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Café Brasil 361 – Vivendo no tempo do outro
Luciano Pires -Bom dia, boa tarde, boa noite. O programa URGENTE OU IMPORTANTE tratou da dificuldade que temos de priorizar as coisas em nosso dia a dia. Esse é um problema que todo mundo tem, e que está se tornando cada da mais preocupante. Tudo está ficando urgente… e nem percebemos as consequências que isso pode trazer a nossas vidas. Esse é o tema do programa de hoje que
começa com uma frase de Steve Jobs que usei no programa anterior:
Seu tempo é limitado, portanto não gaste-o vivendo a vida de outra pessoa.
O café Brasil chega até você com o apoio do Itaú Cultural, que há muito tempo determinou que investir em cultura é não só importante, mas é urgente! Quer ver? Acesse www.facebook.com/itaucultural, dê uma olhada nos programas que eles promovem, entre em contato e depois me diga se você continua igual. Cultura, meu caro. Nunca foi tão urgente…
+ Ver roteiro completoE o exemplar de meu livro NÓIS…QUI INVERTEMO AS COISA, mais um apimentado kit DKT vai para…para… a Grace Teles que comentou assim o programa URGENTE OU IMPORTANTE.
Querido Luciano!!!!
Seus programas causam “orgasmos” intelectuais! Seu questionamento veio ao encontro do filósofo contemporâneo Mário Sérgio Cortella, pelo que copiei parte de um artigo dele para corroborar nosso pensamento: livro Qual é a Tua Obra? (Inquietações Propositivas sobre Gestão, Liderança e Ética) publicado pela editora Vozes: ‘Cuidado, a vida é muito curta para ser pequena. É preciso engrandecê-la. E, para isso, é preciso tomar cuidado com duas coisas: a primeira é que tem muita gente que cuida demais do urgente e deixa de lado o importante. Cuida da carreira, do dinheiro, do patrimônio, mas deixa o importante de lado. Depois não dá tempo.’
A segunda grande questão é gente que se preocupa muito com o fundamental e deixa o essencial de lado. O essencial é tudo aquilo que não pode não ser: amizade, fraternidade, solidariedade, sexualidade, religiosidade, lealdade, integridade, liberdade, felicidade. Isso é essencial. Fundamental é tudo aquilo que te ajuda a chegar ao essencial. Fundamental é a tua ferramenta, como uma escada.
Uma escada é algo que me ajuda a chegar a algum lugar. Ninguém tem uma escada para ficar nela. Dinheiro não é essencial. Dinheiro é fundamental. Sem ele, você tem problema, mas ele, em si, não resolve. Emprego é fundamental, carreira é fundamental. O essencial é o que não pode não ser. Essencial é aquilo que faz com que a vida não se apequene. Que faz com que a gente seja capaz de transbordar. Repartir vida. Repartir o essencial, a amizade, a amorosidade, a fraternidade, a lealdade. Repartir a capacidade de ter esperança e, para isso, ter coragem. Coragem não é a ausência de medo.
Coragem é a capacidade de enfrentar o medo. O medo, assim como a dor, é um mecanismo de proteção que a natureza coloca para nós. Se você e eu não tivermos medo nem dor, ficamos muito vulneráveis. Porque a dor é um alerta e a dor nos prepara. É preciso coragem para que a nossa obra não se apequene. E, para isso, precisamos ter esperança.
E, como dizia o grande Paulo Freire, tem de ser esperança do verbo esperançar. Tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Ah, eu espero que dê certo, espero que resolva, espero que funcione. Isso não é esperança. Esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. Esperançar é achar, de fato, que a vida é muito curta para ser pequena. E precisamos pensar se estamos nos dedicando ao importante em vez de ao urgente. Tem gente que diz: Ah, mas eu não tenho tempo. Atenção: tempo é uma questão de prioridade, de escolha.
Quando eu digo que não tenho tempo para isso, estou dizendo que isso não é importante para mim. Cuidado, você já viu infartado que não tem tempo? Se ele sobreviver, ele arruma um tempo. O médico dizia você não pode fazer isso, tem de andar todo os dias. Se ele infartar e sobreviver, no outro dia você vai vê-lo, às 6 horas da manhã, andando. Se ele tinha tempo, que ele teve de arrumar agora, por que não fez isso antes? Você tem tempo? Se não tem, crie. Talvez precisemos rever as nossas prioridades. Será que estamos cuidando do urgente e deixando o importante de lado? Será que não estamos atrás do fundamental, em vez de ir em busca do essencial? E assim, contribuir com meu verso!!!!
