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Ciça Camargo -

Luciano          Muito bem, olha eu preciso dar uma explicação sobre esse episódio que é um ponto fora da curva do conjunto do LíderCast. Eu tentei explorar os temas liderança e empreendedorismo com Oscar Maroni, sempre foi uma fascinação para mim como é que seria discutir esse assunto com alguém que trabalha num segmento como o dele que é da prostituição, mas no final foi quase possível. O Oscar criou um personagem do qual ele não sai de jeito nenhum e aproveitou cada segundo do programa para expor os seus pensamentos enquanto a instituição Maroni. O indivíduo, o ser humano ficou em segundo plano e por mais que eu tentasse, eu não consegui penetrar na sua armadura, olha aí, dá até para entender, o Oscar trafega há décadas num universo onde o preconceito, os questionamentos morais e a ilegalidade andam de mãos dadas, ele é um sobrevivente e só conseguiu sobreviver porque é prudente nas questões que envolvem a estruturação dos seus negócios, eu pensei inclusive em não publicar esse episódio, mas no fim eu concluí que ele traz um fragmento da sociedade e merece sim estar aqui, mas já vou avisando, olha, esse episodio é explícito, ele tem palavrões, eu vou dizer de novo, este episódio tem palavrões e daqueles cabeludos, se você se incomoda com palavrões, por favor não ouça e se mesmo assim ouvir, por favor, não me escreva reclamando, ok? O aviso foi dado.

Luciano          Muito bem, mais um LíderCast, este aqui daqueles que promete pegar fogo. Estou aqui diante de uma figura que muita gente conhece, ele não conhece ainda o programa, não conhece a nossa pegada aqui, vamos ver se eu consigo fazer com que ele nos conte umas coisas que ele nunca contou para ninguém aqui. Tem três perguntas que são fundamentais nesse programa aqui, que se você errar o programa dança: seu nome, sua idade e o que é que você faz?

Oscar             Meu nome: Oscar Maroni, 66 anos, eu sou empresário em cinco áreas. Eu sou proprietário do Bahamas Hotel Clube com muito orgulho, um centro de entretenimento para adultos, frequentado por casais liberais, homens, mulheres e mulheres profissionais, normalmente chama-se, vulgo puteiro, mas é uma sofisticação que eu desenvolvi curiosamente, eu inclusive, uma das vezes eu estava diante de um juiz e eu falei, meritíssimo, eu acho que a lei não tem que tomar conta da sexualidade humana, vocês juízes querem tomar conta até da sexualidade humana e a criminalidade rolando solta, ele deu até uma risadinha, falou mas você criou um produto que está difícil. Eu falei sim, eu lhe pergunto, seu juiz, vender quibe é ilegal? Não. Vender esfiha é ilegal? Não. Vender garapa é ilegal? Não. Por que que quando se monta uma pastelaria vocês querem dizer que a pastelaria é ilegal? Como assim, não entendi. Então vou lhe explicar melhor: a prostituição no Brasil não é ilegal, nunca foi ilegal, o que é ilegal é quando você explora a prostituta, vulgo cafetinagem, ou quando você facilita a vida dessa prostituta, mas tem que ser a nível individual, se for coletivo não vale, então vamos lá, a prostituição não é ilegal, hotel não é ilegal, sauna não é ilegal, boate não é ilegal, meritíssimo, eu coloquei tudo num espaço só, a prostituição, o hotel, a boate e o balneário, onde está a irregularidade? Fui absolvido no inciso três. Aí nós vamos falando isso durante o caminho, aí, espera, só completar, então Bahamas Hotel Clube, Fazenda Santa Cecília em Araçatuba, 700 alqueires de terra, aonde eu produzia, presta bem atenção nisso, de 10 a 12 mil quilos de carne a cada 24 horas, 7 quilômetros de linha de coxo, sabe o que aconteceu? Em seis anos cinco invasões de terra, eu era considerado um dos 40 maiores confinadores do Brasil, aí vem o Oscar’s Hotel, de repente nós vamos falar disso aqui também, um prefeito de São Paulo, ex, senhor Gilberto Kassab, estava querendo se promover politicamente, na época ele era vice do…

Luciano          Do Alckmin.

Oscar             … não, ele era vice do serra…

Luciano          Exatamente, desculpe, era o Serra.

Oscar             … aí o Serra saiu para concorrer à presidência da república e aí o senhor Kassab ficou de vice e depois fez a sua campanha, cuidado hein o senhor atual prefeito de São Paulo, cuidado, hein, o conheço pessoalmente, uma pessoa fabulosa…

Luciano          Dória.

Oscar             … Dória, mas esse caminho aí, o senhor Serra se ferrou, nós população votamos para você para prefeito de São Paulo.

Luciano          Deixa eu te fazer uma pergunta…

Oscar             … não, espera ai, eu preciso completar só o raciocínio…

Luciano          Quando você falou de quatro, você parou no hotel…

Oscar             … o Showfight que é o evento de lutas que eu fazia no Ginásio do Ibirapuera, eu punha 11 mil, 12 mil pessoas enquanto o UFC no Rio de Janeiro, com a Globo por trás, colocou 14 mil e a minha frase é: “chega de briga, vamos à luta”, a Revista Penthouse e a Hustler, duas revistas americanas, a Penthouse nos EUA vendia mais que a Playboy antes da internet porque essas duas últimas? Porque essas duas últimas não estão ativas, eu parei com o Showfight, pretendo voltar e a Revista Penthouse. Pronto.

Luciano          Muito bem.

Oscar             Vale qualquer pergunta sobre qualquer tem, vale tudo. Só não vale não deixar eu responder.

Luciano          Você pode responder. Aqui você pode responder à vontade, o que você não vai encontrar aqui é neguinho: vai entrar o comercial. Isso não tem aqui, está à vontade. Oscar, você nasceu aonde?

Oscar             Eu nasci na cidade de Jundiaí, que dista uns 60 quilômetros de São Paulo.

Luciano          Seu pai e sua mãe faziam o quê?

Oscar             Meu pai e minha mãe, na época o meu pai era gerente de uma fábrica de tecidos lá em Jundiaí, minha mãe, dona de casa. Aí aos quatro anos viemos para São Paulo, fomos morar na Rocha Galvão, no Ipiranga, onde eu passei toda a minha infância, aí a minha mãe começou a costurar para ajudar meu pai, meu pai montou uma pequena fábrica de molas espirais lá  no bairro do Belém e assim fui tocando a minha vida.

Luciano          Oscar moleque queria ser o que quando crescesse?

Oscar             Olha eu não tinha planos, o que eu queria ser quando crescer.

Luciano          Você foi estudar alguma coisa para seguir uma carreira?

Oscar             Até é um fato curioso, eu molecão aí já era grandão, eu tenho 1,90m. de altura  e uma vez, ali na Av. Dom Pedro I no Ipiranga, eu sempre fui muito mau de futebol, porque eu jogava basquete, meus amigos me colocavam no gol e uma dessas vezes eu estava no gol, um cara bateu num amigo meu, fui lá dei uma surra no cara impressionante, aí o técnico chamou minha mãe e falou assim: o Oscar precisa fazer um processo terapêutico, ele é  um homem muito agressivo. Ficou por isso mesmo. Aí eu estava no Colégio Alexandre de Gusmão, fazendo acho que ginásio e um cara falou não sei o que para a minha namorada e eu fui lá e dei uma surra no cara também, o diretor me chamou, mandou eu ficar na sala e mandou chamar minha mãe e disse á minha mãe: seu filho é  muito agressivo, ele precisa fazer um tratamento terapêutico, se ele não fizer esse tratamento, pelas suas reações, ele não vai mais poder frequentar a escola e me deu o telefone, o cartão para a minha mãe do terapeuta. Aí nós fomos, ali no começo da Paulista, no lado direito ali, eu  me lembro bem do local, faz muito tempo isso, eu me lembro curiosamente, ele estava com uma gravata de  bolinha preta e branca, eu tenho uma camisa de bolinha preta e branca, aí ele falou  para a minha mãe, olha, eu tenho uma forma tradicional como terapeuta, sigo uma linha freudiana, psicanalise e eu estou começando a mexer também com hipnose e fazendo regressão, caso vocês concordem, eu gostaria de fazer a regressão com o Maroni…

Luciano          Que idade você tinha?

Oscar             17, 18 anos. Garotão. Eu sou um psicólogo, conheço a psicologia bem a fundo, na época… estou respondendo à pergunta o que eu queria ser. Bem, esse terapeuta, ele fez a regressão comigo na base da hipnose, não sei se eu acredito nisso ou não, eu como psicólogo eu sou um homem mais próximo da ciência e não do chutômetro que é o que ocorre tanto na psicologia, mais parece filosofia que psicologia, a psicologia tem que ter certos parâmetros científicos e ele diz que na regressão que eu fui um oficial do exército romano do qual eu tinha muita necessidade de justiça e eu cheguei a decapitar muitas pessoas, na época era a espada e depois ele fez em mim um teste de QI, quociente de inteligência e disse para a minha mãe que eu tenho um QI um pouco acima do normal, a você que está me ouvindo aqui, isso para mim não é nenhum mérito, porque eu também não acredito muito nesses testes, dependem de variáveis ai e não fiz nada para ser assim, eu também era um pouquinho acima do normal. E aí esse terapeuta diz que eu sou agressivo, ou era agressivo, porque eu vejo o mundo de uma forma diferente da média, isso para mim foi uma grande verdade, eu sinto hoje, eu vejo o mundo diferente da média, eu vejo os fatos, eu vejo a política, eu vejo a religião, eu vejo a minha forma de ser, a minha forma de viver, eu tenho um censo crítico que eu percebo que é um pouco diferente da média e gosto muito disso e incentivo isso dentro de mim. E aí esse terapeuta falou à minha mãe, olha, ele precisa descarregar essa agressividade, vamos fazer um processo terapêutico, eu o aconselho a fazer algumas lutar marciais, na época o grande ídolo era o Bruce Lee. Eu comecei a fazer karatê, me ajudou muito, tanto que depois, quando eu fui fazer o Showfight, eu tinha muito contato com lutadores faixa preta de jiu e o evento foi um sucesso, eu usei muito uma frase que eu fiz, inclusive meio projeção minha, se ele é de briga, vamos à luta, e uma vez eu fiz uma frase para o Wanderlei Silva, nós estávamos em Manaus, num evento de lutas e eu conversando com o Wanderlei, eu fiz uma frase na época que é também um pouco de projeção minha, quando eu começo a perder a razão, eu começo a perder a luta, porque quem não conhece as lutas marciais acham que o negócio é sair no tapa e na porrada, que nem um jogo de xadrez, envolve inteligência, envolve força, envolve técnica, é muito complexo e eu sou apaixonado por esse mundo das lutas e a vida é uma luta, em cima do ringue e fora do ringue, e daí eu comecei a ser influenciado pala psicologia, me formei em psicologia, sou um homem apaixonado pela psicologia, exerci durante 5 anos…

Luciano          Como psicólogo?

Oscar             … como psicólogo, na área clínica e daí que comecei a entrar para o ramo do sexo profissional, profissionalismo…

Luciano          Que idade você tinha quando você estava clinicando? Você já tinha seus 24, 25 por aí?

Oscar             … 26 anos.

Luciano          25, 26 anos, ok. Clinicando, trabalhando para alguém, trabalhando na tua clínica? Como é que você fazia?

Oscar             Não, eu montei um clínica, eu e uma amiga, alugamos uma sala ali na Vila Mariana, perto do Metrô, hoje metrô, na época não tinha e começamos a desenvolver e eu tinha todo o apoio de duas professoras, formadas em terapia comportamental, para quem não conhece é o behaviorismo é a área comportamentalista baseada em Skinner, que é o pai do comportamentalismo.

Luciano          E aí, você tocando aquele teu negócio ali, você olhou em volta e falou não é isso que eu quero? Ou é isso que eu quero? Eu quero entender o momento.

Oscar             Aconteceu um fato curioso, um pouco antes, logo no começo da faculdade, eu estava na Rua Augusta e eu sempre gostei de sexo, de boemia, sempre me fascinou, aí na Augusta eu conheci uma prostituta de rua, mulher lindíssima, que até hoje não entendi o que ela fazia ali. Conversamos com ela, fizemos um contrato verbal e fomos para um hotelzinho de sexta categoria e depois de transar com ela, que foi uma delícia, ela estava no banho, me lembro que eu levantei a mão assim, são cenas que ficaram marcadas na minha vida, falei esse negócio de sexo é muito bom, é muito gostoso, agora não nesse ambiente horroroso que eu estou, esse tapete vermelho, esse mau cheiro. Agora se eu conseguir juntar uma mulher gostosa, um cliente que está disponível a pagar e eu entrar com o lençol e a garrafa de whisky num ambiente luxuoso, eu consigo ter um bom negócio. Bem, vim tocando minha vida, aí eu conheci na faculdade dona Marisa, com a qual eu me casei, mãe dos meus quatro filhos, nós somos separados há oito anos, é uma psicóloga também mas tendeu mais na área educacional. Me dou tão bem com ela que a gente até briga, convivo com ela muito bem, mãe dos meus filhos, tenho um respeito muito grande por ela, um carinho muito grande, estou 24 horas à disposição dela, se ela precisar de mim, estou à disposição, eu me lembro muito bem, você ai que tem filhos separados eu digo o seguinte: casais de filhos que vivem juntos são problemas, casais que vivem separados, os filhos são problemas, então não é estar junto ou estar separados que vai influenciar a formação saudável do seu filho e sim como se estar junto ou como se estar separados. Eu me lembro, quando eu me separei foi uma choradeira, foi até curioso o dia que eu me separei, foi muito interessante, depois se você quiser a gente volta nisso e aí voltando a história da Augusta, aquela profissional muito bonita e eu fiquei fascinado com aquilo, depois de um tempo um professor na faculdade falou que os dois estímulos que mais controlam o ser humano é o sexo e o alimento, aquilo ficou muito marcado na minha cabeça e é, são os impulsos primários…

Luciano          Nós estamos em 1973, 74?

Oscar             … em termos de anos não sei, eu sei a idade que eu tinha, 25 ou 26 anos…

Luciano          Começo dos anos 70.

Oscar             … não tinha me formado ainda…

Luciano          Começo dos anos 70.

