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Luciano Pires -

Houve um tempo em que a censura vinha do Estado autoritário, quando era visível, clara e podia ser combatida. Mas isso mudou. Hoje a censura não vem necessariamente de cima. Ela vem dos lados. Vem de baixo. Calando vozes dissidentes, perseguindo quem pensa diferente e tentando eliminar da arena pública todos que não se comportarem conforme as regras definidas por um certo grupo, uma certa elite. Isso não pode acabar bem, viu?

Ah, este programa harmoniza muito bem se consumido em conjunto com o Café Brasil 650 – A Espiral do Silêncio.

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires.

Posso entrar?

“Olá Luciano, Ciça, Lalá. Meu nome é Roberto, sou de Santa Helena de Goiás, sou militar, sou bombeiro. Estou aqui pedalando a uns 15 km da cidade, final de tarde, a 20% de umidade, quem conhece Goiás sabe como é nessa época do ano, tempo seco e motivado aqui numa boa missão de estar cuidando do corpo e cuidando da mente. Nada melhor como um Cafezinho.

E hoje, eu comecei a ouvir o programa cedo e logo pausei, decidi que seria melhor eu ouvir ele na estrada, preparei uma playlist dos Beatles, ouvi antes, parei ela, coloquei o programa, estou ouvindo, continuo ouvindo. Acabou o programa agora, acho que o melhor momento pra poder estar falando.

Eu cresci ouvindo Beatles, isso em Goiás, que até então a gente nunca tinha uma cultura assim tão grande com música estrangeira, né? Meu pai sempre nos colocou pra estar ouvindo Beatles, entre outros grandes artistas também e nunca esquecendo as nossas raízes também daqui.

Hoje  eu sei quanto foi importante aquelas pitadas de cultura que meu pai e minha mãe iam colocando pra nós lá de casa a conta gotas. E a gente sabe que assim, quando a cultura vem, quando a gente recebe uma cultura de berço, a educação, civismo, humanismo, boas maneiras, altruísmo, tudo acho que vem na bagagem.

E assim: além dos Beatles eu tive uma canção com um dueto que ainda eu tenho a voz doce da minha mãe cantando com o meu pai. Chama Viola se cala. Eu ainda tenho o meu pai e eu vou tentar assim, com a licença poética dele tentar recitar um pedaço da música. Ela vai muito perto da música que a gente ouviu aí no 726.

A música fala assim: 

Me dê uma viola que eu vou cantar
Me dê uma verdade que eu vou
Me dê o santo certo que eu vou perguntar
Se estou no rumo certo pra continuar
Me dê a noite amiga se ela aparecer
Cantou cantiga velha pra ela não morrer
A noite ainda existe dentro de você
Riso que se abafa com o amanhecer
A viola se cala
E só é preciso que brilhe o luar
Eu quero te ver meu sorriso diz que eu vivo
Diz que eu sou você

Meu pai é o Sérgio, minha mãe a Estela. Obrigado, Luciano, obrigado Cafezinho. Vida  longa”.

Oh, Roberto, quanta emoção, viu cara? Olha! Quando a gente tem referências culturais, aquelas que vêm de nossos pais, fica mais fácil viver uma vida ética, não é? E Beatles com viola, cara… você é um privilegiado! Olha! A gente virou a internet de ponta cabeça procurando essa canção aí, mas não achamos. Entramos então em contato com o Roberto e ele explicou que é uma canção composta pelo pai dele, Sérgio Tosta, que nunca foi gravada… aí a fizemos um desafio, e ele topou. Foi para Quirinópolis, em Goiás, onde seu pai mora e fez essa gravação com ele, Roberto ao Violão, seu pai Sérgio na voz, seu irmão Cláudio também, os netos, filhos do Roberto, o pequeno Lucca e a Malu. E assim temos um registro precioso, de família no Café Brasil, para emocionar muito mais…

Obrigado por esse presente, família Tosta!

Muito bem. O Roberto  receberá um KIT DKT, recheado de produtos PRUDENCE, como géis lubrificantes e preservativos masculinos. Basta enviar o seu endereço para contato@lucianopires.com.br.