Um grande abraço, Grace.
Valeu Grace! Que ótimo o texto de Mario Sérgio Cortella, que coloca mais lenha na fogueira, não é?
A Grace Teles ganhou um livro e o Kit DKT, que você deve estar curioso para saber o que é, não é? A DKT distribui a mais completa linha de preservativos e géis lubrificantes do Brasil, com a marca PRUDENCE. E também mais um monte de produtos que servem pra gente apimentar aquela hora, sabe? Acesse o www.facebook.com/dktbrasil para conhecer mais sobre a empresa e, se responder à pergunta semanal, concorrer a outro kit DKT.
Na hora do amor, aja com PRUDENCE.
A Nakata também sabe muito bem o que é importante e o que é urgente, por isso fornece produtos de altíssima qualidade nos segmentos de suspensão e freios. Acesse www.facebook.com/componenentesnakata e dê uma olhada no universo automotivo que eles apresentam por lá. E de lambuja, você ainda concorre a um iPad 2 e mais uma porção de prêmios.
Arriscado é não usar Nakata. Exija a tecnologia original líder em componentes de suspensão.
Tudo azul. Tudo Nakata.
O programa de hoje é um texto da jornalista Eliane Brum, chamado VIVENDO NO TEMPO DO OUTRO, que vai botar muita gente pra pensar…
Hoje é o primeiro dia do resto de sua vida
Arnaldo Batista
Sérgio Dias
Hoje é o primeiro dia
Do resto da sua vida
E da minha também
E então
Sente no meu colo
Ao fundo você está ouvindo O PRIMEIRO DIA DO RESTO DE SUA VIDA, de Arnaldo Batista e Sergio Dias, com a Rita Lee…
Dias atrás, Gabriel Prehn Britto, do blog Gabriel quer viajar, tuitou a seguinte frase: Precisamos redefinir, com urgência, o significado de URGENTE. (Caixa alta, na internet, é grito.) Parece que as pessoas perderam a noção do sentido da palavra, comentou, quando perguntei por que tinha postado esse protesto/desabafo no Twitter. Urgente não é mais urgente. Não tem mais significado nenhum. Ele se referia tanto ao urgente usado para anunciar notícias nada urgentes nos sites e nas redes sociais, quanto ao urgente que invade nosso cotidiano, na forma de demanda tanto da vida pessoal quanto da profissional. Depois disso, Gabriel passou a postar uns tuítes provocativos, do tipo: Urgente! Acordei ou Urgente: hoje é sexta-feira.
A provocação é muito precisa. Se há algo que se perdeu nessa época em que a tecnologia tornou possível a todos alcançarem todos, a qualquer tempo, é o conceito de urgência.
Vivemos ao mesmo tempo o privilégio e a maldição de experimentarmos uma transformação radical e muito, muito rápida em nosso ser/estar no mundo, com grande impacto na nossa relação com todos os outros. Como tudo o que é novo, é previsível que nos atrapalhemos. E nos lambuzemos um pouco, ou até bastante. Nessa nova configuração, parece necessário resgatarmos alguns conceitos, para que o nosso tempo não seja devorado por banalidades como se fosse matéria ordinária. E talvez o mais urgente desses conceitos seja mesmo o da urgência.
Estamos vivendo como se tudo fosse urgente. Urgente o suficiente para acessar alguém. E para exigir desse alguém uma resposta imediata. Como se o tempo do outro fosse, por direito, também o meu tempo. E até como se o corpo do outro fosse o meu corpo, já que posso invadi-lo, simbolicamente, a qualquer momento. Como se os limites entre os corpos tivessem ficado tão fluidos e indefinidos quanto a comunicação ampliada e potencializada pela tecnologia. Esse se apossar do tempo ou corpo do outro pode ser compreendido como uma violência. Mas até certo ponto consensual, na medida em que este que é alcançado se abre ou oferece para ser invadido. Torna-se, ao se colocar no modo online, um corpo ou tempo à disposição. Mas exige o mesmo do outro e retribui a possessão. Olho por olho, dente por dente. Tempo por tempo.