Oscar             Rua Luís Góis, o Objetivo tinha saído da Av. Paulista, eu sou da segunda turma de psicologia do Objetivo, a primeira era dona Marisa e aí o João Carlos di Genio, um homem que eu tenho uma grande admiração, nem sei se ele está vivo hoje, um dos ídolos da minha vida, o homem que criou o Objetivo, se tornou um dos maiores centros educacionais particulares da humanidade, ele é o maior centro educacional particular do mundo e é um homem, se eu devo alguma coisa a alguém, foi a ele que me possibilitou algumas coisas na minha vida, além do diploma, a bolsa de estudos na época, foi uma época que meu pai se apertou e aí eu me formei. Por que esse meu agradecimento ao Di Genio? Porque é tanta coisa para a gente falar aqui… eu conheci dona Marisa, me lembro que ela estava naquela rampa ali da Gazeta, ali atrás no estacionamento, eu olhei assim uma morena lindíssima, de olhos verdes, lembro que estava com um poncho, andando em cima da rampa, eu fui para cima dela, fui passar um papo nela, foi se tornando minha amiga, em determinado momento ali no Frevinho, na Rua Augusta, eu conversando com ela eu disse que eu estava apaixonado, isso depois de uns cinco, seis meses na mesma sala de aula, ela falou é Oscar, só que tem um problema, eu tenho um namorado, quase noivo, ele é engenheiro, nunca mais esqueci, se estiver ouvindo aqui me desculpe, o nome é Astolfo, o nome do cara era…

Luciano          O nome não ajuda.

Oscar             … como é que você pode amar um homem Astolfo, já era o primeiro cutucãozinho do ciúmes, eu falei eu também sou… não quase noivo, mas eu namoro com uma moça, chamada Cintia, era professora de balé no Municipal, aí ela falou então está ótimo, vamos continuar amigos, você termina com a Cintia e eu termino com o Astolfo, aí a gente vai conversar de novo. Aí terminei com a Cintia, Marisa terminou com Astolfo, na época o carro que eu usava era uma Kombi, porque minha mãe tinha uma escola, Colégio Dom Pedro, no Ipiranga, que está até hoje com meu irmão e eu dirigia a Kombi, minha mãe me emprestou, então eu classe média…

Luciano          Você estava na escola ainda, você não tinha se formado.

Oscar             … dirigia a Kombi… não tinha formado, eu estava na faculdade, eu estava com a Marisa. Aí me lembro que estava na Av. Brasil do meu lado assim, dentro da Kombi, eu falei Marisa, quero te dar um presente, olha que coisa curiosa que eram os tempo antes, ela esticou a mão para receber o presente, eu abaixei a mão e beijei a boca dela, ela foi caindo para trás, quase desmaiou no banco, achei aquilo tão lindo, ela tinha 17 anos e era virgem, aí começamos a namorar, me lembro que eu estava dentro da Kombi dela, chamava Fifi a Kombi, a Kombi não, desculpa, o Fusca dela chamava Fifi, porque a gente saia com o carro dela, deixava lá e eu voltava de ônibus, e ali eu pedi ela em casamento e disse a ela, dona Marisa, o que vai acontecer daqui para a frente, o casamento, a festa, esses negócios todos, é relativo, é curioso, porque casamento é uma coisa que você dá de comer e beber para os amigos e oficializa que eu só vou comer você e você só vai dar para mim, mas na prática não é bem assim, isso é casamento. E aí me apaixonei, fomos vivendo, ficamos juntos 27 anos.

Luciano          Você se casou com ela?

Oscar             Casei com ela na igreja.

Luciano          O que você fazia quando casou com ela?

Oscar             Aí que vem a história do Di Genio. Aí eu resolvi que eu queria me casar, eu me lembro que eu estava na Gazeta, o objetivo era lá antes e tinha uma cantina  e eu vi que o rapaz… chegaram com duas caixas daquela pitzinha redonda, aquela em forninho, dentro de uma daquelas caixinhas de uva, coberto com um papel e eu percebi que eles colocaram ali, em 15 minutos acabou as pitzinha, fiquei olhando, falei pô, foi de uma observação, falei pô isso deve dar dinheiro e sentei na escada com a Marisa, durante uma semana, começamos a analisar quanto que aquela lanchonete rendia e eu fiquei sabendo que o Objetivo ia mudar para a Luís Góes, demorou uns 8 meses, eu lá no saco do Di Genio todo dia, ali na Gazeta, naquelas escritórios de cima, o Di Genio com uma paciência muito grande em relação à minha pessoa, mas também não falava assim, ele tinha medo de largar a lanchonete na mão de um moleque, no futuro Objetivo da Luís Góes…

Luciano          Você estava fazendo a cabeça dele para pegar a lanchonete.

Oscar             … para pegar a lanchonete, porque eu queria casar e aí o Di Genio falou Oscar, faz o seguinte, fala com o Dinhão, eu lembro muito bem o nome, o Dinhão era responsável pelas obras o Objetivo, aí naquela época estava faltando cimento na indústria de construção civil em São Paulo, estava escassado, aí fui falar com o Dinhão. Dinhão falou olha, não dá, mas vamos fazer um teste, se você arrumar aí 500 sacos de cimento eu te dou a lanchonete. Ele fez de propósito sabendo que não tinha cimento, eu fucei, fucei, fucei, voltei lá e falei Dinhão eu não consegui 500 sacos, o negócio era 500 sacos, eu consegui um vagão de cimento para vocês, de uma construção toda que era de… de uma construção não, de uma fábrica que era o Rei do Cimento…

Luciano          Da Votorantim.

Oscar             … da Votorantim.

Luciano          Antonio Ermírio de Moraes.

Oscar             Antonio Ermírio de Moraes. Eu eu dei risada, conversando com o Di Genio e aí ele falou, eu vou te dar a lanchonete, eu quero ver o que você vai fazer, você vai ficar seis meses lá ou a vida toda, depende de você. Bom, ai eu e dona Marisa pegamos a lanchonete, teve até uma tarde que eu falei pô, nós estamos bem de vida, nós já temos uma vitrine, duas pinças, um forninho elétrico e uma geladeira lá fora onde ficavam as coca-colas, o trailer era alugado,  mas eu já me achava um…

Luciano          O empreendedor.

Oscar             … o empreendedor, hoje eu tenho um patrimônio na faixa aí dos 270 milhões, tenho uma fazenda que vale 55, que agora eu arrendei para a Shell, eu tenho esse hotel aí que eu gastei 80 milhões, hoje deve valer uns 110, 130, estou perdendo 100 mil reais por dia, o Bahamas Clube que vai muito bem, moro num duplex de cobertura de 360 metros quadrados, estou sozinho agora…

Luciano          É você evoluiu um pouco.

Oscar             … a dona Marisa mora numa cobertura de 780 metros  quadrados na Rua Curitiba, de frente para o Parque do Ibirapuera, que estou vendendo inclusive, se alguém tiver o interesse de comprar. Evoluí, isso foi o motivo que fez, com a minha grande admiração pelo Di Genio, porque aí pegou fogo no Edifício Joelma, o Di Gênio tinha na Gazeta, do lado esquerdo, um restaurante, o dono do restaurante da churrascaria soube que a prefeitura estava exigindo do Di Genio uma escada, aquelas escadas circulares que na época não era todo mundo que tinha, ia cair em cima do restaurante e esse restaurante pediu, quis fazer a troca com o Di Genio, mas se ele desse as duas melhores lanchonetes do Di Genio, nessa época eu estava ali na Theodoro Sampaio, no antigo colégio Castro Alves, já tinha acho que passado uns quatro, cinco anos,  a secretária do Di Genio me chamou falou que o Di Genio queria falar comigo e ela explicou que teria que entregar a lanchonete por causa desse motivo da troca, que para o Di Genio era importante e o Di Genio até me ofereceu uma grana para acertar, falei não, não quero nada, ele foi muito legal comigo, nunca cobrou aluguel de mim, nunca fez nada, foi um pai pra mim eu digo e friso, se eu devo alguma coisa a algum homem na vida é o João Carlos Di Genio e aí tive que entregar a lanchonete e agora o que eu faço? Falei bom, aí me lembrei daquela moça da Rua Augusta.

Luciano          Espera aí, você estava clinicando?

Oscar             Quando eu conheci a moça na Rua Augusta não.

Luciano          Não, ok, mas aquilo ficou na sua cabeça. Muito bem.

Oscar             Foi um lembrete. Me lembrei daquela frase do professor que dizia que os dois estímulos que mais controlam o comportamento humano é o sexo e o alimento e por coincidência, eu estava no fim, já estava fazendo estágio no  Objetivo, na área clínica e eu tinha um japonesinho tímido, espinhudo, feinho e que não conseguia uma parceira para se comportar e em terapia comportamental ele teria que ter uma parceira para ir trabalhando o comportamento inadequado, é uma postura diferente da psicodinâmica na linha freudiana, eu falando com a minha orientadora ela diz olha Oscar, nos EUA a gente apela muito para estabelecimentos que tem profissionais do sexo, aí eu fui na Rua Caconde, em frente o supermercado Eldorado, tinha ali um centro de entretenimento para adultos, é bonita essa palavra, é vulgo puteiro, eu tenho muito orgulho de ser dono de puteiro, alguns me chamam de cafetão, eu sou o cafetão do bem, eu não exploro mulheres e amo meu trabalho. Sabe que eu digo que eu e Jesus Cristo temos três pontos em comum, com todo respeito, amor ao próximo, amor à liberdade e Ele amava uma garota de programa da época, Maria Madalena, eu amo todas. Eu acho uma grande invenção a profissional do sexo, bem e assim eu fui… eu estava, eu me lembro, são momentos que eu lembro muito bem na minha vida, eu estava no Ibirapuera, naquela época a gente podia entrar dentro do Ibirapuera, tinha aquele, que tem até hoje, aquele restaurante, eu estava em cima de uma moto, uma XL que eu tinha e aí eu li no jornal Homes Massagem, é o banho e a vida. Pô aí meu cérebro começou, fui lá, entrei, tinha umas quatro ou cinco putas na entrada, tinha dois gays, a gerente era uma japonesa, comecei a ver o ambiente, era um puteiro mesmo de quinta, ali na Rua Caconde, era um sobradinho com os quartos em cima, eu vi o tema, eu pensei comigo, isso aqui bem estruturado pode ser um negócio muito bom, subi com uma moça, transei com ela, chamava Geralda, minha primeira amante nesse ramo, o apelido dela era Gê, ela ficava ali onde é a casa dela mesmo, me lembro que eu fui para a casa dela, eu achei tão lindo eu saindo com aquela profissional, ficou um negócio curioso.

Luciano          Só deixa eu te dar um insight para você saber que eu sou de Bauru, 60 anos e um dos pilares de Bauru foi um dos maiores puteiros que esse país já teve…

Oscar             Casa da Eni.

Luciano          … aquilo faz parte da história da cidade, então essa coisa da importância social disso nas comunidades, eu conheci de perto como é que funcionava, então quando você fala para mim essas… da sua descoberta naquela época toda, eu estou me lembrando de coisa parecida.

Oscar             Eu tenho fazenda em Araçatuba e eu para ir para Araçatuba eu passo por Bauru e um dia no meu carro com meus filhos, nós passamos lá, que hoje é um sítio, não sei se existe mais, há uns 10, 15 anos, eu olhei e falei olha, aqui era a chácara da Eni, vamos lá ver, cheguei lá tinha um monte de foto, tal, virou um clube de paint boll e o rapaz que tomava conta, era um senhor já, começamos a conversar, pô o senhor é o Maroni, é eu me lembro, comecei a trabalhar aqui era menor de idade, era garçom, ele começou a contar as histórias da Eni, não vou citar o nome, ela é falecida, uma mulher muito famosa, esse rapaz falou o nome dela e ela trabalhou lá, ela e uma amiga dela que também é conhecida…

Luciano          Eu imagino quem seja.

Oscar             … são outras gerações para trás. E o mundo dá voltas interessantes, e agora eu pergunto a você aí responsável por essas perguntas que eu estou fazendo, se você fosse uma loira gostosa, bonita, sensual e tivesse trabalhando no shopping, atrás de um balcão e passasse um senhor e lhe oferecesse 1500, 1700 para você passar o fim de semana com ele no Guarujá, você viraria para ele e falava: não, eu não vou porque eu sou uma mulher moralista e o que você está me oferecendo, eu tenho que trabalhar trinta dias para ganhar isso aí.

Luciano          Nós vamos ter a chance de entrar…

Oscar             o dinheiro corrompe, olha só as putas de Brasília, você tinha mais putas que aquelas que estão lá em Brasília agora? Último agora o sr. Aécio, olha que puta maravilhosa, nos enganou a vida toda. Pronto.

Luciano          Estou te toreando aqui porque nós vamos chegar nessa conversa aí sem dúvida, eu quero saber aquele momento em que você olha e fala muito bem, você estava lá no Homes Massagem  com esse negócio procurado, foi a segunda vez que você teve um insight que aquilo podia dar um negócio bom.

Oscar             Negócio bom. Aí eu chamei a gerente, era uma japonesa e eu falei para ela que eu gostaria de comprar aquilo, ela falou olha, a dona falou inclusive que ia vender, ela é do Rio de Janeiro e ela , por coincidência está em São Paulo, ela saiu, ela sentou na minha frente, um dos que tomava conta do bar era um gay, lembro bem disso, ele falou seu Maroni, eu já conheço o senhor, eu acho que não é um bom negócio o senhor comprar, porque a casa aqui está falida, falei pô, boa informação que você me deu, eu parto do princípio que se o negócio não está bem é porque está mal administrado, porque o produto é bom, não sei no Brasil, no Brasil está difícil dizer o que é bom, a não ser ser corrupto, isso aí para quem gosta.

Luciano          Não, os caras estão indo para a cadeia já, nem isso é bom mais, mas vamos lá.

Oscar             … mas é uma salmoura, porque o STF até agora não fez nada, Carmen Lucia, acorda mais cedo, faz mais teu serviço. Bom, eu assumo toda a responsabilidade do que eu estou falando aqui, não tem nada a ver com a  empresa, assim ele não me censura na hora de editar…

Luciano          Aqui não tem censura de jeito nenhum.

Oscar             … bom, então vamos lá, depois a gente vai falar da Carmen Lucia, foi tão decepcionante aquela entrevista que ela deu para o Bial, maior decepção. Bom, vamos lá…

Luciano          Aí você compra o negócio. Você vai comprar o negócio, compra o negócio.

Oscar             … comecei com a Home, vendi a moto, dei de entrada e o restante para pagar em dez vezes, porque eu sabia que o negócio estava…

Luciano          Você estava casado já?