A DKT distribui as marcas Prudence, Sutra e Andalan, contemplando a maior linha de preservativos do mercado, além de outros produtos como anticonceptivos intrauterinos, géis lubrificantes, estimuladores, coletor menstrual descartável e lenços umedecidos. A causa da DKT é reverter grande parte de seus lucros para projetos nas regiões mais carentes do planeta para evitar gravidez indesejada, infecções sexualmente transmissíveis e a AIDS. Ao comprar um produto Prudence, Sutra ou Andalan você está ajudando nessa missão!

facebook.com/dktbrasil.

Vamos lá então! vamos voltar ao tradicional?

Luciano – Lalá, na hora do amor a gente faz o que?

Lalá – Na hora do amor, use Prudence.

É… o programa de hoje trata de vozes que estão sendo caladas. E nada melhor então que uma trilha com vozes, né? Hoje vamos com o grupo francês Les Swingle Singers, com um álbum chamado Jazz Sébastien Bach que é arrasador, cara… Começa com a Aria Dala Suite Nr. 3…

Na primeira semana de Julho de 2020, um grupo composto por dezenas de escritores, artistas, jornalistas e profissionais em diversas áreas publicou uma Carta aberta sobre justiça e debate nos Estados Unidos.

Eles perceberam que o clima de confronto na sociedade está fazendo com que ideias não sejam mais discutidas, mas aniquiladas. Num trecho, eles escrevem assim:

“Os editores são demitidos por publicar peças controversas; livros são retirados por alegada falta de autenticidade; jornalistas são impedidos de escrever sobre certos tópicos; os professores são investigados por citar obras de literatura em sala de aula; um pesquisador é demitido por circular um estudo acadêmico revisado por pares; e os chefes das organizações são demitidos pelo que às vezes são apenas erros desajeitados. Quaisquer que sejam os argumentos em torno de cada incidente em particular, o resultado tem sido estreitar constantemente os limites do que pode ser dito sem a ameaça de represália. Já estamos pagando o preço com maior aversão ao risco entre escritores, artistas e jornalistas que temem por seus meios de subsistência se se afastarem do consenso ou até não tiverem zelo suficiente em acordo.”

Olha!Não dá para simplesmente acreditar na boa vontade dos que assinaram essa carta, há razões de sobra para ficar desconfiado, mas aquela realidade nos Estados Unidos também pode ser sentida aqui no Brasil, onde jornalistas e comentaristas têm sido perseguidos e até demitidos, senão presos, cara, por conta de opiniões consideradas em desacordo com determinadas narrativas. E não são narrativas dos chefes deles. E não são narrativas dos chefes deles, são narrativas da média, dos colegas, do povo, da opinião pública.

Além disso, empresas estão sendo assediadas, ameaçadas e boicotadas, simplesmente por não seguirem a agenda de certos grupos.

Há uma nova inquisição no ar e isso não pode acabar bem.

Bari Weiss é uma escritora e editora norte americana, que recentemente renunciou ao seu cargo de Editora de Cultura e Política do The New York Times, que já foi um dos jornais de maior prestígio no mundo. Bari tem um posicionamento de centro, até com tendências progressistas, enquanto o Times é um jornal reconhecidamente de esquerda. Lá perto da extrema esquerda, na verdade. Desde 2017 Bari causou polêmica com suas colunas e convidados, que trombavam com a cultura progressista do jornal e de muitos de seus leitores.  As razões que a fizeram pedir demissão ficam claras em sua carta de renúncia, que eu passarei a ler a partir de agora.

A carta é específica, se refere em diversos momentos ao The Times, mas se você conseguir abstrair, serve para propor uma profunda reflexão sobre as ameaças à nossa liberdade de expressão e existência como indivíduos únicos e donos de opinião própria.

Vamos à carta, que ela dirigiu a seu chefe, AG Sulzberger.

Ao fundo você ouve os Swingle Singers cantando Bach no Concerto Nr 5, BWM 1056

Caro AG

É com tristeza que escrevo para lhe dizer que estou renunciando ao The New York Times.

