s
Lidercast
Corrente pra trás
Corrente pra trás
O que vai a seguir é um capítulo de meu livro ...

Ver mais

O que é um “bom” número de downloads para podcasts?
O que é um “bom” número de downloads para podcasts?
A Omny Studio, plataforma global na qual publico meus ...

Ver mais

O campeão
O campeão
Morreu Zagallo. Morreu o futebol brasileiro que aprendi ...

Ver mais

O potencial dos microinfluenciadores
O potencial dos microinfluenciadores
O potencial das personalidades digitais para as marcas ...

Ver mais

Café Brasil 936 – Os dois capitais
Café Brasil 936 – Os dois capitais
Em junho de 2015, durante uma cerimônia na Universidade ...

Ver mais

Café Brasil 935 – O que faz a sua cabeça?
Café Brasil 935 – O que faz a sua cabeça?
É improvável – embora não impossível – que os ...

Ver mais

Café Brasil 934  – A Arte de Viver
Café Brasil 934  – A Arte de Viver
Durante o mais recente encontro do meu Mastermind MLA – ...

Ver mais

Café Brasil 933 – A ilusão de transparência
Café Brasil 933 – A ilusão de transparência
A ilusão de transparência é uma armadilha comum em que ...

Ver mais

LíderCast Business 330 – Michel Torres
LíderCast Business 330 – Michel Torres
Com este episódio do LíderCast, lançamos a versão ...

Ver mais

LíderCast 329 – Bruno Gonçalves
LíderCast 329 – Bruno Gonçalves
O convidado de hoje é Bruno Gonçalves, um profissional ...

Ver mais

LíderCast 328 – Criss Paiva
LíderCast 328 – Criss Paiva
A convidada de hoje é a Criss Paiva, professora, ...

Ver mais

LíderCast 327 – Pedro Cucco
LíderCast 327 – Pedro Cucco
327 – O convidado de hoje é Pedro Cucco, Diretor na ...

Ver mais

Segunda Live do Café Com Leite, com Alessandro Loiola
Segunda Live do Café Com Leite, com Alessandro Loiola
Segunda live do Café Com Leite, com Alessandro Loiola, ...

Ver mais

Live Café Com Leite com Roberto Motta
Live Café Com Leite com Roberto Motta
Live inaugural da série Café Com Leite Na Escola, ...

Ver mais

Café² – Live com Christian Gurtner
Café² – Live com Christian Gurtner
O Café², live eventual que faço com o Christian ...

Ver mais

Café na Panela – Luciana Pires
Café na Panela – Luciana Pires
Episódio piloto do projeto Café na Panela, com Luciana ...

Ver mais

Rubens Ricupero
Luiz Alberto Machado
Iscas Econômicas
Memórias de um grande protagonista   “Sem as cartas, não seríamos capazes de imaginar o fervor com que sentíamos e pensávamos aos vinte anos. Já quase não se escrevem mais cartas de amor, ...

Ver mais

Vida longa ao Real!
Luiz Alberto Machado
Iscas Econômicas
Vida longa ao Real!   “A população percebe que é a obrigação de um governo e é um direito do cidadão a preservação do poder de compra da sua renda. E é um dever e uma obrigação do ...

Ver mais

A Lei de Say e a situação fiscal no Brasil
Luiz Alberto Machado
Iscas Econômicas
A Lei de Say e o preocupante quadro fiscal brasileiro   “Uma das medidas essenciais para tirar o governo da rota do endividamento insustentável é a revisão das vinculações de despesas ...

Ver mais

Protagonismo das economias asiáticas
Luiz Alberto Machado
Iscas Econômicas
Protagonismo das economias asiáticas   “Os eleitores da Índia − muitos deles pobres, com baixa escolaridade e vulneráveis, sendo que um em cada quatro é analfabeto − votaram a favor de ...

Ver mais

Cafezinho 633 – O Debate
Cafezinho 633 – O Debate
A partir do primeiro debate entre Trump e Biden em ...

Ver mais

Cafezinho 632 – A quilha moral
Cafezinho 632 – A quilha moral
Sua identidade não vem de suas afiliações, ou de seus ...

Ver mais

Cafezinho 631 – Quem ousa mudar?
Cafezinho 631 – Quem ousa mudar?
O episódio de hoje foi inspirado num comentário que um ...

Ver mais

Cafezinho 630 – Medo da morte
Cafezinho 630 – Medo da morte
Na reunião do meu Mastermind na semana passada, a ...

Ver mais

LíderCast 161 – Murilo Gun

LíderCast 161 – Murilo Gun

Luciano Pires -

Luciano Pires: Bom dia, boa tarde, boa noite. Bem-vindo, bem-vinda a mais um LíderCast, o PodCast que trata de liderança e empreendedorismo, com gente que faz acontecer. No programa de hoje, eu trago novamente meu amigo Murilo Gun, criador, inovador, pensador, provocador, uma figura emblemática no trato da criatividade, que faz a sua segunda participação no LíderCast.

Muito bem, mais um LíderCast. Eu sempre brinco que são especiais. Esse aqui é mais do que especial, porque ele começa com uma figura que, acho que ele nem sabe disso, mas quem inspirou o nascimento do LíderCast, foi aquele papo que nós tivemos lá atrás, 2014, quando eu te convidei para vir para o Café Brasil. A gente bateu um papo, nós dois conversando ali. Quando acabou aquele papo, eu fui ver a gravação, achei que ela ficou tão boa, falei, “cara, esse negócio tá bom demais. Já tá maduro para virar alguma coisa diferente do que o Café Brasil”. E ali, nasceu a ideia do spin off, vou fazer spin off. Vou criar um outro programa, onde eu possa fazer esse tipo de conversa com as pessoas, sem ter que obedecer a dinâmica do Café Brasil. E nasceu ali, o PodLider, LíderCast… esse programa então nasceu, a partir da inspiração daquele papo que nós tivemos em 2014.

Murilo Gun: Maravilhoso. E muito antes disso, você foi uma das grandes inspirações, para eu sair da comedia, e começar a trazer assuntos de impacto para as pessoas. Então eu li lá o nóis, nóis que intertemo as coisas. Cara, eu lembro, eu no avião, lendo nóis. Não sei que ano é isso, mas eu lembro que no avião…

Luciano Pires: 2009.

Murilo Gun: Um voo longo, lendo nóis. E lendo com olhar de cara, esse cara consegue falar de coisas impactantes, de um jeito leve. Não chega a ser engraçado, mas as coisas não têm que ser engraçadas. Basta, serem leves. Leves, é mais do que o suficiente. Leves, informais, de boa. Não tem que ser assim, entendeu?

Luciano Pires: Vindo de um stand-uper, isso é muito bom. Mas, olha aqui, vamos começar do jeito que começa o LíderCast. Você não começou aquela vez, porque não existia isso ainda. Agora existe. Então, o programa começa com 3 perguntas. São as únicas perguntas que você não pode chutar. O resto, chute a vontade, mas, essas 3 tem que ser na linha. Seu nome, sua idade, e o que que você faz.

Murilo Gun: Murilo Dantas Correa de Araújo, vulto Murilo Gun. Quase 36 anos. Eu sou professor de criatividade.

Luciano Pires: Eita vida, que legal. Eu conheci há muito tempo atrás, eu não vou entrar em detalhes aqui. Quem quiser, volte no LíderCast. Pegue o Murilo, ele tá tanto no Café Brasil de 2014, quanto num LíderCast mais recente, que eu recuperei aquela entrevista, e publiquei outra vez. O que nós vamos fazer aqui hoje, é contar o depois daquilo. Você veio da outra vez, a gente bateu um papo grande aqui. E, você estava começando um processo de mudança. Você dizia o seguinte, “cara, eu acho que é possível impactar muito mais as pessoas, do que eu consigo hoje como humorista, como… até com os empreendimentos que eu tinha feito”. Então você falou, “cara, eu acho que eu consigo impactar muito mais, se eu sair do lance de simplesmente fazer humor para as pessoas rirem, para começar a faze-las pesar, e a rever a vida delas. Eu to partindo para uma outra’. E aquilo, era o começo de tudo, cara. Não tinha singular, não tinha coisa nenhuma pela frente. Você só deu a intenção, de que eu vou começar a executar.

E, eu chamei aquele programa, de uma conversa com um empreendedor. Era para ser uma conversa com um stand-uper, e eu mudei, e virou uma conversa com um empreendedor, que era um… eu diria assim, era quase que um manifesto de que vou em busca de algo, né? E nós estamos aqui, 5 anos depois, com uma história boa para contar, cara. O que que aconteceu de lá para frente.

Murilo Gun: Caramba, que louco. Realmente aquele momento que a gente gravou, foi muito interessante. E cara, tanta coisa, não sei nem como começar. Assim, eu tava na comedia, e repito, você foi uma grande inspiração para mim, de verdade. Você, Max Gehringer, Marta Medeiros, porque eram pessoas que eu vi escrever coisas leves, mas que transformavam. Marta Medeiros é vizinha ali, Max Gehringer, você, eram poucas pessoas, em lembro mais. Eram poucas que eu gostava de ler, e que não era só uma história, um conto. Era uma coisa que… apesar que contos também transformam, né? Mas, eu comecei a me questionar, como eu posso, na comedia, usar o humor como meio. Eu comecei a estudar na época, processo criativo, por causa do stand up. De onde vem a criatividade?

Luciano Pires: Eu me lembro de uma coisa que você falou, que chamou muito a minha atenção, que você olhou e falou, “cara, esse negócio pode ser legal, e eu vou estudar para fazer. Eu vou estudar para ser um stand-uper”. E você se preparou para isso, e virou um stand-uper.

Murilo Gun: Perfeito. E aí, depois que eu entendi o humor, eu comecei a querer fazer a busca pelo processo criativo, para humor, a princípio. Mas, ao cutucar esse assunto, eu “ih papai, o bagulho é louco. Bagulho não é só para arte. O processo criativo é para qualquer coisa, solução de problemas”. E aí abriu minha mente aquilo de um jeito, eu fiquei assim, meu Deus do céu, que loucura. E aí eu comecei a pegar no stand up que eu fazia corporativo, que fazíamos para empresa, e comecei a trazer um pouco sobre processo criativo, um pouquinho de conteúdo. Até que um momento, me chamaram para fazer um TED Talking, nessa época ali, 2014, sobre como eu criava minhas piadas. Eu fiz o TED, e vi que na verdade, o que eu falei ali, além da comedia, resolvi criar uma palestra. Ou seja, eu fazia stand-up, e botei um pouquinho de conteúdo no stand-up.

Se agora for uma palestra, com stand-up, e não um stand-up com conteúdo? Eu criei uma palestra sobre criatividade, para fazer nas empresas, eu já tinha esse canal.

Luciano Pires: Como é o nome?

Murilo Gun: Era criatividade, máquina de solução de problemas, a primeira. Máquina de solução de problemas. Que na verdade, hoje ainda, eu chamo de criatividade para solução de problemas, simples assim. E eu comecei a fazer em um outro lugar ali, eu já estava fazendo palestras, mas eu tinha uma palestra que era meio autobiográfica, da minha história, que eu extraí as lições. O segredo do meu fracasso. E aí surgiu depois dessa, a criatividade. Comecei a estudar, CPSI, em Buffalo, Nova Iorque, é o creating problem solving. É um evento que acontece tipo, 60 anos, criado pelo Alex Osbourne, o cara que criou a ABDO, aquela agencia, o O do Osbourne, tal. E sobre a solução dos problemas.

Luciano Pires: Tem a Fundação Brasil Criativo aqui. Eles fazem muita coisa, conheci muita gente de Buffalo, lá na fundação.

Murilo Gun: Fui para esse evento, vi que o negócio era sério. Fui para a Singularity. Na Singularity, eu tinha uma hora na Singularity, que era o momento de todos os alunos, fazerem uma palestra sobre um assunto seu para os outros. Quem quisesse, se inscrevia lá, tinha várias salas, e tal. Eu resolvi fazer. E eu fiz uma palestra, que era Three Ways That Comedy Can Help You Solve Problems. Como a comedia pode te ajudar… que no fundo, era como o pensamento criativo do comediante, pode te ajudar. Eu fiz isso meio que na hora lá, e teve uma eleição, a minha foi eleita melhor palestra. Deu uma votação no painel lá. E aí foi meio que a convalidação de que puts, até para aquela galera…

Luciano Pires: Em inglês, gente do mundo inteiro.