Oscar             … já estava casado. Dona Marisa grávida no sétimo mês e foi justamente na época em que o Di Genio me pediu a lanchonete e eu tive que entregar, falei porra é agora, o que eu vou fazer da vida? Vou montar um puteiro para atendimento de psiquiatras e psicólogos o cacete, eu queria entrar para a boemia, queria entrar para aquele mundo maravilhoso…

Luciano          Esse é o momento fundamental dessa história toda, você chega para a tua esposa, grávida de sete meses e conta para ela: minha querida, amor da minha vida, mãe dos meus filhos, eu, a partir de hoje, serei dono de um puteiro, aí você telefona para sua mãe lá em Jundiaí e fala mãe, montei um negócio, sou dono de um puteiro. Duas coisas que eu quero saber de você, primeiro, como é que você trabalhou contar essa história, foi um Maroni agressivo que chega lá, vou fazer e dane-se, dane-se vou fazer? Ou você teve que parar para pensar algumas vezes?

Oscar             Primeiro você errou, minha mãe não estava mais em Jundiaí, ela estava já em São Paulo. Eu chamei dona Marisa, grávida no sétimo mês, eu sempre tive uma relação muito boa com ela e eu não sou assim, fui assim, fui me fazendo assim aos 66 anos, dona Marisa, conforme eu atendia as minhas clientes com toda uma ética, eu conversava com ela essa dificuldade, a minha especialidade mais foi jovens drogados, tinha alguns clientes homossexuais, mas eu trabalhava mais com casais e quando esses casais chegavam, a primeira coisa que eu dizia era o seguinte: nós não vamos aqui trabalhar para que vocês fiquem juntos, esse não é o objetivo meu como terapeuta, o meu objetivo como terapeuta é que você fiquem juntos de uma forma prazerosa na relação a dois, que um enriqueça a vida do outro, caso contrário não vale a pena ficar junto e muitos desses assuntos eu discutia com dona Marisa e aí eu e a Marisa fomos crescendo conforme, quem é terapeuta entende bem isso, sabe? Aprende muito mais o terapeuta do que o cliente, porque você põe em questionamento o que você fala, o que você faz, eu e dona Marisa tivemos sempre uma relação baseada na sinceridade, isso é uma peça fundamental, eu digo, eu não posso subir em cima de uma mulher e enfiar o cacete nela, ficar socando, olhar nos olhos, beijar a boca ……. que eu menti pra cacete para ela. Esse papo de homem honesto, fiel à mulher, até hoje eu só conheci, em 27 anos de noite, eu só conheci dois homens que se diziam fieis, só dois, um estava mentindo, o outro era brocha. A fidelidade sexual, eu estou falando, um dos pré requisitos cruciais que eu considero é a sinceridade na relação, olhando nos olhos, o segundo item ela é mulher, ela tem os mesmos direitos que você e você tem os mesmos direitos dela, a sexualidade dela é mais complexa, inclusive e se soltar é mais forte que a nossa, a sexualidade feminina. Bem, Marisa, eu estou comprando um puteiro, você está grávida no sétimo mês, primeira reação dela foi ciúme, ficou agressiva comigo, eu já esperava, na minha relação com a Marisa tem algumas coisas que até hoje me fascinam, uma vez discutindo com ela eu falei, falei, falei… não, ela falou, falou, falou, eu falei tudo bem, vamos fazer assim. Como? Você não vai questionar o que eu e estou falando? Eu falei não, eu não vou questionar, porque é assim que você está sentindo e eu preciso respeitar como você sente e não como eu quero que você sente. As minhas motos, meus carros, o meu jet ski, eu viro para a direita, para a esquerda, é uma máquina, agora o ser humano tem vontade e necessidades, é uma arte saber respeitar isto e a minha relação com ela foi muito boa, olha, nós nos separamos depois de 27 anos de casados, eu estava comendo ela na última semana da relação com tesão com ela, a criatividade, a relação a dois e tudo mais e aí foi indo, foi indo eu fui demonstrando a ela e transmitindo a ela essa segurança. Eu tenho uma  experiência, foi curiosa, eu morava aqui na Oscar Freire, era uma cobertura, eu sempre gostei de cobertura também, 1456, do lado esquerdo, quase esquina com a Rebouças, passa olha para cima e você vê, eu que construí aquilo lá e aí eu me lembro que eu marquei um almoço, meu irmão, o Eros, chegou antes e tocou o telefone, o Eros passou a mão no telefone, naquela época o telefone era de fio, e atendeu o telefone ele falou, meu irmão, por coincidência a Marisa pegou e eu sem querer ouvi o assunto, eu falei qual foi? Foi uma mulher que ligou do Bahamas dizendo que sai com você e a Marisa é do cacete, porque a mulher falou que saiu com você e que você transa muito gostoso, que você tem uma cicatriz da hérnia e é verdade, eu tenho uma cicatriz e é verdade, eu tenho uma cicatriz de  uma hérnia que eu fiz…

Luciano          Pô a mulher contou isso a troco de quê?

Oscar             … vai ouvindo, queria derrubar meu relacionamento com a Marisa. A Marisa falou olha meu amor, tá bom, mas você deve ser mais uma daquelas que ele usou, porque no fim da noite ele volta para a casa para jantar, você foi uma relação sexual, o convívio comigo e com ele é uma coisa diferente da média. Então obrigado pela informação. Desligou o telefone. Aí meu irmão falou: Marisa tem uma cabeça mesmo forte e isso tudo estou dando um exemplo para vocês entenderem que a relação a dois é muito curiosa. Outro dia eu estava na porta de um swing, a Vogue fez uma propaganda, que era até perto do Bahamas e eu estava na porta com uma garota esperando chegar um casal, eu estava na calçada, eu pensei comigo, como a sexualidade humana é curiosa, se eu estou na calçada de um swing, eu sou corno, se eu entrar eu sou liberal, gozado isso, não é? Agora, se minha mulher ficar exibindo a bunda e ninguém ligar para a bunda dela, eu e ela ficamos frustrados. Agora, se ela ficar exibindo essa bunda na praia, num fio dental, com meu filho do lado e passou o vendedor de biscoito Globo e ficou olhando o rabo dela, eu quero bater no cara, é curioso isso, a relação humana que envolve a sexualidade. Bom e aí foi indo, foi indo e eu acho que essa sinceridade na nossa relação, essa relação é válida para as mulheres e essa sinceridade, essa liberdade sexual de que é válido para as mulheres também, saiba você, macho, que  diz que a sua mulher mãe dos seus filhos é fiel e não é uma vagabunda, uma  prostituta, uma mulher que não presta e certas coisas a gente só faz na cama com vagabundas e não com a mãe dos nossos filhos, saibas que és um corno  em potencial, porque ela vai procurar quem lhe dá emoções, prazeres e sensações, então senta aí, conversa com ela, dê prazeres, emoções, sensações, olha esse papo que dizem por aí que quem gosta de pau duro é viado, mulher gosta de dinheiro, quem fala isso é trouxa, é tonto, mulher gosta de abrir a porta do carro, sábado de manhã, faça uma experiência dessa, leva o cafezinho na cama com uma flor, trate-a com carinho, assista a novela às vezes de mão dada, deixa às vezes ela procurar, deixa ela achar que ela está descobrindo o cardápio, o prato que ela quer comer, ou o vinho, trate-a assim, eu digo aos meus filhos, trate a tua mulher assim que você vai ter  em troca sabe o quê? Uma grande companheira e uma bucetinha molhadinha, caso contrário trata ela que nem objeto, tem que ir lá, pegar o KY, passar KY, aquela merda daquela trepada…

Luciano          Maroni, isso é muito velho, Maroni…

Oscar             O quê?

Luciano          … isso que você está falando aí é jurássico, isso é velho pra cacete…

Oscar             O quê?

Luciano          … uma molecada de 20 anos que está ouvindo você falar isso aqui está falando que horror, imagina abrir o carro para mim, que vergonha, nada, a gente vai chegar, chega na lata, já vou para a balada, pulo para cima, beijo na boca, quero terminar a boca beijando dezoito, não  vou namorar, não vou porra nenhuma.

Oscar             Isso aí é quando é aquela relação passageira, eu tenho 65 anos, adoro música eletrônica, sou fã número um do David Guetta, já fui várias vezes no Tomorrow Land, ficava ali assim com aquela cerveja que desce redondo, curtindo aquele som, conheço bem essa moçada, depois que eu me separei da Marisa eu digo o seguinte: existe uma separação muito grande entre amor e sexo, você está falando do jovem ali, aquela trepada na balada, o beijo na boca, vai para o motel, trepa e pronto. Eu estou é falando daquele casamento, 4,5, 7, 8 anos, filho, casa na praia, relação  dois, os dois brigando pela vida, o filho com gripe, com febre, falta de grana, filho doente…

Luciano          20 anos junto.

Oscar             … 20 anos junto, como manter essa porra aí? Como é que faz? Bem, aí eu faço a separação grande entre amor e sexo, eu tenho aqui na minha mão esquerda cu, buceta, cabelo comprido, peitão, sapato de salto, algema, casamento, amor, esse amor de, vamos falar sobre isso? Picanha, arroz e feijão, feijoada, sushi, sashimi, eu tenho aqui na mão esquerda esses impulsos e esses instintos animais naturais, saudáveis, sadios e gostosos. Na minha mão direita sabe o que eu tenho? O amor. Ô moçada que está me ouvindo, eu sou 90% ateu, é curioso falar assim, eu deixo esses 10% para ver se  aquela galinha preta na encruzilhada funciona, se o Edir Macedo está certo, até fica aqui uma mensagem para o Edir Macedo, o Edir, dá uma ligadinha para o seu  sobrinho, aquele rapaz que está administrando lá o Rio de Janeiro e faça umas orações aí porque vocês pastores evangélicos conseguem tudo, pô, liga para lá, faz umas  orações aí para aquelas balas perdidas do Rio de Janeiro que está matando tanta criança, só não pegar criança, só pegar na parede, porque vocês evangélicos conseguem tudo, não estou faltando ao respeito com a religião. É que além de psicólogo, a minha segunda profissão sabe qual que é? Jogar bosta no ventilador, levar as pessoas à reflexão, ao questionamento…

Luciano          Você é um provocador.

Oscar             … um provocador, as pessoas tem que pensar, espera aí, assim que a gente cresce, com a reflexão, vamos lá, na mão esquerda tem aqueles itens que eu falei para você, cu, buceta… tá? São instintivos. Na mão direita eu tenho amor ao próximo, amor à vida, amor ao trabalho, amor à música clássica. Na mão esquerda aqui eu tenho rock’n roll, na mão direita eu tenho música clássica, aquelas coisas que vêm da alma, que vem do espírito, numa relação a dois. Você tem as duas mãos, a esquerda e a direita, mas o amor é muito mais importante que sexo. O sexo é uma coisa que dura aí 45 anos, dura uma hora, uma hora e meia, se você tomar uns aditivos aí, não estou falando de Viagra, outros aditivos, você pode fazer um sexo durar até duas, duas horas e meia, aquele pau fica meio frapê ali três horas, o pau pano, e fica aquela brincadeira, aquela fantasia, aquele carinho, aquele amor, então eu separo amor de sexo. Para o homem e para a mulher, para os dois, saibam fazer isso, você já comeu no McDonald’s? Já comeu Quarteirão com queijo?

Luciano          Opa, o meu predileto é o Quarteirão com queijo.

Oscar             O meu também é, e ainda ele tem, aqui fica uma sugestão…

Luciano          Tem que vir quentinho.

Oscar             Sugestão a vocês do McDonald’s, crítica construtiva, primeiro, tem que vir quentinho por dentro e por fora e eles tem que colocar mais picles, porque aqueles 3 pedacinhos amassadinhos no meio está estragando o McDonald’s, está estragando o Quarteirão com queijo. Mas você falou que você gosta de Quarteirao com queijo, eu também, agora coma, vocês mulheres, que eu falo aqui para homens e mulheres, coma Quarteirão com queijo todo dia, no café da manhã, no almoço e no jantar durante seis meses, não tem amor que resista a tudo isso…

Luciano          Não precisa seis meses.

Oscar             … chega uma hora que você enjoa disso tudo, eu observo nitidamente quem vos fala aqui, não é que eu estou inventando, porque as mulheres ficam com raiva de mim, diz não, meu marido não me trai, não me trai, eu falei aqui há pouco, eu só conheci dois homens fieis, um estava mentindo, o outro era brocha. Estou falando traição a nível sexual. Você aí senhora que está me assistindo, quando você está aí assistindo a novela da Globo e aparece aquele ator lindo, bonito, um Brad Pitt no cinema, você não ficaria assim com uma vontade de  dar uma transadinha com ele? Tira esse preconceito, nós vamos entrar nesse assunto mais fundo depois, eu estou falando é de instinto sexual, terminando esse lado, dona Marisa, e assim foi minha relação com ela, foi muito boa, foi muito satisfatória, foi assim que eu entrei para este mundo aonde nós temos as laboriosas do sexo que essas mulheres eu as acho fascinantes…

Luciano          Você deu sorte de pegar uma companheira que compreendeu o que você estava dizendo e entendeu, porque eu acho que a maioria não…. o marido é dono de um puteiro.

Oscar             A maioria das relações a dois, pode ser um ano de casado, 2, 3, 4, 5, 8, 10, não faz a grande maioria não faz o que eu estou aqui sugerindo, eu não nasci assim, a dona Marisa também não, eu a fiz, ela me fez, porque nós dois lemos o mesmo livro, assistimos o mesmo filme, discutimos, fizemos a mesma viagem, chegou uma hora que é unha e carne, é um com o outro, isso é o gostoso da relação.

Luciano          Deixa eu comentar uma coisa aqui porque eu estou na frente do Maroni aqui, eu estou vendo o Maroni aqui, vocês só estão me ouvindo, então o Maroni está falando isso tudo com admiração, ele fala da dona Marisa com admiração o tempo todo, eu não sei se a voz dele está passando isso, mas eu estou vendo aqui, então há realmente uma postura verdadeira aí. O que eu quero pegar é o seguinte, Maroni, isso aqui é um programa que fala de liderança e empreendedorismo, a gente vai ter chance de falar mais disso aí. Você pega um puteiro falido e vai começar a administrar aquele negócio, tocar um puteiro é igual tocar a lanchonete?

Oscar             É mais complexo.

Luciano          Sim, deve ser, mas como é que é?

Oscar             Mais difícil, você tem um bando de mulher gostosa, hoje o Bahamas é 80, 90 mulheres, essas mulheres tem que ser lindas, gostosas, tem que querer dar por dinheiro e você tem que ter um cara que vai lá porque quer comer elas e não tem preconceito.

