó, abre o jornal e pocotó, seu filho liga o rádio e pocotó, você participa de reuniões e mais reuniões e pocotó, assiste o horário político e pocotó pocotó? Cuidado, mediocridade contamina, Brasileiros Pocotó, o livro de Luciano Pires, coisas que só um cronista independente poderia escrever, vamos despocotizar o nosso país, Brasileiros Pocotó, uma bandeira contra a mediocridade, em todas as livrarias.

E o problema é muito mais complexo à medida em que a maioria dessa gente é bem-intencionada, honesta e trabalhadora, a maior parte dos nossos problemas vem de gente esforçada, que acredita estar fazendo melhor e que vai ficando, gente que não tem a visão, não tem o repertório, não teve a educação para estar na posição que ocupa, de onde comanda mediocremente um exército de medíocres, gente que não tem culpa por estar lá. Gera-se, então, um sistema que se autoprotege, um sistema que torna perene a mediocridade, um sistema no qual a culpa não é de ninguém, é de todos. O que eu defendo é que façamos um esforço para recuperar o nosso destino das mãos desse sistema medíocre, sem aquela babaquice do às armas, irmãos. O que vejo é uma necessidade urgente de atacar as raízes dessa mediocridade, alguns leitores e ouvintes têm me cobrado algo mais que a reflexão, ação, e isso tem me tirado o sono. Será que a saída é engajar-se em um partido político e tentar começar as mudanças de dentro, hein? Ou talvez associar-se à uma ONG e colocar ali as energias? Quem sabe montar um grupo para realizar ações sociais ou culturais? Ou talvez escrever? Mas eu tenho sido questionado sobre só escrever, preciso de um compromisso, qual é meu compromisso, qual é o seu compromisso?

[Música – Vevecos, Panelas e Canelas – Beto Guedes]

Você está ouvindo Beto Guedes cantando Vevecos, Panelas e Canelas, composta por Milton Nascimento e Fernando Brandt, em 1981, em clima de abertura política que aparece claramente no verso “respiro com mais energia o ar do meu país”. Os mineiros do Clube da Esquina foram responsáveis por momentos especiais da vida de todos nós.

[Música – Vevecos, Panelas e Canelas – Beto Guedes]

Você também se preocupa em como combater a mediocridade que assola o Brasil, hein? Pois então, me escreva, me conta que tipo de ação você tem tomado ou que tipo ação precisa ser tomada por cada um de nós, não vale escrever reclamando do presidente ou do prefeito ou do delegado, não quero saber de filosofia ou de sonhos para um mundo ideal, quero saber de ações concretas que estejam ao alcance de todos nós brasileiros comuns, coisas que algumas pessoas estão fazendo e que podem ser replicadas por nós, prometo que consolidarei essas ideias em um texto no futuro, quem sabe ajudamos a começar a fazer a diferença no Brasil, ou no mínimo, em nossos filhos.

[Música – Vevecos, Panelas e Canelas – Beto Guedes]

Pois é, está chegando ao fim mais um Café Brasil, que pena. Com Rodrigo Carraro na técnica, Sérgio Sá na produção artística e produção e apresentação de eu, Luciano Pires.

No Café Brasil de hoje tivemos a companhia de Milton Nascimento, Sérgio Sá, Bartô Galeno, Ivan Lins e Vitor Martins, Ruben Alves, Beto Guedes e Fernando Brandt, sabe onde é que você encontra um time assim, hein? É aqui, no seu Café Brasil. Gostou? Não gostou? Quer ouvir outra vez? Que baixar o programa para o seu computador ou tocador de MP3? Pois acesse www.lucianopires.com.br, ou deixe seu recado na operadora 1141956343, de novo operadora 1141956343.

E para terminar, uma frase de alguém nutritivo T. S. Eliot, “onde está a sabedoria que nós perdemos no conhecimento, onde está o conhecimento que nós perdemos na informação?”

[Música – Vevecos, Panelas e Canelas – Beto Guedes]

Voz masculina: Você ouviu com o escritor Luciano Pires, distribuição Podcasting Brasil, Café Brasil.