Murilo Gun: É, 35 países diferentes, aquele pessoal, puts, impactou eles. Isso me deu muita… E quando eu voltei da Singularity, eu voltei velho, a Singularity é uma escola de futurismo, para quem não conhece, funciona dentro do parque da NASA, e tal, no Vale do Silício. E a Singularity, ela traz uma lavagem cerebral positiva de impacto, de fazer coisas, escalar, e tal. Quando eu voltei da Singularity, eu voltei velho, eu tenho que criar um negócio organizado, de alto impacto. Decidi que ia parar a comedia, mas não queria só trocar a comedia por palestra. Porque a palestra é maravilhoso, mas eu vejo a palestra como um (inint) [00:08:53.13] na cara. Uma porradinha. Mas tem que ter mais, tem que ter mais porrada. Por isso é importante ter…

Luciano Pires: Pausa. Vamos voltar atrás. Agora, eu to exercitando algumas coisas interessantes aqui no LíderCast, que é não ter roteiro nenhum. A gente bate um papo, e volta uma coisa.

Murilo Gun: Não ser linear.

Luciano Pires: Exatamente. Quase que o Murilo Gun não gosta disso. Vamos voltar atrás lá, quando você falou daquela história de que quando você começou a pesquisar, a questão do processo criativo. Você sabe que, quando alguém me pergunta, eu sou formado em que? Primeiro, eu sou cartunista. Então, foi assim que eu comecei, e para mim, o cartoon me trouxe grande parte de qualquer eventual sucesso que eu possa ter tido na minha carreira, deve-se ao cartoon. Porque, para me tornar um cartunista, eu tive que desenvolver um pensamento diferenciado, aquela história de não ter limites. Na vida do cartunista, a garrafa fala, né? O passarinho fala, qualquer absurdo tá presente, e você olha para uma situação, e tem que desenvolver uma ideia, e entregar essa ideia. E se você olha para um cartoon, em 6 segundos você não tem um sorriso, mesmo que seja um sorriso, não precisa ser uma risada, evidente, mas um sorriso mental, ele não funcionou. Então, você tem que ter a capacidade de concisão, aquela coisa de você juntar um balde com passarinho, e dar uma terceira coisa engraçada, que é a pegada da piada, né? Que eu pego uma situação, vou criar uma caricatura, crio um absurdo qualquer, e entrego esse absurdo impactando as pessoas.

Murilo Gun: Tu tá fazendo?

Luciano Pires: Faço até hoje. Retomei ano passado, fiz um monte de coisa. Mas com umas loucuras que aconteceram na minha vida, dei uma paradinha. Mas tá lá, to retomando devagarinho. Quero dedicar mais tempo a isso.

Mas, isso é fascinante, porque ele mostra que o lugar de onde eu vim, é o lugar onde, se você não tiver, exercendo a criatividade, ele não funciona. Não dá para ser um cartunista, não criativo, né? E aí as pessoas olham para mim, poxa, mas… Não cara, eu fui aprendendo a fazer. Eu fui aprendendo. O que me parece que foi mais ou menos o que você fez. Porque você foi até mais radical, porque eu nasci fazendo isso, eu nasci com um papel na mão e uma caneta, e fui desenhando. Então, foi natural para mim. Você não. Você olhou e falou, eu vou fazer. Me lembro da sua história, né? Fulano, posso fazer um show aí? Pode. Sento em casa, crio as piadas, vou e faço o show. Você se jogou aos leões, a primeira vez, né?

Esse lance de que criatividade é uma coisa de que algumas pessoas têm, outras não tem. Que é como se fosse um talento, que se fosse algo que eu tenho disposição, e você não tem. E parece que cai por terra, quando a gente vê que tem gente que consegue se treinar para isso, né?

Murilo Gun: Sim.

Luciano Pires: Depois desse seu tempo todo de mergulho, como que você vê isso, cara?

Murilo Gun: Eu vejo velho, que a minha criatividade, é a criatividade e a imaginação aplicada para resolver um problema. E imaginação, capacidade de criar imagens, criar um cenário, é do homo sapiens. É uma das paradas que fez o homo sapiens não ser a zebra, diferenciar dos outros bichos.

Luciano Pires: Tem uma coisa interessante, que todo animal não racional, todo animal que não é o ser humano, ele vive do meio. Mas, ele não cria o meio. E a gente cria o meio, nós criamos o meio.

Murilo Gun: Nós criamos imagem, criamos cenário. Então, a imaginação, é uma das top three talvez coisas, que fazem o homo sapiens ser homo sapiens. Junto com a linguagem complexa, sentimentos complexos, algumas coisas mais. A consciência, autoconsciência. E a imaginação, foi o que fez a gente, ser a gente. E o que aconteceu, é que ao longo da vida, essa imaginação foi atrofiada por falta de necessidade, e outros contextos da humanidade. Algumas décadas atrás, na época dos nossos pais, avos, até a gente quando era muito criança, era possível viver sem estar criando novas imagens. Só repetindo imagens já imaginadas. Portanto, sem criatividade, resolvendo os problemas sem imaginação, só com memorização. Recuperação de imagens já imaginadas por outros. E seguia-se. Até que, de algumas décadas para cá, mas quem usava imaginação se destacava. Era possível sobreviver há décadas atrás, só recuperando imagens, aquela vidinha “piloto automático”, aquela vidinha do ratinho, do hamster, vai vindo. Mas, quem usava a imaginação, se destacava, né? Era mais explicito ver o uso da imaginação nas artes, porque as artes acabam virando público. Mas, o mundo corporativo, também estava lá. Aquele cara se destacando, porque usava a imaginação, para dar a solução para um problema.

E o mundo acelerou, essa loucura. Esse negócio de o mundo mudou, esse discurso que fala-se muito, “o mundo mudou, o mundo mudou”. O mundo sempre teve mudando, tava mudando com painho, quando o vovô tava velho, tava mudando. Mas, realmente agora, o bagulho entrou em aceleração, e para mim, a evidência de que o mundo tá louco, é quando você vê que economista, concordando com astrólogo. Aí o bagulho é sério. Que os economistas, eles falam que é quarta revolução industrial. Os astrólogos, falam é que aquário, é a mesma merda. A mesma coisa.

Luciano Pires: E vai acabar na física quântica.

Murilo Gun: É tudo a mesma coisa. É o momento único, que sobre qualquer tipo de ciência, espiritualidade, tudo é a mesma coisa, é a coisa só. É um momento importante da espécie homo sapiens. Um momento importante agora, e que é uma espécie de renascimento. Renascer o que? As paradas que fazem a gente humano, dentre elas, a criatividade. Renascer.

Luciano Pires: Você sabe que teve um sujeito chamado Pierre Teilhard de Chardin. Era um cientista que pregava que ciência e religião, podiam viver em contato, em conjunto. E ele insistiu tanto nisso, que ele acabou arrumando briga com cientista, e com religioso. Os caras jogaram ele… Foi parar na China, terminou a vida dele na China, virou paleontólogo, se meteu em umas encrencas todas lá. Mas, ele escreveu um livro, que foi póstumo. Ele morreu, o livro foi editado em 55, 57, não me lembro. E nesse livro, ele escrevia uma coisa fantástica. Ele dizia o seguinte, cara. “O ser humano tá dominando a Terra. Ele vai ocupando todos os espaços no planeta Terra. Um dia, quando ele tiver dominado todos esses espaços, o planeta Terra vai ser coberto por uma espécie de película, que ele chamou de noosfera. Noosfera, vem do pensamento, né? Vai ser uma película magica, que vai conectar todos os pensamentos dos seres humanos, em volta da Terra”. Isso vai explicar algumas coisas malucas, por exemplo, um cara inventar um produto no Brasil, enquanto um chinês inventa a mesma coisa na China, e os dois nunca se falaram. Aquilo acontece ao mesmo tempo. Então, tem uma coisa girando por aí, que é a conexão, que eu acho que no fim vai dar nisso cara. Falar cara, de onde veio, porque isso tá acontecendo agora? Por que que é nesse momento? Por que que o mundo tá indo nessa direção, sem que as pessoas se comuniquem uma com a outra, né? E ele fala isso em 1950 e pouco, não tinha internet, não tinha satélite, não tinha rede, não tinha coisa nenhuma, cara.

Que eu acho que é o que nós estamos vivendo agora, com agravante. Pintou uma tal de internet, que torna palpável essa conexão. Então, se a conexão é em ondas, na internet ela se torna uma coisa que eu posso ler, posso pegar, e posso ter contato.

Cara, a velocidade disso, é um negócio…

Murilo Gun: Cara, essa noosfera, algumas vezes, eu já vejo ela no sentido das tais sincronicidades, que surgem na vida, quando você está vibrando, eu chamo de sintonia do amor. Você que é um cara de rádio, né, eu, no meu ritual da manhã, eu tenho um ritual, uma meditação, que eu imagino uma rádio, começar o dia buscando a sintonia do amor ali. Cadê a sintonia do amor? É meio que me encher de amor para começar o dia, e ficar presente o dia inteiro para se manter. Porque vai desintonizando, você… o que desintoniza? Desintoniza quando você vê na globo.com, pai estupra a filha. Te desintoniza. Vai para medo. Várias coisas desintonizam. Mas você, opa, volta para sintonizar. Aí, é louco, porque parece que quando você busca uma sintonia, outras pessoas que estão buscando consentimento ou não essa sintonia, começam a surgir. É um pouco da noosfera. É sintoni…

Luciano Pires: É a história daquele carro vermelho. Eu quero comprar um carro vermelho, imediatamente eu começo a ver carro vermelho para todo lado.

Murilo Gun: É isso aí, que tem tudo a ver com a física quântica. É tudo a mesma coisa.

Luciano Pires: E aí cara, nesse contexto todo, quer dizer, o que você acabou de dizer para mim aqui. O processo criativo que o sujeito tem que usar para resolver um problema complexo dentro de uma empresa, é o mesmo que Pablo Picasso usava para pintar um quadro.

Murilo Gun: Eu faço uma analogia bem industrial, que apesar de ser uma coisa antiga, é uma metáfora muito forte para as pessoas. De imput – processamento – output. Imput, referencias, repertório, tem que ter imput, nada vem do nada. Processamento, é a imaginação em si. É o ato de fazer combinatividade, como eu gosto de chamar, de você combinar os imputs, e, se você tiver um repertorio diversificado, até mesmo imputs, raros, digamos, que é aquele imput, aquela referência do livro desse cara aí. Porque é um imput raro que você tem, do Pierre, do não sei o que, que amanhã você usa a imaginação, e traz o imput desse cara, misturando com outro imput, não sei o que, e surge um outro imput diferente, porque você tinha combinações diferentes.

Luciano Pires: Você sabe que isso é tão louco, traz para o lance da linguagem, e imaginação seguinte. O meu imput, com relação a linguagem. Quando a linguagem é pobre, quando eu tenho pouca linguagem… Eu acabei de publicar um texto aqui, acho que foi anteontem, onde eu conto que o Google tem uma ferramenta, que ele examina, escaneia para traz, no tempo, 10, 20 anos atrás, textos que ele tem lá dentro, e ele te conta o volume de participação de certas palavras. Mostra como foi a palavra mais usada, e menos usada. E apareceu uma queda brutal, no uso de palavras relacionadas a moralidade, e quanto crescia muito palavras relacionadas ao mundo dos negócios, etc. e tal. Então ele pega uma palavra como virtude. Ela vai desaparecendo. Quando ela desaparece, as pessoas perdem a manhã de usar aquilo, e acabam não conseguindo nem definir. Eu quero falar para você de virtude, mas eu não sei a palavra, eu não consigo definir. Portanto, o meu imput, eu não tenho, não posso processar, e vou ter o resultado lá na frente, que é capenga.

O que seja, quanto mais rico for o lugar onde eu ponho o imput, quanto mais coisa vier, quanto mais coisa eu colocar ali dentro.

Murilo Gun: A qualidade deles, raridade, profundidade, diversidade, né.

Luciano Pires: E você vê, algum tempo atrás, a gente tinha uma puta dificuldade para conseguir esses imputs. Era tudo muito complicado cara, o disco não chegava aqui. Livro, tinha que ir no conhecer, na Barsa, era aquilo que tinha, né? E a gente, pela tecnologia, resolveu a questão dos acessos ao imput. Você acessa qualquer coisa, em qualquer lugar, de qualquer idioma do mundo, você acessa hoje com dois cliques ali. E aí começa outro lance, que é qualificar isso que você tá… Então, a comida que eu vou comer.

Murilo Gun: E a comodidade de que as coisas, as informações estão acessíveis, ótimo. Mas assim, é preciso que algumas delas estejam aqui dentro do repertorio. Aqui dentro. Não basta, não, eu não vou saber sobre nada, porque tá tudo na internet. Mas, na hora que precisar combinar, a imaginação vai buscar do seu repertorio.