Luciano          Esse é o Maroni hoje…

Oscar             E um produto caro.

Luciano          … esse é o Maroni hoje, que tem uma história, já aprendeu. Naquela época você não sabia, você frequentava um puteiro, mas você não sabia como é que funcionava.

Oscar             Eu usei da psicologia.

Luciano          Eu quero saber do teu business, você pega o business, muito bem.

Oscar             Naquela época eu fui prostituto.

Luciano          Preciso começar a pagar as contas, preciso pagar as contas agora, como é que faz? Preciso começar a pagar conta, esse negócio está caindo pelas tabelas, o cara lá já me falou que está falindo, como é que é? Como é que você monta um plano de negócio, como é que você faz?

Oscar             Naquela época eu fiz um negócio, naquela época não se falava tanto de computador, esses negócios todos, nem tinha naquela época.

Luciano          Nós estamos quando, em mil, novecentos e oitenta e alguma coisa?

Oscar             É, por aí.

Luciano          Anos 80.

Oscar             Eu peguei uma folha de papel sulfite e foi a base principal do meu negócio, fiz uma tabela de dupla entrada, na primeira coluna tinha a data, na segunda coluna tinha o código, a data é a data do dia que eu estou escrevendo, em cima o mês e o ano, por exemplo: temos empresa, folha de pagamento, 1, 2 se estiver em fevereiro, conta de luz, 2.2 eu escrevia com uma caneta vermelha hidrocor em cima e ia colocando do mais antigo para o outro e vinha vindo em cima, tudo bem? Depois a terceira coluna era histórico, que era o que que era aquele documento, depois eu vinha, crédito, ao lado uma outra coluna crédito acumulado, depois débito, débito acumulado e o saldo. Essa tabela, gente, é muito importante para você que quer administrar a verba do lar, da empresa, da indústria. Hoje você coloca no computador e fica mais fácil fazer, com isto você lançando diariamente, inclusive eu comento com as mulheres profissionais do Bahamas, muitas delas fazem isso, eu dou até essa folha, para administrar o dinheiro para saber onde ele foi, com isto, você bateu os olhos, diariamente, você pega a coluna de crédito acumulado, você sabe quanto você está ganhando. Você pega a coluna de débito acumulado você sabe…  você tem o saldo diariamente, linha a linha, dia a dia, a visualização  do que está acontecendo  com a sua empresa ou com o seu dinheiro mesmo no ambiente familiar, na residência é crucial para você tomar atitudes, eu, quando fazia faculdade, eu tinha aula de estatística e o professor explicando estatística, aí um dia eu lá, desligadão, está prestando atenção? Estou. O que eu estou falando? Está falando de estatística. Claro que estou falando de estatística, é o meu ramo, mas como você define estatística? Falei olha, estatística é a condensação dos dados para uma melhor visualização. É isso mesmo e agora eu, Oscar Maroni, acrescento: estatística é a condensação dos dados para uma melhor visualização e tomar atitudes…

Luciano          E tomada de decisão.

Oscar             … tomar atitudes e aí você toma a decisão ou atitudes, eu considero que é muito importante a gente ver o que está acontecendo e a gente tem uma tendência, falo como psicólogo, a querer fugir disto, começa um negócio, não se faz essa tabela, fica-se naquela ilusão que o negócio está indo muito bem e aquilo corrói, é que nem cupim, vai corroendo, corroendo, quando você bateu a madeira está podre, já foi, é uma coisa muito boba, eu não estou falando aqui para grandes empresários, estou falando para nós aqui no dia a dia, porque os grandes empresários, muitas vezes contrata grandes economistas, ó a merda que está o Brasil, eu não acredito muito nesses grandes economistas.

Luciano          Você tinha vendido a moto, você estava duro, devia estar duro na época, vendeu a moto para comprar, tinha que pagar aquilo em dez vezes e aí você foi começar a fazer funcionar e teu objetivo era transformar aquilo num senhor puteiro, não é? Como é que foi esse começo aí? Como é que foi? Eu quero saber o seguinte, Maroni, o que me interessa aqui agora é o seguinte, eu quero um Maroni descobrindo dentro de si o teu atributo de liderança, tendo que comandar uma equipe e cá entre nós, não é uma equipe de advogados, executivos, é uma equipe que tem toda uma característica que a gente vai falar um pouquinho dela aqui…

Oscar             Uma das características, a profissional desde a hora que ela acorda até a hora que ela vai dormir, ela está sentando com o cliente, ela quer dar o nó no cliente para vender o produto dela, que a empresa dela é o corpo dela e elas são…

Luciano          Mas antes… eu vou explorar isso, eu quero saber…

Oscar             … espera ai, então vamos lá, vamos lá…

Luciano          … como é que te desperta esse ambiente de liderança…

Oscar             … na época da faculdade de psicologia, na área comportamental tinha uma cadeira que chamava-se observação cursiva, observação cursiva é o seguinte: a maioria das pessoas não veem o suficiente não olham o suficiente, o professor até um dia na aula, ele fez uma experiência, ele disse  assim: me descreva o seu relógio, mas não olha, é curioso você lembrar do seu relógio, você olha no seu relógio só os três ponteiros. Descreva o relógio, como é que é a marca, se for Rolex você lembra, se não fica um pouco vago, a observação cursiva são técnicas que você aprende para observar, para ver, o psicólogo aprende a ver, ele consegue ver comunicação não verbal, mulher, por exemplo, chacoalhando os cabelos na frente de um homem é uma demonstração, a forma de como ela fica com as pernas é uma demonstração, isso é instintivo, é genético. Voltando ao Homes, eu fiz uma semana de observação cursiva, eu sentei no sofá com uma prancheta, papel e fui escrevendo o que eu observava, porque eu estava entrando num mundo novo que eu desconhecia e aí eu coloquei uma matéria, que eu tenho até hoje isso, no jornal Folha de São Paulo, naquela época não existia classificados de putaria, eu fui o primeiro a fazer, então estava assim a frase:  Homes Massagem, onde suas fantasias se tornam realidade. Telefone. Atendimento local e a domicílio. Me sentei do lado do telefone e começaram a ligar casais, homens, mulheres que queriam atendimento a domicílio, saindo no jornal, por aí já deu um boom, pareceu um consultório dentário, começou a fazer fila na porta ali, o negócio foi indo muito bem, ligaram algumas mulheres e uma das vezes eu fiquei fascinado, eu me prostituí, eu fui lá atender. Uma história curiosa, ligou um senhor dizendo que ia lá para conhecer o local e que eles estavam precisando de um casal porque eles iam fazer uma festa de aniversário não sei de quem e eles queriam alguém que fizesse um striptease e sexo explícito, se eu conhecia alguém que fazia. Eu falei tudo bem, eu menti, eu falei eu sou o segurança da casa e eu poderia ir fazer junto com uma das moças, que às vezes eu faço um bico extra, na época cobrei uma nota forte, o cara pagou e eu liguei para uma das moças que ali frequentava, porque ela tinha um cabelo muito bonito, expliquei a história, tudo bem, vamos embora, o cara pagando bem, fomos embora. Cheguei no Morumbi, puta de uma mansão, o mordomo nos levou para a sauna, nos deu um roupão e falou, vocês ficam esperando aqui no vestiário, eu chamo vocês, quando nós subimos tinha umas vinte pessoas mais ou menos numa sala grande, tinha um rebaixo, ele falou olha, vocês estão vendo ali no meio? Vocês podem ficar ali, ali vai acontecer. Tudo bem. Meio ansioso, porque pô, aquele monte de gente em volta, infelizmente o pau não levanta quando a gente quer, o pau levanta quando ele quer. Falei eu agora. Fui lá, de roupão, abracei, ela chamava Teresa, abracei a Teresa, os dois de pé, deitamos no chão, comecei a roçar nela, o pau, meu, parecia um gatinho de armazém dormindo em cima do saco, não fazia nada, nem sentia. Aí a Teresa muito bem humorada começou a gozar da minha cara e falava no meu ouvido e agora, o que a gente vai fazer? Eu falei que está só piorando. De repente eu olho para o lado, eu vi uma senhora muito bonita com uma bolsa no meio das pernas e eu senti que ela estava indo para trás e para frente, ela estava se masturbando com a bolsa, meu, aquilo me deu um tesão do caralho, em mim não, no pau, aí pá, foi, maravilha, deu um show ali e fomos embora, foi um pequeno estímulo, são coisas da minha vida…

Luciano          Essas coisas realmente existem?

Oscar             Como assim?

Luciano          Isso que você me contou, você está me contando aqui, parece uma cena de cinema, parece um filme, essas coisas realmente existem?

Oscar             O poeta que eu gosto muito, Nelson Rodrigues, Nelson Rodrigues tem frases que eu acho maravilhosas, tem uma frase, não é minha hein mulherada, uma frase do Nelson Rodrigues que diz assim: “só as anormais não gostam de apanhar”. Nelson Rodrigues. Só as anormais não gostam de apanhar. E tem uma outra de Nelson Rodrigues, tem dezenas dele, eu gosto muito dele, porque ele questiona muito as hipocrisias da sociedade, esse negócio de apanhar ou não apanhar, não sou a favor de bater  em mulher, muito pelo contrário, eu acho que está completamente errado, o que eu estou dizendo é aquele tapinha que não dói, sabe aquele tapinha, em sexualidade o meu ponto de vista é o seguinte,  em termos de sexo vale tudo, tudo, não tem exceção, desde que seja maior de idade e que está fazendo por livre arbítrio, se é por livre arbítrio é mais honesto que aquela mulher que não sente mais porra nenhuma pelo cara e dá para ele porque ele paga o aluguel e a escola das crianças e tem que enfiar um KY toda hora. Bem, dentro dessa posição vale tudo e está aí, moçada, está aí senhoras, moças e mulheres que estão me achando um grande cafajeste sem vergonha, se ouviram falar de um livro chamado “50 tons de Cinza”, foi o livro mais vendido da história da humanidade, deixa eu abrir já esse ponto de vista meu em relação à sexualidade que me fascina muito. Eu, num período que eu estava passando por uma pressão muito grande, quando fecharam meu hotel, fecharam o Bahamas, aquela perseguição terrível contra o bambi Gilberto Kassab, está até no meu livro, que eu falo disso tudo, depois nós vamos falar do livro, eu deitado na minha cama cheguei a pensar até em suicídio, tal foi o meu desespero, eu chegava a tirar a camiseta no meio da madrugada de tanto que eu suava frio, porque eu, há sete anos, oito anos, eu era um homem, há dez anos, que eu faturava 1 milhão e meio, 1 milhão e 300 por mês, de repente lacraram o Bahamas, o hotel estava praticamente pronto, eu confinando boi em Araçatuba, 8, 10 mil cabeças, vendi o gado, falei para o meu gerente, manda o dinheiro para cá, pode vender, peguei esse dinheiro enfiei todo no hotel para acabar mais depressa, olha a minha situação empresarial e aí meu gerente me liga, depois de umas duas, três semanas, Maroni, surgiu uma oportunidade aqui, que viram o confinamento vazio, você vendeu o gado, está parado, tem uns fazendeiros aqui em Araçatuba, que tinha muito fazendeiro mineiro que tinha terra em Mato Grosso, eles estão com dificuldade lá por causa da seca, então eles estão querendo fazer uma parceria, para quem não conhece o assunto, chama-se  boitel, você entra com o boi, eu dou a comida, as instalações como se fosse um hotel, depois a gente acerta o lucro. Falei pô Gilbertão, pode fazer, é um ótimo negócio, colocamos 10 mil cabeças de boi lá dentro, lembro que nesse período estava até contente, o Bahamas lotando, 200 homens dia, o hotel quase  pronto, o confinamento lá já tinha rendido dinheiro, tinha acelerado a obra do hotel e aí eu, com a revista Penthouse, fazendo o Showfight, minha vida indo uma maravilha, eu famoso já, era conhecido, cai o avião da TAM. Morrem 199 pessoas, quem vai preso? O dono do puteiro. Aí o senhor Gilberto Kassab começou uma perseguição grande em cima de mim porque ele queria se projetar politicamente, quem disse a ele para fazer

Luciano          O que é que tem a ver a queda, porque o pessoal que está nos ouvindo aqui não necessariamente sabe da tua localização como é que é, o que é que tem a queda do avião da TAM na cabeceira da pista do aeroporto de Congonhas, com o Bahamas e com você?

Oscar             Não é bem o Bahamas, aí tem a ver com o meu hotel…

Luciano          Que fica atrás do Bahamas.

Oscar             … é o Oscar’s Hotel…

Luciano          Que está atrás do Bahamas.

Oscar             … fica do lado. Eu sou dono e proprietário de dois hoteis, apesar de um cara do ministério público que me perseguiu durante muitos anos, me estourou tudo para comprometer a minha pessoa, misturou o hotel com o Bahamas, são dois hotéis completamente independentes, CNPJ completamente independente, um é um hotel chamado Bahamas Hotel Club, http://www.bahamashotelclub entrem lá, vocês vão adorar, vocês vão ver como é que funciona aquele espaço, dedicado ao prazer, às sensações, um local de entretenimento para adultos. Ganhei todos os processos na justiça sem exceção, está lá aberto, funcionando maravilhosamente bem, porque eu não tenho participação no ato sexual das mulheres, elas são hóspedes como os clientes, é a mesma coisa que você pegar uma pessoa e levar para transar no Hilton e ao lado, o Bahamas tem três andares, ao lado eu tenho o Oscar’s Hotel, que é um prédio de 42 metros quadrados…

Luciano          42 mil metros quadrados.

Oscar             … 42 metros de altura, são 17.800 metros quadrados, são 223 apartamentos, 300 vagas na garagem, 3 restaurantes, uma academia de ginástica, 1 teatro e uma área de eventos para 900 pessoas. Bem, cai o  avião da TAM, o senhor Orlando de Almeida soprou no ouvido do seu Kassab que o meu hotel colocava em risco as aeronaves, o Fantástico fez uma matéria dizendo que meu hotel colocava em risco, aquele que eu chamo de Walmir salada e aí lacraram meu hotel.

Luciano          Porque ele fica na rota.

Oscar             Não fica na rota coisa nenhuma, é que aí era interessante gerar polêmica em cima, criar uma nuvem de fumaça em cima do assunto da TAM…

Luciano          Só para o pessoal entender aqui, a argumentação era que o teu hotel ficava na rota de aproximação dos aviões e podia botar em risco.