Entrei no jornal com gratidão e otimismo há três anos. Fui contratada com o objetivo de trazer vozes que de outra forma não apareceriam em suas páginas: escritores iniciantes, gente do centro, conservadores e outros que não pensariam naturalmente no The Times como sua casa. A razão para esse esforço era clara: o fracasso do jornal em antecipar o resultado das eleições de 2016 significava que ele não tinha uma compreensão firme do país que abrange. A prioridade era ajudar a corrigir essa lacuna crítica.

Tive a honra de fazer parte desse esforço, liderado por James Bennet. Tenho orgulho do meu trabalho como escritora e como editora.

Ela então relaciona nomes de diversas pessoas que trouxe para as páginas do The New York Times. E continua na carta…

Mas as lições que deveriam ter se seguido à eleição – lições sobre a importância de entender outros americanos, a necessidade de resistir ao tribalismo e a centralidade da livre troca de ideias para uma sociedade democrática – não foram aprendidas. Em vez disso, surgiu um novo consenso na imprensa: que a verdade não é um processo de descoberta coletiva, mas uma ortodoxia já conhecida por alguns poucos esclarecidos cujo trabalho é informar todos os outros.

O Twitter não está no expediente do The New York Times. Mas o Twitter se tornou seu editor definitivo. À medida que a ética e os costumes dessa plataforma se tornaram os do jornal, o próprio jornal tornou-se cada vez mais uma espécie de espaço de performance. As histórias são escolhidas e contadas de maneira a satisfazer o público mais raso, em vez de permitir que um público curioso leia sobre o mundo e depois tire suas próprias conclusões.  Sempre fui ensinada de que os jornalistas eram encarregados de escrever o primeiro rascunho da história. Agora, a própria história é mais uma coisa efêmera moldada para atender às necessidades de uma narrativa predeterminada.

Minhas próprias incursões naquilo que é considerado “pensamento errado” me tornaram objeto de constante bullying por colegas que discordam de minhas opiniões. Eles me chamaram de nazista e racista. Aprendi a ignorar comentários sobre como estou “escrevendo sobre os judeus novamente”. Vários colegas que pareciam amigáveis ​​comigo foram ofendidos por colegas de trabalho. Meu trabalho e meu caráter são abertamente desprezados nas conversas internas em toda a empresa, as quais os editores costumam frequentar. Lá, alguns colegas de trabalho insistem que eu preciso ser eliminada para que essa empresa seja realmente “inclusiva”, enquanto outros postam figurinhas de cancelamento ao lado do meu nome. Ainda outros funcionários do The New York Times publicamente me criticam como mentirosa e fanática no Twitter, sem medo de que isso sofra as reações apropriadas. Eles nunca sofrem.

Existem termos para tudo isso: discriminação ilegal, ambiente de trabalho hostil. Eu não sou especialista legal. Mas eu sei que isso está errado.

Não entendo como você permitiu que esse tipo de comportamento continuasse dentro da sua empresa, visível para toda a equipe do jornal e o público. E certamente não posso entender como você e outros líderes do Times conviveram com isso enquanto me elogiavam em particular por minha coragem. Aparecer como de centro em um jornal americano não deveria exigir coragem.

Parte de mim gostaria de dizer que minha experiência foi única. Mas a verdade é que a curiosidade intelectual – e muito menos a disposição de assumir riscos – é agora uma desvantagem no The Times. Por que editar algo desafiador para os nossos leitores ou escrever algo ousado apenas para passar pelo processo entorpecedor de torná-lo ideologicamente legítimo, quando podemos garantir a segurança no trabalho (e cliques) publicando nosso milionésimo artigo argumentando que Donald Trump é um perigo único para o país e o mundo? E assim a autocensura se tornou a norma.

As regras que permanecem no The Times são aplicadas com extrema seletividade. Se a ideologia de uma pessoa está de acordo com a nova ortodoxia, ela e seu trabalho permanecem sem averiguação. Todo mundo vive com medo da cúpula digital. O veneno online é aceito desde que direcionado aos alvos adequados.