Como muitos, tenho tentado descobrir qual é a minha medida e quais são os meus limites nessa nova configuração. E passo a contar aqui um pouco desse percurso no cotidiano, assim como do trilhado por outras pessoas, para que o questionamento fique mais claro. Descobri logo que, para mim, o celular é insuportável. Não é possível ser alcançada por qualquer um, a qualquer hora, em qualquer lugar. Estou lendo um livro e, de repente, o mundo me invade, em geral com irrelevâncias, quando não com telemarketing. Estou escrevendo e alguém liga para me perguntar algo que poderia ter descoberto sozinho no Google, mas achou mais fácil me ligar, já que bastava apertar uma tecla do próprio celular.
Trabalhei como uma camela e, no meu momento de folga, alguém resolve me acessar para falar de trabalho, obedecendo às suas próprias necessidades, sem dar a mínima para as minhas. Não, mas não mesmo. Não há chance de eu estar acessível e disponível 24 horas por sete dias, semana após semana.
Me bani do mundo dos celulares, fechei essa janela no meu corpo. Mantenho meu aparelho, mas ele fica desligado, com uma gravação de não uso celular, por favor, mande um e-mail. Carrego-o comigo quando saio e quase sempre que viajo. Se precisar chamar um táxi em algum momento ou tiver uma urgência real, ligo o celular e faço uma chamada. Foi o jeito que encontrei de usar a tecnologia sem ser usada por ela.
Minha decisão não foi bem recebida pelas pessoas do mundo do trabalho, em geral, nem mesmo pela maior parte dos amigos e da família. Descobri que, ao não me colocar 24 horas disponível, as pessoas se sentiam pessoalmente rejeitadas. Mas não apenas isso: elas sentiam-se lesadas no seu suposto direito a tomar o meu tempo na hora que bem entendessem, com ou sem necessidade, como se não devesse existir nenhum limite ao seu desejo. Algumas declararam-se ofendidas. Como assim eu não posso falar com você na hora que eu quiser? Como assim o seu tempo não é um pouco meu? E se eu precisar falar com você com urgência? Se for urgência real e quase nunca é há outras formas de me alcançar.
E agora vamos com ENFIM NÓS, com o compositor, multi-instumentista e arranjador paraibano Antonio de Pádua.
Percebi também que, em geral, as pessoas sentem não só uma obrigação de estar disponíveis, mas também um gozo. Talvez mais gozo do que obrigação. É o que explica a cena corriqueira de ver as pessoas atendendo o celular nos lugares mais absurdos (inclusive no banheiro…). Nem vou falar de cinema, que aí deveria ser caso de polícia. Mas em aulas de todos os tipos, em restaurantes e bares, em encontros íntimos ou mesmo profissionais. É o gozo de se considerar imprescindível. Como se o mundo e todos os outros não conseguissem viver sem sua onipresença. Se não atenderem o celular, se não forem encontradas de imediato, se não derem uma resposta imediata, catástrofes poderão acontecer.
O celular ligado funciona como uma autoafirmação de importância. Tipo: o mundo (a empresa/a família/ o namorado/ o filho/ a esposa/ a empregada/ o patrão/os funcionários etc) não sobrevive sem mim. A pessoa se estressa, reclama do assédio, mas não desliga o celular por nada. Desligar o celular e descobrir que o planeta continua girando pode ser um risco maior. Nesse sentido, e sem nenhuma ironia, é comovente.
Por outro lado, é um tanto egoísta, já que a pessoa não se coloca por inteiro onde está, numa aula ou no trabalho ou mesmo em casa nem se dedica por inteiro àquele com quem escolheu estar, num encontro íntimo ou profissional. Está lá mas apenas parcialmente. Não há como não ter efeito sobre o momento e sobre o resultado. A pessoa está parcialmente com alguém ou naquela atividade específica, mas também está parcialmente consigo mesma. Ao manter o celular ligado, você pertence ao mundo, a todo mundo e a qualquer um mas talvez não a si mesmo.
