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Cafezinho 629 – O luto político
Luciano Pires -E aí? Sofrendo de luto político? Luto político é quando sentimos perda de segurança, confiança ou esperança no futuro por conta dos políticos que elegemos. A governança irresponsável, a desintegração das estruturas políticas, a instabilidade social, as crises econômicas e a distorção de fatos, pioram muito o luto político. Muitas pessoas acabam se deslocando para extremos no espectro político.
E aí é tiro, porrada e bomba.
O luto político frequentemente gera a polarização política, um lado sente indignação moral pelas opiniões do outro, ativando respostas defensivas ou até agressivas. Aumenta a sensação de ameaça constante, entramos em modo de sobrevivência. E reagimos lutando, insultando quem discorda de nós. Fugindo dos noticiários. Nos congelando, com apatia política. Concordando com opiniões políticas, mesmo que discordemos internamente.
Nossas expectativas sobre como o mundo funciona são formadas na infância, se estendem para a vida adulta e são influenciadas pelas experiências de apego que tivemos quando éramos pequenos.
O luto político é como uma violação do nosso mundo presumido, um rasgo no tecido social de um sistema político ou nação com a qual nos identificamos. Entramos em desequilíbrio. Nossas crenças mais importantes são questionadas e a forma como entendemos o mundo começa a desmoronar. Precisamos criar uma nova maneira de entender o mundo, que inclua essas novas experiências e perdas.
Como lidar com o luto político? Tentando encontrar maneiras de nos conectarmos as pessoas que pensam diferente de nós. Isso não quer dizer que precisamos mudar nossos valores ou aceitar coisas erradas, mas sim pensar cuidadosamente sobre os motivos das divisões e tentar entender o que está causando tanta briga.
Todos sentimos tristeza e dor por causa das divisões políticas. Precisamos tentar encontrar maneiras de nos conectar com os outros, apesar das diferenças, para ajudar a diminuir os danos para nós e para nossa comunidade. Pode ser difícil, mas focar na conexão com os outros, em vez do conflito, pode ajudar a resolver os problemas de forma mais positiva.
A menos que o outro seja uma cavalgadura.
Mas e se o outro for eu?