Os artigos publicados facilmente, há apenas dois anos, agora colocariam um editor ou escritor em sérios problemas, se não fosse demitido. Se uma peça é considerada suscetível de inspirar reação interna ou nas mídias sociais, o editor ou escritor evita divulgá-la. Se ela se sente forte o suficiente para sugerir, é rapidamente direcionada para um terreno mais seguro. E se, de vez em quando, ela consegue publicar uma peça que não promove explicitamente causas progressistas, isso acontece apenas depois que todas as linhas são cuidadosamente massageadas, negociadas e combinadas.

O papel do registro é, cada vez mais, o registro daqueles que vivem em uma galáxia distante, cujas preocupações são profundamente removidas da vida da maioria das pessoas. É uma galáxia na qual, para escolher apenas alguns exemplos recentes, o programa espacial soviético é elogiado por sua “diversidade”; a perseguição por adolescentes em nome da justiça é tolerada; e os piores sistemas de castas da história da humanidade incluem os Estados Unidos ao lado da Alemanha nazista.

Mesmo agora, estou confiante de que a maioria das pessoas do The Times não defende essas opiniões. No entanto, eles são intimidados por quem o faz. Por quê? Talvez porque eles acreditem que o objetivo final seja justo. Talvez porque eles acreditem que receberão proteção se concordarem enquanto a moeda de nosso reino – a linguagem – é degradada em serviço de uma lista de lavanderia em constante mudança das causas certas. Talvez porque haja milhões de desempregados neste país e eles sintam a sorte de ter um emprego em uma indústria contratante.

Ou talvez seja porque eles sabem que, hoje em dia, defender princípios no jornal não ganha aplausos. Coloca um alvo nas suas costas. Espertos demais para postar nas redes internas, eles me escrevem em particular sobre o “novo McCarthismo” que se enraizou na empresa.

Tudo isso é ruim, especialmente para jovens escritores e editores de mente independente, prestando muita atenção ao que terão que fazer para avançar em suas carreiras.

Regra Um: Dê sua opinião por sua própria conta e risco.

Regra Dois: Nunca arrisque encomendar uma história que vá contra a narrativa.

Regra Três: Nunca acredite em um editor que exija que você vá contra a corrente. Eventualmente, o editor se chocará com a opinião vigente, será demitido ou transferido e você ficará pendurado no pincel.

Para esses jovens escritores e editores, há um consolo. Enquanto lugares como o The Times e outras grandes instituições jornalísticas traem seus padrões e perdem de vista seus princípios, os americanos ainda anseiam por notícias precisas, opiniões vitais e debates sinceros. Eu ouço essas pessoas todos os dias. “Uma imprensa independente não é um ideal liberal ou um ideal progressista ou um ideal democrático. É um ideal americano ”, você disse há alguns anos atrás. Eu não poderia concordar mais. A América é um ótimo país que merece um ótimo jornal.

Nada disso significa que alguns dos jornalistas mais talentosos do mundo ainda não trabalham para este jornal. Eles fazem, e é isso que torna o ambiente antiliberal especialmente de partir o coração. Serei, como sempre, uma leitora dedicada do seu trabalho. Mas não posso mais fazer o trabalho que você me trouxe aqui para fazer – o trabalho que Adolph Ochs descreveu na famosa declaração de 1896: “tornar as colunas do The New York Times um fórum para a consideração de todas as questões de importância pública e, para esse fim, convidar discussões inteligentes de todos os tipos de opinião “.

A ideia de Ochs é uma das melhores que já encontrei. E sempre me confortei com a noção de que as melhores ideias vencem. Mas as ideias não podem vencer por conta própria. Eles precisam de uma voz. Elas precisam de uma audiência. Acima de tudo, eles devem ser apoiadas por pessoas dispostas a viver com elas.

Atenciosamente,

Bari

E o Itaú Cultural, com a suspensão temporária de suas atividades presenciais em tempos de quarentena, leva uma programação muito especial com aulas de dança para crianças e de técnicas de desenho para que o público possa criar as suas próprias histórias ilustradas. Acesse o canal do Youtube IC, esse IC é de Itaú Cultural, tá? IC para Crianças.

Mas tem mais, viu? Toda semana, uma seleção nova da Mostra de Filmes Online.

Acesse itaucultural.org.br. Agora você tem cultura entrando por aqui, por aqui

Pelos olhos e pelos ouvidos.