Oscar             … a intenção foi, senhor Gilberto Kassab se promover politicamente porque ele era vice do Serra e estava entrando numa campanha política, o braço direito dele, o Orlando de Almeida, foi assoprar em cima dele que eu dava uma boa estratégia de marketing porque agora estava nas mídias dizendo muito sobre a queda do avião da  TAM e aí eles poderiam se passar por os homens bonzinhos que vão derrubar um hotel que coloca em, risco as aeronaves. Recebi uma intimação, eu tenho essa documentação, dizendo que eu tinha que tirar meus objetos lá de dentro que em cinco dias eles iam colocar meu hotel no chão, chamei meus advogados, eu tenho uma equipe de advogados significativa, eu digo que conforme você cresce como empresário, o número dos seus inimigos define a sua competência profissional e se blinde com bons advogados, principalmente aqui no Brasil. Meus advogados deram risada da palhaçada, repito, da palhaçada do sr. Gilberto Kassab, que era o prefeito da sétima maior cidade do mundo e a maior cidade do Brasil, bem, Orlando de Almeida, Gilberto Kassab, os dois estão na Lavajato, Orlando de Almeida está junto com seu filho também na Lavajato, porque eles vendiam alvarás para aprovação de obras, eu vou contar essa história, se eu me lembrar depois, bem, agora nós estamos no capítulo do hotel e aí começou essa perseguição, eu chamei meus advogados, o que nós podemos fazer? E aí eles começaram a se jogar na mídia para chamar a atenção. Eu fui à imprensa, eu liguei para a aeronáutica e disse escuta, vocês me deram o alvará, que não coloca em risco aeronave nenhuma, agora esse maluco quer me derrubar, o que eu faço? Na época a aeronáutica ligou para o Fantástico, para a Globo, mandando a documentação de que o meu hotel preenchia todas as exigências legais, saiu no Fantástico isso, saiu no Jornal Nacional e eu comecei a cair de pau em cima disso, eu comecei a atrapalhar a campanha do Gilberto Kassab à prefeitura de São Paulo e aí eles tinham que me desmoralizar, porque eu estava em todos os jornais, todos os dias e nos programas de televisão todas as horas e aí entra na história, de uma forma curiosa. Um homem do ministério público, chamado José Carlos Blat começa a dizer que eu tenho um prostíbulo e que ali não poderia funcionar. Um homem chamado Fábio Lepique, que era o subprefeito da regional da Vila Mariana, de repente chega na porta do Bahamas e diz que ele tem a prerrogativa de polícia em casos especiais e que eu declarei numa entrevista, olha a barbaridade, do senhor repórter Cabrini de que o Bahamas Clube era uma casa de prostituição de luxo e como não existe alvará para casa de prostituição de luxo, estou lacrando o Bahamas e lacrou. E foi embora. Então aí eu estou com o hotel parado, que estão querendo derrubar e o Bahamas Hotel Clube segundo esse rapaz, irresponsável e inconsequente, que estava na subprefeitura da Vila Mariana, indicado pelo senhor, na época, Andrea Matarazzo, geração jovem do PSDB, colocou esse… na época era um molecão, olha Dória,  atenção nisso, e lacrou o Bahamas, e aí? Se passaram oito anos, acredite…

Luciano          Lacrado?

Oscar             … Bahamas lacrado…

Luciano          … oito anos lacrado.

Oscar             … quer discutir isso aí? Tem dados interessantes. Voltam aquelas horas de sono que eu estava perdendo, sem dormir e eu entrei nesse assunto desesperado, cheguei a pensar em suicídio, tem um dado interessante aí de suicídio. Uma vez eu tinha 17, 18 anos, aquela época lá minha, começando faculdade, minha mãe me tomou a Kombi, eu estava sem carro, meu pai brigou comigo, não me deu dinheiro, eu vivia de mesada, minha namorada me largou por outro, eu numa merda desgraçada, desce um andar, Edifício Plaza, ali na junção de Santos com São Vicente, falei eu vou pular lá para baixo, vou me matar, eu filosofando. Me matar porra nenhuma, vou tomar banho de mar, fui para o mar, me lembro que eu tirei a sunga, pus na cabeça assim, fiquei olhando aquele pessoal se divertindo, aquela época era o carnaval de rua, falei vou me matar porra nenhuma, o fato de eu não me matar, tudo o que vem daqui para a frente é lucro, olha essa brisa batendo nos meus olhos, olha esse céu estrelado, que coisa maravilhosa que é a vida, volta, estou aqui em São Paulo pensando até em suicídio, um dos meus filhos levou um terapeuta na minha sala, no meu quarto, eu numa depressão, barbudo, largado, fazia uns dez dias que nem comia direito, revoltadíssimo, eu digo que eu tenho no meu peito, tatuado na minha alma, uma palavra chamada injustiça, a injustiça, ela faz com que você fique um apático ou que você fique com uma necessidade cada vez mais de fazer justiça, eu fiquei com o segundo caso. Aí o terapeuta que meu filho levou lá falou assim, Oscar, então você quer pular lá para baixo e se matar? Faça isso, você é um covarde, você vai largar o problema nas mãos dos seus filhos, então começa a brigar por fazer mais justiça, já que a tua vida foi embora. Ele saiu, quando ele saiu, eu me lembrei daquele meu pensamento de infância, pô por que não dedicar a minha vida a fazer justiça?  Aí eu fundei a associação brasileira dos injustiçados, justiça. Está no meu carro, eu vendi aquele cartazinho. E aí comecei a fazer a barba, levantei, eu sou dono de 70% do quarteirão ali, peguei uma das casas, peguei um dos quartos, coloquei uma prateleira, comecei a colocar processos, comecei a atuar com meus advogados, foram três anos de persistência, estão me ouvindo aí? Eu digo o seguinte: por que uns param enquanto outros continuam? Eu amo mais as pessoas que erram e fazem e aprendem com seus erros do que aqueles que nunca fazem porque tem medo de errar e nunca aprendem. Eu vendo aquela molecada andando de skates ou naquelas pranchas de surf, ou naquelas bicicletas, o que eles fazem em cima daquilo? Por que eles persistem? Eles caem no chão, ralam o joelho, quebram, eu digo que eu admiro muito os que persistem, eu pergunto por que uns param enquanto outros continuam? O grande barato na vida é eu continuar, é aprender com os erros, é peitar, é enfrentar, é ter orgulho de você, meu sobrenome é Maroni, eu tive um pai que sempre brigou pelo que quis, os irmãos, minha mãe, é uma senhora persistente, isso é meu exemplo de vida e você é aquilo que você aprende ser. Bem. E aí eu ganhei na justiça…

Luciano          Já não era mais Kassab…

Oscar             …  não, era Kassab…

Luciano          … você ganhou com o Kassab lá ainda?

Oscar             … meu advogado que eu tenho muito orgulho desse advogado, chama-se Leonardo Pantaleão, nós entramos com um pedido no tribunal ali na João Mendes, a TJ ali, aonde por o Gilberto Kassab ser o prefeito de uma cidade muito grande, ele não pode ser julgado de uma forma comum, seria mais ou menos uma, como nós temos aí, fórum privilegiado, não seria bem um fórum privilegiado, mas ele tem que ser julgado por vários e aí foi a julgamento, Leonardo Pantaleão, meu advogado, fez a defesa, a sustentação oral, 17 desembargadores seguiram o relator, aonde o relator diz, um cidadão não pode ser julgado por valores morais e sim pelo que está na lei, senhor Gilberto Kassab, peço para que a sua prefeitura reanalise a negativa do alvará de Oscar Maroni. Com isso na mão aí eu peguei isso, fui na juíza da quinta vara, eu fui pessoalmente, bati na porta, ela me atendeu, uma senhora maravilhosa, o fórum na vara dela, era maravilhosa, toda cheia de flores, um lugar lindo, muito atenciosa, muito educada, expliquei o caso, ela, quinta vara da fazenda pública, ela encaminha um ofício à sub prefeitura da Vila Mariana, ali eu consegui explicar toda a perseguição que eu sofria. Vou comentar um outro fato aqui que é interessante, uns 15 dias antes desse fato, eu recebi uma intimação do ministério público assinado pelo sr. Silvio Marques. O Silvio Marques é uma das grandes feras do ministério público do Estado de São Paulo, eu acho ele um homem sensacional, foi ele que pegou Paulo Salim Maluf, essa intimação para mim (sic) comparecer lá para prestar esclarecimento sobre enriquecimento ilícito, fiquei apavorado, com o papelzinho no bolso, não sabia o que fazer, nesse dia eu tive essa decisão no tribunal em relação ao Kassab, pô, desculpa o termo, mas eu uso muito simbologias, nossa,  aquele dia eu ia no banheiro, segurava o pau com as duas mãos, me achava um cara pica grossa maior do Brasil, peguei aquele papel vou falar com o Silvio Marques, estava ali pertinho o ministério público, na Riachuelo, pois não senhor Maroni, eu já conhecia o Silvio Marques, numa bronca logo no começo do hotel que ele me deu ganho de causa porque não tinha motivo para o hotel ficar parado, foi uma outra denúncia de vizinho, pois não, Maroni é o seguinte, enriquecimento ilícito não é de você, enriquecimento ilícito é do Aref, para você que está me ouvindo aí, Aref é aquele homem dos 122 apartamentos que ele era o responsável pela APROV, olha só a quadrilha que nós tínhamos em São Paulo, Aref era o que aprovava, Orlando de Almeida era o secretário da habitação e o prefeito, sr. Gilberto Kassab, esses três foram braço direito do Pitta, se não me engano o Kassab era o financeiro do Pitta, aí o Pitta deu aquele rolo todo, morreu, aí os três foram trabalhar na Associação Comercial. Aí o sr. Gilberto Kassab virou prefeito, trouxe Orlando de Almeida, colocou na secretaria da habitação, porque os três trabalhavam na área imobiliária, o Aref aprovava e o senhor Aref, não, Orlando de Almeida analisava os processos, tudo no mesmo andar, acho que era vigésimo terceiro andar…

Luciano          O Aref dava o alvará.

Oscar             … o Aref assinava e o Orlando de Almeida fazia e o Gilberto Kassab não sabia de nada, não via nada. Esse Aref chegou a ter 122 apartamentos, aí o Silvio falou Maroni, nós te chamamos aqui porque nós ficamos sabendo que o Aref pediu 110 mil reais para aprovar o seu hotel, você deu? Eu falei olha Silvio Marques, você está numa posição, eu diria, até que curiosa, se eu tivesse dado, eu não falaria que eu dei, porque se eu falar que eu dei, eu nunca mais vou abrir mas nem casinha de cachorro em São Paulo, porque lá fora, senhor, a realidade é outra, a realidade é uma corrupção muito grande, e vocês sabem disso, vocês precisam trabalhar melhor e expor isso mais ao cidadão. É Maroni, nós estamos precisando de alguém que assine a denúncia, porque até agora os shoppings só fizeram as denúncias, mas ninguém assinou, você assinaria? Falei é complicado eu assinar, eu não dei o dinheiro para o Aref, eu não dei o dinheiro para o Aref para regularizar meu hotel porque eu não tinha o dinheiro, porque senão eu dava, está lá meu hotel parado, isso é a realidade do Edifício Martinelli, quer vocês queiram ou não. Bem, senhor Aref, seu Silvio Marques, eu vou falar um negócio para vocês, eu vou falar aqui um monte, vocês vão ter que ouvir ai durante umas 3 ou 4 horas, pode preparar o teu escrivão aí, eu vou falar tudo o que eu sei e eu relatei tudo, durante 3 ou 4 horas e faltou um pedaço, me lembro que estava na porta indo embora, que eu já estava cansado, voltava no dia seguinte, eu falei olha, esses três pessoas trabalhavam com o Pitta, nenhum dos dois viram o Aref enriquecendo 122 apartamentos? É meio estranho isso, as aprovações, ninguém viu? Mas nós vamos continuar amanhã, hoje eu estou muito cansado, amanhã vamos acabar nesse capítulo. Ta bom, até logo, prazer. Fui embora. Dia seguinte estou fazendo a barba toca meu telefone, Folha de São Paulo, Estadão. Maroni, é o seguinte, nós estamos aqui na Rua Riachuelo, na porta do ministério público e o senhor Orlando de Almeida está aqui na porta está te esperando porque falou que vai bater na sua cara,  está te chamando de cafetão e fala que ninguém vai estragar a minha família maravilhosa, o eu nome que eu tenho no mercado, eu vou dar uma surra nesse cara. O que você tem para falar? Eu falei eu não tenho nada a falar, desliguei o telefone, liguei para o meu advogado, Leonardo Pantaleão, ele falou Oscar, vai lá na 27, dá um depoimento de agressão, perseguição, depois você faz o que você quiser, tá bom, fui lá, dei o depoimento, liguei de novo para a Folha, falei já dei o depoimento e estou indo para aí. Mas o Orlando de Almeida já foi embora, então espera aí, você pode colocar ele na notícia do jornal isso tudo que eu estou falando, gente, quem tem internet aí vocês veem isso tudo que eu estou falando, então pode colocar aí no jornal, escreve aí, Oscar Maroni, 10 anos de box, 66 anos, desafia o senhor Orlando de Almeida, em cima de um ringue, no Viaduto do Chá, quero autorização do sr. Gilberto Kassab e eu desafio ele, fala para ele se cuidar, porque eu dou até um capacete, vou arrebentar ele, mas em cima de um ringue com juízes, porque eu sei que o motorista dele, eu sou bem informadinho sobre essas coisas, não vale uma merda e é um semi marginal e era essa a intenção deles, era me intimidar e não vão me intimidar bom, ganhei na justiça, infelizmente nós temos um lado falho da nossa justiça, o grande problema do senhor Orlando de Almeida foi fazer meia dúzia de cesta básica, depois de todo o caos que ele  me provocou e não parou aí, ele sumiu, não deu mais as caras, passou uns tempos ele vem dizer que o Bahamas não poderia receber o alvará, depois de a justiça ter decidido, porque eu estava numa área dos aeroportos e que atrapalhava o ruído e que não pode ter hotel ou não hotel, e que eu tinha falsificado documentos, olha, começou aquela perseguição. Bom, ele não apareceu lá para a luta, estou esperando até hoje, se ele quiser ativar de novo isso. Há três meses, Orlando de Almeida, Gilberto Kassab e o filho do Orlando de Almeida, um engenheiro, um rapaz novo, no escritório de arquitetura, vendiam alvarás, está correndo aí na justiça, me desculpem, eu não crio nada, eu não invento nada, eu simplesmente relato o que está nos meios de comunicação e que estão nos processos.