Então, a informação na internet, ela é reativa, tem que ter uma pergunta. O Google tem tudo, mas, qual é a sua pergunta? O que que você pergunta para o Google? O desafio, tem que fazer a pergunta, que ele traz a resposta. Então, essa questão de seja Picasso, seja no mudo corporativo, Picasso também resolvia problemas, problema de inspirar as pessoas, problema de… O humorista resolve um problema de tedio das pessoas, tudo é um problema. E aí você usa a imaginação. Você tem que ter o imput, que eu gosto de trazer muito a questão da curiosidade, como sendo a fome de captar imputs de muitos universos, né, que tornam seu repertorio… Porque 5 cabras especialistas em uma coisa só, eles tendem a ter um repertorio muito parecido.

É a curiosidade, ou seja, o estudioso, e o curioso. Valorizou-se muito o estudioso, “ai, meu filho é muito estudioso, é orgulho”. “Ai, que engraçado, menino curioso demais”. Só que, é o curioso que diferencia. Que o estudioso, é fácil 5 terem o mesmo repertorio. O curioso que é difícil ter, porque é muito infinito as possibilidades.

Então, agora, para mim velho, o grande gargalo da criatividade, não está no imput, na busca de repertorio, nem no processamento, na imaginação. Está no output, que a palavra chave que me vem, é coragem. Coragem de botar para fora, aquilo que é novo, portanto, não foi validado, portanto há risco, portanto há medo. É necessário coragem. E aí vem, voltando a falar de medo e amor, vem o paradigma do medo, que é instalado em todos nós, de tomar as decisões. Eu gosto muito da Elizabeth Gilbert, do comer, rezar e amar, que ela fala que vida criativa, é o conceito que eu adotei. Vida criativa mais criatividade, vida criativa, que não é vida artística. Vida criativa, você precisa ver que lindo, ela fala, “vida criativa, é uma vida em que você, mediante as escolhas, as decisões, você escolhe o caminho do amor, e não o caminho do medo”. O caminho da paixão, curiosidade, do amor que você quer. Ou seja, tem um caminho que te aproximado que você quer, e um caminho que te distância do que você não quer. A gente foi muito educado, a buscar esse outro caminho do medo, que é que elimina os riscos. Aí quando vê, sobrou o que? Você virou a sobra, depois que fugiu dos riscos. Uma bosta virar sobra. Você não virou você.

Luciano Pires: Roger Scruton.

Murilo Gun: Quem é esse cara?

Luciano Pires: Esse cara é um conservador, um dos ícones do conservadorismo, e ele tem uma frase que é uma delícia, acabei de publicar também, que ele diz assim. “Procure aquilo que você ama, e trabalhe para defender, ao invés de buscar aquilo que você odeia, e trabalha para destruir”. Entendeu? Bote tua vida, teu esforço, tua gana, teu dinheiro, naquilo que você acha que vale a pena, e defenda isso. Eu trouxe esse conceito para o meu dia a dia. Então por exemplo, eu faço PodCasts. Vem os haters. No começo, eu me incomodava. Depois, eu falei, espera um pouquinho. Nenhum desses caras é meu público. Os caras que entrou lá para brigar comigo, para dizer que não gosta da minha voz, não é meu público cara, eu não tenho que perder meu tempo com ele. Vou perder meu tempo com aqueles que estão gostando. Então, para esses eu vou dar meu tempo. Para esse eu vou escrever, para esse eu vou fazer o programa. O outro que me odeia, eu não quero nem saber dele, cara. Ele fica para lá. Gastando meu tempo, com aquilo que eu amo, e não perdendo meu tempo, com aquilo que eu odeio.

Murilo Gun: É louco, porque essa coisa de o ego, o ego no sentido não da vaidade, mas, no sentido do self que não é seu eu verdadeiro, ele adora ter inimigo em comum. Ele adora o lance de ter inimigo em comum, de ter uma coisa para brigar, uma coisa para… Então é engraçado, porque as pessoas que elas vivem em função de uma causa, mas a causa delas, é ser contrário à causa oposta delas. Elas estão mais pilhadas em ser contra a causa que não é a delas, do que de fato ir atrás da causa delas.

É um pouco isso. Vai no hater, vai no… não foca só em disseminar a sua causa. Então, para mim, vida criativa é isso. É uma vida em que você busca as escolhas, baseado no que você quer, sem ser dominado pelo medo. O medo tem que ter, quem não tem medo é doido, é perigoso. Mas, o medo sem enlouquecer.

Luciano Pires: Um dia, se puder, você leia meu insight sobre o cagaço. Você vai gostar dele, que é, ensina a dosar o medo a seu favor.

Você volta lá da Singularity, com a cabeça meio encaminhada, né? Você já tinha uma ideia do que ia ser essa nova coisa que estava pela sua frente? Quer dizer, você falou, cara, não é que eu vou virar um palestrante agora, né? O palestrante de sei lá o que, inovação. Não é bem isso. Eu vou criar alguma coisa.  Eu acompanhei esse processo todo seu, mas a turma que está nos ouvindo não. Como é que foi que você começou a encaixar as pedrinhas, para encontrar um caminho que te trouxesse até o momento que você possa dizer, eu sou um professor de criatividade.

Murilo Gun: Eu, quando fui para a Singularity, eu já fui… já tinha feito palestra de criatividade, curso presencial de criatividade, antes da Singularity, para 30 pessoas, para testar. E eu já fui com a ideia, de que tenho que levar isso para o online, para ser grande. Já fui para a Singularity com isso na cabeça. Mas, to indo para a Singularity, para buscar outras coisas. E lá, é louco que eu fui para a Singularity com pit de educação. A minha aplication lá, é, “não, meu assunto é educação, esse é meu global chalange, que eu quero…”, e isso é uma história interessante. 2, 3 dias antes de ir para a Singularity, eu pensei assim, cara, eu me vendi para eles como educação, que é a minha verdade. Mas, vou combinar comigo mesmo, que eu não vou participar de nenhum projeto de educação lá. Eu vou lá, para fazer tudo, menos educação, porque educação eu faço aqui. Eu quero ir lá, para fazer uma coisa da saúde, satélite, entrar num time, e acabei fazendo um projeto de saúde lá, que é uma longa história. Mas, quando eu voltei, acabou que eu voltei da Singularity com a mesma ideia de antes da Singularity, só que agora com mais confiança, vamos dizer assim. Mais confiança, de que fazia sentido, por ter validado com a galera lá. E aí eu voltei, falei cara, vou levar isso aqui para o online, e comecei a criar uma estratégia de… gravei esse meu curso presencial, que eu já tinha validado, levei para online, e aí bombou.

E aí foi um novo momento, porque assim, na comedia eu trabalhava sozinho. Eu era o empreendedor, mas não era empresário.

Luciano Pires: Pausa. Quando a gente fala assim, levar para o online, o que que é? Eu vou pegar aquilo que eu já faço, e por online. A pessoa acha que é… Meu, é um pandemônio. Levar para o online, é um negócio… Bem-feito, levar direito para online, é um negócio maluco. E eu acompanhei bastante seu processo, a gente estava mais próximos naquela época. E eu me lembro que você começou a desenhar umas ideias na escola da criatividade, curso. Apareceu a hardwork, aquela coisa toda lá. E eu olhei para aquilo, falei, puta merda, como é que ele vai fazer isso sozinho? Como é que ele vai fazer, para se organizar, para montar um negócio, porque cara, isso demanda… Não é só sentar e criar. Eu, por exemplo, sou uma máquina de criação. Sento ali, e fico criando coisa. Mas, eu não tenho uma estrutura para fazer essa coisa andar. Tanto que, ela nunca voou muito, porque tá limitada em mim. Também, não sei se eu tenho saco para virar o maestro dessa coisa toda.

Eu me lembro que na época, eu tava pensando, como é que ele vai fazer. E um belo dia, a gente foi conversar, e você me apresentou o sócio que você achou. Encontrei um cara que veio aqui… E ali a coisa começou a andar.

Tem uma mudança fudida cara, que é quando você sai do lone ranger, sabe, do cara que é autossuficiente, eu escrevo meu texto, eu subo, eu interpreto, para o cara que vai dividir responsabilidades, com uma coisa. E eu sei que isso é foda. Como é que foi esse momento para você?

Murilo Gun: Cara, muita dor, muito sofrimento, e muito aprendizagem. Esse é o resumo. Muita, esses anos para cá, foi muitas dores de cabeça, muito… Por que? Porque eu sou por essência um lone ranger. Eu sou um criativo, não sou um gestor. Então, quando eu peguei, eu fui começar o negócio. Chamei o Bruno Romano, que era comediante, que era publicitário, e eu preciso de alguém, para eu chamava… eu preciso de um empreendedor, para mim. Um empreendedor, para empreender esse negócio aqui. Chamei Bruno, vem aqui. Bruno veio, a gente era muito amigo, mas nós éramos artistas. Nós dois, temos o mesmo perfil. E aí ele me ajudou a colocar no ar, gravar comigo, e criei o curso, e ele… Só que nos primeiros meses, era eu, Bruno e o Matoso.

Luciano Pires: Mas ele sabia da… você estava lidando com um negócio novo.

Murilo Gun: Não, o Bruno entrou meio que, Bruno, vamos nessa? Vamos. Tipo, vamos nessa, na incerteza. Ele tava querendo vir para São Paulo… Aí vem uma sincronicidade, que ele estava querendo mudar para São Paulo, ele morava em Recife. Então, foi um time bom, e tal. Então, ele veio trabalhar comigo, ser meu SEO, para isso acontecer. Ele e o designer, que era o Matoso. E a gente botou no ar a primeira versão do curso. E cara, se tivesse ficado ali, eu Bruno e Matoso, tava lindo. Ainda é uma versão do lone ranger plus. É lone ranger, com dois capangas. Mas, o lance, é que chegou uma hora que a gente queria ter mais alunos, queria… a gente ficou encantado com a transformação que aquilo passou a ter. A gente queria proporcionar uma experiência de aprendizagem, que não se limitasse a, “toma aí esses vídeos, pagou para ver vídeos”. Que tivesse uma plataforma massa, tesão, encontros presenciais, uma coisa tangível. Que a gente começou a querer… Uma frase que foi muito forte desde o começo, que eu falava, que era compromisso com transformação. Vamos ter compromisso com esse cara, não é só vender. A vitória não é na hora da venda. A vitória é na hora da transformação. A venda, só 49%. O grosso, a maioria, é a partir que o cara se inscreveu, como fazer esse cara fazer o curso, colocar em prática, se conectar com outras pessoas. Aí vem os efeitos colaterais, que eu não imaginava, que é.

Quando você… “curso online, mais networking”. Networking é muito maior. Porque cara, o curso da gente fez criar, trazer para as pessoas, novos amigos. Porque pessoas que se reuniram por um propósito. Eu não ofereço diploma do MEC. Quem tá ali, é porque realmente Tá naquela vibe. E que virou um tema em comum. Ah, tu fez o RC também? Então, vamos ser amigos. E aí surgiram grupos de amigos. Hoje em dia, melhores amigos, se conheceram naquilo ali. Porque cara, você conhece muito bem isso. Não adianta sozinho. Quando uma pessoa desperta, acorda para Jesus, acorda. O cara acorda. Aí ele olha para o lado, todo mundo dormindo. Até a mulher dele, marido, o sócio, pessoal da firma, amigos, escola, estão ainda no piloto automático da vida. Quando ele acorda, é desconfortável, porque, quem vai me ajudar a continuar desperto?

Luciano Pires: Onde estão os outros, que estão sofrendo a mesma dor que eu?

Murilo Gun: E aí vinha essa beleza, do curso conectar. Por isso que ele criou radio papai.

Luciano Pires: Que era algo que você não conhecia. Você não pensava nisso quando começou a montar né?

Murilo Gun: Nem fudendo.

Luciano Pires: O exemplo do Café Brasil Premium que eu fiz, foi a mesma coisa. O foco é, eu vou montar a plataforma, vou vender assinatura, blá blá blá. Quer saber uma coisa, eu vou montar um grupo no Telegram também, que ali eu to, o cara quiser responder, eu respondo rapidamente. E aquele era o último item dos benefícios. Então quando eu lancei, “olha, se você assinar, você vai receber isso, mais isso, mais isso. E, também vai fazer parte de um grupo no Telegram”. Hoje, quase 2 anos depois, esse é o item 1. O primeiro item: você vai fazer parte do grupo do Telegram. Depois, você vai receber uma porrada de coisa.