Me parece descortês alguém estar comigo num restaurante, por exemplo, e interromper a conversa e a comida para atender o celular. Assim como me parece abusivo ser obrigada a aturar os celulares das pessoas ao redor tocando em todas as modalidades e volumes, invadindo o espaço de todos os outros sem nenhuma consideração. Ou ainda estar em um lugar público e ter de ouvir a narração de uma vida privada, uma que não conheço nem quero conhecer. Será que isso é realmente necessário? Será que uma pessoa não pode se ausentar, ficar incomunicável, por algumas horas? Será que temos o direito de invadir o corpo/tempo dos outros direta ou indiretamente? Será que há tantas urgências assim? Como é que trabalhávamos e amávamos antes, então?
Bem, eu não sou imprescindível a todo mundo e tenho certeza de que os dias nascem e morrem sem mim. As emergências reais são poucas, ainda bem, e para estas há forma de me encontrar. Logo, posso ficar sem celular. Mas tive de me esforçar para que as pessoas entendessem que não é uma rejeição ou uma modalidade de misantropia, apenas uma escolha. Para mim, é uma maneira de definir as fronteiras simbólicas do meu corpo, de territorializar o que sou eu e o que é o outro, e de estabelecer limites o que me parece fundamental em qualquer vida.
Tentei manter um telefone fixo, com o número restrito às pessoas fundamentais no campo dos afetos e também no profissional. Mas o telemarketing não permitiu. É impressionante como as empresas de todo o tipo e agora até os candidatos numa eleição acham que têm o direito de nos invadir a qualquer hora. Considero uma violência receber uma ligação ou gravação dessas dentro de casa, à minha revelia. E parece que sempre encontram um jeito de burlar nossas tentativas de barrar esse tipo de assédio.
Assim, também botei uma gravação no telefone fixo e ele virou um telefone só para recados, porque foi o único jeito que encontrei de impedir o abuso do mercado.
Uia… agora é EU QUERO É SOSSEGO, de Sebastião de Barros que passou para a história como K-Xhimbinho. Aqui com Batista e Convidados.
Uma amiga foi assaltada por uma insônia persistente. Ao despertar, na madrugada, tinha a sensação de que o mundo se movia em ritmo veloz enquanto ela dormia. Parecia que estava perdendo algo importante, que ficaria para trás. E parecia até que estava morta para o mundo, offline. Às vezes não resistia e saía da cama para caminhar até o escritório, onde ficava o computador, e entrar no Facebook e no Twitter, dar uma circulada nos sites de notícias, manter-se desperta, presente e alinhada ao mundo que não parava, correndo atrás dele. Depois, passou a deixar o notebook ao lado da cama e já acessava a internet dali mesmo, apesar dos protestos do marido.
Quando a insônia já estava comprometendo seriamente os seus dias, ela procurou um psiquiatra em busca de remédio. O médico perguntou bastante sobre seus hábitos, e ela descobriu que o pesadelo que a deixava insone era aquele computador ligado, com o mundo acontecendo dentro dele num ritmo que ela não podia acompanhar nem mesmo se mantendo acordada por 24 horas. Bastou desligar o computador a cada noite para que passasse a despertar menos vezes e menos sobressaltada nas madrugadas. Aos poucos, voltou a dormir bem. O mundo estava onde devia estar e ela também, na cama. Estava offline, mas viva.
Conheço pessoas que botam fita adesiva sobre a câmera do computador. Foi o meio encontrado para se protegerem da sensação de que estavam sendo espiadas/monitoradas 24 horas por dia por algum tipo de Big Brother no sentido do 1984, do George Orwell (não no do reality show da TV Globo). A câmera tinha se tornado uma espécie de olho do mundo, que podia abrir as pálpebras mesmo à revelia, como nas histórias fantásticas e nos filmes de terror.
Conto minhas (des)venturas, assim como as de outros, apenas porque acho que não somos os únicos a ter esse tipo de inquietação. É um momento histórico bem estratégico de redefinição de limites, de territórios e também de conceitos. Que tipo de efeito terá sobre as novas gerações a ideia de que não há limites para alcançar, ocupar e consumir o tempo/corpo dos pais e amigos e mesmo de desconhecidos? Assim como não há limites para ter o próprio tempo/corpo alcançado, ocupado e consumido?