Luciano          Você então…

Oscar             … Gilberto Kassab está com 12 processos, Orlando de Almeida está viajando, não tem informação nenhuma para a imprensa, isso é uma parte da minha vida, eu queria já aproveitar aqui, eu fui procurado por um escritor, senhor Leonardo Castelo Branco, há um ano e meio e ele diz que queria fazer um livro da minha vida, durante um ano e meio nós sentávamos duas vezes por semana e eu durante uma hora e quarenta minutos fui contando os fatos e saiu aqui o livro.

Luciano          Estou com o livro em mãos.

Oscar             O livro está aqui em mãos, “O Colecionador de Emoções, a vida de Oscar Maroni”, eu vou ler isso aqui para vocês: neste livro você vai ser esclarecido de fatos deturpados sobre a vida de Oscar Maroni e saber a verdade sobre o magnata do prazer, o famoso dono do Bahamas Hotel Club, o empresário que entrou para uma edição do programa A Fazenda, que lançou no Brasil a revista Penthouse e Huster, promotor do Showfight, que se considera 90% ateu, mas deixa 10% para questionar as religiões e existência de Deus, um homem que vive intensamente a vida cercado de belas mulheres, que adora a liberdade e que por causa de preconceitos e armações foi perseguido pela mídia e por políticos e funcionários públicos irresponsáveis que quiseram, muitas vezes, apenas se promover na busca por casos de maior destaque. Isso aqui na orelha do livro, na terceira página fala do escritor, Leonardo Castelo Branco, um escritor expressivo e aqui está escrito, na quarta página: cai o avião da TAM, morrem 199 pessoas, quem vai preso? O dono do puteiro. Esta frase que viralizou nas redes sociais é o resumo do momento mais difícil da vida de Oscar Maroni, o famoso empresário da noite paulistana. O trágico acidente em 17 de julho de 2007 levou políticos e um promotor de justiça a fazer perseguições com acusações montadas e desonestas, transformando Maroni em um bode expiatório com a intenção de se promover e ascenderem na vida pública sem buscar a verdade, Maroni foi preso nas celas, prisão e liberdade, dores e prazeres, sonhos e realidade, delícias e dissabores, perdas e conquistas, a vida de Oscar Maroni é uma coleção de emoções variadas e um retrato de um homem que se não deixa abater, que sabe que saber viver bem é fazer o bem, são caminhos que todo ser humano deve trilhar e que defende a ideia de que amar é muito mais inteligente que odiar. Esse livro para mim é mais do que, descrevendo o que eu sou, o que eu fui, o que eu penso, um ser humano é aquilo que ele foi, é o que ele é e é o que ele pretende, eu estou bombando, vendo, pensando e refletindo sobre aspectos políticos com a minha vida.

Luciano          Oscar, Bahamas está aberto, funcionando muito bem. O hotel ainda não?

Oscar             O hotel. Há 4, 6 meses eu estive no Aeroporto de Congonhas, falei com os oficiais, entrei com a documentação, depois de um período ele me chama e diz olha, surgiu uma situação porque você, o Oscar’s Hotel não é um puxadinho num fundo de quintal, é um prédio sob muita atenção da mídia, surge um problema em relação à aeronáutica, o que fazer com essa situação? Nós encaminhamos o seu pedido para Brasília, Brasília mandou uma aeronave que eu inclusive fui responsável durante muito tempo por essa aeronave, eu sou piloto especial de jato e de segurança de voo, sou um homem respeitado nessa área, eu sou responsável pela segurança de voo de Congonhas, de Viracopos, de Santos Dumont e do Aeroporto do Rio de Janeiro e nós fizemos o seguinte, veio essa aeronave, é uma aeronave até que é rotineiro isso, eles fazem voos sobre os aeroportos brasileiros, essa aeronave,  ela é municiada com computadores, equipamentos fotográficos e tal que fazem uma análise, concluiu-se isto. Me deu o documento que está inclusive comentado no livro, que, vou falar e outras palavras, do meu jeitão, o seu hotel não coloca em risco porra nenhuma, o seu hotel preenche todas exigências legais, fodeu, e agora? Sr. Gilberto Kassab, seu Orlando de Almeida, senhor Aref e o senhor Blat, que está por trás dessas histórias também, vocês agora faço questão de convidá-los a vir no lançamento do livro, porque vocês fazem parte integrante desse livro, vocês originaram muito dessa história do livro e isso tudo é documental. No caso do elemento do ministério público, que abriu um processo e me perseguiu durante 15 anos, eu ganhei todos os processos na justiça, a justiça sempre do lado saudável da justiça, diz que Bahamas Club não é uma atividade ilícita, ilícita é quando houver a exploração da mulher ou a facilitação específica a uma pessoa e essa perseguição se agravou mais na época que o Kassab estava prefeito, percebe a jogadinha? E aí eu fui a julgamento com esse último processo porque o senhor José Carlos Blat disse que eu estava perseguindo uma das testemunhas, o processo já aconteceu e é o que fecha o livro, termina o livro essa decisão da justiça que já transitou em julgado, quem não sabe o que é transitado em julgado, é o seguinte: acabou, esse assunto morreu, não pode mais mexer…

Luciano          E você vai inaugurar o hotel.

Oscar             … a promotora pública Marcia Leite Machado pede a minha absolvição à promotora pública, o meu advogado até falou que é um caso raro, uma colega pedir isso a um colega no ministério público e pede para que a justiça averigue a perseguição do senhor José Carlos Blat contra a minha pessoa, fechou-se com chaves de ouro, justiça foi feita, eu já estou entrando com a documentação agora para a abertura do hotel, inclusive se sair cassino agora vai ser sensacional, 223 apartamentos, 300 vagas na garagem, 3 restaurantes, uma academia de ginástica, uma piscina e se sair de cassino, eu tenho embaixo uma área de 4 mil metros quadrados.

Luciano          O Maroni ganhou mais uma.

Oscar             Maroni ganhou mais uma, o Bahamas abriu e agora vem a ação indenizatória em cima disso que infelizmente, isso é um assunto que eu quero debater aqui com vocês, eu não acredito em partidos, eu não acredito em políticos e eu não acredito nesse sistema que nós temos e nós temos o lado saudável da justiça, mas temos um lado da justiça também  que é muito moroso e provoca essas reações, vou dar um exemplo: eu vou falar aqui uma coisa, você pode achar um absurdo, meu prejuízo, somando Bahamas, fazenda, hotel, Showfight, tudo o que ficou parado durante 8, 10 anos, chegou aí na faixa de 400 milhões. Puta mas é muito dinheiro, Oscar, você é louco, meio bilhão, você está exagerando. Pega 400 milhões, divide por 10, dá 40 milhões, divide por 12, eu tenho várias empresas, agora, eu entro na justiça porque um elemento irresponsável, subprefeito da Vila Mariana falou que ele achava que ali era casa de prostituição, quer dizer, ele julgou, fechou e depois a justiça decidiu que não, que a atividade é lícita. E agora? Eu pergunto a você também, Gilberto Kassab, Orlando de Almeida, Aref, José Carlos Blat e senhor Fábio Lepique, quero saber se vocês vão me pagar esse dinheiro, vamos ver aí 400 milhões bruto e eu deixo por 250 milhões, façam uma vaquinha vocês, que são homens muito dignos, que honram a palavra, o Orlando de Almeida, quando diz que ia bater na minha cara, que saiu isso no jornal, esta lá hein gente? Coloca lá, Oscar Maroni, Orlando de Almeida vai bater no Maroni, está lá, entra na internet e vocês veem, você falou que eu estava deturpando a sua família, hoje, Orlando de Almeida, você e seu filho estão vendendo alvarás, está aí, está correndo na justiça, não sou eu que falo, eu só estou repetindo o que eu vi nos jornais, olha a minha voz emocionada. Emocionada o cacete, eu estou é com uma puta de uma raiva dessa podridão que estamos vivendo nessa porra desse país, que nós precisamos de uma justiça, nós precisamos de uma justiça que aconteça, eu pergunto: Pedro Álvares Cabral começou, já roubavam o pau Brasil, juiz Sérgio Moro, tenho uma admiração por esse homem fabulosa, eu inclusive já falei várias vezes, vou repetir, senhor Sérgio Moro, com todo o respeito, isto é uma forma de homenagear brasileiros como o senhor, tens em Bahamas Club um vale ingresso vitalício, senhor Sérgio Moro, é sério, é uma homenagem, eu estou querendo inclusive colocar um quadro lá seu e do Tiririca, você um grande intelectual da área jurídica brasileira que eu aprendi a respeitá-lo, és o meu ídolo e és dos meus filhos e dos meus netos e do lado um palhaço chamado Tiririca, antes de eu vir para cá, eu fiz um texto eu tenho ali mais uns 60 ou 70 textos, se você me permite mantem isso, aonde se você entrar no Facebook e colocar Oscar Maroni, vocês vão ver o texto que eu fiz hoje, aonde eu falo…

Luciano          É o texto ou é o vídeo?

Oscar             … eu tenho o texto abrindo e tem o vídeo, nesse vídeo aparecem mulheres lindíssimas, gostosas, com as  bundinhas arrebitadas, eu faço de propósito para chamar a atenção para esses temas, porque no vídeo eu falo dos temas da nossa política atual, as mulheres… é que nem a Brahma vendendo cerveja, aquela morena que aparece na praia, inicialmente eu abro com o texto, esse último agora, eu elogio o senhor Tiririca, aonde o que delatou o grande, maravilhoso, o digno, o que foi governador de Minas Gerais e que hoje é senador da república do Brasil, mais um dos ladrões, eu digo que na mão esquerda, vamos falar esse exemplo de novo? Eu tenho sabe o quê? Bandidos, marginais, facções que se dizem partidos políticos, que nos roubam, que nos assaltam constantemente e eu pergunto: de Pedro Álvares Cabral até Sérgio Moro, Carmen Lúcia, ninguém nos roubou? Precisou surgir um Sérgio Moro para que isso tudo acontecesse? Brasileiros, se a mãe do Sérgio Moro tivesse abortado, sabe quem seria hoje a sua presidente da república? Dilma Roussef, aquela dos 150 milhões, que o frigorífico deu para ela, aquele frigorífico piquininho, JBS que era uma merdinha de um frigorifiquinho de bosta, que pegou meu dinheiro, o teu, do BNDS e saiu comprando 1892 candidatos à política, ô brasileiro, eu, você e  ele aqui  ao lado somos um bando de trouxas, nós nunca votamos, acordamos de manhã, olhamos os jornais, analisamos em quem vamos votar para presidente, senador, deputado, vereador, todos eles comprados, a nossa política  é mantida  por JBS, Odebrecht, as construtoras, você nunca votou em nada, seu trouxa, eu também sou um trouxa, vamos mudar esse país.

Luciano          Uma vez eu vi uma entrevista tua com Marília Gabriela, ela estava questionando você etc e tal, num momento qualquer ela abordou essa questão da moralidade do teu negócio e coisa e tal e você deu uma resposta para ela que foi uma coisa assim absolutamente, como é que eu vou dizer? Você quebrou ela no meio,  que você falou para ela exatamente o seguinte, Marília, eu estou sentado ali no Bahamas, eu vejo entrar um senhor de sessenta e poucos anos, ele entra assim cansado, alquebrado, curvadinho, ele  senta numa mesa e de repente vem uma garota de 27 anos, senta na frente dele…

Oscar             É, de 19, 18…

Luciano          … os dois…

Oscar             … ali no Bahamas é frequentado por mulheres maiores de idade, de 18 até 30 anos.

Luciano          … vem uma garota dessa, senta, conversa  com ele e de repente os dois sobem até o quarto e  algum tempo depois  eu vejo os dois descendo, ele vem feliz, brilhando, com um sorriso no rosto e ela vem descendo atrás também feliz, os dois felizes, Marília, eu vendo vida. Você falou isso para ela.

Oscar             Eu tenho outro caso que ali é difícil uma entrevista com a Marília, na época do Jô Soares, os dois perguntam e responde, você fica meio perdido ali, mas vamos lá, nesse caso tinha uma outra coisa que eu não falei com ela, outro dia também eu presenciei uma cena parecida, três senhores, vi que era alto executivo, entraram, era 4 horas da tarde, ficaram conversando entre si e aí beberam, pegaram 3 ou 4 mulheres, eu vi que eles estavam assim… até a postura física, como psicólogo… subiram assim meio silenciosos e tal, de repente vinham umas gargalhadas, eles divertidos, eles fizeram uma suruba. Aí esses senhores descem, já era 7, 8 horas da noite, pista de dança funcionando, se você visse aqueles senhores dançando música eletrônica, com aquele roupão, aquele pintinho ali aparecendo, que coisa linda aquilo, eu vi vida naqueles senhores jovens, fabuloso isso, o ser humano não tem idade para ser feliz, sai da cadeira de roda, para de ver a novela e o jogo do Corinthians, vai para o Bahamas Club se divertir, independente da sua idade, você merece ser feliz, eu tenho N exemplos aqui.

Luciano          Eu não duvido que você tenha isso aí. Eu quero te perguntar das meninas que estão lá, Maroni, quero te perguntar a tua posição ali, você é um pai para elas? O que você é para elas?

Oscar             Socialmente dizem que eu sou um cafetão.

Luciano          O que você é para elas.