 

Olha, este episódio do Café Brasil além de harmonizar com o Café Brasil 650, combina muito bem com o episódio 581 – Carta aos jornalistas.

A carta aberta daquele grupo de intelectuais que eu citei no início do programa, tem mais um trecho fundamental. Diz assim:

“Essa atmosfera sufocante acabará prejudicando as causas mais vitais do nosso tempo. A restrição do debate, seja por um governo repressivo ou por uma sociedade intolerante, prejudica invariavelmente aqueles que não têm poder e torna todos menos capazes de participação democrática. A maneira de derrotar as más ideias é pela exposição, discussão e persuasão, não tentando silenciar ou desejar que elas se afastem. Recusamos qualquer escolha falsa entre justiça e liberdade, que não pode existir sem o outro. Como escritores, precisamos de uma cultura que nos deixe espaço para experimentação, risco e até erros. Precisamos preservar a possibilidade de desacordo de boa-fé sem terríveis consequências profissionais. Se não defendermos exatamente aquilo de que depende nosso trabalho, não devemos esperar que o público ou o estado o defenda por nós.”

 

Pássaro
Sá e Guarabyra

Um tocador de violão
Não pode cantar prosseguir
Quando lhe acusam de estar mentindo

Quer virar pássaro e rolar no ar no ar
Quer virar pássaro e sumir ir

Um tocador de violão
Não pode cantar prosseguir
Quando lhe acusam de estar mentindo

Quer virar pássaro e rolar no ar no ar
Quer virar pássaro e sumir ir ir ir
Quer virar pássaro e rolar no ar no ar
Quer virar pássaro e sumir

Um tocador de violão
Não pode cantar prosseguir
Quando lhe acusam de estar mentindo

Quer virar pássaro e rolar no ar no ar
Quer virar pássaro e sumir ir ir ir
Quer virar pássaro e rolar no ar no ar
Quer virar pássaro e sumir

É assim, ao som de Pássaro, de e com Sá e Guarabyra, que já toquei tanto no Café Brasil – e continuarei tocando – que vamos saindo pensativos.

Olha! Não pense que essa nova inquisição é um problema da imprensa. Não é. É da sociedade. Isso que estão chamando de “cultura do cancelamento” está em todas as áreas, atingindo profissionais, empresas e organizações de todos os tipos. É a Espiral do Silêncio tomando conta, como uma espécie de nova Inquisição, que de santa, cara, não tem nada.

E nessa inquisição aí, todo mundo é bruxa.

Olha! Eu fiz questão de reproduzir a carta lá da Bari Weiss neste programa aqui, como um documento, tá? Eu queria que isso ficasse guardado em português, registrado como um documento de um momento que a gente está passando aqui na história da humanidade. Isso aqui tem tudo a ver com o crescimento das mídias sociais, com todo mundo ter voz, haver um movimento aqui em que a censura muda de direção. E ela começa a nascer de baixo pra cima e essa talvez seja a pior das situações que a gente possa viver. Vai acabar em auto censura, vai acabar em cada um de nós perdendo a liberdade de abrir a boca de medo de ser cancelado. Essa é a razão desse programa aqui.

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí, completando o ciclo.

De onde veio este programa tem muito mais, e você pode fazer parte do time. Acesse o link confraria.cafe, cara. e conheça os planos para se tornar um assinante e contribuir ativamente para que conteúdos como este que você acaba de ouvir, cheguem semanalmente para mais e mais gente. Tem um plano lá de doze reais por mês. Que vai fazer com que você ajude a gente a continuar crescendo, a continuar com a nossa voz sendo ouvida, a continuar a trabalhar pela liberdade.

O conteúdo do Café Brasil pode chegar ao vivo em sua empresa através de minhas palestras. Acesse lucianopires.com.br e vamos com um cafezinho ao vivo.

Mande um comentário de voz pelo WhatSapp no 11 96429 4746. E também estamos no Telegram, com o grupo Café Brasil.

Para terminar, eu fiz uma tradução bem livre de uma frase de Bari Weiss:

Cultura deve ser compartilhada, e não confinada em tribos.