Porque o que começou a acontecer naquele grupo lá, foi coisa assim do arco da velha. O grupo chegou a criar um PodCast, PodCast dentro do grupo. O grupo se mobilizando para fazer campanhas, cara. O grupo descobre que um deles tomou uma facada, e o grupo se mobiliza. Vão atrás, achou o cara? Avisa a mãe dele. Virou tudo amigo. E era uma dimensão que eu não fazia ideia que podia existir, porque na minha cabeça, era uma Netflix. Uma senhora, vou assistir Netflix. Que mais? Acabou, parou aí. E aí traz essa outra dimensão, que é a dimensão de você se transformar em uma rede social. Então, você virou uma rede social.

Murilo Gun: No sentido literal, rede de socialização. Esquece rede social no sentido de plataforma. É rede, família, tribo.

Luciano Pires: É isso mesmo, que começa a produzir coisas palpáveis, né?

Murilo Gun: E grupo de apoio, grupo de jornada. Você precisa de parceiro de jornada, para dividir coisa. Ambiente seguro. É tipo Rotary Clube. Esses clubes, grupo, até igreja. Uma igreja, as igrejas do bem, elas… a paroquia tem aquela célula, o pequeno PG, né? Que é um grupo de apoio, grupo de pessoas que estão alinhadas.

Luciano Pires: É o conceito de tribo, é o conceito. Quer dizer, é um grupo de pessoas conectadas entre si, conectadas a um líder, e conectadas a uma mesma ideia.

Murilo Gun: Isso aí.

Luciano Pires: Pode ser o grupo de corrida, no sábado de manhã. Pode ser o grupo da pizza à noite, pode ser o grupo do seu curso, pode ser o grupo do Café Brasil. A questão toda, é a qualidade dessas conexões, faz aquele grupo ser fantástico, do que um grupinho qualquer.

Murilo Gun: Porque os nossos amigos da faculdade, do colégio, da rua, do prédio, são amigos, claro, mas assim, o motivo pelo qual, é louco pensar isso. O motivo pelo qual você se conectou com aquele grupo, muitas vezes foi motivo geográfico, porque ele morava no meu prédio, porque ele foi na mesma faculdade que eu. Um motivo que é muitas vezes relevante, faz parte da sua história, mas, é diferente do grupo que foi na internet, pagar para fazer um curso online de criatividade, que não dá diploma nenhum, é só em busca da transformação mesmo. E o cara, que é um ex-comediante, aposentado, como assim?

Então assim, Luciano, um cara do PodCast, o cara que filosofo, Luciano muito louco, filosofo das palavras, e um pensador. Então, o motivo pelo qual a gente tá aqui, cria um filtro. Uma afinidade especifica.

Luciano Pires: Quer dizer, se eu to curtindo você, ele também curte, e ele deve ser boa gente.

Murilo Gun: Até hoje, quando a gente vai vender turmas do curso de criatividade, eu ainda não falo muito sobre comunidade, porque eu acho difícil vender. E eu quero que seja um uau depois. Não vai vender pelo curso. Finge que é só sobre mim isso aí. Finge que é só sobre coisa minha. Tá bom, entrar por isso. Depois você vai ver que não é. Porque é difícil explicar. Eu acho lindo, quando vai ter um evento aqui em São Paulo, que a turma vem, que esse evento, não é sobre mim, é sobre fazer esse povo, fazer um cara de 40 anos, pegar um avião com uma mochila, para conhecer uma galera que ele não conhece, para formar na casa do outro. O cara de 45 anos, tá dormindo na casa de um cara que conheceu há 3 meses em São Paulo. Precisa ver que lindo isso. E a turma tomando café, vai tomar uma depois do evento. Isso é lindo. O que a gente faz, você participou do primeiro, aquilo ali é só armadilha do bem. É só isca, para a turma vir. E a mágica acontece no café da manhã, eles juntos ali. No jantar, no lobby do hotel, bebendo, acho lindo essa história.

Luciano Pires: Perfeito. Eu tenho feito alguns saraus do Café Brasil, que é mais ou menos essa sua ideia, só que ela é muito menorzinha, muito mais espaçada, um negócio muito mais simples. E o que acontece lá é isso. O cara vem de Recife, alô, na casa de quem posso ficar? Fica na minha. Os caras nunca se viram, e pela primeira vez, eles estão ali.

Murilo Gun: Ele chega em São Paulo, os caras são de Recife. Se encontram em São Paulo, para voltar para Recife, ser amigo. E aí vira amigo de verdade.

Luciano Pires: Você sabe que a minha plataforma, hoje ela tá com pessoal… A NetshowMe, eles compraram a plataforma, e estão lançando uma plataforma gigante de OTT, uma coisa bem legal. E eles vieram gravar meu caso, como case deles. Eu sou um case deles, para mostrar como uma plataforma de assinatura recorrente, pode transformar um produtor de conteúdo, em um business, né? E eles sentaram comigo aqui, vão mostrando tudo. Eu falei, cara, o discurso de venda de vocês, não vai conseguir botar valor nesse treco. Você tá vendo esse grupo do Telegram? Não tem como por valor nisso aqui. E essa é a coisa mais valiosa que vocês vão estar propondo para a as pessoas, só que não tem como valorizar esse grupo, sem estar dentro dele. Então me dá sua coordenadora, eu vou enfiar ela no grupo, para ela experimentar o que que acontece ali, para tentar, de alguma forma, passar isso adiante.

E o interessante é o seguinte. Esse grupo já tá aí. Você já tinha um grupo em torno, eu vou dizer, dentro do ecossistema Murilo Gun, ou ouvindo, comprando seu DVD, assistindo suas piadas. Esse grupo já estava lá. Ele só não se conectou. Ele não tava conectado. No momento que você põe a ferramenta, e conecta um com o outro, cara, você destampa o negócio que é assustador, cara.

Murilo Gun: Cara, é maravilhoso. Porque não dá para a gente evoluir, sem estar com um grupo de pessoas ao redor, para suportar, para você poder mostrar vulnerabilidade, porque é na vulnerabilidade que se cresce, né? Então…

Luciano Pires: Você já tinha tido empresa lá atrás? Bem lá atrás?

Murilo Gun: Ah, tantas coisas já, tantas empresas. Mas assim, eu nunca tinha sido, em todas as empresas que eu tive, eu nunca tinha sido o SEO.

Entendeu? Eu sempre era o atacante, eu nunca era o técnico. Eu sempre era o atacante, que tava na frente, botando as caras, e tal. E eu tinha sempre sócios, que faziam, tocavam. Então, eu já tive várias empresas, mas, nunca fui empresário. E, pela primeira vez ali, quando começou eu, Bruno e Matoso, era beleza. Mas, uma hora, quando a gente precisou, não, preciso de suporte, para suportar os alunos. Eu preciso de marketing, de edição de vídeo, senão para aqui. E aí, eu comecei a jogar o jogo de ser empresário. E aí cara, foi uma avalanche de aprendizagem, meu Deus do céu. Quanta coisa eu aprendi. Porque assim, eu sempre fui sozinho, e eu trabalho em grupo agora, que eu era o SEO e o produto, ao mesmo tempo. Que é esquizofrênico, enlouquecedor, ser SEO e o produto.

Luciano Pires: é mais ou menos como Clint Eastwood, dirigindo filme, e atuando no filme ao mesmo tempo.

Murilo Gun: É, como que faz, é loucura. Então, e aí cara, muita coisa. Contratar pessoas, selecionar, como fazer direito, processos, time, manter time motivado, manter time engajado, é muita coisa. E nesse caminho, eu vou dizer os big facts, os fatos maiores assim.

Primeiro, chegou um momento que eu resolvi que eu tinha, não quero ser o SEO desse negócio, não quero ser. Eu quero ser só o produto. Eu comecei a me desconectar, comecei a… eu faço um curso de aprendizagem criativa, que é para você ter uma vida criativa, ter uma vida in flow, e eu estava perdendo. Eu estava perdendo isso, deixando de fazer.

Luciano Pires: Então espera aí. Você vai entrar em uma outra fase agora, mas, eu quero esgotar um negócio antes disso, com você. Você escolheu montar um projeto, que vai oferecer para os caras um produto que é absolutamente intangível. Você não vai dar aula de venda, você não vai ensinar o cara a lidar com Excel, você vai vender para o cara o seguinte: estou te vendendo uma mudança de mindset. Que é um negócio terrível, você não tem como pôr em uma planilha. É que nem pintor. Eu só sei se ficou boa a pintura, quando terminar. Depois que secar a tinta, eu vou ver se ficou bom. Não tem como ver com antecedência, né? Mesmo que o cara me mostre, “olha o que eu já fiz”, espera aí. E no teu caso, você começa a lidar com um negócio que era absolutamente intangível, tendo como ponto de partida, o fato que de que eu sou humorista criativo. Eu não sou professor de porra nenhuma. E agora estou aqui te oferecendo uma… a partir dessa visão do humorista, né?

Como é que você trabalhou essa questão da proposta de valor? Você foi um sucesso na largada. Você largou, já largou arrebentando, né? Como é que você trabalhou a proposta de valor para isso aí?

Murilo Gun: Cara, vou te falar. Sinceramente, deixando, sem modéstias a parte, a minha proposta de valor, acho que sempre foi, vem comigo. Sempre foi eu. Sempre foi muito assim, tipo, não tem clareza, até hoje não tem. Até hoje não tem clareza, até hoje a proposta é assim, eu entregar valor de graça, e aí entra aqui nesse curso, que tem muito mais do que você tá tendo agora, sabe? Não tem uma coisa assim, porque não tem uma coisa… Cara, meu curso, tem gente que continua após o curso, no mesmo emprego, no mesmo trabalho, vendo a mesma coisa, só que não é feliz. Então, como é que eu vou dizer isso? Não tem como ganhar dinheiro mais.

Luciano Pires: Vamos lá. Então você não tendo essa proposta de valor, para mim ela é clara.

Murilo Gun: Qual é para você, a proposta de valor minha?

Luciano Pires: A tua? É mudança de mindset cara, você vai sair daqui uma pessoa…

Murilo Gun: Mas ela é vaga, né?

Luciano Pires: Exatamente, isso que eu to dizendo. Eu conheço, eu sei o que é, mas ela continua sendo vaga. Ela não explicita basicamente, “vou sair daqui especialista em Lotus 1 2 3”. Não é isso. E você resolve implementar isso, no mercado que já nessa época, estava abarrotado de nego com proposta muito mais legal que a sua, que você vai ficar rico rapidamente, você vai ganhar dinheiro para cacete. Olha, eu moro em Miami, que cosia maravilhosa. Então, tinha toda uma conversa já jogada no mercado, usando o mesmo tipo de ferramenta que você está usando. O mesmo tipo de processo, com propostas que cara, só faltou prometer céu, só faltava o céu ali, né? E você entra nesse ambiente. Eu entendo que grande parte, ou talvez, para mim a maior parte do seu sucesso, foi o fato de você já ter trazendo com você, um grupo de pessoas que já olhava, “o que o Murilo faz é interessante. O que esse cara mexe tem coisas legais, acho que dá para acreditar nele, e seguir a diante”. E daí, eu tenho a surpresa de fazer seu curso, e descobrir que porra, não fazia ideia. E você vai crescendo a credibilidade, né?

Mas você olhou para esse ambiente, quando você olhou esse ambiente cheio de gente prometendo o céu, isso te preocupou, isso te desafiou, isso te estimulou? Como que você viu isso, cara?

Murilo Gun: Cara…

Luciano Pires: Ou foda-se?

Murilo Gun: É engraçado, porque eu vi quantas pessoas eu vi nessa minha jornada, que já tinha uma careira, como palestrante, como escritor, ou como qualquer outra coisa, que tavam querendo entrar no mundo online, de cursos online, mas que procrastinaram. E se brincar, até hoje, não entraram, perderam o timing, porque foram dominadas pelo medo. O medo, de serem comparados com ciclano, beltrano, que tá fazendo um negócio escroto na internet. Ou seja, foram dominados pelo medo. O medo, deixou eles, impediu eles, de impactarem mais pessoas, de fazerem o que eles queriam. E cara, eu talvez desde muito criança, sempre tive essa coisa de, eu sou movido pelo que eu quero, sem muita…

Então assim, eu entrei nesse jogo, zero… o único pensamento era, eu descobri algo foda. Criatividade. O povo não está sabendo o poder da criatividade, como ferramenta para solução de problemas, para qualquer ser humano. Estão achando, existe um problema coletivo, um mito coletivo, que criatividade é coisa… são 3 mitos que eu percebi. É cosia para artista, é coisa dom, pessoas especiais, e requer uma criação original, do zero. Não, não é para artista, soluço de problemas, não é dom de ninguém, é dom do homo sapiens, e terceiro não tem que criar nada do zero, nada vem do nada, tudo vem de alguma coisa. Que tira muito o peso. Eu preciso falar isso para as pessoas. Acabou. Não tem nada que vai me impedir.