Oscar             Eu já digo que eu sou um cafetão do bem, elas são frequentadoras de Bahamas Club, elas pagam para entrar como os homens, se elas transam ou não transam, é um problema delas, eu não tenho participação no ato sexual delas, eu ganho e ganho muito bem, no ingresso, no horário da suíte, eu ganho no bar, eu ganho no restaurante, eu ganho na locação de mesa de bilhar, embaixo tem o balneário que dá direito, vou até fazer uma propagandinha aqui: o Bahamas funciona da seguinte forma, eu inventei agora, de 4 meses para cá, tendo em vista essa situação da Dilma e não tema, Michel Temer, não temas, vá ao Bahamas Club, então essa nova proposta é assim, porque eu vejo alguns clientes que disseram que o gasto era muito alto, outros reclamava, outros no período da tarde iam lá só para dar uma e ir embora, então eu fiz o seguinte, de uns 4 meses para cá eu fiz o seguinte, 161 é a taxa seca, nessa taxa seca ele dá direito a frequentar sauna seca e sauna à vapor, o Bahamas tem um andar inteiro que é um balneário delicioso para quem gosta de sauna e digo a vocês, sauna é muito bom, é muito saudável ao organismo e vicia até, seu organismo vai pedir uma vez por semana e a sauna em Bahamas Club pode ser coletiva, você pode entrar com mulher na sauna, então é 161 com direito a sauna seca, sauna à vapor, completo todo o balneário e todos os equipamentos que você vai usar no balneário: roupão, toalha, chinelo, shampoo, sabonete e tudo mais, se você beber ou comer alguma coisa, vai agregando à sua comanda, essa é uma forma de ingresso. Segunda forma de ingresso: 501, isso eu chamo de suíte club, a suíte do hedonismo, hedonismo para quem não conhece é uma filosofia grega que diz que você veio ao mundo para os prazeres da vida, diverge um pouco da postura cristã judaica, que diz que você veio ao mundo para sofrer, não, eu digo que você veio ao mundo para os prazeres e para as coisas boas da vida, nessa suíte, nesse ingresso club, você paga 501, você tem direito a almoçar ou jantar, você tem direito a porções, você tem direito a picanha, a camarão, bebidas importadas, você tem direito até a charutos na área do fumódromo e você tem direito a duas horas de suíte, você pode ficar com a mesma mulher duas horas, pode descer com uma, subir com outra, descer, fazer sauna, afinal, carregar um pau só para fazer xixi não paga o frete, você tem que usar para outras coisas, em Bahamas Club eu defendo a filosofia do hedonismo, eu vim ao mundo para ser feliz e lá nós somos a favor de pênis erectus, vaginas molhadas e nós vivemos em uma democracia que nos dá o direito de colocar a boca onde bem entendemos e graças a isso nós somos livres para poder dar essa reportagem que nós estamos dando.

Luciano          Maroni, como é que é o teu processo…

Oscar             Liberdade de expressão.

Luciano          … como é que é o teu processo de recrutamento e seleção das meninas.

Oscar             Olha, eu não tenho vínculo nenhum com elas, como eu já falei, gosto de deixar bem claro porque é o vínculo que é ilegal, o Bahamas Club é um estabelecimento que existe na noite há 27 anos, ali onde eu estou. Já existia antes aqui na Imarés, então uma mulher em Bahamas Clube, ela fatura 15, 20, tem mulher que fatura até 30 mil reais por mês, a média do programa delas é de 300 a 500 reais, então uma fala para a outra, traz a prima, traz a irmã, traz a outra. Nós temos em São Paulo estabelecimentos que eu considero de muito respeito, estabelecimentos honrados dentro do aspecto legal, Café Photo, Bamboa, Scândalo e Bahamas, são famosos em São Paulo, então essas mulheres elas viram esses estabelecimentos, vão num local, no outro, é a lei da oferta e procura de mercado, aonde está o melhor movimento elas vão. O Bahamas eu diria que é uma boutique do ramo, ali com certeza você não vai encontrar nenhum Fiat “véio” e enferrujado, são só acima de BMW e Mercedes, tem até umas Porshes…

Luciano          Até  porque um cara que vai lá para fazer qualquer tipo do programa, vai deixar, no mínimo, 501 e aí vai conversar com a menina…

Oscar             Ele vai conversar com ela, elas cobram de 300 a 500, então essas mulheres ganham muito bem, apropria fama do Bahamas já as atrai, eu tenho uma política ali dentro que eu gosto muito disso, chama-se amor ao próximo, muito mais saudável amar que odiar. Eu estou muito invocado com essa história de amor ao próximo, você desenvolve esse prazer de amar ao próximo, vira um vício, nisso, com todo o respeito, o JC estava certo, Jesus Cristo, pregando amor ao próximo. Agora, amor ao próximo é respeitar o próximo, eu vejo ali o Bahamas Club é frequentado por casais liberais, homens, mulheres e mulheres profissionais, as mulheres que ali frequentam, são mulheres que às vezes chegam a ter dois, três programas por dia, 160 homens por mês, eu observo que o dinheiro vem, vem numa quantidade razoável, mas elas gostam do sexo, elas gostam de se exibir, a roupa que elas usam é biquíni, ou lingerie  francesa, roupas do tipo, ou então roupa, a mulher escolhe e assim elas frequentam, eu com elas, eu tenho  algumas que são  amigas, tem uma meia dúzia ali que eu saio, que são mais próximas, que às vezes vão até para a minha casa. Um dia aconteceu um negócio curioso, eu gostaria até de comentar com você, eu estava com duas mestiças japonesas lindíssimas na minha casa, eu moro aqui no Campo Belo, numa cobertura, um duplex de cobertura e eu estou ali, eu e as duas, no meu apartamento, na minha suíte, um putaria deliciosa, um comendo o outro, os três trepando, aquela putaria toda, de repente eu escuto um barulho assim (ele bate para ilustrar) eu falei para a mulher que estava na minha frente, uma japonesa, uma modelo lindíssima, corpo de modelo, mestiça maravilhosa, como pessoa também. Eu falei puta, é o síndico. Ela falou não Oscar, não é o síndico, é a janela… (ele bate novamente)… pô não é possível isso…

Luciano          Alguém batendo na janela?

Oscar             … batendo na janela, vigésimo segundo andar, você está louca Mi. Ela falou não, é na janela, escuta… (ele bate novamente)… falei pô, estão lavando o prédio? Estão pintando? 4 horas da madrugada. No que eu abro a janela, sabe quem era? Deus. Ele se apoiou no parapeito assim, um anjinho de cada lado e falou Maroni, afinal eu criei, eu inventei, deixa eu ficar olhando? Ainda ele falou assim, até hoje u não entendi porque disseram que meu filho não nasceu de uma transa, aí o anjinho falou Deus, não fala assim, isso é pecado. Não, isso é natural, é espontâneo, sexo é bom, é gostoso. Olha, Deus ali me deu uma aula de psicologia. Ai ele diz assim, sexo é muito mais do que uma penetração e uma ejaculação, sexo envolve carinho, afeto, envolve convívio, envolve liberar os fatos do inconsciente, está vendo Oscar passando a mão naquela mulher? Olha, é troca de carinho, afeto. Olha lá, Maroni já é um velhão meio safado com as mulheres novas, por que ele não pode estar com mulheres novas? Por que esse preconceito de o homem ter mais idade? Aí o anjinho falou é Deus, o senhor tem razão, a humanidade é muito hipócrita em relação à sexualidade, é muito falsa, sexo é bom, é saudável, é gostoso.

Luciano          Você tem um grau de desengajamento moral assim que ultrapassa os limites que a gente conhece por aí, porque você trata disso de uma forma que as pessoas normalmente não tratam, todo mundo se enche de dedos para tocar no assunto, todo mundo quando quer conversar, quando vai falar com você, sei que deve ter um tipo de imitações, porque esse assunto não é um assunto que a gente trata claramente no dia a dia, sempre foi assim, Oscar, quando você comprou aquele primeiro puteiro lá atrás, você já tinha essa consciência, esse desengajamento moral de você não se preocupar com o que a sociedade diz que é, esse mercado que você atua.

Oscar             Deixa eu dar uma aula de psicologia aqui, curiosamente, pelo menos duas ou três vezes  por ano vão grupos de recém formados ou que estão nos últimos anos de psicologia, a última agora veio, da PUC já veio umas cinco ou seis vezes, eles vão lá para discutir os assuntos e eu tenho uma postura sobre a sexualidade humana que é particular meu, que é o seguinte: a maioria dos seres humanos não sabe fazer o sexo e não sabe dar e receber amor. Vou repetir: a maioria dos seres humanos não sabe fazer sexo e não sabe dar e receber amor. Vamos lá, você que está me vendo, homem ou mulher, independente da idade, se tiver capacidade de entender, fica aí: eu tenho no meio das pernas um pau, que dentro é um saco, dentro desse saco tem sêmen, espermatozoide, eu carrego no meio das pernas 20 milhões de anos biológicos, isso é a evolução da espécie de Darwin, quem não conhece Darwin, a grosso modo, vou assassinar Darwin aqui, aquela teoria que nós somos primos do macaco, porque a origem está muito além, na parte interna do meu braço eu tenho menos pelo, então eu sou menos animal, do lado externo eu tenho mais pelos, eu sou mais macaco, então eu tenho no meio das minhas pernas 20 milhões de anos biológicos, o meu garanhão, na minha fazenda, faz isso quando ele come a égua, meus porquinhos fazem isso, meus cachorros fazem isso, o que que é? Fica de quatro, enfia o cacete, soca, soca, soca, 170, 150 movimentos, não é considerado ejaculação precoce e aí se fez sexo. Esse negócio dos 150, 170 é bom, fica contando, porque aí você desvia e consegue prorrogar mais e não fica na ejaculação precoce, ou então fica pensando no gerente do banco conversando com você, ouviu Robertão do Bradesco? Eu adorava, quando eu estava quase gozando eu ficava lembrando do meu gerente do Bradesco devolvendo os cheques de clientes sem fundo, naquela época há 20 anos, eu cortava um pouco o tesão e eu não gozava. Outro dia estou chegando no Bradesco falei ô Robertão, estava pensando em você, ô Oscar, como assim? Estava no motel. Pô Oscar fica quieto, não fala assim. Então eu tenho, resumindo, desculpa a brincadeira gente, é um papo paralelo, eu acho ainda que o bom humor é a melhor forma de viver. No meio das pernas eu e vocês mulheres que estão me vendo, e gays também e lésbicas, a sexualidade humana é saudável, não existem formas erradas de amar, errado é não amar, temos no meio das pernas 20 milhões de anos biológicos, em cima, dentro do cérebro, nós temos 2 milhões de anos culturais, embaixo estão os instintos, o meu cavalo, minha égua, meu cachorrinho que nem eu falei, em cima nós temos algema, a dominação muitas vezes, que algumas mulheres gostam, entendam isso, não é eu que inventei nada, está aí, “50 tons de cinza” o livro mais usado. Agora, nós temos o amor, a família, o quimono, o terno, o paletó, o garfo e a faca, o hashi, a comida japonesa, que são fatores criados, nós temos dois impulsos básicos que eu te falei, o sexo e o alimento, em relação ao sexo, você faz de uma forma antigamente tradicional, a minha tataravó falou para o meu tataravô, vamos fazer uma sacanagem hoje? O velho falou vamos: acenderam a luz do quarto. O grande barato naquela época era acender a luz do quarto. Minha avó pegou a dentadura dentro do copo, colocou na boca e fez um boquete, isso era a loucura que eles faziam na época. Bem, hoje você rola aí tem sex shopp, tem toda essa sacanagem, então o que eu estou dizendo é que a soma do fator que você tem no cérebro, 2 milhões de anos culturais e no meio das pernas 20 milhões de anos biológicos, soma os dois dá a sexualidade humana, a positiva e a negativa, porque negativa também, resumindo aqui, estou um pouco matando a psicologia, mas faz o tempo, que é o seguinte, aí o menininho está lá no chuveiro mexendo no pintinho e se masturbando, a vovó vê aquilo, dá um esporro no moleque e diz que ele está possuído pelo demônio, se o Malafaia visse aquilo ia ficar horrorizado, porque as pessoas não podem ter prazer sexual a não ser em situação de casamento, isso é uma das grandes balelas que falam, esse menininho, quando foi tomado o esculacho da avó ele já teve uma iniciativa negativa, bem, aí aquela menininha acorda, vai tomar um copo d’água, passa pelo quarto do papai e da mamãe e vê o papai enfiando na mamãe um negócio que era piquininho e ficou grande e que ele usava para fazer  xixi, enfiando dentro da mamãe e a mamãe gemendo e o papai gemendo, e de repente ele sai de cima da mamãe e os dois ofegando, não é? Terminaram a relação sexual. A menininha chega no café da manhã e fala vó, o papai e a mamãe estava fazendo uma coisa tão esquisita, assim assim, o papai gemendo. Sua vagabundinha, sua depravadinha, você não presta, o que é isso? Você está possuída pelo demônio? Que coisa horrorosa, instalou-se o trauma. Correto? Bem, Oscar Maroni, sua pergunta agora, vou responder depois desse comentário que eu fiz. Durante a minha existência, eu sou um psicólogo e eu sou um apaixonado pela psicologia, a psicologia para mim é uma filosofia de vida, eu vivo psicologia 24 horas, adoro isso. E o que são terapias? São processos que você senta diante de um homem que se diz um especialista, você expõe as suas ideias, ele vai te levando pela razão à questionar as emoções negativas e positivas dentro do seu ser, o que é terapia de grupo? É quando você junta um grupo de pessoas, expõe as suas posições e esse grupo te questiona, te fala bem ou te fala mal. Não é assim? Eu digo que é preferível falar merda uma vez e ficar pensando merda a vida toda e eu aprendi, durante a minha existência, durante os cinco anos de consultório, eu sou um dos poucos psicólogos e debato com qualquer psicólogo e psiquiatra, a psicologia da sexualidade humana, porque eu vejo que falo muita besteira, muitas psicólogas, não estou aqui querendo contrariar a ética, mas são quem? Psicólogas que leram meia dúzia de livros de psicologia,estão no terceiro, quarto ano, ou algumas formadas falam aquelas besteiras nos canais de televisão, generalizam o ser humano como se fosse todo mundo igual, cada ser humano é uma regra, é uma norma, é uma impressão digital, é uma forma de pensar e a complexidade da sexualidade humana é muito mais do que a gente pode imaginar, mas eu percebo uma variável na sexualidade humana que é o seguinte: a censura e o preconceito estragam muito a sexualidade humana e eu, durante a minha vida, eu tentei minimizar ao máximo todos os preconceitos e as regras que eu tenho no meu cérebro e eu tento viver assim  e eu sou um homem muito feliz, eu sou um homem com meus defeitos, com as minhas falhas, mas eu vim ao mundo para questionar essas hipocrisias, essas falsidades. Ou é através da história as barbaridades, as piores épocas da sexualidade humana foi na época vitoriana, porque a rainha Vitória tinha adquirido sífilis, sofria muito com isso e era uma mulher que reprimia muito a sexualidade. Através da igreja católica nós tivemos momentos, dos papas que eram extremamente repressores, mas eram os que davam mais vazão à sua sexualidade, a sexualidade humana pede a criatividade, pede novas ideias, novas formas de se relacionar, porque nós somos a somatória dos 20 milhões de anos biológicos com os 2 milhões de anos que nós temos no cérebro, que é o fator cultural e a cultura depende muito de momento, de época, de idade, de relacionamento da parceira e é fascinante, é fabuloso.