Ainda acho que o gozo de ser imprescindível a quase todos os outros no sentido de não poder se ausentar ou se calar e também de ser onipotente no sentido de alcançar, a qualquer hora, o corpo de todos os outros é maior do que o incômodo. Mas talvez só aparentemente, na medida em que é possível que não estejamos conseguindo avaliar o estrago que esses corpos/tempos violáveis e violados possam estar causando na nossa subjetividade e mesmo na nossa capacidade criativa e criadora.
A grande perda é que, ao se considerar tudo urgente, nada mais é urgente. Perde-se o sentido do que é prioritário em todas as dimensões do cotidiano. E viver é, de certo modo, um constante interrogar-se sobre o que é importante para cada um. Ou, dito de outro modo, uma constante interrogação sobre para quem e para o quê damos nosso tempo, já que tempo não é dinheiro, mas algo tremendamente mais valioso. Como disse o professor Antônio Candido, tempo é o tecido das nossas vidas.
Essa oferta 24horas por 7 dias do nosso corpo simbólico para todos os outros e às vezes para qualquer um pode ter um efeito bem devastador sobre a nossa existência. Um que sequer é escutado, dado o tanto de barulho que há. Falamos e ouvimos muito, mas de fato não sabemos se dizemos algo e se escutamos algo. Ou se é apenas ruído para preencher um vazio que não pode ser preenchido dessa maneira.
Será que não é este o nosso mal-estar?
Viver no tempo do outro de todos e de qualquer um é uma tragédia contemporânea.
Este programa chega até você com o apoio da Pellegrino Distribuidora, que coloca no mercado as mais importantes marcas de componentes automotivos e motopeças. Confira a página da Pellegrino no Facebook: www.facebook.com/pellegrinodistribuidora. Pelegrino sempre com dois eles. Está cheia de conteúdo inteligente!
Pellegrino Distribuidora. Conte com a nossa gente.
Você já tinha pensado nesse lance da ocupação de seu tempo e corpo pelos outros? Não? E como é que…. ops. Peraí que meu celular tá tocando…
Sai da minha aba
Lourenço
Alexandre Pires
Sai pra lá, se manca ,vê se me esquece
Não aguento mais já estou com stress
Se dou a mão, quer logo o pé
Isso me aborrece
Sai pra lá bicão, sai pra lá mané
Vê se desaparece
É toda a hora meu cumpadre
Quebra o galho aí
É um qualquer emprestado
Sempre a me pedir
Se tô bebendo uma cerveja
Bebe no meu copo
Se acendo um cigarro
Quer fumar pra mim
Chego no pagode
Quer entrar comigo
Se ganho uma garota
Tenta me atrasar
Fica me marcando
Pra não ter perigo de perder
Minha carona
Quando eu me mandar
Da minha aba, da minha aba
Da minha aba
Sai da minha aba
Sai pra lá
Sem essa de não poder me ver
Sai da minha aba
Sai pra lá
Não aturo mais você
E é assim então, ao som de SAI DA MINHA ABA, como o grupo Só Pra Contrariar que este Café Brasil que mais uma vez tratou do urgente e do importante, vai saindo de mansinho. Vai lá Ciça! É pagode no pé…
Com o ligadão Lalá Moreira na técnica, a conectada Ciça Camargo na produção e eu, que já fui completamente invadido e loteado, Luciano Pires, na direção e apresentação.
Estiveram conosco a ouvinte Grace Teles, Eliane Brum, Rita Lee, Antonio de Pádua, Batista e Convidados e Só Pra Contrariar.
O Café Brasil chega até você com o apoio do Auditório Ibirapuera, um lugar onde vale a pena a gente entregar nosso tempo e nosso corpo, pois saímos de lá melhores do que entramos. Acesse www.facebook.com/auditorioibirapuera, tome contato com a programação, vá até lá e experimente a riqueza da arte, da cultura, de coisas que realmente valem a pena.
Este é o Café Brasil. De onde veio tem muito mais, inclusive um lugar pra você deixar seus comentários. www.portalcafebrasil.com.br .
Pra terminar, uma frase sabe de quem? Fernando Pessoa.
A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.