Luciano Pires: E acho que outra coisa, e confio muito no meu taco.

Murilo Gun: É, confio sim, confio. Sou bem criança, no ciclo de várias coisas que eu sempre fui, que eu sempre fui fazendo, e algumas dando certo, outras dando errado. Mas, sempre me jogando.

Luciano Pires: Muito bem. Você está no LíderCast, que é um PodCast focado em liderança e empreendedorismo, que proporciona conversas nutritivas, com gente que está aí para provocar mudanças. O LíderCast faz parte do Café Brasil Premium, a nossa Netflix do conhecimento, que redefine o termo estudar. Ao transformar seu Smartphone, em uma plataforma de aprendizado contínuo. Você pratica uma espécie de MLA, Master Life Administration, recebendo conteúdo pertinente, de aplicação prática e imediata, que agrega valor ao seu tempo de vida.

São VideoCasts, são sumários de livros, são PodCasts, são E-books, são eventos presenciais, e a participação em uma comunidade nutritiva, onde você faz um networking, que não tem em outro lugar. Acesse: cafedegraca.com, para experimentar o Premium por 1 mês, sem pagar.

 

Quantos alunos passaram pelo seu…?

Murilo Gun: 12 mil.

Luciano Pires: Em quanto tempo?

Murilo Gun: 4 anos.

Luciano Pires: 4 anos, 12 mil pessoas. Cara, é uma paulada de gente. Que é o seguinte. Eu não to perguntando para ele, quantos caras seguem o Facebook dele, quantos caras seguem o Tweeter, não é isso. Eu to perguntando assim, quantos caras pagaram caro, para fazer o curso com você? São 12 mil. Então, 12 mil, cara, é sério isso.

Murilo Gun: É engraçado, porque a gente, eu sempre tenho essa coisa de, esses que pagam, eles pagam para ter acesso a plataforma, a comunidade, ao conhecimento, ensino, tudo. Mas, eles estão trazendo o oxigênio necessário para eu poder fazer um monte de coisa gratuita foda. Porque cara, a gente faz uns documentários de habilidade do futuro, os documentários que a gente faz, que pô, fazendo em câmera de cinema, alugando espaços incríveis, uma equipe de roteiristas, um monte de coisa, tudo de graça. Mas, não é de graça, tem custo. E esse custo, tá sendo pago pelas pessoas que fazem o curso.

Luciano Pires: É o que eu falei bastante quando eu estava começando a transição para esse modelo do Café Brasil Premium, eu dizia o seguinte. Vocês que estão entendo no projeto, vocês têm que torcer para eu ficar muito rico. Torçam para eu ganhar dinheiro para comprar uma Ferrari, porque uma parte substancial disso, vai voltar para vocês, com coisas que eu não posso fazer hoje.

Eu não tenho condições de fazer uma pesquisa, como eu gostaria de fazer. Com o recurso que vem, e vai voltar para você. Quer dizer, tem que ter uma relação de confiança, e até eu estava discutindo esses dias com os caras. Cara, eu não to discutindo se é 30 reais, 40, 50, 60 reais. Cara, essa discussão, eu não tenho o menor interesse nela. Eu não quero discutir, se eu baixar para 25 reais, vai vir mais gente, se deixar com 35 vai vir menos. Não. Essa discussão não me interessa. A discussão que me interessa é a seguinte, cara, esse negócio é tão valioso, tem tanto poder para me ajudar, que eu vou pagar o que esse cara pedir, para estar aí. E a gente começa a discutir essa coisa do valor, que eu falei lá atrás que era intangível, que de repente, quanto valeu… Eu até tenho um lance interessante que eu uso numa palestra, eu não me lembro se eu usei até em um VideoCast, que eu vou usar aqui agora, que é muito legal. Que é o exemplo que eu uso, quando eu faço essa coisa do valor.

Eu conto uma história, eu lá na França, vou no Louvre, e eu sou fascinado pelos lances do Egito, etc. e tal. Então eu desço em uma sala, para ver a parte do Egito, e chego em uma salinha pequenininha, onde tem o escriba, que é uma estátua desse tamaninho, minúscula, de um sujeito sentado, é escriba, uma estátua feita há 5 mil anos atas, dentro de uma cúpula de vidro. E eu tinha visto aquilo de montão, já tinha visto aquela foto, tudo, e eu cheguei na frente daquela estatua, eu to arrepiado. Quando eu olho aquela estatua, e olho no olho do escriba, ele está olhando para você, eu entrei no olho daquele cara, e viajei ali bicho, de imaginar que um cara há 5 mil anos atrás, fez aquela estatua. Ele pintou os detalhes, eu tava vendo aquilo, olha o arrepio, eu viajei naquela estatua. E aí que eu saio de lá e falocara, quanto valeu essa experiência que eu acabo de ter aqui, com esse escriba. Valeu os 18 Euros que eu paguei para entrar aqui? Esse é o valor disso? Cara, não há dinheiro no mundo capaz de pagar. E eu pagaria 150 Euros, para poder viver isso aí outra vez, né?

Então, a discussão do valor, é nesse âmbito. E não é todo mundo que consegue extrapolar para isso. Você tem que buscar aquele algo mais. Eu quero algo mais, e esse algo mais, significa que eu vou ter que investir. E alguém vai olhar investindo, vai falar, você é louco. Onde já se viu gastar esse dinheiro todo. Cara, eu vou ter um benefício lá na frente, que eu não vou conseguir te mostrar. Na é uma roupa, não é um rotulo que eu comprei, é a tal da mudança do mindset, que não há dinheiro que pague, porque ela vai estar comigo para o resto da vida, cara. Ela vai fazer com que eu mude as coisas…

Murilo Gun: é louco, porque a gente nem fala, “não, você vai… a sua carreira vai…”. Não, pode ser que a sua carreira continue igual. Mas, você vai ficar mais feliz, você vai mudar a forma como você percebe aquilo. Então, depois surgiu o cri cri cri. O criando crianças criativas. Que já tem uma percepção de valor um pouco mais clara.

Luciano Pires: Tangível.

Murilo Gun: Apesar que você educar meus filhos, é uma coisa muito vago ainda. Mas, pelo menos assim, a representatividade criativa pode ser para tudo. Ali pelo menos, é quase que criatividade aplicado a educação e filhos. Então, mais do cri cri cri, e aí cara… É engraçado que quando surgiu o cri cri cri, quando eu comecei, você falou do medo, existia uma… ao meu redor, algumas pessoas falando assim. Cara, você vai entrar em educação de crianças? Isso é um vespeiro.

Luciano Pires: Olha o tamanho da responsabilidade.

Murilo Gun: Educação de criança, bicho. Cara, tu não é pedagogo, tu não é nada. Tu vai falar… A minha filha, quando eu comecei o cri cri cri, acho que ela tinha 6 meses, sei lá. Na verdade, eu já falava do cri cri cri antes dela nascer. Então assim, veio o medo, bateu na minha porta. Mas aí novamente, clareza. Por que eu to fazendo isso? Cara, isso não surgiu… é o lance do, não é um oportunismo. Brotou, organicamente, de, o meu aluno de aprendizagem criativa, me falou que… e eu entrei aqui pela minha carreira, coisa e que. Mas, ao perceber, o quanto ao longo da minha educação, a minha criatividade, a minha curiosidade, a minha imaginação, minha coragem foi bloqueada, eu já to agora educando meu filho diferente. Sem eu falar palavra filho no curso.

Eu falei, cara, é isso. É o próximo passo natural. Quando você faz as coisas com verdade, com autenticidade, o próximo passo fica claro. O próximo passo, ele brota.

Luciano Pires: Você tá tocando em uma esfera moral, que para mim é caríssima. Aqui eu vou te lançar, não é uma provocação, é uma reflexão, que é a seguinte. Tem uma porrada de gente vendendo curso de todo tipo aí, prometendo mundos e fundos, né? E eu falo, cara legal, a máquina é fantástica, o processo é fantástico. Eu fui lá, eu assinei, (inint) [00:55:20.02], eu usei o processo. A máquina, é brilhante, né? Tem umas pegadas nela, que eu questiono, eu não gosto muito. A parte de gatilho mental, eu não gosto de usar não, porque eu tenho um problema com isso. Mas, existe uma coisa que moralmente me paga, que eu vou tentar explicar para você, com um exemplo. Eu vou dar para você, vou vender um curso para você ficar rico, explodindo de vender seu produto. E ao vender para você, eu descubro que você fabrica empada. E eu sei que com empada não vai dar certo, porque eu to te oferecendo um negócio, que não dá para mandar uma empada pelo Correio, não tem como fazer assim. Não funciona. Então, mesmo vendo que com empada não vai dar certo, eu te vendo o curso igual, por 3, 4 5 mil, sei lá o que for. Mantenho a promessa, e você que se vire, que comprou, etc. e tal. É um questionamento moral, que me incomoda em algumas coisas que eu vi por aí.

Murilo Gun: Mas aí rapidinho, aí você faz empada. Aí empada não dá para mandar pelos Correios. Mas, você pode ensinar a fazer empada.

Luciano Pires: sim, mas então, você… eu cheguei para você, com toda a minha limitação para tentar aplicar tua fórmula para vender empada, e você tá dizendo para mim o seguinte. Esquece disso aqui, que seu negócio é outro. Não foi para isso que eu comprei seu curso. Eu não comprei o curso para mudar o que eu faço hoje, e montar outra coisa. Virar professor de empada. Porque eu passei a fazer a venda do digital, que é o melhor dos mundos. Eu continuo com meu negócio da empada. Então, essa coisa de eu vou te vender um negócio, e eu olho para você, falo cara, não. Esse carro não é para você. Esse carro não vai servir para você, porque ele é muito baixinho. Você já tá velhinho, você tem que ter um carro mais alto. Não gasta dinheiro. Tem um carro mais barato para você, que vai servir melhor. Que é o meu compromisso moral com você, que é meu cliente. Eu não vou deixar você gastar mais do que você deveria, eu não vou deixar você comprar um negócio, que eu sei que não vai funcionar para você. Eu vou chegar para você e falar assim, cara, você não tá pronto para isso. Esqueça. Compre daqui a pouco, mas faça antes esse outro negócio para se preparar. E eu não tenho visto isso. Eu vejo uma porrada de gente vendendo, foda-se.

Murilo Gun: Mas lembrando que existe, aí tem um fenômeno que é interessante, que é, a gente sempre olha para esse lado, “ah, mas isso aqui talvez não seja moral”. Mas, tem uma característica desse jogo, que todo mundo, que o mercado todo faz, que ela para mim, tem um efeito ético lindo. Que é, peça reembolso a hora que você quiser. A hora que você quiser não. 30 dias para pedir reembolso. E poucos pedem. Por que? Porque cara, vou falar explicitamente sobre o Forma Lançamento, que é o curso mais famoso desse mercado de marketing digital, e tal. Forma lançamento, para mim, não é um curso para vender coisas digitais. Para mim, é um curso de marketing digital. Para qualquer coisa. Se você tem o negócio da empada, e não quer ensinar empada online, você com Forma Lançamento, aprendendo sobre alguns gatilhos, e os gatilhos de persuasão, eles sempre existiram. O lance, é como eles pegaram os gatilhos que sempre existiram, e disseram, é assim no mundo digital que você usa eles.

Então, por exemplo, o gatilho de reciprocidade. Quando eu dou algo de graça, as pessoas querem retribuir. Como se aplica a vender empada de verdade? Se aplica, se você cria um conteúdo incrível, sobre alimentação, sobre a minha empada é recheada de quinoa. Então, cria um Instagram sobre a quinoa que tem na sua empada. E você cria muito valor, as pessoas que inconscientemente querem comprar de você. Porque elas sentem que você já entregou valor para elas, antes de você pagar.

Luciano Pires: Isso é marketing.

Murilo Gun: Mas é um marketing, para mim, lindo. Marketing de troca de valor. Cara me entregou valor, ele já me entregou valor, sem eu pagar nada. O conhecimento, conteúdo, inspiração. Ou, usar o marketing digital, para transformar minha loja de empada, no ponto de encontro de pessoas. Olha, eu fui lá na loja de empada, usufrui do benefício de encontrar pessoas, que foi um meeting que rolou aqui. Nem comprei empada, e já to no benefício. Vou comprar agora. E eu como, benefício de novo.