Luciano          O que é que seus filhos dizem de você?

Oscar             Meus filhos foram criados dessa forma de ser. Eles são até meio caretão, a minha filha, Aritana, ela até participou do MasterChef, não sei se você sabe disso, ela me deu dois netos maravilhosos, eu percebo que meus filhos tem uma admiração muito grande por mim, eu sempre os eduquei da seguinte forma: nunca se esqueçam que em primeiro lugar eu sou seu pai, em segundo lugar eu sou seu amigo e você tem todo o direito de questionar esse pai, mas você não tem o direito de faltar ao respeito, porque eu tenho dentro dos meus neurônios dentro do meu cérebro, pelo menos em tempos temporais, mais vivência que vocês, então eu sou muitas vezes um balizamento, mas vocês tem o direito de questionar, em relação à sexualidade eu sempre criei meus filhos dessa forma, minha filha é casada, me deu dois netos maravilhosos, a Aritana, depois vem o Aratã, que vive com uma moça muito bonita, a Fran; depois o Acauã, casado com uma moça de Araçatuba, mora em São Paulo…

Luciano          Por que nomes indígenas?

Oscar             … e  o Aruã que está solteiro, esse é mais boêmio…

Luciano          Nomes indígenas para todos eles.

Oscar             … porque nomes indígenas? Quando a Aritana estava para nascer, eu e a Marisa começamos a questionar o nome que iríamos por e na época eu estava lendo um livro de psicologia que dizia da importância do nome na formação da pessoa, você me perguntou deles porque eles têm os nomes diferentes e eles estudavam no Dante Alighieri, então você chagava no Dante Alighieri e falava me fala onde está a Roberta, a Paula, a Maria, o João? Aritana, pá, todo mundo já sabia, o Aruã, o Aratã, o nome marcou muito e também os nomes indígenas eu acho que também foi uma homenagem ao índio brasileiro que eu tenho muita admiração á naturalidade do índio brasileiro sem precisar distribuir terra por aí, não é o caso, mas a forma de ser próximo à natureza e tudo mais e os nomes, você viu que são meio semelhantes e cada nome tem um significado.

Luciano          Eu vou dar um recado para o filho da puta, eu quero que você pense nas 80 meninas que estão lá hoje, nas outras 80 que estavam lá o ano passado, naquelas duas mil que passaram pela tua vida, sei á quantas foram, os filhos dessas moças…

Oscar             O recado que eu dou, outro dia eu vi um rapaz na televisão e perguntaram para ele qual era o nome dele, ele falou você pode me chamar de filho da puta, como assim? Porque minha mãe foi puta. Eu tenho muito orgulho de aminha mãe ter sido puta, hoje que eu sou amadurecido, porque ela fez sexo contrariando a vontade dela para me sustentar, se alguém não presta foi o meu pai que me colocou no mundo e não ajudou a minha mãe a me sustentar, então o nosso mundo está muito cheio de hipocrisias, você me fez essa pergunta baseado num valor aonde a prostituição ou o sexo profissional, ele é muito, ele tem uma conotação muito preconceituosa, veja bem eu não estou falando daquele sexo de beira de estrada, de meninas de 12, 13 anos que se prostituem por um prato de comida, eu não estou falando daquelas mulheres que são exploradas pelo cafetão, eu não estou falando daquelas mulheres maiores de idade que são obrigadas a ir para o mundo afora, as mulheres que frequentam o Bahamas Club, se você for lá ver, você não vê mulheres tristes num canto chorando, elas são felizes, brincam, trabalham, dão risada, se divertem, existe uma frase que é muito curioso que eu observo lá dentro:  é muito curioso o que eu vou falar agora, veja bem, respondendo à sua pergunta com uma resposta mais complexa, eu tenho por hábito, agora eu parei um pouco, na época eu fazia duas pesquisas, uma delas era a seguinte: três irmãos gêmeos, um tem pau pequeno, um pau médio e um pau grande e aí no microfone ali, fazendo shows que eu irradiava as brincadeiras, eu perguntava qual dos três você prefere? As profissionais do sexo preferem o pau médio, porque o pau pequeno não dá grandes emoções e o pau grande machuca e incomoda. O pau médio é o que satisfaz desde que saiba usar e não esqueça que você tem uma língua, dez dedos, ou vinte, dependendo do pé, você tem uma coxa e você tem em cada esquina aí lugares que vendem brinquedos para adultos. A profissional especificamente, obviamente tem dificuldades, existem detalhes desagradáveis que no Bahamas com uma frequência baixíssima isso, porque o nível dos homens que ali frequentam são de altíssimo nível e é curioso que hoje se vocês verem na internet, na CLT, na divisão de profissões, a profissão da prostituta é encarada como uma profissão, ela tem subdivisões e tudo mais, eu pergunto, um ginecologista, um urologista não mexem na intimidade das pessoas? A prostituta, as que eu convivo no dia a dia, elas são muito mais do que aquela mulher que abre as pernas e o homem enfia e goza, é a consequência final, mas antes tem o papo no salão, tem a conversa, tem o dançar, tem o falar as coisinhas no ouvido, tem a realização das fantasias e dos fetiches. O Bahamas Club, lá é frequentado por casais, homens, mulheres, mulheres profissionais, esses casais eu já percebi várias vezes, as fantasias de casais, ela entra fantasia-se que ela é puta, anda pela casa, não dá para ninguém, ela se sente desejada, sobe o casal para cima e transam, eu observo também as não profissionais, mulheres do dia a dia extremamente curiosas para saber como é o Bahamas e nós estamos vivendo uma época hoje onde a sexualidade ela é mais livre e  o ser humano tem o direito de escolher o que deve fazer. Malafaia, Feliciano, para de querer tomar conta do pau dos outros e do ânus dos outros, da língua e dos clitóris dos outros, cuida da sua parte, propaga religião, porque hoje é um tal de três cafetões que eu tenho, tem aquele cafetão de Deus, sabe  aqueles… não todos, mas a grande maioria são aqueles pastores que vendem Deus, não é  assim? Ô Deus, esse homem aqui atrás do microfone aqui me deu 10% de dízimo, o filho dele vai repetir de ano, ô Deus, faz ele passar de ano. É assim, não é? Eles prometem, eles conseguem tudo, eles dizem que Deus vai fazer tudo por eles, mas tem que passar por eles, falar de novo aqui do Edir Macedo, pede para Deus dar uma força no teu sobrinho lá no Rio de Janeiro para que aquelas balas perdidas não matem crianças, não é isso? Sabe, eu respeito muito religião, eu respeito o meu Deus, o meu Deus é crescimento espiritual, religião para mim é amor ao próximo.

Luciano          Me dê o recado para o filho da puta.

Oscar             O filho da puta, a sua mãe é maravilhosa, deu emoções, recebeu emoções e você que é o filho da puta, você vai transar também muitas vezes com uma puta, o ser puta, eu já amei putas, eu sou o homem que eu carrego no meio das pernas o pau mais usado do Brasil, já passou de 2700 mulheres, estou tentando, inclusive, entrar para o livro dos recordes do homem que mais fez sexo e dessas 2700, eu amei seis ou sete. Uma a dona Marisa, que foi minha esposa, eu amei duas putas, duas garotas de programa, foram duas mulheres maravilhosas que me deram grandes emoções, está aí o meu livro, “O Colecionador de Emoções”, inclusive é citado no livro uma delas, que é a Vivian, uma história muito interessante, as outras eu amei, eu sou um homem livre, eu só tenho medo do meu Deus e da minha consciência e olha, estou pensando seriamente e isso eu coloco no meu livro, em sair candidato a presidente da república, se agora tiver as eleições nos próximos trinta dias, porque de zona e de putaria eu entendo muito e aí, se eu me candidatar e pegar a presidência da república, regra número um, precisamos uma justiça que puna e mais célere, uma justiça mais rápida, Carmen Lucia acorda mais cedo, vocês da capa preta, que parecem o Batman, mas não são super heróis não, basta ver a situação que nós brasileiros nos encontramos hoje, 13 milhões de brasileiros desempregados, já vai bater 14 milhões, morrem nos hospitais brasileiros 200 pessoas por dia, significa cair um avião de Chapecó por dia e ninguém fala nada. Quando caiu aquela porra daquele avião de Chapecó só se falava disso, escuta, morrem 200 brasileiros por dia, sabe o que é uma mãe com um filho no colo, na fila do hospital com 43 graus de febre? Um velho jogado no chão porque não tem quarto e olha aí, olha aí, Aécio Neves, você é o último agora da fila, mas vai vir muito mais, tem um outro senador que vai estar denunciando agora também, do PT, não para e você vem me falar de filha da puta? Eu ajudei a mãe de muitos e hoje eles são ingratos, não me reconhecem.

Luciano          Você ouviu o dono do puteiro.

Oscar             Caiu, está aí no meu livro, cai o avião da TAM, morrem 199 pessoas…

Luciano          Onde é que a gente te acha, Maroni?

Oscar             Oscar Maroni, eu estou constantemente em Bahamas Hotel Club, ali aquele quarteirão, Bahamas Hotel Club, Rua dos Chanés, 571, Moema, São Paulo, Brasil. bahamashotelclub.com.br na internet e se vocês querem ver algumas coisas que eu falo, eu parei com meu blog, mas está lá.

Luciano          Mas você está no Facebook ativo.

Oscar             Blog do Maroni.

Luciano          Está ativo no Facebook.

Oscar             Hoje o Facebook está ativo como nunca, eu até falei isso de eu sair de presidente da república porque de putaria eu entendo e se eu sair eu vou lançar a pedra fundamental, vou comprar um terreno em Brasília e vou montar um puteiro em Brasília.

Luciano          Mais um pô?

Oscar             Mais um, porque qual é a jogada? Quero montar esse em Brasília, depois o Oscar’s Hotel do lado e começar uma rede pelo Brasil inteiro, a justiça decidiu que a minha atividade, a forma como eu trabalho é lícita, quem decidiu isso, inclusive, foi um ministro, na última instância lá em Brasília, está no meu livro isso também. Agora, se eu não pegar a presidência da república, eu vou sair deputado federal, tem algumas regras básicas, o estado não tem direito de interferir na nossa vida como ele interfere.

Luciano          Deputado federal?

Oscar             Deputado Federal.

Luciano          Eu vou torcer para ver você naquela tribuna lá fazendo um discurso.

Oscar             Não preciso de dinheiro, sou um homem bem sucedido, o meu arrendamento da minha fazenda para eu viver nos próximos 30 anos, eu estou passando as minhas atividades para os meus filhos, a minha profissão vai ser vagabundo, já é, eu quero me divertir aos 66 anos, trabalho desde os 15, construí, entre aspas, um império, me orgulho do meu trabalho, me orgulho do que eu faço e eu montei a associação dos brasileiros inconformados, essa é a palavra certa, associação dos brasileiros inconformados, eu quero justiça, o que é justiça para mim? Se eu ver uma criança passando fome no farol, eu não dou comida para ela, se eu ver um velho ou uma velha jogado na sarjeta embaixo da garoa, eu não dou dinheiro nem um cobertor, se eu ver uma senhora passando muito mal na fila do hospital, ou um senhor, ou uma criança, eu também não vou dar. Sabe o que eu dou? O que é justiça para mim? É dar para o pai dessa criança que está passando fome, um emprego decente para ele ir no supermercado comprar comida para a sua família e se ele quiser comprar a sua casa, ele vai comprar com seu trabalho decente, aquele senhor que está na jogado na chuva, ou aquela senhora, eles querem passar seus últimos dias de vida de aposentado na Praia Grande ou em Miami, dependendo do poder aquisitivo, eles querem ter paz, aquela pessoa que está na fila do hospital, ô senhor, senador, Aécio Neves, o brasileiro está numa merda que faz gosto, nós estamos passando momentos dificílimos graças à incompetência de vocês na administração da coisa pública e digo mais, da roubalheira, nós não temos partidos, nós temos facções. Brasileiro, acorda, esse país é seu, a sua pátria é continuidade do seu quintal, da sua casa ou da sua fazenda, brasileiro, esse país é seu, não é deles, eles não merecem essa pátria, eles não merecem fazer o que eles estão fazendo, brasileiros, a sua pátria pede pelo teu serviço, brasileiros, no nosso hino tem uma frase que diz: “verás que um filho teu não foge à luta”, a tua pátria nunca precisou de você agora, não é agora mais só indo nas avenidas, use das redes sociais, desse veículo tão fabuloso que está mudando o mundo.

Luciano          Oscar Maroni, parabéns pela tua luta, pela tua coragem, pela forma como você é transparente, você deve apanhar que nem um maluco, porque a sociedade continua questionando isso tudo que você faz, mas…

Oscar             Eu me sinto como o nordestino, o nordestino é um jegue, apanha todo dia, mas continua carregando sua carga…

Luciano          Mas é admirável.

Oscar             … São Paulo foi feito no lombo do nordestino.

Luciano          É admirável ver a tua energia, a tua vontade de viver, ver essa tua forma como você encontrou de ter o desengajamento moral e enxergar a vida de um jeito diferente dos outros, que é o que você abriu assim.

Oscar             A felicidade, para você ser feliz, você precisa ser livre eu digo que liberdade sabe o que é? Você que está me vendo agora, está me ouvindo, não está me vendo, eu estou dizendo aqui que 2 mais 2 sabe quanto que é? Eu mostro a ele 3 e digo que 2 mais 2  é 5, sabe  o que eu fiz? Eu contrariei o meu cérebro e as tradições, eu digo que a fé não move montanhas, o que move montanhas é um trator Caterpiller feito pela mente humana e com bons serviços de terraplanagem, um Steve Jobs não fez esse celular com fé, ele trabalhou, eu acredito em países que se dedicam à iniciativa privada, 60% de economia americana é feita pela iniciativa privada, nos EUA nós não temos CLT, na Inglaterra, não se tem carteira de trabalho, não se tem esses sindicatos que é essa podridão, nós não temos esses políticos, nós não temos esse fórum privilegiado que é uma vergonha nacional, o nosso fórum privilegiado é o que tem o maior número de pessoas penduradas nesse cabide, por que mantermos estes sindicato onde nós temos hoje 13 milhões de desempregados? O que esse sindicato tem no Brasil é o maior número de sindicatos da humanidade e olha o estado nosso brasileiro, o pior salário, eu sou o que penso, eu sou o que eu acredito e eu brigo por isso, eu vim ao mundo para jogar bosta no ventilador e levar você a uma reflexão.

Luciano          Muito obrigado.

 

Transcrição: Mari Camargo