Luciano Pires: Você tem que fazer um curso de reposicionamento criativo, para poder…

Murilo Gun: Mas muitas pessoas que fazem os cursos de marketing digital, fazem meu curso de criatividade também. Porque eu acredito que o marketing digital, ele é um negócio que, se pudesse chegar em todos os pequenos e médios empresários, o poder de, cara, você consegue chegar no seu público. Com uma ferramenta agora, consegue dar um tiro na testa do seu público, e você consegue se comunicar com ele, geograficamente, demograficamente, lindo demais. Então, falar só com quem precisa.

Luciano Pires: A máquina é um negócio impressionante. Tecnologia chegou um ponto que é quase que ilimitado, o que dá para fazer com ele, em termos de inteligência para…

Murilo Gun: Eu me sinto assim, hoje em dia.

Luciano Pires: Para economia, para você gastar menos, consumir menos. Tudo que é mais enxuto, você vai nele e consegue acertar lá, direto. Mas, tem que haver uma inteligência por trás dele, para fazer essa coisa rolar. Eu fiz aquela pausa no momento que você diz, que foi muito… Eu estava perdendo aquilo que eu tava oferendo para a turma, e eu tava perdendo.

Murilo Gun: Tava perdendo, porque…

Luciano Pires: O viver.

Murilo Gun: é, o viver, o flow, o estado de fluxo, estado de tensão pela sua atividade, que não é só aquele flow que vem uma vez por mês, mas ele é mais padrão do que não padrão, mais comum do que não comum. E eu estava perdendo, porque eu comecei a viver discutindo qual vai ser o novo processo do não sei o que, novo processo de contratação, pessoas desmotivadas, como que faz, como que não faz. Gestão financeira, contábil, jurídico. Comecei fazendo isso. E que vara, não é a minha parada isso, é de outras pessoas. Mas não é a minha. E eu não consegui montar o time. Aí eu comecei a buscar o SEO. Busquei um SEO, ficou 1 ano, não deu certo, vários motivos. Eu sempre cometi, acho que o maior erro de pessoas que eu cometi, foi buscar pessoas iguais a mim. Que eu me empolgo, porque ela é igual a mim, e a gente se conecta muito bem. E a gente se ama, porque a gente é igual.

Luciano Pires: Cara, eu vivo esse drama todo dia. Outro dia eu fui falar com a minha esposa. Cara, olha que tá acontecendo comigo aqui. Eu sei que eu não vou conseguir crescer de jeito nenhum, se eu não tiver alguém do meu lado aqui. Mas, os alguéns que eu conheço, e que eu poderia chamar para vir para cá, são todos iguais a mim. É tudo gente que é tão legal quanto eu, é tão criativa quanto eu, mas eles são iguais. Aí nós vamos juntar os dois, com os mesmos problem que eu tenho hoje. E aí você, sabe, não, essas pessoas são fantásticas, mas eu não posso. Eu tenho que trazer alguém que é meu oposto. Que é alguém que vai cuidar do lado, que eu não tenho competência para cuidar. Cara, isso é que nem casar. Mas aí, nesse seu processo, e eu acompanhei você. Eu podia não estar lá, mas, eu estava vendo de perto. Tem 2 elementos que para mim são fundamentais, nesse seu processo de sublimar esse seu dia a dia. Um, sua esposa, e outro, sua filha.

Quando você casou, você virou outro cara. Quando sua filha nasceu, você virou outro cara ainda, a ponto de olhar o trabalho, falar cara, tem uma outra coisa aqui, que surgiu, que eu não tinha, que é a minha família, a minha própria aqui, e agora eu vou ter que cruzar meu tempo com isso. Eu lembro que você decidiu morar em Alphaville, não vou ficar aqui todo dia. Não vou botar uma casa no trabalho, vou fazer minha casa, e o trabalho que venha em função de mim. Como que foi isso cara?

Murilo Gun: Cara, o lance de família para mim, é um valor muito alto. O mais alto de todos, de verdade. Parece que falar que família é valor alto, é chique, é bonito. E na verdade, tudo bem se não for para você, o valor família não for alto. Não adianta querer fakear, enganar quem. Então é uma coisa muito importante para mim, tanto que o motivo pelo qual eu quis fazer curso online, era porque eu queria engravidar, e eu não queria mais viajar tanto como eu viajava na comedia. Então, você vê que o negócio não começou primordialmente pelo desejo de impactar as pessoas. Começou por um motivo egoísta, de, eu não quero mais viajar. Amor, como que nós vamos viajar?

Então, ou eu tenho que ganhar dinheiro aqui por São Paulo, mas como comediante, palestrante, não dá para ganhar dinheiro só em São Paulo, não dá. Ou, um negócio online, a distância. E aí, curso online. Foi a variável família que surgiu. E aí o lance família velho, é engraçado porque tem gente que tá com a vida atarefada, e pensa assim. Não, não dá para ter filho agora não, porque a vida tá bagunçada. Muita coisa, imagina, porque a pessoa pensa assim. Minha vida de hoje, tá caótica, louca. Se eu adiciono fator criança, não tem espaço para ela. A minha experiência, e a minha experiência, não sei se é igual para todo mundo, é meio que o contrário. Quando a variável criança entra, e entra como prioridade máxima, para tudo, zera agenda. Hoje em dia, se você olhar minha agenda agora. Minha agenda agora, tem repetição todos os dias, levar filha na escola, pegar filha na escola.

Eu falei para você, Luciano, preciso sair, porque eu preciso ir na escola. Minha filha acordou doente, não foi para a escola hoje. Hoje eu posso esticar. Mas assim, cara, o levar minha filha na escola, e pegar na escola, foi a coisa que mais ajudou a organização da minha vida. Porque você cria duas restrições, que automaticamente, o meu horário de trabalho é das 8 e meia, as 3 e meia. E aí, porque as 4 e 15 eu tenho que pegar ela, é integral, e eu fico um pouco com ela. E depois que ela dorme, eu tenho um terceiro expedientezinho, se eu quiser, de 9 e meia as 11 e meia, normalmente mais introspectivo, eu sozinho em casa, não sei o que.

E, ao ter que fazer tudo, de 8 e meia as 15 e 30, eu fiquei mais produtivo.

Luciano Pires: Esse negócio tem um nome, que chama-se disciplina. E se você me perguntar para mim hoje, do alto dos meus anos de vida, eu to, há cada dia que passa, eu olho para trás, e fico mais… para mim, tá cada dia mais claro que, se você perguntar para mim qual é o atributo número 1, que qualquer pessoa precisa para almejar qualquer tipo de sucesso, no que for, disciplina. Um! Depois, vem o resto.

Murilo Gun: Porque através dela, você consegue qualquer coisa. Com disciplina, você desenvolve a criatividade. Com disciplina, tudo, né. Então, a minha filha me trouxe disciplina, porque ela me trouxe…

Luciano Pires: Quer dizer, o que seria uma restrição, aquilo que vem para fazer uma restrição e criar mais encrenca na minha vida, na verdade, serve para me…

Murilo Gun: Inclusive, eu tenho no curso uma aula, só sobre restrições. Só sobre poder das restrições, para amplificar a criatividade. Como colocar restrições, é legal também.

Luciano Pires: Você sabe que, de certa forma, eu acho que a minha vida sempre foi assim. De uma forma inusitada, eu não tinha pensado nisso. Fui pensar recentemente, né? Que é o seguinte. Eu sou criativo para caralho, quando chega na última hora. Entendeu cara? Chegou na boca do forno, tem que entregar, tem que ser agora, eu vou ter que fazer. Cara, eu crio cada coisa que é inacreditável. Tal ponto, que chegou uma época que eu comecei a provocar isso. Falei não, não vou mexer, deixa eu chegar perto. Quando não tem mais saída, brota uma solução. E de certa maneira, isso fez com que eu virasse um puta de um bagunceiro, porque cara, vou empurrar com a barriga, porque eu sei que na última hora, eu vou ter uma saída brilhantemente criativa. Sempre foi assim. E agora, eu to vendo o preço que tem que pagar. Entendeu? Porque isso tem um custo, isso custa. Custa saúde, energia, custa uma porrada de coisa, especialmente quando tem mais gente no barco com você.

Murilo Gun: E as pessoas quando não tem essa coisa, ficam desesperadas. É um sofrimento. Quando elas não têm essa segurança, que na última vem, está ao seu redor, isso gera um sofrimento nas pessoas gigante.

Luciano Pires: E aí o que que eu imagino. Bom, então se eu voltasse atrás na minha vida, eu faria diferente? Eu acho que não, cara. Eu acho que não. Sabe por que? Porque esse formato, esse jeito de ser, essa maneira que eu montei tudo, aos 20 anos de idade, é do caralho. Aos 30, é do caralho, porque eu tenho toda energia do mundo, e tenho todo tempo do mundo. Para bater, eu bato e volto, e faço outra vez. Aos 62, você já não tem mais, entendeu? Então, eu tenho que pensar muito bem. Esse pouco de energia que eu ainda tenho, eu vou gastar em que? Espera aí. Já não dá mais para eu empurrar com a barriga. Então, começa a haver essa história da disciplina, cada vez maior. Se eu não abraçar isso aqui, eu não consigo ser o adolescente de 20 e poucos anos, com 60. Não dá mais. E agora eu tenho uma conta para pagar. Isso é uma reflexão que eu tenho feito cada dia mais. Cara, eu to voltando para a academia agora. Então por que? Porque indisciplinei, virei um puta de um vagal, engordei para cacete, minhas costas estão fudidas, eu não durmo direito, minha vida está um inferno, porque eu perdi a embocadura. Aí comecei a mudar de novo, e agora depois de algum tempo falei, voltei para academia. Então, o que que eu botei na minha cabeça? Disciplina. Entendeu? Puta, academia é um saco, enche o saco, eu não to indo lá para ter prazer, caralho. Eu tenho que ir, para mostrar que eu ainda sou dono da minha vida. E que eu tenho, eu vou lá cara, claro que eu vou. Então, não fui ainda hoje. Por que? Porque agora eu vou à noite. Mas vou fazer lá, entendeu? Com saco, tudo mais, para provar para mim que eu tenho como controlar, e como ser mais disciplinado, né? E cara, esse atributo, é um atributo extremamente mal trabalhado, no dia a dia. E eu não vejo ninguém trabalhando disciplina. A disciplina, foi colocada como uma categoria moral, que pertence aos militares. Isso é coisa de milico. Não é coisa nossa. E outara, a disciplina, é a partir de punição. Então, se você não for disciplinado, você vai ser punido. Entre as 8, sai as 18, senão você vai ser punido, né? Não é essa outra disciplina que eu to falando, que é aquela de eu olhar para minha vida, cara, vou…

Murilo Gun: Claro. Ritual da manhã mudou minha vida. Ter uma disciplina de acordar, e a primeira hora do dia está toda definida ali, a sintonização, muda o dia inteiro. O dia inteiro muda por causa da disciplina todo dia. E uma hora, aí é o lance do prazer. Você começar a encontrar… Eu sou um cara que tenho uma coisa meia adonista de buscar o prazer, tudo têm que ser por prazer. Então eu fico, enquanto eu não encontro um jeito que me dá prazer, eu tenho dificuldade de ter consistência daquilo. Então eu passei 4 anos, minha mulher chegou para mim, um dia desses, e falou, “amor, impressionante a sua persistência em encontrar uma boa disciplina para amanhã, o ritual da manhã. Eu já te vi fazer tanta coisa diferente, você não desiste, agora você encontrou”. Tentando encontrar, a disciplina também surge na persistência em encontrar a disciplina.

Luciano Pires: O que que é o ritual da manhã? Descreve o ritual da manhã.

Murilo Gun: O ritual da manhã, eu aprendi com Gofi amigo meu, maravilhoso, e adaptei do meu jeito. Mas é um ritual que eu acordo.

Luciano Pires: Que horas?

Murilo Gun: 6 horas, 6 e meia. Xixi e escovar os dentes, para acordar. Era o antigo entrar na globo.com, mexer no celular para dar uma acordadinha não. Nem mexe no celular. Xixi e escovar os dentes, para acordar. É uma forma de acordar um pouco. Volto para a cama, faço uma meditação que começa com 478, 4 inspira, 7 segura, 8 solta. Por que? Além de ter uma explicação técnica de porque essa respiração é boa, para mim é maravilhoso, pelo fato de ter que contar os números, me traz um pensamento para eu focar. “Ah, não pensar em nada, é doído”. Então, tem que ficar 4, seguro 7, solta 8. Faço isso, até estabilizar, e conseguir fazer o 4 7 8 sem contar. E depois eu começo o ritual, que é a bola do amor. Eu imagino uma bola do amor, descendo da minha testa, que me preenche de amor, e depois começa a expandir para a minha mulher, para a cidade, para o Estado, país, mundo. Vou lembrando nome de pessoas, geograficamente, que surge na hora, expande para o mundo. É uma sintonia de amor. Depois gratidão, tudo isso de olho fechado. E aí a respiração, o fato de ter essas coisas para pensar, deixa você sem pensar em outras coisas. Eu tenho que estar pensando na bola, depois gratidão, pequenas coisas que surgirem, que eu sou grato. A gratidão é um negócio que tá meio banalizada, tá na modinha, mas a gratidão é o alimento do amor. É você trazer as coisas, pequenas coisas, que para mim, gratidão, tudo é sintonia. Esse ritual para mim, a minha definição, é o ritual de sintonização do amor. Foi o que ficou para mim. A bola do amor começa, a gratidão ajuda a sintonizar, depois o perdão, scanner de perdoes pendentes. Scanner, eu imagino todos os perdoes que estão pendentes, aí de vez em quando vem um do passado, opa. E meio que só em trazer ele para a superfície, e dá luz para ele, parece que o câncer já diminui assim. Toda hora eu vejo, sinto que o perdão está maior, e tento jogar luz nele, para ele puxar. Quimioterapia do perdão. A gratidão aproxima da sintonia do amor, e o perdão elimina o que tá atrasando, os atritos para a sintonia do amor. Aí depois intenção, longo prazo, o que eu quero fazer a longo prazo. Vem o despertar vidas criativas, a frase despertar vidas criativas, erradicar o desperdício de potência humana, erradicar sofrimento, através do despertar vidas criativas. Essa é a minha bandeira. Tem muitas pessoas, querendo fazer a mesma coisa. Cada um com a sua bandeira. A minha bandeira, é despertar vidas criativas. Eu to no mesmo jogo seu, e a gente tá com Dalai lama, mesmo jogo. Jesus Cristo, mesmo jogo. É o mesmo jogo. Cada um, de um jeito.

Luciano Pires: E cada um explicita isso de uma forma.

Murilo Gun: Manifesta de um jeito.

Luciano Pires: Eu comecei isso lá atrás, falando de uma tal de despocotização, que no fim é a mesma coisa.

Murilo Gun: Mesma coisa. Intenção a longo prazo, 3, 4 anos. E depois, para finalizar, intenção de curto prazo. Hoje. Jogar intenção de, como o dia de hoje vai colaborar para essa minha intenção de longo prazo, e manter a sintonia do amor o dia todo. Lembrar que eu sou amor, e tenho que estar cheio de amor, para poder transbordar para outras pessoas.

Luciano Pires: Quanto tempo se passou?

Murilo Gun: 13 minutos, que é o tempo da música do Devacin, que é o músico, a música que eu escolhi. Tem 13 minutos à música. Só que hoje, por exemplo, é meia hora hoje. Hoje em dia, me dá…

Luciano Pires: Você sabia que ia gravar com o Luciano, então você fez uma preparação especial.

Murilo Gun: Hoje em dia cara, se eu tiver tranquilo de tempo, eu acho que eu ficaria 1 hora ali. E chega uma hora, depois disso tudo, depois de 13 minutos com esse monte de pensamento, eu acho que depois de tudo isso, chega uma hora que eu não to pensando em nada, realmente. To só pensando em been, ser, been. Eu estou sendo só. Aí é a presença linda e maravilhosa, cara, é uma coisa que todo mundo tem que buscar. Maravilhoso, lindo. Eu to muito pilhado na Cartoule.

Luciano Pires: O que que é?

Murilo Gun: O poder do agora. Mas o melhor livro, é o New Earth, Novo Mundo. Maravilhoso. Assim, é um livro que cara, todo dia, é tipo uma bíblia, no sentido de que é para ler para sempre, porque 2 páginas, eu deixei de sublinhar o livro. Eu sublinhei tudo. Porque cada frase é foda. Então, enfim.

Luciano Pires: Repete o nome do livro.

Murilo Gun: Um Novo Mundo. New Earth et Cartoule, é o cara do poder de agora, que é um best seller há muito tempo. Depois que acaba a intenção, intenção então 4 7 8, bola do amor, gratidão, perdão, intenção longo prazo, intenção curto prazo. Fica o tempo que quiser, a música já acabou, mas eu fico lá muitas vezes. E quando abrir os olhos, diário, eu abro diário do dia. Abri o diário de hoje, no note aqui, sem inventar, aplicativo simples aqui. Diário do dia. Segunda, domingo, sábado, sexta, quinta, quarta, e tem uma pastinha aqui, diário, que tem todos os dias o diário. Que na verdade, é o diário. Eu lembro da Tania Mujica, que foi quem começou a trazer o assunto meditação, pretensão, auto-observação, faz 4 anos que eu to persistindo, de entender essa porra.

E começou com a Tania Mujica. A Tania Mujica construiu, você conheceu a Tania né?

Luciano Pires: Conheci rapidamente.

Murilo Gun: Construiu esse assunto em mim a vida toda. E o Gofi, matou para o gol. O Gofi foi o cara que chutou para o gol a bola. Mas ela construiu a jogada. E o diário, é um diário de auto-observação, é o que a Tania chama de ser introcientista de você. O que que eu boto nesse diário? Desde porque eu menti para o cara da loja? Entrei numa loja, o cara falou não sei o que, eu menti. São mentiras idiotas. Sai da loja, o dia todo me investigando. Porque eu tinha mania, todo mundo tem, de virar um investigador do mundo externo. “Ah, porque esse modelo de negócio, essa vitrine da loja, e no shopping, investigar o mundo externo”. Por que eu tomei sorvete 2 vezes? Eu tomei sorvete uma vez domingo agora, anotei aqui. Tomei sorvete uma vez, depois tomei de novo. Para que tomar 2 vezes? O que estava por trás? Ansiedade? Porque ao invés de tomar o segundo sorvete, eu não meditei no shopping? Então começo a fazer, escrever essas coisas. Eu abro de manhã o diário, com o que vier na cabeça. Ao longo do dia, vou colocando mais, e de noite.

Luciano Pires: Fiz um programa chamado introspectiva. Que fala, nós somos bom demais na retrospectiva, nós somos bons demais na prospectiva, e a gente é muito ruim na introspectiva. Que é entrar dentro de si.

Murilo Gun: Entrar dentro de si, tem dor. Aí você encontra dor. A gente foi educado há, mediante sentimentos negativos, se abafar. E não, entende-los, compreende-los. Integra-los.

Luciano Pires: E ao entrar dentro de você, você muda a forma como você reage ao mundo. Quer dizer, na sua retrospectiva, lá na frente eu vejo o que vem, para me proteger no que vem de for. Mas, não cuido do como é que eu vou reagir ao que tá vindo de fora. Que é o grande lance, né cara. O que que eu posso fazer com o Bolsonaro? Nada. Nada. Mas, eu posso fazer com a forma com que eu reajo a ele.

Murilo Gun: Claro, logico.

Luciano Pires: então, ao mudar a forma, talvez eu consiga mudar o que está acontecendo lá.

Murilo Gun: Depois do diário, tem um exerciciozinho, um ritualzinho. Existe um high intensive, que é pula, dá um pulo, desce, faz o marinheiro, e aí faço 3 de 10 disso, e por que? Além de ser um acordar, né, a cada vez que eu faço a sequência de 10, quando eu paro, eu fico no espelho do meu closet, nu ou de cueca, é uma… é quase que um momento de gratidão a estar vivo, que eu vejo a respiração. Depois de ter passado 13 a meia hora, na respiração, eu agora vejo ela em outro estado, e vejo meu corpo em um momento de, que lindo estar vivo, um momento de valorizar a respiração, né? Aí eu boto músicas internacionais de rock, que eu nunca fui de ouvir. Agora todo dia eu boto Led Zeppelin. Nunca na minha vida eu tinha ouvido Led Zeppelin. Eu descobri Pink Floyd faz alguns meses. Fiquei louco, caralho.

Luciano Pires: Vou te dar um PodCast para você ouvir.

Murilo Gun: Meu Deus do céu, esses caras estão sabendo de alguma coisa. Esses caras, é um negócio assim. Hoje em dia, eu fico assim, no avião, com fome de ouvido Dark Side of the Moon. Aquilo ali é magia negra, tem um bagulho ali, os caras acessaram alguma coisa.

Mas eu comecei a ver coisas que eu nunca… nessa hora do hit, eu fico ouvindo. Aerosmith, Metallica, coisas que eu nunca ouvi na minha existência, isso daí. Boto lá. E aí, depois, banho gelado. Banho gelado, exatamente o que você falou, o lance quem manda nessa porra. O banho gelado é, quem manda nessa porra sou eu. Você, mente mimada, quer o banho quentinho. Se fudeu. Porque quem manda aqui sou eu, não é a mente. É o exercício de observar a mente, o que que ela tá querendo, que hoje em dia eu tenho que arrumar outra coisa, porque para mim banho gelado virou um prazer. Banho gelado, agora eu to gostando dele. Preciso arrumar outra coisa.

Mas enfim, banho gelado, e acabou, próximo passo agora, que eu to querendo trazer, é… e é legal como você vai ancorando um no outro. Você faz o primeiro, se você fizer o primeiro, você vai até o final. Porque tudo é emendado um no outro. E aí, eu quero emendar agora, é o café lento com a esposa. Que o Thiago Nigro, primo rico, me falou, eu achei maravilhoso, porque eu comecei a me observar, tomando café sempre apressado. Não sei o que, não sei o que. Não cara, café lento com a esposa. Como é que eu faço, que horas eu tenho que acordar, para poder ter um café lento. Um café em paz. Não é infinito, claro, mas assim… Por que o café tem que ser 5 minutos, apressado? Se for 15, já é bom. Já é mais…

Luciano Pires: Você tá descrevendo todo um processo, que…

Murilo Gun: Levar a filha na escola. É o ápice. É quase que eu premiação, levar a filha na escola.

Luciano Pires: Isso é uma bomba, em uma sociedade que a velocidade aumenta a cada dia. Há cada dia, o tempo de reação é cada vez menor, a comunicação é efêmera, é tudo muito mais rápido. Eu sou demandado a agir cada vez mais rápido. E você vem e fala, breca, para, vai devagar.

Murilo Gun: É uma hora só. Tudo isso, foi uma hora só.

Luciano Pires: Eu não to me referindo ao tempo que você levou. Eu e refiro ao ritmo que você colocou. Vamos de boa. Levezinho. E você sai no mundo, e o mundo a milhão ali, né?

Murilo Gun: Cara, e na verdade assim, o mundo tá à milhão, mas assim como você falou, né. O que importa é como eu reajo. A sua mente, você pode controlar, e ela pode não estar à milhão, mesmo que o mundo esteja à milhão. Que a sua mente, uma das maiores conclusões da minha vida, maiores aprendizagens da minha vida, que começou com a Tania Mujica, que é “eu não sou a minha mente”. Isso é foda, isso muda tudo. Eu não sou a minha mente. Eu posso observar meus pensamentos. Se eu observo, eu sou outra pessoa. To acima da minha mente. Então, a gente vive em uma sociedade, totalmente dominada, identificada com a mente. Eu sou a minha mente. Não. Você pode olhar os pensamentos e dizer, esse pensamento tá legal. Vamos trocar esse pensamento aqui? Esse pensamento… Arrependimento, essa culpa, esse pensamento tá remoendo aqui, eu não quero mais esse pensamento. Que é o velho resignificar crenças. Há muito tempo tá no jogo aí, que já foi banalizado, parece que não sei o que, virou um papo de autoajuda bolshit, mas cara, algumas pessoas trouxeram autoajuda bolshit, mas, isso.

Luciano Pires: Se você for olhar na história, 5 mil anos atrás é que vem se pensando isso.

Murilo Gun: Logico.

Luciano Pires: O que você tá falando um negócio, eu to me lembrando aqui agora. Se você é sua mente, e é dominado pela sua mente, você vai entrar na histeria que tá aí. O mundo tá histérico. O Brasil tá histérico, tá histérico. Impossível você manter uma troca de ideias, como que eu digo, educada, e normal, com alguém que tem um grau de diferença de pensamento de você. Hoje em dia, é gritaria, porrada, todo mundo histérico. Você não consegue avaliar porra nenhuma, porque já vão para o preto ou branco. Ou é ruim, ou mal, é da minha tribo, não é da minha tribo. Já sai na porrada. E a gente perdeu a oportunidade de avaliação. Eu tava até agora há pouco trabalhando em um material, onde eu tava escrevendo um texto, em cima de um trabalho feito por um cara que é considerado, como é que eu vou dizer a você, odiado pelo mundo inteiro. Não era um Adolf Hitler, mas era por aí. Ninguém conhece quem é, mas o cara é odiado. Eu olhando aquilo, falando cara, por esse cara ser odiado, tudo o que ele falou, está sendo desconsiderado. Tudo que ele fez, está sendo desconsiderado, porque esse cara é odiado. Agora, dentro do trabalho dele, tem valores maravilhosos, tem coisas fantásticas lá, que eu não posso deixar de curtir, pelo simples fato desse cara pensar coisas que eu não pensaria. Que é aquela coisa, não vou ouvir Vagner, porque Vagner era amigo do Hitler. Então, não ouço mais Chico Buarque, porque Chico Buarque gosta de Cuba, né?

Murilo Gun: Acho que ocorreu um pouco o ocho nisso. O ocho…

Luciano Pires: Sim.

Murilo Gun: Cara, e o livro que eu li dele, que me impactou profundamente. Eu faço o que? Ignoro, não vale mais nada?

Luciano Pires: Sim, você viu Michael Jackson agora cara, o que eu faço com Michael Jackson? O que que eu faço com ele? É foda, né cara? Se você pensar, cara, dá para dividir as coisas? Tem que dar, porque tem uma obra que me impactou a vida inteira, que eu curti de montão, puta, o cara é meu ídolo, adoro, e agora descubro que o cara era um… Aliás, o mundo inteiro, tá cheio. Aliás, eu tenho uma tese que é a seguinte. Toma cuidado, hein. Todo mundo que é gênio em alguma coisa, e me parece que essa genialidade ela consome tanto recurso, que em algum lado, especialmente moral, o cara acaba se perdendo.

Então, tenho Woody Allen que é genial, e gosta de menininha. Eu tenho outro que é genial, e bate na mulher. Outro é genial, e bebe que nem um desgraçado. A outra é genial, e se suicida. Parece que tem sempre um desequilíbrio ali, que acho que tem tudo a ver com o que nós estamos falando aqui.

Murilo Gun: Alguém falou algo interessante, de que o grande lance, é a idolatria. Quando você chega a um ponto que alguém ajoelhar para beijar seu pé, fudeu, você vai tipo assim, essas pessoas todas chegaram nesse ponto que você falou, né? Beijar o pé. Quando esse tipo de energia tá chegando em você, que parece que é boa, mas ela confunde, e o ego te enlouquece, e você escorrega.

Luciano Pires: Você assiste Game Of Trones?

Murilo Gun: Não, nunca assisti.

Luciano Pires: É imperdível, é maravilhoso. Maravilhoso, sobre todos os aspectos que você puder imaginar. Extrapola a questão da capa, espada e dragão. Extrapola, mas do ponto de vista de mensagem, é do caralho cara. Teve, na sétima temporada, teve um lance lá, em que tem uma velhinha lá, uma velhinha que é toda maquiavélica, ela vai conversar com a garota. Não, bom, alguém tá conversando com ela, com a Danares que é princesa, maravilha. Ela tá comentando, e falando dos caras, ela fala, “pô, esse fulano ai, que é o John Snow, esse cara é metido a herói, é metido a herói, eu não gosto de herói, porque todo herói se ferra”. Ela dá o nome de 3 caras, porque fulano, ciclano e beltrano… E o outro cara vira para ela, “interessante, né? Você falou o nome de 3 caras que já se apaixonaram por você”. E ela opa! “E agora, você tá citando o quarto cara, e você não diz que ele se apaixonou. Ele tá apaixonado por você”. Então, tem um lance ali sabe, de você se cercar de pessoas que vão se apaixonar por você, ela não enxergou isso, e todos que ela falou, morreram, se ferraram, por causa da paixão por ela. Acho que tem a ver com essa história todo do meu guru, que tá no patamar, que tá lá em cima, que um belo dia eu descubro que ele tem problemas.

Murilo Gun: Por isso a importância de todo mundo, mas muito principalmente a gente, que estamos com maior visibilidade, exposição, termos mentores que questionem a gente. Terem um grupo de pessoas, que estão buscando. Porque a gente, tá querendo ajudar as pessoas. E quem tá ajudando a gente? A gente precisa de ajuda também. A gente precisa de ajuda, de coach, de terapeuta, ou de amigos mesmos que tenha uma sabedoria, e principalmente, mais que sabedoria, é não… franqueza para lhe questionar. Botar o dedo na ferida, e que você claro, também abra suas vulnerabilidades, para você não se auto enganar.

Luciano Pires: Vou te questionar, porque eu gosto de você. Porque eu quero teu bem, não vim aqui para te destruir.

Murilo Gun: Michael Jackson, acho que ninguém chegava para ele, “Michael, esse nariz tá escroto. Para com isso, Michael, o nariz tá ficando escroto”. Ninguém falava para ele isso. Blindam o cara, e o cara muitas vezes se perde.

Luciano Pires: Meu caro, o que que vem pela frente agora, hein? Estamos caminhando para o nosso final.

Murilo Gun: Cara, tem uma coisa que você falou aí, até a palavra das conversas, e tal, que eu e o Gabriel Gofi a gente foi agora em um evento no Texas, no SSW, e a gente, um evento cheio de palestras, cheio de coisas, e a gente não foi nas palestras. Comprou o crachá Platinum, e foi em 2 palestras, e aproveitou aqueles 6, 7 dias, e ficou só trocando, conversando. No último dia, de 2 e meia da manhã, a gente falou de negócios pela primeira vez. No último dia, as 2 da manhã. Passamos 6, 7 dias, conversando 15 horas por dia, sobre sentimentos, e conversas filosóficas, psicológicas, introspectivas, e tal. E a gente, eu tenho feito agora alguns sábados aí na minha casa, chamado 2 ou 3 pessoas, para passar a noite. E a gente começou a falar, “cara, precisamos fazer um movimento, que a gente chamou de mudando as conversas”. Um movimento, que é uma coisa que eu to muito apaixonado no momento por esse assunto assim, claro, tá só iniciando em 0,1% da jornada disso.

Mas assim, o movimento que eu quero fazer, de cara, como a gente faz para que as pessoas tenham coragem, é um ato de coragem, de desde o almoço do self-service da firma, até principalmente os jantares de sexta à noite, que você vai com a sua mulher e outro casal no restaurante, ou recebe de sábado 2 casais na sua casa. Principalmente esses acho que a sexta e sábado à noite, principalmente. Como você fazer, ter coragem, é um ato de coragem como eu falei, de propor falar de assuntos do mundo interior? Ou filosóficos também, mas assim, como sair da pocotização, do Big Brother, do futebol, a fofoca, das notícias, das curiosidades superficiais, das memorias do passado, do humor banal, e também de assuntos mais importantes, como política, mas que são importantes, mas que são mundo exterior ainda, e carreira e negócios, que eu diria que é assunto talvez menos superficial que as pessoas costumam falar, que é sobre a vida profissional, como tá, não sei o que. E começa a ir para o mundo interior. Que é trazer as dores, o que tá rolando.

Luciano Pires: Valores, crenças.

Murilo Gun: As virtudes, conflitos. E transformar esses jantares, em momentos de cura, sem necessariamente, ninguém tem que ser psicólogo, nada não. Cara, todo mundo, quando… Todo mundo tem algo a falar, né? Sobre a questão do outro, um conselho, um ambiente seguro de troca, sabe? E não precisa ser todos não. A gente fala, pelo menos 50%, vamos mudar as conversas, pelo menos, metade das vezes pode falar qualquer merda. Mas a outra metade, vamos falar sobre isso? E a gente tá assim pensando, como a gente pode… quais são os obstáculos que impedem as pessoas de fazerem isso? Um, é coo falei mais uma vez, coragem de chegar, e… É a repetição, parece que se encontramos, tem cerveja, tem restaurante, é obrigatório falar merda. É obrigatório falar superficial. E é verdade uma coisa que a Tania falou. É possível ser profundo, até na superficialidade. É possível falar de Big Brother, profundamente. É possível.

Luciano Pires: Sim. Eu tenho um texto famoso, que eu falo disso.

Murilo Gun: É possível. Qualquer assunto pode trazer, se você quiser buscar a raiz, o que tá por trás. Então, além da questão dos cursos da gente, o reaprendizagem criativa, o cri cri cri, eu fiz uma grande mudança agora, eu terceirizei. Você não sabe, eu terceirizei, não que eu terceirizei… nessa coisa toda que você é empresário, eu tentei SEO, não rolou. E encontrei um parceiro meu, Leandro Aguiari, que eu já conhecia há muito tempo, que ele toca a operação de curso online do Augusto Cury. E a gente fez uma fusão, em que o Aguiari toda uma operação de curso online, com um time que uma parte também trabalha para o Cury, e vice-versa. Então o time agora tem esses dois. E eu agora tenho 1 funcionário só.

Luciano Pires: Puta vida, legal.

Murilo Gun: Que é minha braço direito, Paula. Que me ajuda. Na verdade, eu sou sócio da empresa, claro. Eu consegui, depois de 4, 5 anos de luta, consegui fazer um modelo em que eu consigo me dedicar a minha arte, e consigo ter tempo livre, para estudar, pensar, vir aqui ficar com você. Antes daqui eu tava gravando com um amigo meu, entendeu? Então para fazer isso.

Luciano Pires: Enquanto uma estrutura…

Murilo Gun: Que não dá para delegar, né?

Luciano Pires: Sim, perfeito.

Murilo Gun: Mas, muito grato por todas as jornadas que foi essencial, tinha que ser desse jeito. Tinha que passar por isso, um aprendizado louco. Então, curso reaprendizagem.com.br, quem quiser conhecer, o curso de Reaprendizagem Criativa. O cricricri.com.br, criando crianças criativas, para educar os filhos, né? Não é para crianças, é para os pais. E minhas palestras, que eu faço para empresas, sobre criatividade. Adoro fazer também, ir no mundo corporativo. Eu tinha parado de fazer, porque eu era SEO. Mas, porque que eu vou parar de fazer algo que eu amo, que eu sou bom, que o povo precisa, e não paga caro? Como que eu posso negar isso? Eu gosto, e eu sou bom. O mundo precisa, e quer me pagar. Não posso parar de fazer isso. Eu cheguei a parar, para ser SEO. Cheguei a parar um ano para fazer.

Voltei forte, fazendo as palestras que eu adoro. Regulando para não viajar, não ficar muito longe da família, mais por aqui. E palestras, os dois cursos online. E to querendo pensar como estruturar mais essa coisa de comunidade que a gente falou, de tribo, conectando comesse conceito de mudando as conversas. Mas, estar começando ainda. E final do ano, vai ter o rádio papai 5, que vai virar um megaevento muito louco.

Luciano Pires: E o livro vai sair também?

Murilo Gun: Ah cara, o livro é um ano e meio de atraso, eu estou. Agora em maio, quando a minha… Vai nascer minha segunda filha, agora.

Luciano Pires: Vai? Você tá grávido de novo?

Murilo Gun: É.

Luciano Pires: Legal.

Murilo Gun: 8 meses já. Então em maio agora, eu vou parar, não tem viagem nenhuma, ficar o tempo todo em casa, só esperando ela vir. E trabalhando no livro.

Luciano Pires: Legal. Muito bem meu caro. Vocês ouviram aqui mais um pouquinho do Murilo Gun, 5 anos mais velho, né? E com mil planos aí. Cara, é sempre um prazer de monte, trocar essas ideias contigo. Pena que a gente faz isso pouco, tinha que fazer mais.

Murilo Gun: Sábado à noite, lá em casa.

Luciano Pires: Legal, eu vou aparecer lá para trocar essas ideias todas aí. Bem-vindo sempre, grande abraço, já passou as dicas aí, e hardwork, papai.

 

Muito bem, termina aqui mais um LíderCast. A transcrição deste programa, você encontra no LíderCast.com.br. O LíderCast nasceu da minha obsessão pelos temas liderança e empreendedorismo. É em torno dele, que eu construí minha carreira com mais de mil palestras, nas quais distribuo iscas intelectuais, para provocar equipes e indivíduos, ampliar seus repertórios, e suas capacidades de julgamento e tomada de decisão. Leve o fitness intelectual para a sua empresa. Acesse lucianopires.com.br, e conheça minhas palestras.

Você ouviu LíderCast, com Luciano Pires. Mais uma isca intelectual do Café Brasil. Acompanhe os programas pelo portalbrasil.com.br.01